Buscar

AULAS ONLINE GESTÃO DE CONTRATOS

Prévia do material em texto

AULA 01 - CONHECENDO O CONTRATO
O contrato é o acordo de duas ou mais pessoas para, entre si, constituir, regular, modificar ou extinguir direitos. É a mais comum e a mais importante fonte de obrigações devido às suas múltiplas formas e repercussões no mundo jurídico.    Sempre que determinado negócio resultar de um mútuo consenso, de um encontro de vontades, estaremos diante de um contrato. As empresas fazem uso desse instrumento para fundamentar suas relações comerciais. 
Com as novas técnicas de administração dentro das organizações, as empresas começaram a implementar novos modelos de gestão de contratos objetivando a melhoria de sua performance, um melhor relacionamento entre fornecedores, clientes e departamentos, otimizando e automatizando o processo de criação e aprovação dos contratos e levando a gestão de contratos a possuir uma importância corporativa e não apenas departamental. Uma boa gestão de contratos em uma empresa assegura o cumprimento de suas obrigações de forma rápida e eficaz, característica importante para a efetivação de bons negócios.  
O conceito acerca do que seja o contrato depende da época histórica que estejamos analisando, juntamente com suas implicações e contextos sociais, econômicos e políticos.
Em tempos liberalistas havia a suposição de que a igualdade formal dos indivíduos asseguraria o equilíbrio entre as partes contratantes e também se observavam a autonomia da vontade e a não intervenção do Estado, além do princípio do pacta sunt servanda, que fazia do contrato um instrumento jurídico que não admitia qualquer modificação superveniente e desconhecia sua função social ou econômica. Todos eram considerados como iguais. Igualdade essa que se mostrou não ser verdadeira.
O Direito evolui com o tempo e tal fato faz com que a renovação dos estudos jurídicos seja algo necessário. Essas renovações servem para mantê-lo atualizado, de acordo com a realidade em que se vive.
Há os subsídios trazidos pela: Sociologia, Política e Economia.
Sendo o contrato o principal instrumento jurídico e também a mais comum e mais importante fonte de obrigações, devido às suas múltiplas formas e repercussões no mundo jurídico, achamos importante conceituar o que seja o contrato. 
Mas falar de um conceito para o que seja contrato é tarefa complexa, e ele sofre variações de acordo com o tempo e o contexto em que ele esteja inserido.
Orlando Gomes nos ensina que o contrato é uma espécie de negócio jurídico que se distingue, na formação, por exigir a presença de pelo menos duas partes. Contrato é, portanto, “negócio jurídico bilateral ou plurilateral”. 
CONCEITO DE CONTRATO DURANTE O LIBERALISMO 
E NO DIREITO CONTEMPORÂNEO E SUA INTERPRETAÇÃO
Podemos afirmar que houve diversos fatores que concorreram para a modificação do conceito de contrato, se compararmos os tempos do Liberalismo e a contemporaneidade, a qual fez surgir uma nova teoria geral para os contratos.
- Promulgação de leis de proteção à categoria dos indivíduos mais fracos da relação contratual.
- Apoio a grupos organizados, como, por exemplo, os sindicatos, para enfrentar em pé de igualdade o contratante mais forte.
- Dirigismo contratual do Estado.
E quais as consequências trazidas por estas modificações:
- Mudança nas preocupações do legislador quanto à rigidez do contrato. Passou-se a adotar na disciplina cuidadosa declaração de vontade e dos vícios que podem anulá-la.
- Nos moldes contemporâneos, muitos contratos se realizam em série, tornando preocupante a defesa dos aderentes (contratos de adesão) mediante normas legais que proíbam cláusulas iníquas, uma vez que as regras sobre declaração de vontade e os vícios de consentimento quase não se lhe aplicam.
DECLARAÇÃO DE VONTADE
O contrato pressupõe declarações de vontade que têm de ser coincidentes. A vontade de uma das partes sempre precede a outra.  
O aspecto material do contrato pressupõe que ele seja um conjunto de disposições que devem obedecer normas consagradas pela praxe para facilitar sua interpretação. Devem seguir o uso de expressões e termos técnicos para traduzir com mais segurança e objetividade a intenção das partes, usando linguagem simples e precisa.
O contrato escrito é composto por duas partes: preâmbulo e contexto.
FUNÇÃO ECONÔMICA DO CONTRATO
A ordem jurídica oferece a todos os sujeitos de direito uma grande variedade de contratos para que seus interesses sejam regulados com segurança.
De acordo com alguns juristas, a função econômica é a real causa dos contratos, os quais podem ser classificados com a seguinte finalidade:
- Para promover a circulação da riqueza;
- De colaboração;
- Para prevenção de risco;
- De conservação ou acautelatórios;
- Para concessão de crédito;
- Para prevenir ou diminuir uma controvérsia.
PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DO CONTRATO
Pressupostos são elementos extrínsecos aos contratos e referem-se às condições sob as quais se desenvolve e pode se desenvolver o contrato. Já os requisitos se referem aos elementos intrínsecos do contrato. Os pressupostos podem ser de três categorias: 
Referente aos sujeitos: capacidade jurídica das partes.
Referente ao objeto: idoneidade do objeto.
Referente à situação dos sujeitos em relação ao objeto: Legitimação para que ele possa ser realizado.
CONSENTIMENTO
Consentimento das partes contratantes para a feitura do contrato
O consentimento, entendido como sendo a declaração de vontade de cada parte do contrato, se refere a um dos requisitos típicos e constitutivos do contrato. É indispensável que cada parte leve sua vontade ao conhecimento da outra parte. A comunicação de declarações entre as partes é condição necessária para a formação do consentimento. Para que haja a efetivação do contrato, é preciso haver intercâmbio das duas declarações, o qual é precedido por negociações preliminares. Mas a simples troca de declarações não é suficiente para que haja o contrato. É necessário que as duas declarações se ajustem, integrando-se uma à outra.
Outro ponto importante a observar se refere ao fato de que a declaração de vontade precisa ser emitida em correspondência ao conteúdo do contrato que o declarante tem em vista, atento ao fim que o move a contratar.
MANIFESTAÇÕES DE VONTADE
As declarações podem se dar das seguintes formas:
- Verbal, escrita ou simbólica:
- Direta (emitida para um determinado fim) ou indireta; e
- Expressa, tácita ou presumida.
TIPOS DE CONSENTIMENTO
No que diz respeito ao consentimento expresso e o tácito, há dois critérios usados para distingui-los: o objetivo e o subjetivo.
Objetiva: Declaração expressa é a que se emite por palavras, gestos ou sinais que exteriorizam, inequívocamente, a vontade. A declaração tácita é aquela que resulta da circunstância indicativa da vontade. 
Subjetiva: Declaração é expressa se há a intenção de emiti-la. Caso não haja essa intenção ela é considerada tácita. 
RESILIÇÃO, RESCISÃO E DISTRATO
Resilir um contrato é, tecnicamente, cortar o vínculo contratual entre as partes devido a várias causas específicas. É a dissolução do contrato por simples declaração de vontade de uma ou das duas partes contratantes.
Rescindir um contrato é dissolvê-lo, rompê-lo devido a uma lesão.
Distrato: consiste de uma resilição bilateral, ou seja, as próprias partes contratantes deliberam dissolvê-lo mediante negócio extintivo. Por meio do distrato as partes rompem o vínculo contratual, extinguindo a relação jurídica.
CESSAÇÃO DE CONTRATOS E SEUS EFEITOS
Segundo Orlando Gomes, o caso em que há a morte de uma das partes contratantes impossibilita a execução do contrato, ou faz cessá-la definitivamente, mas não pode ser considerada como inexecução involuntária. Esse caso também não pode ser enquadrado no caso de resilição, pois esta depende da manifestação de vontade de uma ou das duas partes contratantes.
Em princípio, a morte de uma das partes não constitui causa para dissolução de contrato. A regra mors omnia solvit (a morte solve tudo)não se aplica no direito contratual. Isso só ocorre nos contratos intuitupersonae (em consideração à pessoa). Nos demais casos, as obrigações do contrato transmitem-se aos herdeiros do de cujus. Os efeitos da morte sobre o contrato não se reduzem à sua extinção ou à substituição da parte por seus sucessores. Estes podem resilir o contrato, pedir a restituição da coisa ou ainda exercer direitos especiais contra a outra parte.  
A extinção do contrato pela morte de uma das partes contratantes dá-se ex nunc, ou seja, não tem efeito retroativo. 
AULA 02 - GESTÃO DE CONTRATOS PARTE 1
Todas as pessoas que integram o mundo empresarial da atualidade, altamente dinâmico em suas relações, precisam saber, de forma acurada, as implicações decorrentes dos contratos que celebram, estes considerados como instrumentos legais que regulam as relações empresariais, assim como também as obrigações deles decorrentes. Devem saber também, é claro, como interpretá-los. Mas só isso não é o bastante. É preciso que tais pessoas saibam como fazer uma gestão adequada, eficiente e eficaz de tais instrumentos legais, a fim de que as atividades empresariais por eles reguladas atinjam seus reais objetivos com rapidez, segurança e eficácia, além de manter toda a documentação atualizada. Uma boa gestão de contratos assegura:
- O bom funcionamento da dinâmica da empresa;
- A redução de desperdícios e de tempo para realizar ações necessárias;
- A satisfação dos clientes;
- A boa organização de todos os processos que fazem com que a “engrenagem“ da empresa seja acionada sem grandes problemas.
Porque controlar os contratos:
As empresas utilizam o contrato para fundamentar suas relações comerciais, e por isso, precisam ter controle total de seu teor, assim como também de todas as ações que se achem por ele reguladas.
Falar da importância de tal controle é algo que já começava a ser discutido desde a última metade do século passado. Com o movimento crescente de melhoria dos processos dentro de grandes organizações, pudemos observar que algumas empresas americanas começaram a implantar novos modelos de gestão de contratos empresariais, com foco na melhoria de desempenho, na redução de riscos e no aumento de conformidades.
Uma nova disciplina de negócios foi criada com a divulgação de um relatório, em 2005, pelo Aberdeen Group, o qual indicava a gestão do ciclo de vida dos contratos empresariais, conhecida como CLM (Contract Lifecycle Management).
A definição para CLM é a de que tal termo se refere à gestão da criação do contrato, a execução e a análise do mesmo como sendo um processo sistemático e conectado, para o propósito de maximizar o desempenho operacional e financeiro, além de também minimizar riscos para a empresa.
Apesar de algumas empresas ainda desconhecerem a abordagem dessa nova gestão, parece-nos que sua observância deva ser feita com brevidade, haja vista os resultados benéficos trazidos pela adoção da mesma.
As referências a melhores práticas na gestão de contratos em nível mundial acham-se elencadas no CMBOK (Contract Management Body of Knowledge). O CMBOK descreve competências a serem observadas durante o processo de ação organizacional, o qual envolve etapas em que se incluem o conhecimento especializado, os negócios em geral, a contratação em geral, a estratégia de aquisição (na fase de pré-contratação), a pré-assinatura (na fase da contratação), a assinatura propriamente dita (na fase de pré-execução) e a pós-assinatura (na fase de execução).
Mas por que é tão importante controlar os contratos?
A resposta é simples: eles envolvem capitais e risco, logo, seu controle diz respeito à vida financeira da empresa e também à sua visibilidade perante o mercado e seus clientes.
Em geral, as empresas delegam a preocupação e a solução para melhorar o controle de seus contratos para a área de fechamento ou a de administração de contratos, e outras fazem com que a solução seja expandida para toda a companhia. Parece-nos mais apropriada a observância desta última prática, uma vez que, mesmo sabendo que cada departamento tem as suas demandas e seu orçamento, o que torna mais difícil o uso da solução de forma corporativa, a solução pensada de forma corporativa atende melhor à expectativa daqueles que precisam de tal solução. Em conjunto, cada departamento auxilia aquele outro que tenha apresentado uma demanda de melhoria no controle de contratos, além de saber sobre suas motivações e benefícios dele esperados.
A preocupação de alguns profissionais e empresas brasileiras com a melhoria da gestão de contratos fez surgir a Associação Nacional de Gestores de Contratações – ANGC (www.angc.org.br), em 2007.
Duas pesquisas foram feitas pela ANGC até o momento, apontando itens importantes com informações acerca do que ocorre nas empresas:
Na primeira descobriu-se, dentre outras informações, que mais de 90% das empresas usam e-mail para fazer sua gestão de contratos, e que os dois principais desafios dos gestores concentram-se no controle de prazos para contratação e integração das partes envolvidas. Além disso, verificou-se que as atividades administrativas do contrato ocupam cerca de 10% do tempo de sua vigência.
A segunda pesquisa conduzida pela ANGC focou empresas que responderam sobre seus contratos de TI e apontou como principais desafios o controle de SLA, sendo que: 
- 34% dessas empresas não faz qualquer controle dos SLAs de seus contratos.
- Mais de 75% delas não utiliza nenhuma metodologia para fazer a gestão de seus contratos.
Quando nos referimos à gestão de contratos precisamos lembrar da real motivação que faz com que as empresas avaliem as melhorias conseguidas através dessa forma de gerenciamento de ações. Tal gestão se traduz em práticas ou fatores de desempenho que podem ser encontrados em companhias líderes de mercado com padrão mundial.
Um dos modelos de gestão mais utilizados é o CLM – Contract Lifecycle Management, o qual tem seus processos de negócios e indicadores referenciados no CMBOK – NCMA.
Precisamos considerar o fato de que as empresas que decidem utilizar tais métodos modernos de gestão, tal como o método de Gestão Total de Qualidade (TQM – Total Quality Management), assim o fazem por saber que melhorias significativas em seus processos gerenciais aplicados em diversas áreas e departamentos que as compõem são, de fato, auferidas. Há credibilidade comprovada em sua adoção.
MODELOS DE GESTÃO
A gestão precisa acompanhar o dinamismo da vida atual. É preciso se conscientizar as empresas para se adequarem ao novo ambiente externo que tem um dinamismo constante. 
Estudiosos da Administração criaram modelos e métodos para que tal conscientização e implementação de um modelo de gestão atual por parte das empresas possa acontecer.
Listamos a seguir os sete itens que integram a estrutura de um processo bem desenhado e seus correspondentes objetivos:
-Atores: Regras necessárias para executar as atividades descritas no processo.
-Critérios de entrada: Condições que precisam ser atendidas antes que as atividades do processo se iniciem.
-Entrada: Documentos ou produtos que precisam estar disponíveis ou referenciados antes que as atividades do processo possam ter início (incluem-se aqui os contratos).
-Passos: Sequência passo a passo do processo.
-Saídas: Documentos ou produtos que serão produzidos pelas atividades do processo.
-Critérios de saída: Condições que existirão, tão logo o processo seja concluído.
-Medições: Qualquer medição que precisa ser coletada, uma vez que o processo seja completado.
FRAMEWORKS DE TRABALHO
São compilações feitas de outros processos de gestão que tenham registrado as melhores práticas e melhores resultados e, por isso, tornaram-se referências a serem seguidas. E por que devemos estudar esses frameworks quando falamos de gestão de contratos? A resposta é simples: em geral, todos esses frameworks abordam o tema de contratos, que está sempre relacionado às atividades empresariais. Exemplos de frameworks:
PMBOK(Project Management Base of Knowledge), destinado à área de Gestão de Projetos.
CMMI(Capability Maturity Model Integration),direcionado para fomentar o sucesso da gestão de Projetos no desenvolvimento de sistemas de informação;
ITIL(Information Technology Infrastructure Library), desenhado para atender a requisição de melhores práticas para gestão de operações e serviços de TI.
CMBOK(Contract Management Base of Knowledge), voltado especificamente para a gestão de contratos.
O modelo de gestão a ser seguido dependerá da análise e necessidade real, específica e imediata da empresa.
CICLO DE VIDA DOS CONTRATOS
CLM - Metodologia de gestão que trata do ciclo de vida dos contratos
É importante lembrar que, para melhorar o controle e o resultado de contratos de acordo com as novas dinâmicas empresariais, o gestor precisa repensar o modo como trabalha com tais documentos, desde o momento de sua criação, evoluindo para a fase de assinatura e culminando na fase de sua execução. 
O CLM envolve todo tipo de contrato, seja ele referente à aquisição, comercial, propriedade intelectual e outros. É claro que tal abrangência engloba os três tipos básicos de contratos mais usados em ambiente público ou privado:
- De preço fixo;
- De custo reembolsável;
- De tempo e material.
FASES DO CICLO DE VIDA DOS CONTRATOS
Fase Formal: abrange o período de sua requisição até a sua assinatura.
Fase de Execução: se dá após a assinatura do contrato até o seu encerramento.
Quantas e quais as etapas envolvidas nessas duas fases de vida do contrato?
- Definição: tratam das políticas da contratação, documentos constitucionais, alçadas e demais elementos que influenciam a criação do contrato.
- Pré Contratação: aqui são tratados os elementos preliminares ao contrato, tais como, requisição de produto/serviço, pesquisa de mercado, seleção do tipo de contrato e definição de estratégia de aquisição.
- Contratação: abrange atividades voltadas para se chegar à assinatura do contrato (preparação de requisições, avaliação de propostas, negociação, escolha de fornecedor, etc.
- Pré Execução: fase em que se dá a assinatura do contrato e aviso aos outros participantes sobre seu fechamento.
GESTÃO BEM SUCEDIDA
Se o modelo de gestão, que segue um framework de trabalho, e que está relacionado às capacidades organizacionais, for aplicado, os resultados de negócios serão bem sucedidos para fornecedores e vendedores de produtos, serviços e soluções integradas.
AULA 03 - GESTÃO DE CONTRATOS PARTE 2
O uso de ferramentas eficazes, o trabalho em equipe feito de forma rápida e eficiente contribuem para uma boa gestão de contratos.
 Esse trabalho em conjunto ilustra a comunicação de processos que é determinante entre diversos setores internos da empresa, assim como também envolve terceirizados, notadamente na área de TI, que têm cada vez mais importância em termos de gestão eficiente. Esse serviço terceirizado contribui com sua expertise para a feitura de tarefas que demandam conhecimento especializado acerca de tarefas específicas para se obter melhoria de produtos / serviços oferecidos aos clientes, além de facilitar a forma de sua gestão.
Observar o mercado e as necessidades dos clientes, planejar, executar, gerenciar e monitorar são ações que demandam do gestor constante atualização, não somente de necessidades, mas também acerca de formas como tal trabalho pode ser feito de maneira mais organizada, rápida e eficiente.
Dentre as possíveis ferramentas ou recursos utilizados, destacamos três:
- A guarda física de documentos: objetiva manter contratos e outros documentos armazenados em conformidade com a legislação vigente e as políticas da empresa, além de permitir a utilização de recursos internos ou externos. Parece difícil de acreditar, mas, no Brasil, de acordo com o observado pela primeira pesquisa feita pela ANGC, são poucas as empresas que se preocupam com tal tipo de controle. De modo geral, tais documentos ficam guardados nas gavetas dos gestores, o que se mostra como uma prática que deve ser melhorada. É aconselhável que todos os profissionais envolvidos com contratos na empresa tenham visibilidade de seu portfólio de contratos, a fim de que possam acompanhar a gestão dos mesmos, assim como também saber sobre os possíveis riscos a eles associados.
- O sistema GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos): permite acesso a documentos no formato digital e as empresas de guarda física de documentos costumam fornecer esse recurso. A Microsoft oferece um programa chamado SharePoint, o qual apresenta funcionalidades de workflow adicional.
- O sistema SGC (Sistema de Gestão de Contratos): permite controlá-los desde o momento de sua criação até o recebimento/pagamento, demanda integração entre os sistemas da empresa e utiliza recursos como catalogação, controle de atividades / eventos e controle de acessos autorizados para permitir a aplicação de melhores práticas de gestão.
Pode ser considerado como aquele que permite um maior controle de documentos, além de proporcionar fácil localização e acesso por pesquisa despersonalizada (independe de uma pessoa específica), assim como também oferece rápido acesso à trilhas de auditoria.
As principais ferramentas utilizadas para uma melhor gestão de contratos são as seguintes:
Interface não transacional - usiness Intelligence – BI , datawarehouse e Intranet.
Interface transacional - ERP, BD Corporativo, Workflow, BD Eventos, BD Catálogo de Documentos e Gestão de Contratos.
É importante lembrar que quando o modelo CLM é aplicado na empresa, esta precisa ter todos os seus processos de negócios documentados e os Sistemas de Gestão utilizados devem apresentar total aderência a esses processos.
Outro ponto importante a ser destacado refere-se à colaboração que deve existir entre as várias áreas e profissionais que têm envolvimento com os contratos da empresa, além da conscientização acerca de suas responsabilidades. 
É preciso que tais agentes tenham ferramentas adequadas para fazer com que tal interação aconteça, de preferência com antecedência programada, o que pode acelerar o processo de negociação, ajudando a melhorar os níveis de fechamento de negócios na empresa.
Dependendo do Sistema adotado, o conhecimento acerca de eventos ou tarefas a serem executadas permite um controle real dos mesmos, promovendo maior eficácia às suas atribuições.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS – Workflow
Para que a gestão de contrato seja eficiente é preciso criar um sistema onde tenhamos atividades pré-definidas e departamentos envolvidos.
Tal prática faz com que todas as partes que têm participação no negócio tenham visibilidade acerca de tudo o que ocorre nesse processo, e, em consequência, haja uma melhoria considerável no tipo de atividade que seja proposta.
O registro de ocorrências feito acerca de tais eventos tem muita importância, uma vez que auxilia todos aqueles envolvidos no contrato para consulta e futuras negociações.
Podemos citar como exemplo para ilustrar tal workflow a elaboração de Rfx para aquisição de produto / serviço.
Nesse caso, a empresa precisa observar duas fases bem definidas (Planejamento da Contratação e Preparação para a Aquisição), cujos processos estão especificados em Gerência de Aquisições, antes de proceder à assinatura do contrato.
As descrições detalhadas sobre o conjunto de processos são encontradas no PMBOK, que gerencia projetos.
Toda essa organização sistematizada ocorre antes da assinatura do contrato e traz inúmeros benefícios para a empresa:
- Definição mais precisa acerca do produto / serviço a ser adquirido.
- Evitando desgastes internos e externos com vendedores envolvidos, além de evitar o retrabalho, que atrasa o bom andamento do processo.
- Redução no tempo de aquisição e assinatura do contrato.
- Permitindo o cumprimento de cronogramas de trabalho.
- Planejamento
- Execução
- Monitoração
- Controle
- Encerramento
Se o projeto de gestão segue tais processos, a garantia de sucesso é fato bem plausível de ocorrer!
DICAS PRÁTICAS PARA UMA BOA GESTÃO DE CONTRATOS NA EMPRESA
Algumas companhias de padrão mundial descobrem práticas inovadoras de gestão através do benchmarkinterno e externo e passam a utilizá-las para obter resultados melhores, principalmente no que se refere a gerenciamento de contratos empresariais. Conheça agora algumas sugestões oriundas dessas práticas:
- Utilize cláusulas contratuais de avaliação de condições de preço no mercado para evitar que ocorram mudanças indesejáveis de preços em contratos de longa duração.
- Utilize contratos de curta duração (de 6 meses a um ano), pois eles motivam o aumento da performance contratual baseada em competição mais frequente.
- Assuma um compromisso com um Programa de Desenvolvimento Profissional para Gestão de Contratos, pois tal prática requer colaboradores treinados, experientes e profissionais.
- Crie uma Metodologia de Gestão de Contratos que descreva um processo lógico, organizado e flexível, pela qual a empresa compra ou vende produtos / serviços. Detalhe as etapas requisitadas, as regras e as responsabilidades de todos os envolvidos.
- Utilize um sistema de Gestão de Contratos para, dentre outras coisas, reduzir o ciclo de tempo em seus processos de compra, cortar custos, aumentar produtividade e melhorar o serviço oferecido ao cliente.
- Simplifique os padrões de Termos e Condições Contratuais. Use textos menos longos, com linguagem clara, concisa e de fácil entendimento, para que as partes envolvidas no contrato o entendam sem problemas. Lembre-se de que um contrato difícil de entender pode, muitas vezes, ser empecilho para obter uma negociação bem sucedida.
- Desenvolva e mantenha uma Central de Conhecimento de Gerenciamento de Contratos, que pode incluir uma base de dados que seja fácil de usar e que esteja ao alcance de todas as pessoas. Tal base de dados deve estar focada nos grupos de interesse da empresa a fim de compartilhar informações e conceitos com os colegas.
- Para contratos de aquisição e comerciais, quando se fala em vendas, é preciso que haja profissionais gestores de contratos, que são experts no assunto.
Já para aquisição, é de extrema importância ter processos que comuniquem suas necessidades, selecionem fontes corretas, negociem um contrato bem sucedido e confirmem a entrega no tempo correto. Grupos de trabalho são essenciais para o sucesso do negócio.
As empresas precisam entender que o gerenciamento de contratos tem um aspecto crítico de integração da gestão do negócio, a fim de fazer com que as empresas atinjam suas metas de forma eficiente, além de promover uma melhor relação custo – benefício.
AULA 04 – CONTRATOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SUA GESTÃO
A terceirização consiste de um modelo de gestão em que a Administração Pública contrata serviços de terceiros, os quais, para serem aceitos, contratados e executados, precisam, anteriormente, passar por um processo de licitação.
É exatamente esse contrato que sucede a licitação que estudaremos nesta aula. 
Veremos a necessidade de se mostrar a sua importância para o interesse público, suas principais características e deliberações, suas cláusulas reguladas pelos preceitos de direito público e constataremos o fato de que é de extrema importância a atenção a ser dada à parte de execução e gestão desse contrato, uma vez que, quando se fala de contrato administrativo, devemos lembrar que é o dinheiro público que o financia, e, portanto, sua gestão é algo que interessa a todo cidadão, e como tal, precisa se dar de forma transparente.
LEI 8.666/93 – LEI DE LICITAÇÕES
Contrato é “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
O contrato administrativo é aquele firmado entre a Administração Pública e o particular, com a finalidade de regular a consecução de ações que apresentem objetivos de interesse público nas condições estabelecidas pela própria Administração.
É importante destacar que, no contrato administrativo, a vontade do contratante está sempre condicionada ao atendimento de interesse público.
Tais contratos são regulados pelas cláusulas e preceitos de direito público, e, de forma supletiva, também poderão ser a eles aplicados os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
OBRIGATORIEDADE NO CONTRATO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Nos casos em que:
- Se observam a concorrência, a tomada de preços e as dispensas e inexigibilidades, tem a Administração Pública a obrigatoriedade de firmar contratos para serviços prestados por terceiros;
- O contrato passa a ser facultativo, podendo ser substituído por uma carta contrato, uma nota de empenho de despesa, uma autorização de compra ou uma ordem de execução de serviço; 
- O contrato é dispensável: nos casos de compra com entrega imediata e integral em que não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. Nesse caso, a Administração Pública é que decide qual dentre os documentos citados acima vai substituir o contrato. 
CONTEÚDO DOS CONTRATOS
- O edital;
- O projeto ou termo de referência;
- Memórias / cálculos;
- Planilhas de custos;
- Cronogramas;
- Normas internas, que poderão ser expedidas pelos órgãos administrativos e publicadas na Imprensa Oficial.
É importante destacar que as cláusulas que constam do contrato devem ser claras, objetivas, devendo definir o objeto, os direitos, as obrigações, as responsabilidades das partes contratantes, os encargos, e observando, de modo especial, as cláusulas necessárias e acessórias.
Cláusulas Necessárias (essenciais)- definem o objeto e estabelecem as condições para sua execução.
Cláusulas Acessórias (secundárias) - podem ser omitidas do contrato sem invalidá-lo.
Cláusulas Exorbitantes - São aquelas que, de acordo com a Lei 8.666/93, excedem do direito comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, tal tipo de cláusula é absolutamente válida no contrato administrativo.
Como exemplos podemos citar as cláusulas que possibilitam a alteração e a rescisão unilateral do contrato, dentre outras.
MODIFICAÇÃO DE CONTRATOS
Modificação Unilateral dos Contratos Administrativos – Existem dois tipos de situações em que pode ocorrer a modificação unilateral:
- Modificação Qualitativa - Quando há modificação do projeto ou das especificações, com a finalidade de melhor adequação técnica de acordo com seus objetivos, ou seja, há uma modificação qualitativa, podendo também ocorrer variações de quantidade.
- Modificação Quantitativa - Quando há alteração de valor contratual decorrente de acréscimos ou diminuições quantitativas do objeto.
Modificação do Contrato de Acordo entre as partes - As alterações contratuais por acordo das partes estão enumeradas no artigo 65, alíneas a – d do inciso II da Lei 8.666/93. 
As modificações no contrato elencadas na alínea d da lei supracitada ensejam a fundamentação do restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, que é um direito do contratado. 
Tal recomposição de preços nos contratos administrativos segue alguns institutos distintos, que são:
- Reequilíbrio - Tem como causas as decorrentes de fatos previsíveis ou imprevisíveis, porém de consequências incalculáveis, que retardam ou impedem a execução do contrato ou ainda decorrentes de caso fortuito, força maior ou fato de príncipe.   
- Repactuação - tem por objeto a prestação de serviços executados de forma contínua. Visa a adequação do contrato existente aos novos preços do mercado, e é sempre precedida de demonstração analítica do aumento dos custos, de acordo com a Planilha de Custos e Formação de Preços. A repactuação está fundamentada no artigo quinto do Decreto 2.271 / 1997. 
- Reajuste - Está fundamentado no inciso XI do artigo 40, inciso III do artigo 55 e parágrafo 8º do artigo 65 da Lei 8.666/93. Toda e qualquer alteração no valor original do contrato deverá ter como pré-requisito uma motivação fundamentada, seja acréscimo no seu quantitativo inicial, seja um reajuste no valor original.RESCISÃO DE CONTRATOS
A professora Maria Sylvia Di Pietro divide as hipóteses em que a Administração Pública pode rescindir unilateralmente o contrato em quatro grupos distintos:
- 1º grupo - Se refere às situações relacionadas, dentre outras, à inexecução do contrato, à lentidão do seu cumprimento, a atrasos injustificados e paralisações atribuídas ao contratado.
- 2º grupo - Referem-se às situações decorrentes de circunstâncias que afetam a pessoa do contratado, tais como: a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; e a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato.
- 3º grupo - Refere-se às razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade administrativa a que está subordinado o contratante. 
- 4º grupo - Advém da ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada e que impede a execução do contrato. 
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Sanções somente são possíveis após a abertura de processo administrativo e depois de garantir prévia defesa à outra parte, e estão previstas nos artigos 86 a 88 da Lei 8.666/93, assim como também no artigo sétimo da Lei 10.520/02, no artigo 14, parágrafo único do Decreto 3.555/00 e artigos 21, parágrafo terceiro, e artigo 28, parágrafo único do Decreto 5.450/05.
As sanções são aplicáveis nos casos em que há a inexecução total ou parcial do contrato ou quando há atraso injustificado na execução do mesmo.
Tais sanções compreendem:
• Advertência;
• Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
• Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração por prazo de até dois anos;
• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos da punição.
Nos casos de advertência, multa e suspensão temporária, tem competência para aplicar as sanções administrativas a autoridade competente (ordenador de despesa) ou a quem ele delegar. 
Já no caso de declaração de inidoneidade, a competência para aplicar as sanções é única e exclusivamente da autoridade máxima da instituição, como, por exemplo, o Ministro de Estado ou o Secretário Estadual ou Municipal. 
DURAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Corresponde à vigência dos respectivos créditos orçamentários, significando que terão vigência dentro do período de exercício financeiro, de 1º de janeiro a 31 de dezembro, obedecendo ao princípio da anualidade a que é submetido o orçamento público.
É importante ressaltar que não é possível haver um contrato administrativo com prazo de vigência indeterminado.
É possível haver prorrogação de Contratos Administrativos, de acordo com o que dispõe o artigo 57, inciso II da Lei 8.666/93.
Prevê-se tal prorrogação quando se trata de projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, e caso haja interesse da Administração para assim fazê-lo, desde que a possibilidade de prorrogação tenha sido prevista no ato convocatório.
Também é possível prorrogar o contrato quando este se referir à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, e que poderão ter sua duração prorrogada, com vistas à obtenção de preços e condições mais favoráveis para a Administração, limitada a sessenta meses.
A prorrogação do contrato também é possível quando há a referência de aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática, podendo se estender até o prazo máximo de 48 meses após o início da vigência do contrato. 
A prorrogação do Contrato Administrativo só é possível se:
- Houver previsão no Contrato de que ele poderá ser prorrogado;
- Houver a indicação de existência orçamentária suficiente para a cobertura da despesa;
- Existir a manifestação formal de interesse de prorrogação, tanto da parte da Administração Pública, quanto da parte contratada;
- Constar a comprovação de que tal prorrogação é vantajosa para a Administração, bem como a verificação da manutenção das condições habilitatórias; 
- Se todas as condições citadas acima forem efetivadas, a Administração faz uma Minuta de Termo Aditivo, e esta é analisada pelo Setor Jurídico, que aprovará a prorrogação. 
O contrato de serviços continuados poderá, em caráter excepcional, ser prorrogado por até mais doze meses após uma primeira prorrogação de 60 meses, se devidamente justificado e mediante autorização superior. 
Mas isso só é possível se ficar comprovado que tal necessidade de prorrogação não se deu devido à falta de planejamento ou desídia administrativa.
É necessária a demonstração de que todas as providências necessárias foram tomadas com prazo suficiente para a realização da licitação, antes do término da vigência do contrato que se encontra em vigor.
E o que vem a ser contrato emergencial?
Esse é um tipo de contrato administrativo que dispensa licitação, por se tratar de uma medida que tem de ser tomada rapidamente devido à falta de cobertura contratual dos serviços, de forma abrupta, serviços esse essenciais para o órgão e que demandam continuidade. 
Tal situação decorre da falta de acompanhamento do gestor/fiscal ou por razões da empresa contratada.
ALTERANDO CONTRATOS
Dependendo do tipo de alteração contratual, ela poderá usar o termo:
- Aditivo - Quando há alteração unilateral do contrato em que haja aumento de encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial através de aditamento, de acordo com o que dispõe o artigo 65, parágrafo 6º da Lei de Licitações.
- Apostilamento.
Parágrafo 8º do mesmo artigo - Nos é ensinado que “a variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previstos no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite de seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento”. 
É importante ressaltar que toda a prorrogação de prazo contratual tem que ser justificada por escrito, além de ser autorizada pela autoridade competente para celebrar tal documento.
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
Embora tenham significados distintos, as atribuições de gestor e fiscalizador se confundem na Gestão de Contratos na Administração Pública, e acabam por concentrar as duas funções em uma só pessoa.
No entanto, o Decreto 5.50/05, em seu parágrafo segundo, traz, de forma diferenciada, os procedimentos de gerenciamento e fiscalização, no Termo de Referência.
Segundo tal documento, o Gestor de Contratos é um Administrador e assume a responsabilidade da gestão do contrato solidariamente com o Ordenador de Despesas, o qual, de acordo com o artigo 80 do Decreto-lei 200/67, é o responsável pelos atos de gestão orçamentária, financeira, contábil e patrimonial, podendo responder civil e penalmente, de acordo com o que dispõe a Lei Orgânica 8.443/92 do TCU.
AULA 05 – CONTRATO DE COMPRA E VENDA
O contrato de compra e venda tem importância social bastante significativa uma vez que se refere a um instrumento de circulação de bens e é um dos tipos de contrato mais frequentes em nossa sociedade.  Por meio dele:
- O vendedor ou alienante se obriga a transferir a propriedade de uma coisa à outra parte contratante (comprador ou adquirente) e recebe, em contraprestação, determinada soma em dinheiro ou valor fiduciário equivalente;
A finalidade específica de tal tipo de contrato é a alienação de um bem.
A compra e venda pode ter como objeto:
- Uma coisa;
- Um direito (nesse caso, o contrato recebe o nome de cessão).
O conteúdo de um contrato de compra e venda é a transmissão da propriedade contra o pagamento do preço estipulado.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
- Bilateral - Nasce do acordode vontades das partes que o integram e que têm, em consequência, obrigações específicas para o vendedor, a de entregar a coisa com o ânimo de transferir-lhe a propriedade, e para o comprador há a obrigação de pagar o preço pela coisa.
- Simplesmente Consensual - Nele basta o acordo de vontades sobre a coisa e o preço para que se torne perfeito e acabado. Não é necessária a entrega da coisa para sua perfeição. De acordo com Orlando Gomes, desse tipo de contrato deriva apenas a obrigação de entregar a coisa a que se refere tal contrato.
- Oneroso - Ambas as partes que o integram visam obter uma vantagem patrimonial. O vendedor perde a coisa, mas tem como proveito o recebimento do preço, e o comprador paga o preço estipulado, mas recebe a coisa a que se refere tal contrato e por qual pagou.
- De execução instantânea ou diferida - É contrato instantâneo, pois pode ter execução instantânea ou imediata, que é única, ocorrendo de uma só vez, com o cumprimento das obrigações se verificando imediatamente após sua perfeição ou pode ter execução diferida, quando as partes estipulam o parcelamento do valor da prestação ou adiem para momento futuro a execução do contrato.
- Comutativo - Além da equivalência entre o sacrifício e o proveito que ambas as partes contratantes experimentam, há a necessidade de haver a certeza com relação à prestação a que se comprometem as partes. Uma (a do vendedor) corresponde à outra (a do comprador), sem que qualquer das duas possa falhar, não importando se tais prestações equivalham objetivamente.
- Aleatório - Pode, ainda, ser aleatório, quando se admite que uma das prestações possa falhar, havendo, assim, a chance de ganho ou perda para cada uma das partes. São três as situações em que o contrato pode ser aleatório: quando se referir a coisas futuras, cujo risco de virem a não existir seja assumido pelo comprador (emptio spei); ou quando as coisas futuras têm risco de existir em qualquer quantidade, e tem a responsabilidade assumida pelo comprador (emptio rei speratae), ou ainda quando se referem a coisas existentes, mas que estejam expostas a riscos, os quais são assumidos pelo comprador.  
Pode-se ainda dizer que o contrato de compra e venda é solene, quando a venda tem por objeto um bem imóvel de certo valor, venda esta que só pode ser realizada mediante escritura pública.
Esse é o único caso em que o contrato de compra e venda requer forma especial para sua perfeição.
E quais as distinções entre o contrato de compra e venda, o de locação, o de empreitada, o de permuta, o da doação com encargo e o da dação em pagamento?
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação
1 – Quando a transferência de domínio é diferida para data afastada, depois que o preço tenha sido pago por anuidade (mas é venda) 
No primeiro caso, apesar de a aparência ser de locação, temos contrato de venda, pois neste há a intenção de transferir a propriedade da coisa, o que não ocorre com a locação.
2 – Quando a transferência do domínio recai numa coisa que é fruto ou produto de outra coisa.
No segundo caso, a distinção é mais difícil, principalmente quando o contrato concede o direito de perceber frutos. No entanto, se é assegurado o direito de extrair produtos, tem-se um caso de contrato de venda ou inominado, embora a utilização da coisa tenha sido concedida mediante locação.
Distinção entre o contrato de venda e o de empreitada
Na empreitada, o empreiteiro fornece os materiais. Se o preço dos materiais é superior ao valor do trabalho, o contrato será de venda. Se inferior, será de empreitada. Por exemplo, se o proprietário de um terreno se obriga a transferir sua propriedade depois de nele haver construído como é o caso da incorporação de edifícios de apartamentos, ter-se-á contrato de venda.
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação
As doações modais que têm encargos excessivamente onerosos equivalem-se à venda. No entanto, se o encargo for estabelecido em favor de terceiro ter-se-á um contrato de doação.
Distinção entre a compra e venda e a dação em pagamento
Apesar de a dação em pagamento ser regida pelas mesmas regras da compra e venda, com ela não se confundem, uma vez que ela supõe, necessariamente, uma obrigação preexistente, o que não ocorre na compra e venda.
Distinção entre a permuta ou troca e a compra e venda
Na troca ou permuta a contraprestação é composta por outro bem, e na compra e venda ela é composta por dinheiro (podendo ser composta também por dinheiro, em maior quantidade, e outro bem).
EFICÁCIA DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
O direito brasileiro atribui ao contrato de compra e venda apenas efeitos obrigacionais.
O artigo 108 do Código Civil diz que a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país.
O Direito nacional não atribui ao contrato de compra e venda efeitos reais. No caso de bens imóveis, é necessário que haja a escritura e o registro de tal contrato.
CAPACIDADE E LEGITIMAÇÃO 
PARA FIRMAR CONTRATOS DE COMPRA E VENDA
A capacidade para o vendedor refere-se à sua capacidade, à sua possibilidade de alienar o bem, enquanto a capacidade do comprador refere-se à sua capacidade, possibilidade de se obrigar. (artigo 104, I do Código Civil)
A legitimação para ser parte de um contrato de compra e venda refere-se à  idoneidade para movimentar a relação processual, por ter interesse a ser protegido.
NÃO TÊM legitimidade para serem vendedores em um contrato de compra e venda, na venda de imóveis, sob pena de anulabilidade deste contrato, o: 
- Ascendente.
- Falido.
- Condômino de coisa indivisível.
- Marido sem outorga uxória.
- A mulher sem autorização do marido.
NÃO TÊM legitimidade para serem compradores, ainda que em hasta pública, em contrato de compra e venda, sob pena de nulidade do contrato: 
Os tutores, os curadores, os testamenteiros e os administradores, com referência aos bens confiados à sua guarda e administração; os juízes, os auxiliares da Justiça, sobre bens litigados em juízo; os empregados públicos, com referência a bens que estejam sob sua administração direta ou indireta, e os leiloeiros e seus prepostos, com relação aos bens de cuja venda estejam eles encarregados. (artigo 497 do Código Civil).
NÃO TÊM legitimação para serem compradores ou vendedores:
Os cônjuges, com relação aos bens incluídos na comunhão conjugal, assim como também os mandatários, ou, por qualquer título, os representantes, com relação a contrato celebrado consigo mesmo ou em conflito de interesses com o representado, exceto se a lei ou o representado assim o permitirem.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
- O Bem - Em princípio, todas as coisas no comércio podem ser objeto de venda – os bens corpóreos e os incorpóreos, as coisas presentes e futuras, as próprias e as alheias. 
- O Preço - É a quantia que o comprador se obriga a pagar ao vendedor. Deve consistir em dinheiro, mas pode ser composto por algum outro bem, sendo que a quantidade em dinheiro deve-lhe ser sempre superior.
- Consenso entre as partes - Com relação ao consenso entre as partes, vemos que este se acha disciplinado nos artigos 481 e 482 do Código Civil. Deve ser dado por pessoas genericamente capazes e que têm legitimidade para tal ato. 
Em princípio, todas as coisas no comércio podem ser objeto de venda – os bens corpóreos e os incorpóreos, as coisas presentes e futuras, as próprias e as alheias.
OBRIGAÇÃO DAS PARTES
Vendedor: A obrigação principal do vendedor é a de entregar o bem, transferindo ao comprador a sua propriedade, garantindo-lhe a utilidade do bem e a real e efetiva disponibilidade sobre o mesmo. A entrega do bem (tradição) pode ser efetiva ou simbólica (entrega documental).
Comprador: A obrigação do comprador é a de pagar o preço, o que, geralmente, ocorre após o recebimento do bem. Tal pagamento também pode se dar antes dorecebimento do bem, que, no caso de não ser a ele entregue, dá o direito de restituição do preço pago.
RISCOS 
Quando o vendedor não pode cumprir sua obrigação devido à força maior, fica-se na dúvida em saber se o comprador é obrigado ou não a pagar o preço. Os riscos a que nos referimos dizem respeito a determinar a parte que deve suportar as consequências de um caso fortuito.  
A regra geral é: os riscos correm por conta do vendedor quanto à coisa e por conta do comprador quanto ao preço. No entanto, tais disposições legais não são imperativas, podendo as partes adotarem outra regra.
Direito Pátrio: Estatui que, até o momento da tradição do bem, tais riscos correm por conta do vendedor. Desse modo, se o bem perece em razão de caso fortuito, antes de realizada a tradição, o vendedor perde o direito de exigir o pagamento do preço. Se já o tiver recebido, deve restituí-lo.
No entanto, os riscos correm por conta do comprador se:
- O bem tiver perecido depois que o mesmo tiver sido posto à sua disposição;
- Estiver o comprador em mora de receber o bem;
- Se o bem for expedido para lugar diverso, por ordem do comprador, a partir do momento da entrega de tal bem para o transportador.
Quando os riscos são suportados pelo comprador, fica ele obrigado a pagar o preço mesmo sem receber o bem.
MODALIDADES ESPECIAIS DE VENDA
Dependendo do tipo de bem a que estejamos nos referindo, as vendas podem particularizar-se em modalidades sujeitas a regras próprias.
Bens Imóveis - Destacam-se a venda ad corpus, a venda ad mensuram, a venda de coisa exclusiva e a venda de fração de condomínio.
Bens Móveis - Destacam-se as que se realizam à vista de amostras, protótipos ou modelos e a de venda contra documentos. Destacam-se ainda as vendas puras, as condicionais, as a prazo, as que se dão à prestações, entre outras. 
Venda Ad Corpus - A venda ad corpus é a que se faz sem a determinação da área do imóvel, ou estipulação do preço por medida de extensão. O bem é vendido como corpo certo, individualizado por suas características e confrontações.
Venda Ad Mensuram - Já na venda ad mensuram, a determinação da área do imóvel é elemento determinante da fixação do preço, explícita ou implicitamente.  A área é condição do preço quando este se estipula por medida de extensão.
Mas, por que é importante fazer essa distinção?
Na venda Ad Corpus o comprador não tem nenhuma pretensão se as dimensões do imóvel forem inferiores às que ele havia presumido.
Na venda Ad Mensuram deve haver exatidão com respeito às dimensões declaradas na escritura.
Caso haja divergência, o comprador pode exigir do vendedor que tal diferença seja completada. 
Se tal não for possível, pode o comprador resolver o contrato ou pedir abatimento proporcional do preço. (artigo 500 do Código Civil).
Venda de coisa indivisível - No que se refere à venda de coisa indivisível da parte ideal na fração de condômino, deve este oferecê-la aos outros condôminos, antes de fazê-lo a terceiros. Caso contrário, tal venda não terá efeito, se, por exemplo, um dos outros condôminos assim o arguir, por causa de seu direito de preferência.
Venda de bens móveis - Com respeito à venda de bens móveis por meio de vista de amostras, protótipos ou modelos, deve o bem ter rigorosa conformidade com eles. Caso contrário, o comprador pode enjeitar o bem e resolver a venda. (artigo 484 do Código Civil).
Venda Condicional - Deve-se observar o tipo de condição nela presente.
Venda Suspensiva - A propriedade da coisa só se transmite ao comprador quando ela for verificada.
Venda Resolutiva - O vendedor readquire a propriedade da coisa e fica obrigado a restituir o preço ao comprador quando tal condição for implementada. 
Venda que se dá por meio de Documentos - Outro tipo de venda bastante interessante é o que se dá por meio de (sobre) documentos. 
Nesta a tradição do bem é substituída pela entrega de documentos que comprovem a existência da mercadoria. O vendedor cumpre com sua obrigação principal quando entrega ao comprador os documentos (artigo 529 do Código Civil). 
Estando em ordem os documentos, o comprador não pode negar o pagamento.
Esta modalidade de contrato é muito comum nos contratos internacionais de importação e exportação, pois facilita muito o comércio à distância.
AULA 06 - CONTRATOS DE LOCAÇÃO 
O Código Civil regula o contrato de locação de coisas, do artigo 565 ao 578, porém, determina em seu artigo 2.036, que a locação de prédio urbano continua a ser regida por lei especial que estiver em vigor. 
Tínhamos a Lei 8.245, de 18 de outubro de 1991, lei esta que foi substituída pela Lei 12.112, de 9 de dezembro de 2009 e que começou a vigorar em 25 de janeiro de 2010.
O contrato nasce quando alguém cede a outra pessoa o uso e gozo de uma coisa infungível, por tempo determinado ou não, mediante uma retribuição.
De acordo com o que nos ensina Orlando Gomes: “Locação é o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante contraprestação em dinheiro, a conceder à outra, temporariamente, o uso e gozo de coisa não fungível.”
Locador (senhorio) - parte que concede o uso e gozo da coisa.
Locatário (inquilino) - parte que recebe a coisa.
Aluguel - retribuição pelo uso e gozo da coisa.
O contrato de locação é sinalagmático, simplesmente consensual, oneroso, comutativo, impessoal e de duração.
É sinalagmático porque, para o locatário, há o direito de uso e gozo da coisa e a obrigação de pagar o aluguel, da mesma forma que, para o locador, há o direito de receber o aluguel e a correspondente obrigação de proporcionar e assegurar o uso e gozo da coisa locada. 
É consensual, pois resulta da vontade das partes.
É oneroso porque ao uso e gozo da coisa deve corresponder, necessariamente, certa retribuição. Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso de comodato.
É impessoal, e, assim sendo, a morte de qualquer dos contratantes não o extingue, logo, admite cessão.
É contrato de duração, pois sua execução prolonga-se necessariamente no tempo, pertencendo, para alguns estudiosos, à subespécie dos contratos de trato sucessivo, e para outros, aos contratos de execução continuada. 
Para Orlando Gomes, trata-se de contrato de execução continuada, pois seu objeto é único, apesar de haver a obrigação de o locatário pagar a locação por meio de prestações periodicamente repetidas.
A coisa a ser locada deve ser infungível, isto é, não pode ser substituída por outra, mesmo que seja da mesma espécie, qualidade ou quantidade. A coisa deve ser fungível, pois o locatário é obrigado a devolver ao locador a coisa que recebeu para uso e gozo.
Pode ser coisa móvel ou imóvel, podendo ser alugada no todo ou em partes, desde que seu uso assim o permita.
MODALIDADES DE CONTRATO DE LOCAÇÃO
Quando a locação tem por objeto um bem imóvel, é importante distinguir a locação de prédios urbanos e prédios rústicos.
Tal distinção não é pacífica e existem três critérios diferentes para ela: Localização, estado do prédio e destinação econômica do prédio.
De acordo com o critério da localização, consideram-se urbanos os prédios situados no perímetro da cidade, edificados ou não. 
Já de acordo com o critério do estado, deve considerar-se o terreno onde houver construção, seja qual for sua localização. De acordo com o terceiro critério, levam-se em conta as terras que se destinam à edificação para moradia ou instalação de casas comerciais ou residenciais.
O Estatuto da Terra, Lei 4.504/64, adota o critério da destinação econômica ao conceituar o que seja imóvel rural (prédio rústico), como sendo a área destinada à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, através de planos públicos de valorização ou de iniciativa privada.
A locação predial urbana acha-se, atualmente, regulada pela
Lei 12.112/2009 e a locação de imóveis rurais tem sua disciplina nos artigos 92 a 95 do Estatuto da Terra. 
No Código Civil, artigos 565 a 578, vemos as regras gerais da locação, aplicadas prioritariamente às modalidades de locação não reguladas por meio de legislação específica,a saber, locações de vagas autônomas de garagem e espaços para estacionamento de veículos, espaços destinados à publicidade e de apart-hotéis, hotéis-residência e equiparados, além de locação para bens móveis em geral.
São tais disposições aplicadas, supletivamente, às modalidades de locação regidas por lei especial, bem como por analogia, aos contratos atípicos que possuem elementos próprios do contrato de locação, tais como o leasing e o contrato de utilização de unidade comercial em shopping Center.
OBRIGAÇÕES DO LOCADOR
- Entregar ao locatário a coisa locada em estado de servir ao uso a que se destina - fazer reparos necessários, os reparos de urgência e os extraordinários e pagar pelas benfeitorias necessárias;
- Assegurar ao locatário o uso pacífico da coisa locada, dando-lhe garantia contra turbações de terceiros, quer de direito ou de fato;
- Na locação predial urbana, cabe-lhe pagar os impostos incidentes no imóvel, taxas e despesas de intermediação ou administração imobiliária - as taxas e impostos podem ser transferidos, contratualmente, para o locatário.
- Pagar pontualmente o aluguel;
- Usar a coisa como bom pai de família, como se sua fosse;
- Restituir a coisa, quando findo o contrato, no mesmo estado em que a recebeu;
- Pagar as despesas provenientes de limpeza, força, luz, água, saneamento e condomínio.
SANÇÕES
No caso de uma das partes contratantes não cumprir obrigação oriunda do contrato de locação, o credor pode optar por uma das sanções abaixo:
- Resolução do contrato;
- Execução compulsória;
- Perdas e danos;
- Suspensão do pagamento de aluguéis;
- Redução proporcional dos aluguéis;
- Despejo do locatário;
- Realização das garantias - caução, fiança ou seguro de fiança locatícia.
DURAÇÃO DO TEMPO DE CONTRATO
Trata-se de contrato temporário. O uso da coisa pode ser por tempo determinado ou indeterminado.
Na locação por tempo determinado, as partes fixam sua duração, estipulando termo final. Nesse caso, permite-se a renovação, que se for mediante aditamento ao contrato, será expressa.
Caso não haja renovação decorrente do comportamento das partes, que continuam a cumprir suas obrigações como se o prazo não tenha se esgotado, há aí uma recondução tácita, cujo efeito principal é o de converter tal contrato em contrato por tempo indeterminado.
Havendo prazo estipulado, nenhuma das partes pode desvincular-se antes que se esgote. Nesse caso, a resilição sujeita o autor da mesma ao pagamento de perdas e danos.
A locação por tempo indeterminado pode ser extinta a qualquer momento por iniciativa de um dos contratantes.
RISCOS
O locador suporta os riscos no caso de perecimento da coisa por força maior ou caso fortuito. A destruição da coisa pode ser:
1- Total: Se for destruição total, o contrato se dissolve.
2- Parcial: Se tiver ocorrido destruição parcial, a  coisa, ainda que parcialmente destruída, pode interessar ao locatário, e, nesse caso, o locador pode vir a reduzir-lhe, proporcionalmente, o aluguel.
No caso de incêndio do prédio, caso não seja provado que ele tenha sido originado por caso fortuito, vício de construção ou propagação de fogo originado em outro prédio, a responsabilidade recai sobre o locatário. A este cabe o ônus de provar que não teve culpa pelo incêndio. 
Se provada a não culpa do locatário, o locador suporta tal prejuízo.
Quando se trata de incêndio em prédio, caso provem que não têm culpa, a responsabilidade recai na figura dos inquilinos, na proporção da parte que cada um ocupa.
Se provado que a culpa pelo mesmo é de um só morador, cabe a este total responsabilidade pelo mesmo.
CESSAÇÃO DO CONTRATO DE LOCAÇÃO
A locação cessa pelos modos e causas que extinguem os contratos em geral. No entanto, existem algumas particularidades, dentre as quais destacamos a presença do poder público através do obrigatório e geral poder de apreciação do juiz na resolução do contrato.
Denúncia - É quando a resolução do contrato de locação por iniciativa do locador só se consuma em execução da sentença proferida na ação de despejo que tem de propor se o inquilino infringe obrigação legal ou contratual, ou se o interesse do locador tem respaldo na lei, contemplado que se ache na enumeração taxativa dos casos de rescisão e retomada - artigos sétimo, oitavo, nono, 47 e 53 da Lei 8.245/91.
Retomada do imóvel - É quando o direito do inquilino sucumbe diante da necessidade do locador, como no caso deste precisar do imóvel para morar ou para reconstruí-lo.
Rescisão - Já a rescisão ocorre quando o locatário infringe o contrato ou viola preceito legal atinente ao conteúdo ou à causa da relação locativa.
A rescisão tem cabimento quando se configura justa causa e a mais frequente das causas costuma ser o atraso no pagamento do aluguel.
O contrato de locação também pode cessar através de:
- Distrato; 
- Perecimento da coisa locada;
- Expiração do prazo contratual, quando a lei não impõe prorrogação ou renovação.
LOCAÇÃO PARA FINS COMERCIAIS OU INDUSTRIAIS
Quando o locatário que exerce atividade mercantil ou industrial e explora, a pelo menos três anos, o mesmo ramo de comércio ou indústria, e se contratou a locação pelo prazo mínimo de cinco anos, tem ele o direito de renovar, pelo mesmo prazo, tal contrato, sem que a renovação possa ser obstada pelo locador.
A finalidade de tal garantia é tutelar o fundo de comércio criado pelo locatário.
CESSÃO E SUBLOCAÇÃO
O contrato de locação pode ser totalmente cedido, mas necessita para tal, do consentimento escrito do locador. 
Se isso ocorre, o cessionário toma a posição contratual do cedente, que desaparece, saindo da relação contratual isento de toda a responsabilidade. Seus direitos e obrigações transmitem-se ao cessionário.
A sublocação é contrato derivado, e não liberta o locatário, o qual continua responsável pela conservação do imóvel e pagamento do aluguel.
A sublocação é permitida se não for expressamente proibida. A sublocação, total ou parcial, de prédio urbano é proibida, a menos que haja consentimento por escrito do locador.
Na sublocação, o locatário transfere a terceiro a utilidade da locação, mas sem se fazer substituir em sua posição contratual. Ele continua responsável pela conservação da coisa e pagamento do aluguel. A sublocação não estabelece qualquer vínculo entre o locador e o sublocatário, desse jeito, não é possível, em princípio, que um proponha ação direta contra o outro. 
O sublocatário responde subsidiariamente ao senhorio, pela importância que deve ao sublocador quando este for demandado, devendo ser notificado na ação, inadmitidos, por fraudulentos, os recibos de pagamento adiantado. 
Em suma, a lei manda aplicar à sublocação o mesmo que dispõe acerca da locação.
DESPEJO
O despejo se faz através de ação judicial, que é própria da locação, e tem eficácia executiva contemporânea à sentença.O despejo é um procedimento necessário para as seguintes situações.
- Para a rescisão do contrato ou retomada do imóvel locado;
- No caso de o locatário não restituir ao cessar a locação;
- No caso de o locatário infringir cláusula contratual ou prescrição legal.
A sentença resolve o contrato, mas o despejo é necessário para se obter a desocupação do imóvel.
A pessoa que alugou o imóvel, seu proprietário ou não, é quem tem legitimação ativa para intentar ação de despejo.
Tem legitimação passiva o locatário ou quem esteja ocupando o prédio em seu lugar, tal como o cessionário ou o sublocatário.
O despejo não se realiza se o locatário estiver gravemente enfermo ou se a sentença tiver reconhecido a retenção por benfeitorias, até que o locatário seja indenizado.
A desocupação do prédio deve ser feita, de modo geral, no prazo de trinta dias, assinado em juízo, podendo ser aumentado para até um ano, se tratar de hospital ou escola.
A justificativa para haver retomada do imóvel por parte do locador deve ser sincera e legítima, caso contrário, tal retomante pode ter que pagar ao ex-locatário a multa que for arbitrada pelo juiz, que pode chegar até o limite de vinte e quatromeses de aluguel.
NOVA LEI DO INQUILINATO
Algumas novidades trazidas pela Lei 12.112/2009  (Nova Lei do Inquilinato)
Prazo do Contrato - Foi mantido o prazo de 30 meses, prazo esse que pode ser menor ou maior.
Renovação de contrato - Quando encerrado o prazo estipulado, as partes ficam livres para deixar ou pedir o imóvel, conforme disposto no Código Civil. O inquilino só pode permanecer no imóvel se cobrir a oferta.
Retomada do imóvel - Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não pode o locador reaver o imóvel alugado.
Rescisão contratual - É oneroso porque ao uso e gozo da coisa deve corresponder, necessariamente, certa retribuição. 
Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso de comodato.
Disputa Judicial - O juiz fixará valor de aluguel provisório limitado a 80% do montante corrente.
AULA 07 - CONTRATO DE DOAÇÃO
Muitas pessoas podem vir a pensar que doação é ato jurídico que tem o poder de transmitir a propriedade de um bem para a pessoa que esteja sendo por ela beneficiada. No entanto, o mero contrato de doação não possui tal efeito. Ele é, simplesmente, um contrato translativo de domínio de um bem que esteja sendo doado. Sua feitura só é possível se vier a acontecer entre pessoas vivas, diferentemente do que ocorre no testamento. Outro ponto importante a lembrar acerca do contrato de doação é o fato de que para que ele seja efetivado é necessário o aceite do beneficiário, vindo tal aceitação só ser dispensada se aquele a quem se queira doar algo seja pessoa absolutamente incapaz.
Doação - É negócio jurídico de natureza especial. 
De acordo com o que nos ensina Orlando Gomes, doação é o tipo de contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir gratuitamente um bem de sua propriedade para patrimônio da outra, que se enriquece na medida em que aquela empobrece.
A doação é contrato unilateral, simplesmente consensual e é gratuito.
Todos os bens e direitos alienáveis podem ser objeto de doação, e todas as pessoas que dessas coisas dispõem têm capacidade para fazer doação.
NATUREZA JURÍDICA DA DOAÇÃO
A Natureza jurídica da doação é, indubitavelmente, para o Direito Moderno, um tipo de contrato, apesar de ter que observar algumas regras aplicadas aos testamentos.
Em sua formulação é indispensável que haja o acordo de duas vontades, e só tem efeito se o donatário a aceita, de forma tácita ou expressa.
No entanto, existem alguns atos jurídicos que se constituem de verdadeira doação, apesar de independer de consentimento do donatário. São eles:
• A liberação de um devedor resultante de prescrição que o credor deixa correr voluntariamente.
• Os gastos feitos por conta de outra pessoa, sem a intenção de os reclamar.
• A liberação de um devedor em consequência de pagamento, novação ou fiança, quando a exoneração se verifica com o objetivo de presentear o devedor.
É indispensável o consentimento do beneficiado para que haja doação, só havendo uma hipótese em que ele é dispensável – quando se tratar de donatário absolutamente incapaz, no caso de doação pura, não dispensando, porém, a aceitação pelo representante legal de tal donatário.
Pode um donatário não aceitar a doação?
Como se trata de contrato benéfico, ele somente deixa de ser efetivado se houver repulsa explícita por parte do pretenso donatário.
O contrato de doação só produz efeitos obrigacionais. Por meio dele não se transmite a propriedade do bem. Isso só ocorre quando há a tradição, se o bem for móvel, e por transcrição, caso o bem seja imóvel.  
O contrato de doação é apenas contrato translativo de domínio. 
O doador se obriga a transferir de seu patrimônio bens para o patrimônio do donatário, mas este só adquire a propriedade do bem doado com a sua tradição ou a transcrição.
ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DO CONTRATO DE DOAÇÃO
As condições para que o negócio jurídico seja uma doação são:
• Ele tem que se verificar entre pessoas vivas, o que o diferencia do testamento;
• Uma de suas partes enriquece (o donatário), enquanto a outra parte empobrece (o doador) elemento objetivo;
• O doador manifesta a vontade de querer enriquecer o donatário às suas expensas – elemento subjetivo.
É indispensável a intenção do doador de praticar um ato de liberalidade. Se este não for o seu objetivo, não será doação. Não basta a gratuidade do contrato. É preciso que haja a vontade desinteressada de fazer benefício a outrem.
PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DO CONTRATO DE DOAÇÃO
No que se refere à capacidade das partes, vemos que, como o contrato de doação é translativo de domínio, O doador precisa ter o poder de disposição para assumir a obrigação de alienar o bem doado.
Com relação ao donatário, e como tal tipo de contrato está na categoria de benéfico, ele não precisa ter a capacidade de fato para aceitar a doação, embora se suponha necessário o consentimento de seu representante legal.
Podem aceitar a doação os incapazes e até o nascituro, mas a aceitação deve ser declarada por aquele a quem incumbe curar de seus interesses (pais ou seus representantes legais). 
Não têm legitimação para doar os tutores e curadores a seus pupilos e curatelados  e nem o cônjuge adúltero a seu cúmplice. Neste último caso, tal doação pode ser anulada pelo cônjuge prejudicado ou seus herdeiros necessários. 
Aos tutores e curadores não é permitida a doação dos bens que administram, nem aceitar doações de seus tutelados e curatelados.
FORMAS E ESPÉCIES DE DOAÇÃO
O objeto da doação pode consistir de coisas que estão presentes no comércio – bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, presentes e futuros, direitos reais e pessoais e vantagens de qualquer espécie.
DOAÇÕES NULAS
As doações são consideradas nulas nos seguintes casos:
- O bem a ser doado deve pertencer ao doador no momento em que o doa.
- A doação de todos os bens, sem reserva da parte ou renda suficiente para a subsistência do doador.
- A doação da parte excedente do que poderia dispor o doador em testamento, no momento em que faz a doação. As doações podem se dar de forma:
- Verbal: só admitida em doações de coisas móveis de pouco valor. Também conhecida como doação manual.
- Por instrumento particular
- Por escritura pública: no caso de bens imóveis de certo valor.
NATUREZA JURÍDICA DA DOAÇÃO
1- Pura - é a mais simples e comum. É aquela que se faz por espírito de liberalidade, sem subordinação a qualquer acontecimento futuro e incerto. Nela não há limitações ao direito do donatário.
2- Condicional - é a que depende de acontecimento futuro e incerto para ser eficaz.
3- Modal - impõe ao donatário encargos ou obrigações.
4- Remuneratória - é a que se faz para recompensar serviços prestados ao doador, que não podem ser cobrados.
5- Mista - é uma venda a preço irrisório, mas na verdade, o doador quer, de fato, doar o bem.
6- Com cláusula de reversão - estipula que o bem doado voltará ao patrimônio do doador se o donatário falecer antes dele.
CONTEÚDO DA DOAÇÃO
A obrigação fundamental que se origina do contrato de doação é a de que deve haver a efetiva entrega do bem ao donatário com o ânimo de lhe transferir a propriedade. O doador, depois de concluído o contrato, não pode desfazer o seu ato de liberalidade, a seu arbítrio. 
Como se trata de contrato benéfico, o doador não está sujeito à evicção (exceto no caso de doação para casamento com certa e determinada pessoa, quando não haja cláusula isentando-o de tal responsabilidade), assim como também não tem o doador a obrigação de pagar juros moratórios se retarda a entrega do bem doado ao donatário, e nem responde ele pelos vícios redibitórios do bem.
O doador tem a obrigação de entregar o bem ao donatário, e este tem o direito de exigir a entrega do bem.
INVALIDADE
Doação inválida 
- O doador não tem capacidade para fazê-la.
- Quando há a ilegitimidade do donatário.
- Quando inexiste a aceitação.
- Na inobservância da forma prescrita por lei.
- Quando há inidoneidade do objeto.
Doação anulável
- Ela tem causa ilícita;
- Existe fraude a credores, ou seja, quando o doador ao fazera doação já era insolvente ou por ela for reduzido à insolvência.
REVOGAÇÃO E EXTINÇÃO  DA DOAÇÃO
A doação pura é revogável por ingratidão do donatário. 
O Código Civil, em seus artigos 555 a 561, enumera os casos em que se configura a ingratidão. São eles:
• Atentado à vida do doador intentado pelo donatário;
• Se o donatário comete homicídio doloso contra o doador;
• Se há ofensa física, injúria grave ou calúnia feita pelo donatário ao doador;
• Se o donatário se recusa a prestar alimentos ao doador, quando podia tê-lo feito.
A revogação da doação precisa ser feita através de ação judicial, que deve ser ajuizada dentro de um ano, contado de quando lhe chegue ao conhecimento o fato que a autorize e a autoria do donatário. O direito de propor tal ação é personalíssimo, não se transmite aos herdeiros. No entanto, se o doador vier a falecer após ter iniciado tal ação, os herdeiros podem prosseguir com a ação até o final.
O direito de revogar doação por ingratidão é irrenunciável. Se a doação for revogada, o donatário não é obrigado a restituir os frutos percebidos, mas, proposta a ação revocatória, não terá mais direito de percebê-los desde a contestação da lide, se vencido for. Se condenado, ele será obrigado a restituir tais frutos. Se não lhe for possível restituir em espécie a coisa doada, fica ele sujeito a indenizar pelo meio-termo do valor do bem.
Não são revogadas por ingratidão:
• As doações remuneratórias.
• As doações modais cujo encargo já tenha sido cumprido.
• As que se fizeram em cumprimento de obrigação natural.
• As feitas para determinado casamento.
É inadmissível a modificação do contrato de doação que já tenha sido executado com o registro do imóvel doado, fato este necessário à produção do efeito translativo.
Exclui-se também a revogação se o doador tiver perdoado o donatário.
AULA 08 - CONTRATO DE TROCA OU DE PERMUTA 
Sabemos que, historicamente, a prática da troca, ou escambo, precede o uso comum da compra e venda. Ele é o mais antigo dos contratos por representar na história dos povos a possibilidade de acesso a outros bens e utilidades sem exigência da força física ou luta corporal. 
Antes da economia monetária, na época das sociedades primitivas, o escambo era o instrumento jurídico da circulação de bens. Era a única forma de promover-se a circulação de bens, justificando-se como sendo útil instrumento econômico para fomento das necessidades humanas naquela época. No entanto, com o passar do tempo, sua importância foi sendo reduzida, dando lugar à nova prática da compra e venda de bens.
Na permuta, um dos contratantes promete uma coisa em troca de outra. Nela não há preço, e é irrelevante que as coisas permutadas tenham valores desiguais.
As partes que participam da permuta são denominadas PERMUTANTES.
Por meio do contrato de troca, um dos sujeitos que dele participam se obriga a transferir a outrem a propriedade de uma coisa, recebendo, via de regra, não uma quantia em dinheiro, mas uma outra coisa, cuja propriedade este outro promete, por sua vez, transferir-lhe.
Este contrato está disciplinado no artigo 533 do Código Civil.
QUALIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA
Quando um dos contratantes promete uma coisa  em troca de outra, não há dúvidas em se afirmar que se trata de um contrato de troca ou permuta.
No entanto, quando a prestação de um dos contratantes consiste parte em dinheiro e parte em outra coisa, surge dúvida quanto à qualificação de tal contrato, podendo ser de troca/ permuta ou de compra e venda.
Há dois critérios que podem ser usados par resolver a situação:
- Objetivo: considera-se como compra e venda se a parte em dinheiro for superior à outra parte. Caso contrário, será qualificado como contrato de troca ou permuta. 
- Subjetivo: o que conta é a intenção das partes sobre o conteúdo objetivo do contrato, pouco importando a qualificação que lhe deem os contratantes.
Aconselha-se utilizar o critério objetivo.
CARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA
Trata-se de um contrato bilateral, oneroso, comutativo e simplesmente consensual. Esta última característica não tem entendimento unânime por parte dos estudiosos do Direito.
No Direito moderno há as legislações que admitem a transferência da propriedade por efeito direto e imediato dos contratos, as quais consideram a troca como contrato de efeitos reais, e há as que não atribuem ao contrato efeito translativo de domínio, tratando-o como contrato de efeitos obrigacionais. Quanto à forma, a troca é contrato solene.
ATENÇÃO: Se as coisas permutadas forem imóveis de valor superior ao estipulado na lei, o contrato deve ser celebrado por meio de escritura pública.
Se os imóveis estiverem em circunscrições diferentes, a transcrição deve se realizar nos registros correspondentes à situação de cada um, logo, há dupla transcrição.
OBJETO DO CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA
Coisas e direitos podem ser objetos de troca. Neste contrato, não é necessário que os bens sejam de igual espécie. 
Então, pode-se trocar um imóvel por uma coisa móvel, ou um bem por um direito? A resposta é sim. A coisa a ser trocada também não precisa ser corpo certo, mas precisa ser determinável. Elas também não precisam ter valores iguais. A desigualdade somente desfigura a permuta quando o contratante que dá coisa de menor valor e completa sua prestação com dinheiro e o complemento é mais valioso. Aí passa-se a ter um caso de compra e venda.
Objetos de troca devem ser dois bens. Se em vez de uma coisa, um dos contratantes presta um fato, como por exemplo, se contrai a obrigação de executar determinado serviço, aí não teremos um caso de troca ou permuta.
DISPOSIÇÕES COMUNS À TROCA E À COMPRA E VENDA
Em virtude da analogia entre a troca e a compra e venda, as legislações prescrevem que à elas se apliquem as mesmas regras.
Os permutantes, assim como o vendedor, têm as mesmas obrigações em relação à garantia de evicção. Cada um deles também responde pelo defeito oculto da coisa, e podem sofrer os efeitos da sentença proferida na ação estimatória.
Em relação aos riscos: até o  momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, o que também se aplica aos permutantes, visto que cada qual se obriga a entregar determinada coisa.
Em relação às proibições: As proibições de compra e de venda também vigoram para a permuta, embora não se justifiquem, podendo haver troca de valores iguais entre ascendente e descendente.
DISPOSIÇÕES PRÓPRIAS DA TROCA
Enquanto na compra e venda as despesas da escritura ficam a cargo do comprador, e na tradição, ficam a cargo do vendedor, na troca, cada um dos contratantes deve pagar por metade dessas despesas. Nada impede, portanto, que, na compra e venda, as despesas sejam divididas, e que, na troca, um dos permutantes se obrigue a satisfazê-la integralmente.
Com relação ao pagamento do imposto de transmissão da propriedade, cada contratante paga metade do tributo devido. Se os valores são desiguais, o contratante que adquire a propriedade do bem de maior valor paga sobre a diferença.
Nos contratos entre ascendente e descendente, pode haver permuta de bens, independentemente do consentimento dos outros descendentes. Nesse caso, exige-se apenas que a troca seja de bens do mesmo valor. Se forem valores desiguais, dependerá do consentimento expresso dos outros descendentes e do cônjuge do permutante. Se isso não ocorre, tal contrato é anulável.
AULA 09 - CONTRATOS BANCÁRIOS
Os contratos bancários, com os quais todos temos contato em nosso dia a dia, apresentam características especiais das atividades bancárias, que são:
1- Peculiaridade: uma vez que o objeto das operações bancárias é o dinheiro e o crédito.
2- Homogeneidade: Que reflete a contratação em massa para maior obtenção de lucros.
3- Complexidade: Devido à constante evolução técnica e comercial.
4- Profissionalidade: É a intermediação do crédito.
5- Comercialidade: O próprio Código Comercial, nos artigos 119 e 120, nesta parte revogado pelo atual Código Civil, considerava as atividades

Continue navegando