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RESUMO DAS UNIDADES EAD - ANTROPOLOGIA UNIDADE 1 Conceitos chaves e que vocês devem prestar atenção: Cultura - Diversidade cultural - Etnocentrismo - Relativismo cultural - Etnicidade - Alternidade. ANTROPOLOGIA A Antropologia é uma das ciências que busca compreender os fenômenos culturais e pode contribuir para a promoção da tolerância, mostrando, como afirma Da Matta (2001), que o diferente não tem a denotação de inferioridade, mas que indica alternativas e equivalências. A Antropologia surgiu na Europa e ganhou legitimidade como saber acadêmico apenas na segunda metade do século XIX, quando foi definido seu objeto de estudo: o de explicar a existência de sociedades com costumes e hábitos diferenciadas, sob o parâmetro da cultura europeia tida como modelo de existência, de ser e estar no mundo. Para Lévi-Strauss, o estudo da Antropologia ocorre em três etapas: a Etnografia, a Etnologia e a Antropologia. Etnografia: seria o correspondente aos primeiros estágios da pesquisa, tratando do trabalho de campo e da observação Etnologia: elaboração de conclusões mais extensas que não seriam possíveis no primeiro momento (síntese) Antropologia: terceiro e último passo do estudo, no qual estão inclusas as conclusões da Etnografia e da Etnologia Laplantine cita cinco áreas do fazer antropológico que mais se destacam: 1. Antropologia Biológica: estuda as variações dos caracteres biológicos do homem no espaço e no tempo; 2. Antropologia Pré-histórica: estudo do homem através dos vestígios materiais enterrados no solo; 3. Antropologia Linguística: seu objeto de estudo é a forma como os indivíduos de uma sociedade expressam seus valores, suas preocupações, seus pensamentos; 4. Antropologia Psicológica: estudo dos processos e do funcionamento do psiquismo humano; 5. Antropologia Social e Cultural (ou etnologia): foco é tudo o que diz respeito a uma sociedade, ou seja, os seus modos de produção econômica, a moral, as suas técnicas, a sua organização política e jurídica, seus sistemas de parentesco, seus sistemas de conhecimento, a suas crenças religiosas, a sua língua, os seus valores, as suas criações estético-artísticas e a compreensão da realidade cultural produzida na era da sociedade informatizada. CULTURA Cultura é toda atividade física ou mental que não advém necessariamente da biologia, mas uma construção social, partilhada pelos membros de um grupo que possuem características comuns entre si. É algo aprendido, assimilado e em constante transformação. Cultura refere-se aos padrões de comportamento socialmente transmitidos que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. Esse modo de vida das comunidades inclui tecnologias e modos de organização econômica, padrões de estabelecimento, de agrupamento social e organização política, crenças e práticas religiosas e assim por diante (KEESING, 1974 apud LARAIA, 2001, p. 59). Kroeber (1917 apud LARAIA, 2001) foi pioneiro em assumir que o homem é diferente dos demais animais por dois motivos: na possibilidade da comunicação oral e na capacidade de fabricação de instrumentos além do seu aparato biológico. Cultura refere-se à herança social e total da Humanidade, incluindo os fenômenos ocorridos no último século. Dessa forma, a cultura é composta de um grande número de culturas, que caracterizam certo grupo de indivíduos. CONCEITOS DE ETNOCENTRISMO, RELATIVISMO, ETNICIDADE E ALTERIDADE Etnocentrismo: Quando um indivíduo ou grupo toma a sua cultura pela perspectiva do juízo de valor, depreciando ou ignorando às demais variações culturais, damos o nome de etnocentrismo. O etnocentrismo surge quando um indivíduo ou grupo considera a sua cultura como mais sofisticada e superior do que as culturas dos demais. Ao etnocentrismo há outros tipos de preconceitos relacionados, como a xenofobia (preconceito contra estrangeiros ou pessoas de outras localidades) e a intolerância de uma forma geral. Relativismo: O relativismo cultural, como premissa teórico-metodológica da Antropologia, surgiu a partir do século XX como uma espécie de regra de conduta contra a atitude etnocêntrica. O relativismo cultural refere-se à incapacidade de mensurar a cultura de um grupo. A ideia de relativismo social tem origem com a Antropologia social, buscando comparações e critérios independentes. O relativismo cultural é uma atitude necessária para aceitar a diversidade cultural em qualquer contexto, pois permite compreender que toda cultura é única. Etnicidade: Trata-se de um conjunto de características comuns a um grupo de pessoas que as diferenciam de outro grupo. A etnicidade envolve distinção de grupos e indivíduos pelo estilo das vestimentas, da língua, da religião e de outras características que são culturalmente percebidas e aprendidas. Todas as pessoas em sociedade possuem etnicidade, mas o conceito é mais evidentemente percebido entre os grupos que sofrem preconceitos. Alteridade: Para Laplantine (2003, p. 13), a alteridade é a descoberta proporcionada pela distância em relação a nossa sociedade. A alteridade nos leva à experiência da “diferença”, em aceitar no outro aquilo que acabamos descobrindo em nós mesmos, já que os seres humanos têm em comum a capacidade para se diferenciar uns dos outros, para elaborar valores, costumes, línguas, conhecimento etc. UNIDADE 2 Conceitos chaves e que vocês devem prestar atenção: Pós-modernidade - Sociedade do Conhecimento - Culturas híbridas - Globalização PÓS-MODERNIDADE Existem diversas correntes teóricas sobre a pós-modernidade. Saiba que definir esse conceito e aquilo que o caracteriza é um desafio, pois ele não é estático, ou seja, as mudanças são frequentes e os fenômenos se modificam mesmo antes de os compreendermos. Para alguns teóricos, a pós-modernidade é um paradigma que abrange o período após o século XIX e a Revolução Industrial, e que não prevê a próxima etapa, o próximo momento histórico. Outros acreditam que a pós-modernidade se iniciou na década de 1970, com a expansão das tecnologias de informação e comunicação e com o grande impacto da mídia. Lyotard (2004) e Baudrillard (1995) afirmam que a pós-modernidade é o período que inicia no fim da Modernidade (XVIII-XIX) e que dominou a estética e a cultura até final do século XX. Já Benjamin (2014), afirma que a Pós-Modernidade se refere apenas à uma extensão da Modernidade. Para Jameson (2002) e Harvey (1994), a Pós-Modernidade foi um período conhecido como “capitalismo tardio” ou “acumulação flexível” – estágios do capitalismo. Bauman, um dos defensores do termo “pós-modernidade”, refere-se a ele como modernidade póstuma ou modernidade líquida – uma realidade ambígua, multiforme, em que toda estrutura sólida vem a desfazer. Lipovetsky (2007) prefere o termo “hipermodernidade” e acredita não ter havido uma ruptura com os tempos modernos – ainda assim são exaltados os conceitos de individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço, de modo agora mais intenso. Para Habermas, a pós-modernidade é o ressurgimento de ideias anti-iluministas há muito existentes, um neoconservadorismo. Nessa discussão, surgem dois aspectos importantes para o entendimento desse período: os conceitos de sociedade da imagem e da sociedade do conhecimento. Sociedade da imagem: refere-se à criação de novas narrativas, da disposição de novas realidades sobre o real e da mídia incessante. SOCIEDADE DO CONHECIMENTO A Sociedade do Conhecimento podem ser vistas como um fenômeno cultural, ou seja, é parte efetiva da experiência cultural, filosófica e política. Vê-se uma suposta estagnação ideológica e motivacional por parte do indivíduo, cada vez mais absorvido pelo cotidiano, pelo consumo,pela quantificação da vida – algo diferente da modernidade, período que o antecedeu. A sociedade do conhecimento tem a ver com o grande fluxo de conhecimento que envolve a vida social e o processo de seleção da informação para as rotinas e no cotidiano. A sociedade de conhecimento se refere também a um período posterior à sociedade industrial moderna. Se antes a sociedade era impulsionada pela aquisição de matérias-primas e produção, atualmente vemos que as frequentes mudanças, as inovações tecnológicas, o acesso ao conhecimento e a globalização são como molas propulsoras. CULTURAS HÍBRIDAS O termo culturas híbridas refere-se ao limite entre o tradicional e o moderno, entre o elitista, o popular e o massivo. Trata-se de uma espécie de miscigenação entre diferentes culturas, ou seja, uma heterogeneidade cultural presente no cotidiano do mundo moderno. São originárias das trocas culturais neste contexto. A hibridização refere-se ao modo pelo qual modos culturais ou partes desses modos se separam de seus contextos de origem e se recombinam com outros modos ou partes de modos de outra origem, configurando, no processo, novas práticas. [...] A hibridização não é mero fenômeno de superfície que consiste na mesclagem, por mútua exposição, de modos culturais distintos ou antagônicos. A hibridação cultural está sempre presente na rotina de cada indivíduo e formando sempre novas identidades. Sendo um marco da sociedade globalizada, dotada de misturas, de variadas cores e estilos, formando o aspecto do homem moderno e pós- moderno, marcando uma quebra com o modelo das culturas tradicionais. GLOBALIZAÇÃO A globalização tem impactos sem precedentes em quase todas as culturas atuais. Mesmos os povos mais distantes possuem expressividade e podem ser observados de muitas formas, ainda mais pelos novos meios de comunicação. A globalização promove as trocas culturais e as culturas híbridas, que podem ocorrer por assimilação simbólica ou pelo choque, pelas resistências entre culturas distintas. É importante ressaltar que a globalização é um fenômeno arraigado ao modelo capitalista e que há uma hierarquização do espaço global, que se faz muitas vezes pelo modo como a mão de obra é disposta, pelo uso das tecnologias e demandas dos próprios segmentos etc., gerando infinitos problemas sociais. UNIDADE 3 Conceitos chaves e que vocês devem prestar atenção: Identidade social IDENTIDADE SOCIAL Podemos definir identidade social como a estrutura formada pelas relações recíprocas entre pessoas unidas por algum interesse ou característica comum. As identidades sociais, portanto, são dinâmicas e podem mudar ao longo da vida. Elas se constroem e reconstroem, conforme o processo de significação de cada um e as mudanças do próprio grupo. UNIDADE 4 Conceitos chaves e que vocês devem prestar atenção: Raça e etnia - Desigualdade - Religião - Cidadania - Inclusão - Estigma Social RAÇA E ETNIA O termo raça é bem complexo e refere-se aos traços biológicos de espécies distintas. A Antropologia atual compreende a unidade de raça, sem, contudo, encerrar as discussões interétnicas nesse conceito. Já o conceito de etnia refere-se ao pertencimento ancestral e étnico/racial dos grupos em nossa sociedade. Trata-se de um conjunto de indivíduos que têm um ancestral comum (real ou imaginá- rio); têm uma língua em comum, uma mesma religião, crenças, valores ou visão de mundo; uma mesma cultura, o mesmo espaço geográfico e outros aspectos que os identifiquem em relação a outros grupos e identifique o indivíduo a um grupo em específico. RELIGIÃO A religião é um aspecto social e cultural amplamente estudado pela Antropologia, inclusive em suas manifestações no mercado de trabalho, já que são recorrentes nas práticas produtivas e ambientes organizacionais. Dentro do tema RELIGIÃO temos que nos atentar a dois conceitos, o sagrado e o profano Sagrado: refere-se a algo que merece veneração ou respeito religioso por ter uma associação com objetos considerados divinos. Profano: é tudo que transgride as regras sagradas. É o que se torna contrário ao respeito devido às coisas divinas. CIDADANIA O conceito de cidadania é bastante antigo. Provém da Grécia e Roma da Idade Antiga e Europa da Idade Média. Mas há uma nova percepção do que é cidadania após o período moderno e a estruturação do estado-nação (MACHADO, 2011). A cidadania pode ser vista na modernidade sob duas categorias: formal (refere-se ao direito indicativo de nacionalidade – como um “cidadão brasileiro”) e substantiva (definida pela sociologia e pela ciência política como posso de direitos sociais). cidadania é algo que está sempre em construção e o seu reconhecimento ocorre nas relações com o outro. Mesmo que se refira à humanidade, aos direitos igualitários, às individuais e coletivas, muitas vezes ocorrem confrontos às dominações, seja do próprio Estado ou de outras instituições. A cidadania é a pauta das lutas daqueles que são desprovidos das condições igualitárias. INCLUSÃO O fenômeno da inclusão é uma resposta à exclusão, a falta de direito ou acesso às necessidades mais básicas, situações de injustiça, discriminação, à criação de estereótipos, à não aceitação do que é diferente. É na segunda metade do século XX que se intensificou bastante a luta pela igualdade de direitos, empreendida porvários setores da sociedade, com a organização de movimentos sociais reivindicatórios (MACHADO, 2011). ESTIGMA SOCIAL Para a Antropologia, o estigma social é a desaprovação de aspectos ou crenças pessoais, que vão contra normas culturais estabelecidas, o que pode levar à marginalização.
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