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Disciplina: CCE0217 FENÔMENOS DE TRANSPORTES BIBLIOGRAFIA BÁSICA CENGEL, Y.A. et al. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicação. 1ª Ed. AMGH, 2008. HALLYDAY, D. et al. Fundamentos de física vol 2. 8ª Ed. Rio de Janeiro. 2009. MUHSON, B.R. et al. Introdução a engenharia de sistemas térmicos. 1ª Ed. Rio de Janeiro. LTC, 2005. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR AZEVEDO NETTO, J.M. et al. Manual de hidráulica. São Paulo. Edgard Blucher, 1999. BRUNETTI, FRANCO. Mecânica dos fluídos. 2ª Ed. Ver. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2008. CUTNELL, A.T. Física vol 1: Fundamentos e aplicações. 6ª Ed. Rio de Janeiro. LTC, 2006. SERWAY, R.A. Princípios de física vol 1 , Rio de Janeiro. Cangage learning, 2004. McDonald, A.T. Introdução à mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 6ª Ed. Rio de Janeiro. LTC, 2009. TIPLER, P.A. Física para cientistas e engenheiros vol 1, 6ª Ed. Rio de Janeiro. LTC, 2009. FUNDAMENTOS DE HIDROSTÁTICA Hidrostática é o ramo da Física que estuda a força exercida por e sobre líquidos em repouso. Este nome faz referência ao primeiro fluido estudado, a água, é por isso que, por razões históricas, mantém-se esse nome. Fluido é uma substância que pode escoar facilmente, não tem forma própria e tem a capacidade de mudar de forma ao ser submetido à ação e pequenas forças. A palavra fluido pode designar tanto líquidos quanto gases. A área de fenômenos de transporte tem por escopo o estudo do movimento dos fluidos, e as forças responsáveis por tal movimento, ou seja, fenômenos de transporte buscam tratar do comportamento dos fluidos tanto em repouso quanto em movimento. Segundo, Çengel; Cimbala (2007), o conhecimento de fenômenos de transporte é bastante utilizado diariamente nos vários projetos de engenharia modernos, tais como os de aspirador de pó, as aeronaves supersônicas, dentre outros. No corpo humano, os fluidos desempenham um papel vital. “O coração bombeia sangue para todas as partes do corpo humano por meio das artérias e veias, e os pulmões são as regiões de escoamento de ar em direções alternativas”. DEFINIÇÃO DE FLUIDOS Uma substância existe em três estados, também chamados de fases fundamentais, são elas: a fase sólida, líquida e gasosa. Existe ainda um quarto estado chamado de plasma, que existe em temperaturas muito altas. Um fluído consiste numa substância não sólida que, devido a sua pouca coesão intermolecular, carece de forma própria e tende a adotar a forma do recipiente que o contém. PROPRIEDADE DOS FLUIDOS Segundo Cengel, 2007, uma substância no estado líquido ou gasoso é denominada de fluido. A diferença entre um sólido e um fluido é verificada em sua capacidade de resistência ao cisalhamento aplicado que tende a mudar sua forma. O sólido é resistente a tal fenômeno e se deforma, enquanto o fluido deforma-se continuamente sob a influência da tensão de cisalhamento, não importando a sua intensidade. Em sólidos, a tensão é proporcional à deformação, já nos fluidos ela é proporcional à taxa de deformação. PROPRIEDADE DOS FLUIDOS Segundo (Brunetti, 2008) “Fluidos é uma substância que não tem forma própria, assume o formato do recipiente” Os fluídos são, portanto, os líquidos e os gases, sendo que estes ainda se distinguem dos primeiros por ocuparem todo o recipiente, enquanto os líquidos apresentam uma superfície livre. Segundo (Azevedo Netto, et al. 1998) “Fluidos são substâncias ou corpos cujas moléculas ou partículas têm a propriedade de se mover, umas em relação as outras, sob ação de forças de mínima grandeza.” Os fluidos podem ser divididos em líquidos ou aeriformes, que são os gases e vapores, porém na literatura são tratados apenas como gases. “UM FLUÍDOS É UMA SUBSTÂNCIA QUE SE DEFORMA CONTINUAMENTE SOB A APLICAÇÃO DE UAM TENSÃO DE CISALHAMENTO (TANGENCIAL), NÃO IMPORTA QUÃO PEQUENA ELA SEJA” Fox, Robert W; Alan T. McDonald; Philip J. Pritchard. Introdução a Mecânica dos Fluidos. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. TENSÃO DE CISALHAMENTO – LEI DE NEWTON DA VISCOSIDADE Julgando que se possa visualizar um certo volume ABCD de fluido, (figura abaixo), inserido entre duas placas planas, sendo a placa inferior fixa e a superior móvel. Ao se aplicar uma força tangencial constante à placa superior ela irá se deslocar e o volume de fluido ABCD se deformará continuamente, não alcançando uma nova posição de equilíbrio estático, supondo-se as placas de comprimento infinito. TENSÃO DE CISALHAMENTO – LEI DE NEWTON DA VISCOSIDADE Outra observação que se pode fazer desta experiência é que os pontos do fluido em contato com a placa móvel têm a mesma velocidade da placa e os pontos do fluido em contato com a placa fixa ficarão parados junto desta. Desta forma, pode-se definir fluido da seguinte maneira: “Fluido é uma substância que se deforma continuamente sob a ação de uma força tangencial constante, não atingindo nova configuração de equilíbrio estático”. CLASSIFICAÇÃO: Podemos citar alguns dos principais fluidos empregados no cotidiano, entre líquidos e gasosos, tais como: • Água; • Ar; • Vapor de água; • Gases de combustão; • Fluídos refrigerantes. De uma forma prática, os líquidos são aqueles que, quando colocados num recipiente a determinada temperatura e pressão, tomam o formato deste, apresentando porém uma superfície livre; enquanto que os gases preenchem totalmente o recipiente, sem apresentar nenhuma superfície livre. Segundo (Azevedo Netto, et al. 1998) os líquidos têm uma superfície livre, e uma determinada massa de um líquido a uma mesma temperatura, ocupa só um determinado volume de qualquer recipiente em que caiba sem sobras. Os líquidos são pouco compressíveis e resiste pouco a trações e muito pouco a esforços cortantes, por este motivo se movem com muita facilidade. Segundo (Azevedo Netto, et al. 1998) os gases quando colocados em um recipiente, ocupam todo o volume, independente de sua massa ou do tamanho do recipiente. Os gases são altamente compressíveis e de pequena densidade, comparados aos líquidos. O comportamento dos líquidos e gases é análogo apenas em dutos fechados, não sendo observado este comportamento em canais. FLUÍDOS INCOMPRESSÍVEIS E COMPRESSÍVEIS: • Inúmeros problemas na engenharia são resolvidos de maneira satisfatória ao supor que o fluído se comporta de forma incompressível. (Mecânica dos fluídos incompressíveis). • O restante dos problemas são abordados na Mecânica dos fluídos compressíveis. Sistema internacional de unidades Gigapascal (GPa), 109 Pa Megapascal (MPa), 106 Pa Quilopascal (kPa), 103 Pa Pascal (Pa), unidade derivada de pressão do SI, equivalente a um newton por metro quadrado ortogonal à força. Tabela com as unidades SI Para efeito de estudo considera-se que todos os líquidos se comporta de forma incompressível. Segundo (Azevedo Netto, et al. 1998) para os gases geralmente considera-se de forma compressível, porém nos gases, quando a pressão de trabalho é pequena, por exemplo inferiores a 0,1 kgf/cm² (9,81 KPa), o gás pode ser considerado também como incompressível. Por inferência, podemos considerar que um ventilador que comprime ar a baixa pressão, pode ser estudado utilizando a mecânica dos fluidos incompressíveis. Por outro lado, em uma situação onde um compressor comprimi ar a 7 kgf/cm² (686,5 KPa), devendo utilizar a mecânica dos fluídos compressíveis. A seguir serão definidas algumas propriedades dos fluidos que são importantes para o estudo do escoamento em Hidráulica. Massa Específica, segundo (Azevedo Netto, et al. 1998) a massa de um fluído em uma unidade de volume é denominada densidade absoluta, também conhecida como massa especifica.A massa específica de uma substância é dada pela relação de uma amostra homogênea de massa dessa matéria com o volume ocupado por essa quantidade. Massa Específica (µ) [kg/m³] µ=m/v A densidade de um corpo também é dada pela relação entre a massa dele e o volume. Porém, a diferença é que o corpo não precisa ser homogêneo. Densidade () [kg/m³] Densidade =m/v Um peso específico é considerado a razão existente entre a intensidade do seu peso e o volume ocupado. Vamos pensar em um corpo com um peso representado por P, ocupando um volume representado por V: Peso Específico () [N/m³] = P/V Peso Específico Relativo Representa a relação entre o peso específico do fluido em estudo e o peso específico da água. Em condições de atmosfera padrão o peso específico da água é 10000N/m³, e como o peso específico relativo é a relação entre dois pesos específicos, o mesmo é um número adimensional, ou seja não contempla unidades. Por exemplo, amostras de ferro sempre terão massa específica de 7,5 g/cm³ (uma amostra de 75 g ocupa 10 cm³, uma amostra de 750 g, 100 cm³; e assim por diante). Porém, duas esferas ocas de ferro, de mesma massa e tamanhos diferentes, têm densidades diferentes. Uma bolinha de 100g com volume de 100cm³ tem densidade de 1,0 g/cm³. E a densidade de uma bola de 100 g com volume de 200 cm³ é de 0,5 g/cm³. A seguir estão relacionadas as massas específicas de algumas substâncias. Água – 1000 kg/m³ Gelo – 920 kg/m³ Etanol – 790 kg/m³ Mercúrio – 13.600 kg/m³ Alumínio – 2.700 kg/m³ Ferro – 7.800 kg/m³ CONCEITO DE PRESÃO Pressão é a razão entre a força aplicada e a área submetida a esta força. Matematicamente podemos expressar esta grandeza como: A unidade de pressão oficial do sistema internacional de unidades (SI) é o Pascal (Pa), sendo esta unidade Pascal, equivalente a unidade Newton por metro quadrado (Pa = N/m²). Onde: P = Pressão (N/m²) F = Força (N) A = Área (m²) CONCEITO DE PRESÃO P = Pressão (N/m²) F = Força (N) A = Área (m²) Ao apertar um lápis entre seus dedos, conforme a figura abaixo, perceberá dor apenas no dedo em contato com as extremidade apontada. A força exercida tem a mesma intensidade nas duas extremidades do lápis, porém na extremidade apontada a força se distribui em uma área menos, por este motivo dizemos que a força é maior. x y H Consideremos dois pontos “x” e “y” no interior de um líquido homogêneo em equilíbrio, sendo o desnível entre os pontos” igual a zero. ΔP = gΔH ΔH = 0 ΔP = 0 Sendo ΔP = py - px px = py TEOREMA DE STEVIN B A ΔH HB HA Consideremos dois pontos “A” e “B” no interior de um líquido homogêneo em equilíbrio, sendo ΔH o desnível entre os pontos “A” e “B”. Aplicando-se a cada um dos pontos a equação (p = p(atm) + dgh), sendo HA e HB as respectivas profundidades dos pontos “A” e “B” temos: pa=p(atm) + gHa pB=p(atm) + gHb Pa = pb + g ΔHSabemos que a diferença de pressão entre dois pontos (A e B) de um líquido pode ser escrita como: Pa - pb = g ΔH TEOREMA DE PASCAL Quando aplicamos uma força a um líquido, a pressão causada se distribui integralmente e igualmente em todas as direções e sentidos. Então, considerando os pontos, A e B: PA - PB = .g.h As pressões em A e B são: A diferença entre as pressões dos dois pontos. Teorema de Stevin: "A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades dos pontos.“ Δp = .g.Δh Pincípio de Stevin - Em um recipiente, colocam-se dois líquidos imiscíveis cujas densidades são 1 = 800 kg/m3 e 2 = 1.200 kg/m3. Considerando a pressão atmosférica no local igual a 1,01 x 105 Pa, determine: a) a pressão no ponto A; b) a pressão no ponto B; c) a pressão no ponto C. Resolução: a) A pressão no ponto A é a pressão atmosférica: PA = Patm = 1,01 x 105 Pa b) A pressão no ponto B é a pressão atmosférica acrescida da pressão devida à coluna do líquido 1. PB = PA + 2 g h2 = 1,01 x 105 + 1 g h1 = 1,01 x 105 + 800 · 9,8 · 3 = 124,520 kPa c) A pressão do ponto C é a pressão no ponto B acrescida da pressão devida ao líquido 2. PC = PB + 2 g h2 = 124,520 kPa + 1200 · 9,8 · 1= 136,280 kPa Resolução: a) A pressão no ponto A é a pressão atmosférica: PA = P atm = 1,01 x 105 Pa b) A pressão no ponto B é a pressão atmosférica acrescida da pressão devida à coluna do líquido 1. PB = PA + 1 g h1 = 1,01 x 105 + 1 g h1 = 1,01 x 105 + 800 · 9,8 · 6 = 148 kPa c) A pressão do ponto C é a pressão no ponto B acrescida da pressão devida ao líquido 2. PC = PB + 2 g h2 = 148 kPa + 1200 · 9,8 · 3 = 183 kPa Considere um reservatório aberto de raio igual a 3 metros e altura de 10 metros, ao qual depositaram dois líquidos imiscíveis B e C, cujas densidades são 1 = 800 kg/m3 e 2 = 1.200 kg/m3. Considerando a pressão atmosférica no local igual a 1,01 x 105 Pa, sendo a altura de A e C respectivamente, 1 metros e 3 metros, defina: a) a pressão no ponto A; b) a pressão no ponto B; c) a pressão no ponto C. Blaise Pascal (1623-1662) foi um filósofo, físico e matemático francês que concentrou suas pesquisas em campos como a teologia, a hidrostática, a geometria (Teorema de Pascal) e os estudos das probabilidades e da análise combinatória. A unidade de pressão do SI recebeu o nome de Pascal em sua homenagem. TEOREMA DE PASCAL O princípio de Pascal aproveita os estudos da hidrostática, que mostram que num líquido a pressão se transmite igualmente em todas as direções. Então, podemos resumir o Princípio de Pascal assim: um aumento de pressão exercido num determinado ponto de um líquido ideal se transmite integralmente aos demais pontos desse líquido e às paredes do recipiente em que ele está contido. Uma das aplicações do princípio está nos sistemas hidráulicos de máquinas e pode ser observado também na mecânica dos sistemas de freios dos automóveis, onde um cilindro hidráulico utiliza um óleo para multiplicar forças e atuar sobre as rodas, freando o automóvel. O freio de automóvel também é uma prensa hidráulica. Ao acionar o freio, o pistão de comando empurra o óleo da tubulação, que acaba comprimindo as sapatas contra o tambor da roda. Podemos citar outra aplicação, tais como as prensas hidráulicas, que permitem multiplicar as forças em um sistema, utilizando êmbolos de diferentes seções de área movidos por líquidos compressíveis. Podemos ver esse princípio físico nos elevadores de postos de gasolina e de oficinas mecânicas, para troca de óleo, e em acionadores de caminhões basculantes e prensas industriais de diversas aplicações. A prensa é um dispositivo com dois vasos comunicantes, que possui dois êmbolos de diferentes áreas sobre a superfície do líquido. Veja como funciona uma prensa hidráulica no desenho abaixo: Aqui temos o esquema de um elevador hidráulico. A prensa é um mecanismo eficaz de aumento da força aplicada. Para isso basta construir um dispositivo com área maior do que a área na qual se vai aplicar a força. Fazendo isso podemos levantar o carro. Prensa hidráulica Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a prensa hidráulica. Esta máquina consiste em dois cilindros de raios diferentes A e B, interligados por um tubo, no seu interior existe um líquido que sustenta dois êmbolos de áreas diferentes s1 e s2. Se aplicarmos uma força de intensidade F no êmbolo de área s1, exerceremos um acréscimo de pressão sobre o líquido dado por: Pelo teorema de Pascal, sabemos que este acréscimo de pressão será transmitido integralmente a todos os pontos do líquido, inclusive ao êmbolo de área s2, porém transmitindo um força diferente da aplicada: Prensa hidráulica Como o acréscimo de pressão é igual para ambas as expressões podemos igualá-las: Exemplo: Considere o sistema a seguir: Dados: F = 12N s1 = 0,1m² S2 = 1m² F’ = ? Qual a força transmitida ao êmbolo maior? O trabalho na prensa Note que não só na prensa hidráulica, bem como nas alavancas ou até mesmo nas polias móveis há ganho de forças, mas inevitavelmente, há perda no deslocamento. O trabalho será sempre o mesmo nos processos acima citados. Na prensa, teremos o seguinte: F1 · d1 = F2 · d2 Pelo PRINCÍPIO DE PASCAL, quando um ponto de um líquido em equilíbrio sofre uma variação de pressão, todos os outros pontos do líquido também sofrem a mesma variação. Dois recipientes ligados pela base são preenchidos por um líquido (geralmente óleo) em equilíbrio. Sobre a superfície livre do líquido são colocados êmbolos de áreas S1 e S2. Ao aplicar uma força F1 ao êmbolo de área menor, o êmbolo maior ficará sujeito a uma força F2, em razão da transmissão do acréscimo de pressão p. Segundo o Princípio de Pascal: Dois recipientes ligados pela base são preenchidos por um líquido (geralmente óleo) em equilíbrio. Sobre a superfície livre do líquido são colocados êmbolos de áreas S1 e S2. Ao aplicar uma força F1 ao êmbolo de área menor, o êmbolo maior ficará sujeito a uma força F2, em razão da transmissão do acréscimo de pressão p. Segundo o Princípio de Pascal: Δp1 = Δp2 F1/S1 = F2/S2 Obs: o Princípio de Pascal é largamente utilizado na construção de dispositivos ampliadores de força – macaco hidráulico, prensa hidráulica, direção hidráulica, etc. Numa prensa hidráulica, as áreas dos êmbolos são S1 = 100cm² e S2 = 20cm². Sobre o êmbolo menor, aplica-se uma força de intensidade de 30N que o desloca 15cm. Determine: A intensidade da força que atua sobre o êmbolo maior; Solução: Pelo Princípio de Pascal: F1/S1 = F2/S2 F1/100 = 30/20 F1=150N Aplicação Numa prensa hidráulica, as áreas dos êmbolos são S1 = 100cm² e S2 = 20cm². Sobre o êmbolo menor, aplica-se uma força de intensidade de 30N que o desloca 15cm. Determine: O deslocamento sofrido pelo êmbolo maior. Solução: ΔV = S1 . ha = S2 . hb 100 . ha = 20 . 15 ha = 3cm Exercício: Uma prensa hidráulica em equilíbrio recebe a ação de uma força de intensidade de 20 N no êmbolo menor. Calcule o peso de um corpo que deve ser colocado no êmbolo maior, para que a prensa fique em equilíbrio, sabendo que os êmbolos são cilíndricos, de raios de base 2 cm e 10 cm. Resolução F1 = 20 N r1 = 2 cm r2 = 10 cm F2 = P = ? F1 / A1 = F2 / A2 F1 / π.r12 = F2 / π.r22 20 / 22 = P / 102 20/4 = P/100 P = 500 Newton Coforme citado na literatura, o sábio grego Arquimedes (282-212 AC) descobriu, enquanto tomava banho, que um corpo imerso na água se torna mais leve devido a uma força, exercida pelo líquido sobre o corpo, vertical e para cima, que alivia o peso do corpo. Essa força, do líquido sobre o corpo, é denominada empuxo. PPRINCÍPIO DE ARQUIMEDES Portanto, num corpo que se encontra imerso em um líquido, agem duas forças: a força peso, devida à interação com o campo gravitacional terrestre, e a força de empuxo, devida à sua interação com o líquido. Para demonstrar esse teorema, vamos considerar um corpo cilíndrico, com seção reta de área A, altura h, imerso em um fluido em equilíbrio, com densidade ρ Podemos concluir que, hA é o volume do corpo imerso, hA é a massa e hAg é o módulo do peso da quantidade de fluido deslocado pelo corpo. Por simetria, a resultante das forças horizontais que o fluido exerce sobre o corpo é nula. Na vertical, o fluido exerce, sobre o corpo, as forças F1 e F2, com módulos: F1 (PA = gh1)A e F2 (PB = gh2)A de modo que o módulo da resultante das forças verticais que o fluido exerce sobre o corpo é: E = F2 - F1 = g(h2 - h1 )A = ghA E = gV Onde: E = Empuxo (N) = Densidade do fluido (kg/m³) V = Volume do fluido deslocado (m³) g = Aceleração da gravidade (m/s²) Portanto, como a resultante das forças horizontais que o fluido exerce sobre o corpo é nula, a direção do empuxo é vertical. Como h2 > h1, a pressão do fluido a profundidade h2 é maior do que a pressão do fluido a profundidade h1 e o sentido do empuxo é de baixo para cima. Além disso, pela expressão acima, o módulo do empuxo é igual ao módulo do peso da quantidade de fluido deslocado pelo corpo. O resultado final não depende da forma do corpo imerso e, por isso, podemos supor que ele seja válido qualquer que seja a forma do corpo. O valor do empuxo não depende da densidade do corpo que é imerso no fluido, mas podemos usá-la para saber se o corpo flutua, afunda ou permanece em equilíbrio com o fluido: densidade do corpo > densidade do fluido: o corpo afunda densidade do corpo = densidade do fluido: o corpo fica em equilíbrio com o fluido densidade do corpo < densidade do fluido: o corpo flutua na superfície do fluido Exercício 1: Em um recipiente há um líquido de densidade 2,56g/cm³. Dentro do líquido encontra-se um corpo de volume 1000cm³, que está totalmente imerso. Qual o empuxo sofrido por este corpo? Dado g=10m/s² Dados: VFD = 1000cm³ = 0,001m³ = 10-3m³ = 2,56 g/cm³ = 2,56 . 10-3 Kg/10-6m³ = 2,56 . 10³ Kg/m³ g = 10 m/s² Resolução: E = .VFD .g E = 2,56 . 10³ . 10-3 . 10 = 25,6N Exercício 2: Um corpo sólido cilíndrico, cujo raio da base é 2,0 cm e a altura é 5,0 cm, está totalmente imerso num fluído de densidade 2,0 g/cm³. Sendo a aceleração da gravidade g = 10 m/s², determine a intensidade do empuxo com que o fluído age sobre ele. Resolução: O volume do cilindro é dado pelo produto da área da base pela altura: VC = A . H VC = π R².H VC = 3,14 . (2,0)² . 5,0 VC = 62,8 cm³ Em unidade do SI: VC = 62,8 . 10-6 m³ O volume do fluído deslocado é igual ao volume do cilindro VF = 62,8 . 10-6 m³ Sendo = 2,0g/cm³ = 2,0 . 10³ kg/m³ e g = 10 m/s², a intensidade do empuxo será dada por: E = . Vf . g E = 2,0 . 10³ . 62,8 . 10-6 . 10 E = 125,6 . 10-2N E = 1,256 N PESO APARENTE Conhecendo o princípio de Arquimedes podemos estabelecer o conceito de peso aparente, que é o responsável, no exemplo dado da piscina, por nos sentirmos mais leves ao submergir. Peso aparente é o peso efetivo, ou seja, aquele que realmente sentimos. No caso de um fluido: PA = m . g – . VFD . g PA = g . (m – . VFD) O peso de um corpo, quando esta total ou parcialmente submerso num fluido, diminui e, neste caso, é chamado de peso aparente: PA = P – E Exercício : Um objeto com massa de 10 kg e volume de 0,002 m³ é completamente mergulhado em água ( = 1.000 kg/m³). Considere g = 10 m/s². a)Qual é o valor do peso do objeto? b)Qual é a intensidade da força de empuxo que a água exerce no objeto? c)Qual o valor do peso aparente? Resolução: a) Qual é o valor do peso do objeto? P = m . g = 10 . 10 P = 100N b) Qual é a intensidade da força de empuxo que a água exerce no objeto? E = água . Vobjeto . g E = 1.000 . 0,002 . 10 E = 20N c) Qual o valor do peso aparente? Pap = P – E Pap = 100 – 20 Pap = 80N PRESSÃO MANOMÉTRICA As pressões são grandezas físicas muito importantes no trabalho com fluidos, haja vista a equação fundamental da Estática dos fluidos, que é expressa em termos de pressões e esforços. No século XVII Torricelli (1608 – 1647) idealizou sua conhecida e célebre experiência ao nível do mar, quando, ao emborcar uma proveta cheia de mercúrio em uma cuba, o líquido fluiu da proveta para a cuba permanecendo apenas uma coluna de 760 milímetros de altura. A conclusão lógica era de que o ar atmosférico tinha peso, por conseguinteexercia pressão. Esta pressão, medida ao nível do mar, correspondia a uma coluna de mercúrio de 760 mm de altura. Este valor de pressão foi chamado de "uma atmosfera Física". Exercício: Na Figura abaixo, as pressões nos pontos A e B são iguais (pontos na mesma horizontal e no mesmo líquido). A pressão no ponto A corresponde à pressão da coluna de mercúrio dentro do tubo, e a pressão no ponto B corresponde à pressão atmosférica ao nível do mar. ●● AB PB = PA Patm = Pcoluna (Hg) Como a coluna de mercúrio que equilibra a pressão atmosférica é de 76 cm, dizemos que a pressão atmosférica ao nível do mar equivale à pressão de uma coluna de mercúrio de 76 cm (0,76 m). Lembrando que a pressão de uma coluna de liquido é dada por gh, considerando (g = 9,8 m/s²) e (Hg = 13.600 kg/m³) teremos no SI: Patm = Hg ● g ● hHg ⇒ Patm = 13.600 ● 9,8 ● 0,76 Patm = 1,01 ● 105 N/m² Se no lugar de um líquido tão denso como o mercúrio, utilizarmos água, a coluna líquida necessária para equilibrar a pressão atmosférica será bem maior. Aplicando o mesmo raciocínio utilizado por Torricelli, teremos, considerando (g = 9,8 m/s²) e (água = 1.000 kg/m³) teremos no SI: Patm = água ● g ● h água ⇒ h água = Patm / água ● g h água = 1,01 . 105 / 1,0. 10³ . 9,8 h água = 10,3 m A pressão atmosférica é equivalente à pressão exercida por uma coluna d’água de aproximadamente 10 m CAVITAÇÃO A cavitação é provocada quando, por algum motivo, gera-se uma zona de depressão, ou pressão negativa. Quando isso ocorre, o fluido tende a vaporizar formando bolhas de ar. Ao passar da zona de depressão, o fluido volta a ficar submetido à pressão de trabalho e, as bolhas de ar implodem provocando ondas de choque, que provocam desgaste, corrosão e até mesmo destroem pedaços dos rotores, carcaças e tubulações. CAUSAS DA CAVITAÇÃO • Filtro da linha de sucção saturado • Respiro do reservatório fechado ou entupido • Linha de sucção muito longa • Muitas curvas na linha de sucção (perdas de cargas) • Estrangulamento na linha de sucção • Altura estática da linha de sucção • Linha de sucção congelada Exemplo de defeito provocado pela cavitação: Corrosão das palhetas da bomba. CARACTERÍSTICAS DE UMA BOMBA EM CAVITAÇÃO • Queda de rendimento • Marcha irregular • Vibração provocada pelo desbalanceamento • Ruído provocado pela implosão das bolhas Como evitar a cavitação Primeiramente, elaborando- se um bom projeto para a linha de sucção. Segundo, aplicando-se uma manutenção preventiva. HIPÓTESES PARA O FLUIDO IDEAL • Não viscoso (desprezaremos o atrito existente entre as distintas partes do fluido) • Estacionário (a velocidade do fluido é constante em cada ponto) • Incompressível (a densidade do fluido é a mesma em todos os pontos e permanece constante no tempo) • Irrotacional ( não há movimento de rotação em nenhuma parte do fluido, ou seja não apresenta turbilhões) O estudo da hidrodinâmica tem varias aplicações na engenharia, uma delas bastante conhecida, é a manutenção de um avião no ar durante determinado tempo. Como explicar este fenômeno, um corpo muito mais pesado que o ar, consegue alçar voo? A sustentação dos aparelhos que voam é garantida por superfícies perfiladas denominadas ASA, as asas de um helicóptero são as pás do seu rotor. SUSTENTAÇÃO DE UM AVIÃO A força de sustentação aparece devido a uma diferença de pressão sobre as asas. Sobre tal superfície perfilada que se desloca no ar com a velocidade V, desenvolve-se um empuxo aerodinâmico vertical “Fn” dirigido para cima. É esta força aerodinâmica que, oposta ao peso do aparelho, possibilita o vôo dos “mais pesados do que o ar”. A velocidade é então o elemento essencial que, sobre um perfil, produz forças aerodinâmicas de sustentação. Rotor de cauda do helicóptero Rotor simples, sua principal função é gerar sustentação e tração, enquanto o rotor traseiro gera força anti-torque e possibilita o giro do helicóptero no vôo pairado. SUSTENTAÇÃO DE HELICOPTERO A força de sustentação aparece devido a uma diferença de pressão sobre as pás. EFEITO MAGNUS Quando um jogador de futebol, chuta a bola com efeito para que ela gire, a bola corta o ar mantendo uma velocidade relativa de um dos lados diferente do seu oposto, de forma que um dos lados adquira velocidade maior que o outro, promovendo uma diferença de pressão em decorrência da diferença de velocidade. EFEITO MAGNUS Escoamento permanente é aquele em que os elementos que o definem (força, velocidade, pressão) em uma mesma seção permanecem inalterados com o passar do tempo, todas as partículas que passam por um determinado ponto no interior da massa liquida terão, neste ponto, a qualquer tempo, velocidade constante. EXEMPLO DE CAMADA LIMITE LAMINAR Um fluxo laminar horizontal é freado ao passar sobre uma superfície sólida (linha grossa). O perfil de velocidade (u) do fluido dentro da camada limite (área sombreada) depende da distância à superfície (y). Devido ao atrito, a velocidade do fluido em contato com a placa é nula. Fora da camada limite, o fluido se desloca praticamente a mesma velocidade que nas condições iniciais (u0). Segundo Schlichting, em mecânica dos fluidos, a camada limite que é a camada de fluido nas imediações de uma superfície delimitadora, fazendo-se sentir os efeitos difusivos e a dissipação da energia mecânica. O conceito foi introduzido no inicio do século XX, por Ludwig Prandtl para descrever a região de contacto entre um fluido incompressível em movimento relativamente a um sólido. Schlichting, H., Boundary-Layer Theory, McGraw-Hill, 1979. Quando um objeto move-se através de um fluido, ou um fluido move-se em redor de um objeto, o movimento das moléculas do líquido perto do objeto é perturbado, e estas moléculas movem-se em redor do objeto, gerando forças aerodinâmicas. A magnitude dessas forças depende da forma e velocidade do objeto, assim como da massa, viscosidade e compressibilidade do fluido. Para modelizar corretamente os efeitos, recorre-se a parâmetros adimensionais que relacionam as diferentes componentes envolvidas, como o coeficiente de Reynolds. Vazão, mede o volume de fluido que atravessa uma seção transversal do conduto por unidade de tempo. Via por onde se escoa um fluido. Conduto - Via por onde se escoa um fluido. Q = vazão (m³/s) V = volume (m³) Δt = intervalo de tempo (s) Q = Um exemplo clássico para a medição de vazão é a realização do cálculo a partir do enchimento completo de um reservatório através da água que escoa por uma torneira aberta como mostra a figura. Q = = = A . V Q = vazão (m³/s) A = área (m²) V = velocidade (m/s) Outra forma matemática de se determinar a vazão volumétrica é através do produto entre a área da seção transversal do conduto e a velocidade do escoamento neste conduto como pode ser observado na figura. A1 . V1 = A2 . V2 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Exercício: Por que é incorreto afirmar que a perda de energia que ocorre no escoamento de um fluido em um conduto é resultado do atrito da massa fluida com as paredes da tubulação? Resposta: Porque independentemente do tipo de escoamento, existe uma camada de velocidade igual a zero junto às paredes do conduto, chamada de camada limite. Isso significa que a massa fluida em escoamento não atrita com as paredes do conduto. Exercício: Uma tubulação possui diâmetro de 20 cm e transporta gasolina com uma velocidade de 10 m/s. Determine: 1)A vazão em litros por segundo. 2)A velocidade em um ponto da tubulação cujo diâmetro é 10 cm. 1) A vazão em litros por segundo. Obs: 1m³ = 1000 Podemos utilizara fórmula Q = A . V O diâmetro é igual a 20 cm, logo o raio é igual a 10 cm. Calculando a área: A = R² convertendo o raio para metro temos: 10 cm = 0,1 m ou 10-1 m Q = 3,14 . (10-1)² . 10 = 0,314 m³/s O exercício pede a vazão em litros por segundo, logo: Q = 314 /s 2) A velocidade em um ponto da tubulação cujo diâmetro é 10 cm. Líquidos passando em tubulação com diâmetros diferente, utilizar a equação da continuidade. A1 . v1 = A2 . V2 . (r1)² . v1 = . (r2)² . v2 (r1)² . v1 = (r2)² . V2 Podemos observar que o raio 1 é o dobro do raio 2, logo: (2r2)² . V1 = (r2)² . V2 4(r2)² . V1 = (r2)² . V2 4 . V1 = V2 V2 = 4 . V1 V2 = 4 . 10 ⇒ V2 = 40 m/s Vamos considerar um conduto localizado em função de certo nível de referência. Podemos aplicar o princípio da conservação da energia se considerarmos que o fluido não é viscoso (não tem atrito). O trabalho realizado pela força é igual a variação de energia. TF1 – TF2 = ΔEp + Δ Ec TF1 – TF2 = ΔEp + Δ Ec O trabalho realizado pela força 1 é igual a F1 vezes o deslocamento Δx1 e o trabalho realizado pela força 2 é igual a F2 vezes o deslocamentos Δx2 F1 . Δx1 – F2 . Δx2 = ΔEp + Δ Ec F1 . Δx1 – F2 . Δx2 = [(mgh2) – (mgh1)] + (1/2 mv2²) - (1/2 mv1²) F1 . Δx1 – F2 . Δx2 = mg (h2 – h1) + m/2 (v2² - v1²) TF1 – TF2 = ΔEp + Δ Ec F1 . Δx1 – F2 . Δx2 = ΔEp + Δ Ec F1 . Δx1 – F2 . Δx2 = [(mgh2) – (mgh1)] + (1/2 mv2²) - (1/2 mv1²) F1 . Δx1 – F2 . Δx2 = mg (h2 – h1) + m/2 (v2² - v1²) OBS: Nos fluidos não trabalhamos com o conceito de força e nem massa, no lugar de força, trabalhamos com pressão e no lugar de massa trabalhamos com densidade. F1 . Δx1 – F2 . Δx2 = m . g . (h2 – h1) + m . (v2² - v1²) Temos: 2 F = P . A m = . v Substituindo as forças teremos; P1 . A1 Δx1 – P2 . A2Δx2 = . v . g (h2 – h1) + . v . (v2² - v1²) 2 P1 – P2 = . g (h2 – h1) + (/2) (v2² – v1²) P1 – P2 = . g . h2 – . g .h1 + (/2) (v2)² – (/2) (v1 )² P1 + . g .h1 + (v1)² = P2 + . g . h2 + (v2)² 2 2 EQUAÇÃO DE BERNOULLI P1+ gh1 + v1² = P2 + gh2 + v2² 2 2 V V A equação de Bernoulli vai expressar como se relaciona as grandezas quando se tem um fluido escoando através de um conduto. Pode-se observar que esta equação nada mais é que o princípio de conservação de energia mecânica onde a pressão (P1) esta atuando como se fosse a força aplicada para impulsionar o fluido, onde (gh1) poderia ser equiparado a energia potêncial, e (v2²)/2 poderia ser equiparado a energia cinética. Este termo aparece pelo fato do fluido esta em movimento, se o fluido estivesse em repouso a velocidade seria igual a zero, o que a tornaria semelhante ao TEOREMA DE STEVIN. Quando um fluido esta se deslocando, podendo ser o ar, um gás ou um líquido, e a velocidade aumentar, a pressão diminuirá*, é a situação do avião se decolando. Curiosidade: L é a sustentação, ρ é a densidade do ar, V é a velocidade da aeronave no ar, S é área da asa e CL é o coeficiente de sustentação. *não é na mesma proporção (cuidado) SUSTENTAÇÃO É a força derivada de um aerofólio através do princípio de Bernoulli. Enquanto a velocidade do fluxo de ar aumenta, a pressão diminui. ângulo de passo das pás, deve-se levar em consideração a Precessão Giroscópica (PG). Resumidamente, a PG é uma característica de toda massa rotativa (e por isso também do rotor principal) em que o resultado de uma força aplicada à massa rotativa manifesta-se 90º após o ponto de aplicação. Assim, é importante sabermos o sentido de rotação do rotor principal (horário ou anti-horário). Caso particular da Equação de Bernoulli, quando a velocidade varia sem mudança de nível P1 + . g .h1 + (v1)² = P2 + . g . h2 + (v2)² 2 2 Como h1 = h2, temos: P1 + (v1)² = P2 + (v2)² 2 2 Equação de Bernoulli quando h1 = h2 Em um escoamento horizontal escoa água com vazão de 360 litros por minuto. Num ponto A (ponto 1) do escoamento, onde a área da seção transversal é 20 cm2, a pressão absoluta é de 14,50N/cm2. O encanamento apresenta um estrangulamento e a área transversal é reduzida para 10 cm2 no ponto B (ponto 2), conforme a figura abaixo. Considere g = 10 m/s2 e = 103Kg/m3. a)Qual é a velocidade de escoamento nos pontos 1 e 2? b)Calcule a diferença de pressão entre os pontos 1 e 2 e a pressão absoluta no ponto 2. c)Em qual dos pontos, (1 ou 2), a pressão é maior? Resolução: a) Qual é a velocidade de escoamento nos pontos 1 e 2? Temos: Q = 360/m = 360 x 10-3 / 60 Q = 6 x 10-3 A1 = 20 cm2 = 2,0 x 10-3 m2 A2 = 10 cm2 = 1,0 x 10-3 m2 Como: Q = V1 x A1 6 x 10-3 = V1 x 2,0 x 10-3 V1 = 3,0 m/s Q = V2 x A2 6 x 10-3 = V2 x 1,0 x 10-3 V2 = 6,0 m/s Resolução: b) Aplicando a equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2 , temos: P1 + /2 (v1)² = P2 + /2 (v2)² P1 - P2 = (/2) [(v2)² - (v1)²] P1 - P2 = (1000/2) [(6)² - (3)²] P1 - P2 = 13.500 N/m2 = 1,35 N/cm2 Como: P1 - P2 = 1,35 Temos: 14,50 N/cm2 - P2 = 1,35 N/cm2 Logo: P2 = 13,15 N/cm2 Conclui-se que a pressão no ponto P1 é maior que no ponto P2 Exercício: Considere um tanque cheio de água, cuja área é muito maior do que a área de um orifício em sua lateral. Determine a velocidade de escoamento da água, no instante em que o orifício é aberto conforme a figura abaixo. Resolução: EQUAÇÃO DE BERNOULLI P1+ gh1 + v1² = P2 + gh2 + v2² 2 2 p1 = p2 = patm P1+ gh1 + v1² = P2 + gh2 + v2² 2 2 gh1 + v1² = gh2 + v2² 2 2 v1² - v2² 2 2 = gh2 – gh1 O enunciado informa que a área do tanque é muito maior que a área do orifício lateral. No ponto (2) atua a pressão atmosférica, e no ponto (1) além da pressão atmosférica atua a pressão hidrostática (gh) considerando o sistema em repouso. A1 . V1 = A2 . V2 como V1 >> V2 v1² - v2² 2 2 = g(h2 – h1) V2 torna-se desprezível quando comparado com V1 ao quadrado, logo: v1² = 2 . g . h ⇒ Equação de Torricelli para Hidrodinâmica Esta é a equação de Torricelli para a Hidrodinâmica, onde H = y1 - y2 Exercício: A figura representa um grande tanque de área A, contendo água, e aberto para a atmosfera. Suponha que, numa das paredes do tanque, existe um orifício de área a localizado a uma profundidade h, em relação ao nível da água. Considere que a área A seja muito maior que a área a. Responda: a)Qual é a relação entre as velocidades V1 (velocidade de descida do nível da água) e V2 (velocidade de saída da água através do orifício)? b) Aplique a equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2, mostrados na figura, e deduza a expressão que nos permite calcular a velocidade de saída da água através do orifício? c) Qual é a vazão de saída da água pelo orifício? Resolução: a) Qual é a relação entre as velocidades V1 (velocidade de descida do nível da água) e V2 (velocidade de saída da água através do orifício)? a) V1A = V2a V1/V2 = a/A Como a área A do recipiente é muito maior do que a área a do furo, podemos concluir que a velocidade V2 com que a água sai do furo é muito maior do que a velocidade V1 de descida do nível da água no recipiente. Resolução: b) Aplique a equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2, mostrados na figura, e deduza a expressão que nos permite calcular a velocidade de saída da água através do orifício? A equação de Bernoulli aplicada nos pontos 1 e 2 é dada por: P1+ gh1 + v1² = P2 + gh2 + v2² 2 2 De acordo comos dados do problema, temos, P1=P2=Patm e h1 = h e h2 = 0 logo: gh1 + v1² = v2² 2 2 (V2)2 – (V1)2 = 2gh, como V2 é muito maior que V1, a velocidade de saída da água através do orifício é dada por: V2 = Resolução: c) Qual é a vazão de saída da água pelo orifício? Q = V2 a Q = a Exercício: Qual a velocidade da água através de um furo na lateral de um tanque, se o desnível entre o furo e a superfície livre é de 2 m? Solução: Utilizando a equação de Bernoulli simplificada e considerando h = 2m e g = 9,81 m/s², podemos calcular a velocidade da água pela equação a seguir: V2 = ⇒ V2 = 6,26 m/s O filete (ou jato) de água que sai horizontalmente do recipiente (figura abaixo), a partir de uma altura h tem um dado alcance (A) . Como o movimento realizado é análogo ao de um projétil lançado horizontalmente, a velocidade de escape do líquido (V2) é dada por: Esta é a equação de Torricelli para a Hidrodinâmica, onde H = y1 y2 . TRANSMISSÃO DE CALOR "O calor consiste nos diminutos movimentos das partículas de um corpo. (Newton)" MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR Há três mecanismos conhecidos para transferência de calor: radiação, condução e convecção, vide figura abaixo. Supondo a possibilidade de observar moléculas (ou átomos) de um bloco de ferro, cada molécula vibra, ou se move de um lado para o outro, de modo muito desordenado, porém, se adicionasse calor ao ferro, aumentando sua temperatura, suas moléculas vibrariam mais violentamente e assim lhes adicionaria energia cinética. Se esfriasse o ferro cada vez mais, suas moléculas se agitariam menos. Finalmente, á temperatura mais baixa possível (zero absoluto) elas vibrariam muito pouco. Aumentando a temperatura, de um corpo, você aumentará a energia cinética (média) de suas moléculas. http://pt.slideshare.net/Charlesguidotti/termo dinmica-parte-1 A RADIAÇÃO consiste de ondas eletromagnéticas viajando com a velocidade da luz. Como a radiação é a única que pode ocorrer no espaço vazio, esta é a principal forma pela qual o sistema Terra-Atmosfera recebe energia do Sol e libera energia para o espaço. A CONDUÇÃO ocorre dentro de uma substância ou entre substâncias que estão em contato físico direto. Na condução a energia cinética dos átomos e moléculas (isto é, o calor) é transferida por colisões entre átomos e moléculas vizinhas. O calor flui das temperaturas mais altas (moléculas com maior energia cinética) para as temperaturas mais baixas (moléculas com menor energia cinética). A capacidade das substâncias para conduzir calor (condutividade) varia consideravelmente. Via de regra, sólidos são melhores condutores que líquidos e líquidos são melhores condutores que gases. Num extremo, metais são excelentes condutores de calor e no outro extremo, o ar é um péssimo condutor de calor. Consequentemente, a condução só é importante entre a superfície da Terra e o ar diretamente em contato com a superfície. Como meio de transferência de calor para a atmosfera como um todo a condução é o menos significativo e pode ser omitido na maioria dos fenômenos meteorológicos. A CONVECÇÃO Consiste na transferência de calor dentro de um meio fluído através de movimentos do próprio fluído. O calor ganho na camada mais baixa da atmosfera através de radiação ou condução é mais frequentemente transferido por convecção. A convecção somente ocorre em líquidos e gases. Consiste na transferência de calor dentro de um fluído através de movimentos do próprio fluído. O calor ganho na camada mais baixa da atmosfera através de radiação ou condução é mais frequentemente transferido por convecção. A convecção ocorre como consequência de diferenças na densidade do ar. Quando o calor é conduzido da superfície relativamente quente para o ar sobrejacente, este ar torna-se mais quente que o ar vizinho. Ar quente é menos denso que o ar frio de modo que o ar frio e denso desce e força o ar mais quente e menos denso a subir. O ar mais frio é então aquecido pela superfície e o processo é repetido. Na atmosfera, o aquecimento envolve os três processos, radiação, condução e convecção, que ocorrem simultaneamente. O calor transportado pelos processos combinados de condução e convecção é denominado calor sensível. Uma panela com água está sendo aquecida num fogão. O calor das chamas se transmite através da parede do fundo da panela para a água que está em contato com essa parede e daí para o restante da água. Na ordem desta descrição, o calor se transmitiu predominantemente por: a) radiação e convecção b) radiação e condução c) convecção e radiação d) condução e convecção e) condução e radiação Resposta (D) FLUXO DE CALOR Para que um corpo seja aquecido, normalmente, usa-se uma fonte térmica de potência constante, ou seja, uma fonte capaz de fornecer uma quantidade de calor por unidade de tempo. Definimos fluxo de calor (Φ) que a fonte fornece de maneira constante como o quociente entre a quantidade de calor (Q) e o intervalo de tempo de exposição (Δt): Sendo a unidade adotada para fluxo de calor, no sistema internacional, o Watt (W), que corresponde a Joule por segundo, embora também sejam muito usada a unidade caloria/segundo (cal/s) e seus múltiplos: caloria/minuto (cal/min) e quilocaloria/segundo (kcal/s). • CALOR SENSÍVEL (VARIA A TEMPERATURA) • CALOR LATENTE (MUDA O ESTADO FÍSICO) CALOR SENSÍVEL No estudo do calor sensível é necessário para produzir uma variação de temperatura num corpo de massa (m), observamos que a quantidade de calor (Q): • É diretamente proporcional à massa (m) do corpo, para uma mesma variação de temperatura: • É diretamente proporcional à variação de temperatura, mantendo-se constante a massa (m) do corpo; • Dependendo do tipo de material: uma mesma quantidade de calor, fornecida a dois corpos de mesma massa, mas constituídos de materiais diferentes, provoca variações de temperatura diferente. CALOR LATENTE Nem toda a troca de calor existente na natureza se detém a modificar a temperatura dos corpos. Em alguns casos há mudança de estado físico destes corpos. Neste caso, chamamos a quantidade de calor calculada de calor latente. A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa do corpo (m) e de uma constante de proporcionalidade (L). CALOR LATENTE Assim: A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de mudança de fase e se refere a quantidade de calor que 1 g da substância calculada necessita para mudar de uma fase para outra. Além de depender da natureza da substância, este valor numérico depende de cada mudança de estado físico. CALOR LATENTE Exemplo: Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água vaporize? Dado: densidade da água=1g/cm³ e calor latente de vaporização da água = 540 cal/g. CALOR LATENTE A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa do corpo (m) e de uma constante de proporcionalidade (L). Assim: A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de mudança de fase e se refere a quantidade de calor que 1 g da substância calculada necessita para mudar de uma fase para outra. Além de depender da natureza da substância, este valor numérico depende de cada mudança de estado físico. CALOR SENSÍVEL Resumindo, podemos escrever: Q = m · c · ΔT Onde: Q = quantidade de calor sensível (cal ou J). c = calor específico da substância que constitui o corpo (cal/g°C ou J/kg°C). m = massa do corpo (g ou kg). ΔT = variação de temperatura (°C). A constante c é uma característica do material e recebe o nome de calor específico; sua unidade usual é cal/g· ºC CAPACIDADE TÉRMICA DO CORPO A capacidade térmica (CT) é uma propriedade de um corpo, e o calor específico (c) é uma propriedade de da substância que constitui o corpo. Resumindo, podemos escrever: CT = Q / ΔT Como Q = mc · ΔT Logo temos que: CT = mc Desde 1948, em virtude de o calor ser uma forma de energia, a unidade utilizada é a do SI: Joule (J). Atualmente se define que caloria é a quantidade de calor correspondente a 4,186J. • 1 cal = 4,186 J •1 Btu = 1,055 J (Btu, Unidade térmica Britânica) Exemplo: Qual a quantidade de calor sensível necessária para aquecer uma barra de ferro de 2kg de 20°C para 200 °C? Dado: calor específico do ferro = 0,119cal/g°C. e 2 kg = 2000 g. Q = m · c · ΔT Q = 2000 · 0,119 · (200 - 20) Q = 2000 · 0,119 · 180 Q = 42.840 cal = 42,84 kcal Exercício: Uma fonte de potência constante igual a 100 W é utilizada para aumentar a temperatura de 100 g de mercúrio 30 °C. Sendo o calor específico do mercúrio 0,033 cal/g.°C e 1cal = 4,186 J, quanto tempo a fonte demora para realizar este aquecimento? Aplicando a equação do fluxo de calor: Considere um objeto sólido (como por exemplo uma placa plana), de espessura L, cujas faces estejam às temperaturas T1 e T2, sendo que T1 > T2. Fluxo de calor: taxa de transferência de calor por unidade de área normal à direção da transferência de calor Então, existirá através da placa um fluxo de calor, expresso Note que o fluxo de calor representa a taxa de transferência de calor por unidade de área, ou seja, por cada metro quadrado de área superficial da parede. A taxa de transferência de calor total, através da parede, será obtida multiplicando-se o fluxo de calor pela área superficial da parede, ou seja: Q = taxa de transferência de calor, [W] A = área transversal da parede, [m²] A Lei de Fourier estabelece que o calor transferido por condução (Q) é diretamente proporcional a área (A), a condutividade térmica do material (k) e a diferença de temperatura (∆T=T2-T1); e inversamente proporcional ao comprimento (ou espessura) do material (L). A equação resume esta lei para o caso unidirecional. A RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CONDUÇÃO A RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CONDUÇÃO Note a semelhança entre as equações, logo, pode-se reescrever a equação como: A quantidade (L / k.A) é então conhecida como a resistência térmica de condução: A quantidade (1 / h.A) é então conhecida como a resistência térmica de convecção:
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