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FABRICAÇÃO MECÂNICA UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CONFORMAÇÃO MECÂNICA - Estampagem INTRODUÇÃO A estampagem é um processo de conformação mecânica, realizado geralmente a frio, podendo ser a quente e que compreende um conjunto de operações, por intermédio das quais uma chapa plana é submetida a transformações de modo a adquirir uma nova forma geométrica, plana ou oca. A deformação plástica é levada a efeito com o emprego de prensas de estampagem, com o auxílio de dispositivos especiais chamados estampos ou matrizes. OPERAÇÕES NA ESTAMPAGEM • Corte • Dobramento e encurvamento • Estampagem profunda Enquanto as duas primeiras são normalmente realizadas a frio, a estampagem profunda pode eventualmente ser realizada a quente, de acordo com as necessidades técnicas. No caso mais simples, uma única deformação pode ser suficiente; entretanto, dependendo da profundidade de deformação desejada, pode ser necessária a aplicação de duas ou mais operações de estampagem, OPERAÇÃO DE CORTE O processo corresponde à obtenção de formas geométricas determinadas, a partir de chapas, submetidas à ação de uma ferramenta ou punção de corte, aplicada por intermédio de uma prensa que exerce pressão sobre a chapa apoiada numa matriz. OPERAÇÃO DE CORTE No instante em que o punção penetra na matriz, o esforço de compressão converte-se em esforço de cisalhamento e ocorre o desprendimento brusco de um pedaço de chapa. OBSERVAÇÃO Chamando s a espessura da chapa e d o diâmetro do punção, verificou-se experimentalmente que, para chapas de aço e punções de aço temperado haverá uma relação s/d indicando que a espessura da chapa a ser cortada deve ser igual ou menor que o diâmetro do punção. DISPOSIÇÃO DE CORTES EM CHAPAS ESTAMPADAS CONJUNTO DE ESTAMPAGEM COM OPERAÇÃO DE CORTE A matriz e o punção deve apresentar seção conforme o contorno desejado da peça a extrair da chapa. FOLGA ENTRE PUNÇÃO E MATRIZ É muito importante o estabelecimento do valor para a folga entre o punção e a matriz. Essa folga depende da espessura da chapa a ser submetida ao corte e do tipo de material, que pode ser duro ou mole. FORÇA DE CORTE Q = p.e.σc onde Q = esforço de corte ou de cisalhamento, em kgf p = perímetro da figura, mm e = espessura da chapa, mm σc = resistência ao cisalhamento do material, kgf/mm2 Como σc = 3/4 a 4/5 σt, aproximadamente, onde . σt = resistência à tração do material. É relativamente simples determinar o esforço de corte, conhecendo-se o material. A equação que permite determinar o esforço para o corte é a seguinte: DOBRAMENTO E ENCURVAMENTO No dobramento de uma peça inicial na forma de uma tira, os esforços são aplicados em duas direções opostas para provocar a flexão e a deformação plástica conseqüente, mudando a forma de uma superfície plana para duas superfícies concorrentes, em ângulo, e formando, na junção, um raio de concordância. Os esforços de conformação se concentram na região de concordância das duas superfícies. Na parte interna da região de concordância, surgem esforços de compressão e, na externa, de tração. A eventual fratura da peça ocorre na parte externa e o possível enrugamento na parte interna. LINHA NEUTRA Como a parte externa atua uma força num sentido (de tração) e na interna em outro sentido (de compressão), existe um ponto, ao longo de uma linha perpendicular à chapa - portanto, na direção do raio, em que as tensões são nulas. Este ponto é denominado ponto neutro. A linha de união de todos os pontos neutros ao longo da chapa (em um corte feito pelo plano transversal e que contenha as forças e o raio de curvatura) é denominada linha neutra. O comprimento da linha neutra, antes e após o dobramento, é admitido permanecer o mesmo. As linhas correspondentes aos cortes, porém, entre as superfícies externa e interna e o plano transversal, não mantêm o mesmo comprimento inicial: a linha correspondente à superfície externa tem seu comprimento aumentado após o dobramento e a correspondente à superfície interna diminuído. A linha neutra é utilizada como referência - pois o seu comprimento não varia na conformação, para a verificação do desenvolvimento da peça conformada, ou seja, para a determinação das dimensões do esboço inicial que atingem, depois de conformado, as dimensões da peça considerada. Antes da conformação, a posição da linha neutra coincide com a linha de simetria, que divide a espessura da chapa em duas partes iguais. Após a conformação, no entanto, a linha neutra se desloca em direção à superfície interna. LOCALIZAÇÃO DA LINHA NEUTRA DOBRAMENTO E ENCURVAMENTO Nesta operação procura-se manter a espessura da chapa ou evitar qualquer outra alteração dimensional. CONJUNTO PARA DOBRAMENTO CONJUNTO PARA DOBRAMENTO OBSERVAÇÃO IMPORTANTE PARA O DOBRAMENTO No dobramento, dois fatores são importantes: o raio de curvatura e a elasticidade do material. Devem-se sempre evitar cantos vivos, para o que devem ser fixados raios de curvatura que correspondem de 1 a 2 vezes a espessura da chapa para materiais moles e de 3 a 4 vezes a espessura para materiais duros. No caso de materiais mais duros, devido aos característicos de elasticidade dos metais, é comum que, depois de realizado o esforço de dobramento, a chapa tenda a voltar à sua forma primitiva, de modo que se recomenda construir as matrizes com ângulos de dobramento mais acentuados, além de realizar-se a operação em várias etapas, com uma única ou com várias matrizes. ENCURVAMENTO A operação de encurvamento segue, em linhas gerais, os mesmos princípios e conceitos explicados na operação de dobramento. Geralmente, curvatura total exige várias etapas. ESTAMPAGEM PROFUNDA É o processo de estampagem em que as chapas metálicas são conformadas na forma de copo, ou seja, um objeto oco. As aplicações mais comuns correspondem a cápsulas, carrocerias e para-lamas de automóveis, estojos, tubos etc. A estampagem profunda produz, pois, objetos ocos, a partir de chapas planas, sem geralmente modificar a espessura destas e realizando-se a deformação em uma ou mais fases. MATRIZ PARA ESTAMPAGEM PROFUNDA No fundo do copo, o esforço predominante é a tensão de compressão exercida pela extremidade do punção, que é transmitida às demais partes do copo através de tensões de tração radiais. A maior parte dos esforços de atrito se origina entre o seu sujeitador e a aba, e entre esta e a superfície superior da matriz. O esforço total exercido pelo punção, ou seja, o esforço de estampagem é igual à soma dos esforços atuantes em todas as partes do copo. Se o esforço de estampagem provocar em qualquer parte do copo uma tensão superior ao limite de resistência do material da chapa, ocorrerá a fissura desta nessa parte. A força máxima de estampagem exercida pelo punção ocorre logo no início da operação de estampagem para, logo a seguir, assim que o punção começa a penetrar na matriz, cair visivelmente de intensidade. Portanto, a condição de tensão máxima ocorre no início do processo de conformação, e aí devem surgir os efeitos de enrugamento da aba ou de fissuramento da lateral em formação, que dificilmente ocorrem nos estágios finais da operação. OPERAÇÃO DE REESTAMPAGEM A redução teórica máxima que se obtém numa única operação de estampagem é cerca de 50% e mesmo nas condições mais favoráveis não ultrapassa 60%. Assim, é praticamente impossível obter-se, numa única operação de estampagem profunda, um objeto oco com altura muito maior que o diâmetro. Recorre-se, então, a operações de reestampagem, segue algumas. TIPOS DE REESTAMPAGEM EQUIPAMENTOS PARA ESTAMPAGEM MecânicasPossui um volante que é a fonte de energia, a qual é aplicada por manivelas, engrenagens e excêntricos, durante a aplicação do esforço de deformação. Hidráulica A pressão hidrostática aplicada contra um ou mais pistões fornece a energia para o esforço de deformação. PRENSAS ELEMENTO DE UMA PRENSA MECÂNICA OU EXCÊNTRICA ELEMENTO DE UMA PRENSA MECÂNICA OU EXCÊNTRICA PRENSA HIDRÁULICA PRENSA HIDRÁULICA TIPO DOBRADEIRA PROPRIEDADES DOS PRODUTOS ESTAMPADOS Como o processo de estampagem é realizado a frio, na região de formação plástica da peça ocorre uma elevação da resistência mecânica (encruamento). Nessa região, a peça apresentará então uma resistência mecânica maior do que a da chapa inicial (comumente no estado recozido). Como, para efeito de cálculo da resistência da peça, toma-se normalmente como base a resistência do material da chapa, o projeto da peça é realizado a favor da segurança. Convém destacar que é muito comum na concepção de peças grandes (painéis, coberturas, etc.) a utilização de perfis, conformados de chapas, ou nervuras ou rebaixos na própria peça para aumentar a rigidez. BOA NOITE
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