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RECURSOS pROCESSO cIVIL

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Semelhanças do Recurso Especial e Extraordinário:
	Art. 1.029 CPC. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
Ambos serão interpostos no prazo de 15 dias, perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal a quo, a quem caberá fazer o prévio juízo de admissibilidade.
A petição de interposição deve conter, a exposição do fato e do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.
O recorrido é intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias, o qual os autos serão remetidos ao respectivo Tribunal superior art. 1.030 CPC.
Características comuns: não caber mais recurso para instâncias inferiores, a atuação do STF e STJ é guardar o ordenamento jurídico e não a situação individual das partes, não serve para revisão de matéria de fato, sua admissão depende do juízo de admissibilidade da instância inferior, e depois do próprio STF e STJ, enquanto estiver tramitando estes recursos a sentença anterior já pode ser executada provisoriamente.
DO RECURSO ESPECIAL
É um recurso excepcional, pois cabe em hipóteses específicas, deve preencher requisitos de admissibilidade muito mais rigorosos, tem por objetivo permitir o reexame apenas de matéria de direito, é sempre dirigido aos órgãos da cúpula do Poder Judiciário, STJ e o STF.
Seu objetivo é permitir o controle de legalidade das decisões dos tribunais estaduais e da Justiça Federal, bem como promover a uniformidade de interpretação do direito federal.
Hipóteses de cabimento art. 105, CF:
	Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
O rol deste artigo é taxativo. Condição de admissibilidade desse recurso, que o recorrente aponte na decisão recorrida, qual dos vícios ficou caracterizado. O julgador irá verificar se isso foi feito, e se pode ser enquadrado nos permissivos constitucionais.
É cabível contra decisões no processo de conhecimento, de jurisdição contenciosa e voluntária e de execução 
Tem como requisito indispensável que a causa tenha sido decidida em única ou última instancia pelos Tribunais Regionais Federais ou tribunais federais. Não se admite recurso especial contra acórdãos prolatados no Juizado Especial Cível, que não provém de um tribunal, mas do colégio recursal, integrado por juízes de primeira instância e também aqueles acórdãos contra os quais, ainda, cabe outro recurso.
Súmula 207 do STJ: “É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem”. Só depois de esgotados os recursos ordinários, abrir-se-á a via dos especiais. 
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
É um mecanismo processual que viabiliza a análise de questões constitucionais, tem por objetivo levar ao STF questões relacionadas à vulneração de dispositivos constitucionais, é o meio pelo qual as ofensas à Constituição Federal são levadas ao conhecimento do STF, em controle difuso. Para que chegue à Suprema Corte é necessário que o jurisdicionado tenha se valido de todos os meios ordinários, que tenha percorrido as demais instâncias judiciais do País. Também se exige que o recorrente preencha alguns requisitos legais.
 A Emenda Constitucional n.45/2004 acrescentou um novo requisito de admissibilidade ao recurso, incluindo um §3º no art. 102 da CF, exige que para o recebimento deste recurso, o recorrente deve mostrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, a fim de que o Tribunal examine a admissão deste, só podendo recusá-lo pela manifestação de 2/3 de seus membros. A repercussão geral deve ser demonstrada preliminarmente, no recurso extraordinário, esta transmite a ideia de que a questão constitucional deva refletir não apenas o interesse das partes, mas também de um grande número de pessoas, que afete a vida de uma faixa substancial da sociedade, ou que diga respeito a valores cuja preservação interesse a toda ou a boa parte da coletividade. Deve considerar a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.
O art. 102, III, da Constituição Federal, elenca as hipóteses de cabimento do recurso extraordinário, quais sejam:
	Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: (…) 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Vale ressaltar que o recorrente tem o ônus de apresentar, em suas razões recursais, a causa constitucional ou federal que pretende ver examinada pelo STF ou pelo STJ. Tal requisito é chamado de prequestionamento. Além disso, também é necessário demonstrar por que motivos o STF ou o STJ devem conhecer o recurso extraordinário.
Quanto aos efeitos, continua a ser recebido, como regra, no efeito devolutivo, conforme descreve o art. 1034, parágrafo único, do CPC.
Recursos Extraordinário e Especial Repetitivos
 O Recurso Repetitivo não é um recurso propriamente dito por lhe faltar o requisito da tipicidade inerente dos recursos em geral. Ele é considerado um mecanismo para barrar ou diminuir o fluxo de demandas repetitivas junto aos tribunais superiores, que julgam as espécies de recursos estampados nos dispositivos legais, isto é, o STF ou STJ. Também, se pode olhar para esse mecanismo como um instrumento de direito difuso e coletivo. 
De acordo com o art. 1036 CPC, os processos deverão ser afetados pelos Tribunais Superiores como recurso repetitivo nas hipóteses em que houver uma multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito.
Os arts. 1036 até 1041 CPC, tratam de um regime diferenciado de julgamento de recurso especial e extraordinário para hipóteses em que a mesma questão jurídica – infraconstitucional ou constitucional – se repita em uma quantidade significativa de recursos.
Esse regime foi concebido para imprimir mais racionalidade ao julgamento de recursos que envolvam questões de massa, consubstanciadas em direito individuais homogêneos.
DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO
É um tipo de agravo que cabe contra a decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal de origem que, em prévio juízo de admissibilidade, não admitir o processamento do Recurso Extraordinário (RE) ou do Recurso Especial (REsp).
Cabe ao presidente ou ao vice-presidente do Tribunal de origem realizar o exame prévio de admissibilidade, inadmitindo o recurso quando não estiverem preenchidos os requisitos. A decisão de inadmissão cabe agravo em recurso especial ou extraordinário, no prazo de 15 dias, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos, caso em que o recurso adequado será o agravo interno, fora essas duas espécies, sempre caberá o agravo disposto no art. 1042 CPC, da decisão que inadmitir os recursos excepcionais.
Prazo 15 dias para interposição,será dirigido ao presidente ou ao vice do tribunal, que irá intimar o agravado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias. Não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior respectivo. Não cabe o órgão a quo reexaminar a admissibilidade do agravo, mas tão somente remetê-lo.
Caso haja interposição conjunta de RE e REsp, deverá ser interposto um agravo para cada recurso inadmitido. O relator no STJ ou no STF, poderá não conhecer, conhecer e dar provimento ou conhecer e negar provimento ao recurso, cabendo agravo interno da sua decisão, prazo também de 15 dias.
DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
A função desse recurso é uniformizar a jurisprudência dos tribunais superiores.
A divergência que o enseja não é a que se verifica na turma julgadora, quando há votos vencidos, mas a que se constata entre a decisão de um órgão facionário e outro, ou entre órgão fracionário e o plenário.
“A divergência pode dizer respeito tanto ao mérito quanto à admissibilidade do recurso especial ou extraordinário. “ Nelson Luiz Pinto.
São cabíveis os embargos de divergência de decisão em agravo interno que decide recurso especial, Súmula 316 do STJ.
 “Não se presta justificar embargos de divergência o dissídio com acórdão de Turma ou Seção que não mais tenha competência para a matéria neles versada.” Súmula 158 do STJ.
A divergência deve ser atual, não cabendo mais embargos se a jurisprudência do Tribunal já se uniformizou em um sentido determinado. 
Prazo de 15 dias para oposição da publicação da decisão embargada. O processamento deverá observar o que foi estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior art. 1043 CPC. A petição de interposição deve vir acompanhada com a prova da divergência art. 1043, §4° CPC.
O relator poderá não conhecer, negar ou dar provimento ao recurso em decisão monocrática. Contra essa decisão caberá agravo interno para órgão coletivo.
Julgamento, no STJ será no plenário, no STF, se a divergência se der entre turmas da mesma Seção, será feito pela Seção, se for entre turmas diferentes, entre uma turma e uma Seção com a Corte Especial, será pela Corte Especial.
DA ORDEM DOS PROCESSOS E DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS
Jurisprudência O CPC reiterou a adesão ao sistema do civil law, manifestou grande preocupação com a uniformidade e a estabilidade da jurisprudência, já que a proliferação de decisões judiciais divergentes a respeito da mesma questão jurídica pode prejudicar a isonomia e a segurança jurídica. A solução encontrada para evitar o problema foi determinar aos tribunais que uniformizem a sua jurisprudência e a mantenham estável, íntegra e coerente. 
 O art.926 CPC, fala em estabilidade. Isso não quer dizer que a jurisprudência não possa ser alterada. Afinal, até mesmo a lei pode ser modificada, e a jurisprudência deve acompanhar as transformações, sejam aquelas relacionadas à ciência do direito e à hermenêutica jurídica, sejam as relativas às condições sociais, políticas e econômicas do país, já que as decisões judiciais não se aplicam em abstrato, mas a situações concretas, que integram determina do contexto da realidade. Mas essas alterações não devem ser constantes e aleatórias.
Precedente vinculante: o art.927 CPC determina aos juízes e tribunais que observem:
	Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
O que traz essa perplexidade é que, diante da determinação peremptória do caput do art.927 CPC, ter-se-ia que concluir que a lei criou hipóteses de jurisprudência vinculante, que não estão previstas na Constituição Federal. Em relação aos dois primeiros incisos, a eficácia vinculante está prevista na Constituição (arts.102, § 2°, e 103-A). Mas nos demais casos não há previsão constitucional, e, a nosso ver, não é possível a criação de novos casos por legislação ordinária. Há, inclusive, a previsão de reclamação, para a hipótese de descumprimento do art. 927, III (art. 988, III), embora inexista previsão constitucional de que as decisões proferidas em incidente de assunção de competência e de incidente de resolução de demandas repetitivas tenham eficácia vinculante. Isso leva à inconstitucionalidade do disposto no art.927, III, IV e V, do CPC, já que lei ordinária não pode criar novas situações de jurisprudência vinculante. E essa inconstitucionalidade pode ser reconhecida em controle concentrado ou difuso de constitucionalidade.
Ordem dos processos no tribunal: Os arts.929 a 946 regulamentam o processamento dos processos nos tribunais. São regras que se aplicam, de maneira geral, tanto aos processos de competência originária quanto aos recursos. Os autos são registrados no protocolo do tribunal e distribuídos pela secretaria, devendo em seguida serem conclusos ao relator. Como o julgamento, nos tribunais, é colegiado, haverá sempre o relator que terá uma série de atribuições. Enviados os autos, ele terá 30 dias para, depois de elaborar o voto, restituí-los, com relatório, à secretaria.
Atribuições do Relator: Compete ao relator tomar uma série de providências, elencadas no art.932 do CPC. Dentre elas, destacam-se a de dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive no que concerne à produção de prova; homologar eventual autocomposição das partes; apreciar os pedidos de tutela provisória; decidir pedido de desconsideração da personalidade jurídica, instaurado originariamente perante o tribunal; e determinar a intimação do Ministério Público, nos casos em que ele intervenha. Além disso, cabe ao relator fazer o juízo de admissibilidade do recurso, não conhecendo, em decisão monocrática, daqueles que forem inadmissíveis, prejudicados ou que não tenham impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida. Mas, antes de considerar inadmissível o recurso, ele concederá prazo de 5 dias para que o vício seja sanado, quando possível, ou para que seja complementada a documentação exigível. Também pode o relator, em decisão monocrática, examinar o mérito do recurso, negando provimento aos que forem contrários à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; que contrariarem acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos; ou ainda que forem contrários a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. Ou pode dar provimento ao recurso, quando for a decisão recorri da que contrariar as súmulas, acórdãos ou entendimentos firmados, acima mencionados. Das decisões monocráticas do relator caberá sempre o agravo interno, previsto no art.1.021 do CPC.
Incidente de Assunção de Competência: A assunção de competência, prevista no art.947 do CPC, é incidente processual que permite a avocação, pelo órgão jurisdicional competente para realizar a uniformização de jurisprudência (indicado pelo regimento interno do respectivo tribunal), do julgamento do recurso, remessa necessária ou outro processo de competência originária do tribunal, quando tenha por objeto relevante de direito, com repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
A expressão “sem repetição em múltiplos processos” constante da parte final do caput do art.947 esclarece que não há possibilidade de coexistirem simultaneamente os incidentes de assunção de competência e de resolução de demandas repetitivas. Em outras palavras, não cabe o incidente de assunção de competência quando couber julgamento de casos repetitivos. 
Cássio Scarpinella Bueno:
“Trata-se, neste sentido, de técnica disposta a evitar dispersão jurisprudencial– ‘prevenção ou composição de divergência entre câmara ou turmas do tribunal’.
 Como se lê do § 4º – e, por isso, não é considerada pelo novo CPC como uma das técnicas de julgamento de “casos repetitivos”, nos moldes do art. 928. Para tanto, a exemplo do incidente de resolução de demandas repetitivas e dos recursos extraordinários ou especiais repetitivos, precisaria haver “múltiplos processos” julgados em sentidos diversos, o que o caput e o § 4º do art. 947, cada um à sua maneira, expressamente dispensam. De qualquer sorte, é irrecusável que a instauração deste incidente pressupõe, ao menos em tese, a possibilidade de existirem decisões diferentes sobre uma mesma tese jurídica” (BUENO, 2015, p. 593).
O incidente pode ser proposto de ofício pelo relator ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, hipótese em que, caso acolhido (art. 947, § 2º), haverá o deslocamento da competência originária para outro órgão jurisdicional coletivo indicado pelo regimento interno do tribunal como competente para a uniformização de jurisprudência.
 O reconhecimento do interesse público na assunção de competência produz importante efeito, que é a vinculação de todos os juízes e órgãos fracionários ao entendimento firmado pelo órgão colegiado no julgamento do recurso, remessa necessária ou processo de competência originário avocado, salvo quando revista a tese (art. 947, § 3º, CPC). “[…] Cabe anotar que é o único caso em que o novo CPC vale-se da palavra ‘vinculante’ ao não se referir a Súmulas vinculantes […]” (BUENO, 2015, p. 594). 
A nova Codificação rompeu definitivamente com o modelo de civil Law, valorizando os precedentes vinculantes, razão pela qual atribuiu aos tribunais à tarefa de manter a jurisprudência estável, íntegra e coerente. Para o atingimento de tal desiderato, o CPC de 2015 consagrou como um ônus do tribunal realizar a uniformização de sua jurisprudência, colocando à disposição a sua disposição o incidente de assunção de competência e o incidente de resolução de demandas repetitivas.
DA AÇÃO RESCISÓRIA
Ação rescisória está prevista no art. 966 e seguintes no CPC, o conceito dessa ação segundo Nelson Neri Junior é:
“É a ação autônoma de impugnação de natureza constitutiva negativa quanto ao juízo rescindendo, dando ensejo a outra relação processual distinta daquela em que foi proferida a decisão rescindenda”. Ou seja, é uma ação ou instituto processual a fim de afastar a coisa julgada que tenha se formado com um dos vícios gravíssimos de nulidade previstos em lei (rol taxativo) e se necessário rejulgar a lide.
Essa ação é uma medida excepcional, pois deve primar pela preservação da coisa julgada. E por apresentar um rol de nulidades taxativo possui um cabimento vinculado à lei, sendo uma medida restritiva. Assim, ainda que possa encontrar outros vícios gravíssimos que não estejam previstos no rol taxativo da lei art. 966, não cabe ação rescisória.
O objeto da presente ação é a decisão de mérito transitada em julgado, as sentenças continuam incluídas, mas acrescentou as interlocutórias parciais.
O legislador traz o cabimento da rescisória decisão terminativa (sem resolução do mérito) com o objetivo de impedir a propositura de uma nova demanda e impedir a admissibilidade do recurso correspondente a essa ação.
Sua natureza jurídica é de ação, é um meio impugnativo autônomo. A ação rescisória exige: provocação por meio de uma petição inicial e processo de conhecimento, o juiz desenvolve ação de natureza cognitiva para identificar o tipo de procedimento: comum ou processual. E assim, sendo procedimento comum transitará em julgado se for de mérito, passando pelas fases: postulatória, ordinatória, probatória, decisória e recursal.
Pelo fato de a rescisória ser uma ação ela se desenvolve observadas as fases procedimentais do procedimento comum do processo de conhecimento, sendo assim transitará em julgado, salvo se for decisão terminativa.
Cabe outra ação rescisória, desde que ainda possua um dos vícios previstos no rol taxativo, disposto no art. 966.
No art. 968, inciso I, está previsto o “duplo juízo” (duas análises) a fim de atingir objetivos, os quais são: o 1º Juízo, denominado juízo rescindendo (afasta a coisa julgada viciada), tem natureza desconstitutiva em relação à coisa julgada e é obrigatório, ou seja, toda rescisória tem juízo rescindendo, mas se do afastamento da coisa julgada remanescer uma lacuna de julgamento (ausência de solução para a lide) a lide terá que ser rejulgada, baseado no “princípio da inafastabilidade da jurisdição”, o judiciário não pode se eximir de julgar, surgindo o segundo objetivo. Este é nominado de 2º juízo, o juízo rescisório (rejulga a lide), é facultativo, ou seja, pode ocorrer ou não.
Natureza jurídica da decisão no juízo decisório, dependerá da natureza jurídica da ação, visto que deve ser a mesma. Logo, se estiver sendo rejulgada uma ação constitutiva, a ação rescisória será natureza constitutiva, no caso de uma condenatória, será condenatória, de uma mandamental, será mandamental, uma latu sensu, será latu sensu e declaratória será declaratória. Se a decisão proferida no rejulgamento contiver natureza distinta do pedido principal, caberá, após o trânsito em julgado ação rescisória por violação ao princípio da congruência. 
Prazo é de 2 anos, art.975 CPC, baseado em duas hipóteses: o legislador é claro ao dizer que o prazo flui da última decisão, seja de mérito ou terminativa, que houve na ação principal no caso de dois pedidos cumulados, se um deles julgado no mérito restar irrecorrido no 16º dia do prazo certifica-se o trânsito. Aguarda-se o julgamento da última decisão. Não cabem rescisórias progressivas.
Sobre depósito prévio envolvido na Ação Rescisória: é um mecanismo pelo qual o autor demonstra sua boa-fé, visto que deposita 5% do valor da causa atualizado, que nada mais é do que a caução (garantia). Esse mecanismo é uma demonstração da litigância responsável por parte do autor.
Caso a rescisória seja julgada procedente, o dinheiro do depósito prévio voltará a compor o patrimônio do autor. Se julgada improcedente, por unanimidade dos votos, essa caução se reverte para a outra parte, pois tem natureza jurídica de multa ao autor, sendo caracterizada como uma forma de punição pela irresponsabilidade do autor.
A natureza jurídica é mista: a de caução se julgada procedente a rescisória e de multa ao autor se julgada improcedente por votação unanime. Por outro lado, existem hipóteses em que o depósito prévio é dispensado, estando previsto no art. 968, § 1º CPC, que são casos que envolvem a União, aos Estados, Municípios, DF, autarquias, Fundações de Direito Público e beneficiários da Gratuidade.
Muito embora nos tribunais tenhamos a atuação do colegiado (3 julgadores), é o relator que assume a função de juiz preparador/condutor do processo, ou seja, é ele que conduz a relação processual. Não há prolação de uma sentença e sim acórdão art. 970 CPC.
Importante salientar que a ação rescisória pode ou não comportar dilação probatória: quando a matéria for só de direito ou de direito e de fato há julgamento antecipado, sem necessidade de produção de prova. Mas quando há tal necessidade, o relator determina a remessa dos autos ao órgão inferior (à origem) para que seja produzida a prova. Confeccionada a prova sob o crivo do contraditório (não é produção unilateral), retorna-se a prova ao tribunal para ele possa julgar.
Quanto ao efeito suspensivo na Ação rescisória, disposto no art. 969/NCPC, a rescisória não suspende a execução, ou seja, a produção de efeitos da decisão que se quer rescindir. Se a decisão já produziu efeitos e a rescisória for julgada procedente, ocorre tutela reparatória. Portanto, admite-se o requerimento do efeito suspensivo como espécie de tutela de urgência, porém na prática é difícil de obtê-lo.

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