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02 INSOLVÊNCIA PRESUMIDA

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Direito Empresarial III 
Professora Celina Rizzo Takeyama 
 
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UNICESUMAR 
DIREITO EMPRESARIAL III 
Professora: Celina Rizzo Takeyama 
 
INSOLVÊNCIA DO DEVEDOR - Art. 94, LRF 
(Roteiro) 
 
1. INTRODUÇÃO 
a) NÃO SE EXIGE A INSOLVÊNCIA ECONÔMICA 
b) Insolvência jurídica ou presumida para falência litigiosa (na autofalência há confissão 
de falência pelo devedor empresário não recuperável); 
c) Presunção relativa (iuris tantum) 
d) Rol do art. 94 é TAXATIVO. 
 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título 
ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos 
na data do pedido de falência; 
 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens 
suficientes dentro do prazo legal; 
 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para 
realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar 
credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem 
ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a 
fiscalização ou para prejudicar credor; 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e 
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, 
abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal 
estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
 
§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de 
falência com base no inciso I do caput deste artigo. 
 
§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar. 
[Ver art. 5º, LRF] 
 
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§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos 
executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos 
respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. 
§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão 
expedida pelo juízo em que se processa a execução. 
 
§ 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a 
caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. 
 
2. HIPÓTESES 
2.1.IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA - ART. 94, I, LRF 
 
a) Dívida representada por TÍTULO EXECUTIVO: 
 Títulos executivos JUDICIAIS: art. 515, CPC ou títulos executivos 
EXTRAJUDICIAIS art. 784, CPC 
 
Art. 515, CPC. São TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS, cujo cumprimento dar-se-á de acordo 
com os artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar 
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos 
sucessores a título singular ou universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados 
por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior 
Tribunal de Justiça; 
X - (VETADO). 
[...] 
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação 
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. 
 
Art. 784, CPC. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela 
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por 
tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele 
garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos 
acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
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IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas 
na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais 
despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
§ 1o [...] 
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de 
homologação para serem executados. 
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação 
exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento 
da obrigação. 
 
 
OBS: ATENÇÃO: LER dispositivos legais relativos aos títulos executivos no NCPC. 
Verificar as espécies. Atenção com BOLETO BANCÁRIO; TÍTULOS DE CRÉDITO (art. 
889, CC e demais requisitos específicos de cada título); Título de crédito prescrito; Instrumento 
particular de confissão de dívida; Sentença Judicial; etc. 
 
 
 Liquidez = Valor certo 
 Mero cálculo aritmético não descaracteriza a liquidez 
 Planilha de Cálculo 
 
 PETIÇÃO INICIAL e DOCUMENTOS (prova pré-constituída) - § 3º do art. 
94 e Parágrafo único o art. 9º 
Art. 94. 
[...] 
§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos 
executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos 
respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. 
 
Art. 9º, Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no 
original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo 
 
b) VALOR: 
 Dívida de MAIS de 40 salários mínimos nacionais. 
 Hoje: Salário mínimo: R$ 937,00 x 40  Valor superior a R$ 37.480,00 
 Admite-se a somade títulos e/ou de credores de quaisquer natureza para se 
alcançar esta cifra; (art. 94, § 1º, LRF) 
Art. 94, § 1o, LRF. Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para 
o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. 
 
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 Momento de aferição (art. 94, inc. I, LRF); 
 Fundamento do valor de alçada 
 
c) PROTESTO PARA FINS FALIMENTARES: 
 Prova a impontualidade; 
 Protesto para fins falimentares e existência de protesto para outro fim 
***Sentença; 
 SÚMULA 361, STJ 
 
SÚMULA N. 361 –STJ: “A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa 
devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu.” Rel. Min. Fernando Gonçalves, em 
10/9/2008. 
 
EMENTA: REQUERIMENTO DE FALÊNCIA - IMPONTUALIDADE DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
DEVEDORA - INSTRUMENTO DE PROTESTO PARA FINS FALIMENTARES - AUSÊNCIA DE 
IDENTIFICAÇÃO DA PESSOA QUE RECEBEU A INTIMAÇÃO - SUMULA Nº. 364 DO STJ - VÍCIO 
NO INSTRUMENTO DE PROTESTO - SENTENÇA CASSADA.- Consoante previsão da Lei nº. 
9.492/1997, considera-se cumprida a intimação do protesto quando comprovada a sua entrega no 
endereço fornecido pelo apresentante do título ou documento. - O Superior Tribunal de Justiça 
sedimentou entendimento, enunciado na Súmula nº. 364, de que a notificação do protesto, para 
requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu. 
TJMG. APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0411.09.052180-7/001 
 
d) INEXISTÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O NÃO PAGAMENTO – art. 96, 
LRF 
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, NÃO será decretada se 
o requerido provar: 
 I – falsidade de título; 
II – prescrição; 
III – nulidade de obrigação ou de título; 
IV – pagamento da dívida; 
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título; 
VI – vício em protesto ou em seu instrumento; 
 VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos 
do art. 51 desta Lei; 
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, 
comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova 
de exercício posterior ao ato registrado. 
 § 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem 
do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. 
 § 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de 
falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite 
previsto naquele dispositivo. 
 
2.2.EXECUÇÃO FRUSTRADA – Art. 94, II, LRF 
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a) Processo de execução individual (relação jurídica díade; bilateral) para pagar quantia 
certa e contra devedor empresário 
b) Dívida de QUALQUER VALOR. 
c) ***Tríplice omissão do executado: 
Executado que não: 
 Paga; e 
 Não nomeia bens à penhora (e nem tem bens penhorado); e 
 Não deposita 
**Bens suficientes 
**Prazo Legal 
*** Ver material complementar sobre execução frustrada e NCPC – Posicionamentos 
Doutrinários atualizados (extraídas das edições de livros de acordo com o NCPC) – roteiro 
disponível no moodle 
 
d) Extração de CERTIDÃO do juízo da execução (Art. 94, § 4º, LRF) e Juízo competente 
(art. 3º e 78, LRF). 
 
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial 
ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa 
que tenha sede fora do Brasil. 
 
Art. 78. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a ordem de 
apresentação. 
 Parágrafo único. As ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas a 
distribuição por dependência. 
 
 
e) NÃO se exige: protesto do título; 
f) O que acontece com a execução frustrada quando o pedido de falência é distribuído? 
DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS. 
 
2.3. ATOS DE FALÊNCIA – art. 94, III, LRF 
a) Noções gerais – Conceito de atos de falência 
b) Rol taxativo 
c) Plano de Recuperação: DEVER do empresário (art. 94, III, caput, LRF) 
d) Dispensa a prova pré-constituída da insolvência (art. 94, § 5º, LRF); 
e) HIPÓTESES: Noções gerais (art. 94, III e alíneas)

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