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LOGISTICA APLICADA AO ETANOL

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LOGISTICA APLICADA AO ETANOL
Resumo
O etanol é um álcool com grande potencial de crescimento de consumo, haja vista a conscientização da população sobre as consequências do efeito estufa e a fundamental contribuição da queima de combustíveis fósseis para tal fenômeno. A logística tem a função de promover uma perfeita coordenação de atividades dentro da cadeia de valor que produzirá o lucro desejado. A logística do etanol se torna chave, pois pode ou não garantir o atendimento a demanda crescente e a variabilidade em termos de custos. A logística é o custo do transporte envolvido por modal e consequente a escolha entre os mesmos, objetivando o menor custo logístico. O deslocamento dos produtos dentro do canal de distribuição se dá por uma rede de transporte único, intermodal ou multimodal. A rede de transporte único é caracterizada pelo fato de que um único tipo de modal faz a distribuição física. O déficit do país em relação à sua infraestrutura logística interna e externa, e não somente no que diz respeito ao escoamento de etanol.
Palavras-chaves: Cadeia. Etanol. Logística. 
Resumo Expandido
Os avanços no agronegócio estão sendo acompanhados por alguns setores da economia, como é o caso da ciência e tecnologia. Porém, algumas atividades não estão no mesmo ritmo de desenvolvimento e tem demonstrado algumas fragilidades. Esse é o caso da logística, que se depara com um déficit de infraestrutura para escoar a produção e transportes que demandam de mais tempo e operam a custos altos (OLIVEIRA, 2011).
O etanol é um álcool com grande potencial de crescimento de consumo, haja vista a conscientização da população sobre as consequências do efeito estufa e a fundamental contribuição da queima de combustíveis fósseis para tal fenômeno (BRASIL ESCOLA, 2012). O etanol também vem sendo empregado na indústria de combustíveis, sendo seu uso mais comum como aditivo da gasolina, apesar da diminuição da porcentagem misturada à gasolina que passou de 25% para 20% em 2010, com a finalidade de evitar desabastecimento e estabilizar seu preço (GOY; MANFRINI, 2010; TAVARES, 2010). 
Por serviços logísticos do subentendem-se as atividades de movimentação de produtos como recebimento e processamento dos pedidos, gerenciamento de estoques de produto, manuseio de materiais, embalagem, armazenagem e transporte (IANNONI e MORABITO, 2007). 
No setor sucroalcooleiro é dado destaque ao transporte e ao armazenamento do açúcar e etanol, tanto pelo valor estratégico quanto pelos altos custos das operações para as organizações. Desta forma, as atividades logísticas de armazenagem e distribuição passam a ser consideradas pontos estratégicos para o setor, que deixou de visualizá-las como funções táticas de curto prazo, para incorporá-las à estratégia da organização (COSTA, 2007). 
Para que o processo logístico seja executado se faz necessária a realização de algumas atividades, dentre as quais destaca-se a distribuição física, foco deste trabalho, que se caracteriza pelos processos operacionais e de controle que permitem transferir o produto desde o ponto de fabricação até o consumidor final (NOVAES, 2007). 
Para Iannoni e Morabito (2007) a distribuição física engloba as atividades relacionadas com a movimentação de produtos acabados aos clientes através das atividades como recebimento e processamento dos pedidos, gerenciamento de estoques de produtos acabados, armazenagem, transporte, manuseio de materiais e embalagem.
Estudos sobre a gestão da cadeia de suprimentos, parcerias e logística mostram a importância das organizações estabelecerem relacionamentos colaborativos na intenção de manter liderança e crescimento de mercado (VIVALDINI & SOUZA, 2006). 
Segundo Bowersox et al. in Vivaldini & Souza (2006), muitas companhias estão falando sobre colaboração com seus parceiros na cadeia de suprimentos, mas poucas atualmente têm alcançado isto. Para que se tenha uma verdadeira colaboração é fundamental um acordo entre os parceiros para integrar os recursos em ganho mútuo. 
A logística tem a função de promover uma perfeita coordenação de atividades dentro da cadeia de valor que produzirá o lucro desejado (MOREIRA, 1996). Diante disso, além da produção e venda, a cadeia de suprimento é de real importância, podendo o relacionamento com fornecedores torna-se uma arma estratégica de grande significância, pois cadeias de abastecimento comprometidas com a transparência dos negócios alcançam reduções dos custos; atingem um amplo gerenciamento das informações e diminuem o tempo do fluxo financeiro do sistema (SIGOLI, 2001).
A logística do etanol se torna chave, pois pode ou não garantir o atendimento á demanda crescente e a variabilidade em termos de custos. A logística é o custo do transporte envolvido por modal e consequente a escolha entre os mesmos, objetivando o menor custo logístico. Dentro desta visão, diferentes cenários podem ser avaliados em função dos pontos de abastecimento e destinos geográficos finais. Por outro lado, os custos unitários de transporte, para modais de rodoviários, ferroviários, hidroviários e dutoviários são nessa ordem ascendentes. Por hora os investimentos necessários para a infraestrutura são inversamente crescentes referidos aos modais. Ainda investimentos no caso do modal dutoviários apenas são viabilizados em função da escala (vazão) conforme Figueiredo (2005).
Uma vez estruturado o canal de distribuição às necessidades da organização, torna-se necessário detalhar o processo logístico, ou seja, a forma em que acontece o deslocamento e a armazenam dos produtos (NOVAES, 2007). 
O deslocamento dos produtos dentro do canal de distribuição se dá por uma rede de transporte único, intermodal ou multimodal. A rede de transporte único é caracterizada pelo fato de que um único tipo de modal faz a distribuição física. Por rede intermodal entende-se a integração de dois ou mais meios de transporte sem maiores preocupações além da questão temporal e da integração física e operacional. Já o termo transporte multimodal, pouco utilizado no Brasil, envolve além da inter-relação física, a integração do conhecimento, da responsabilidade, da programação, da cobrança de frete, entre outros (NOVAES, 2007).
A contratação dos serviços de operadores logísticos vem crescendo muito rapidamente em todo o mundo e, por consequência, também no Brasil (FLEURY e RIBEIRO, 2001). Dentre as principais motivações para a terceirização das atividades logísticas estão os seguintes fatores: focalização no core business; redução de custos; redução no investimento em ativos; aumento do controle das atividades logísticas; busca por maior flexibilidade nas operações logísticas; busca know-howpara a geração de novas soluções logísticas; e à expansão dos mercados (FIGUEIREDO et al., 2003). No trecho entre usinas paulistas e o porto de Santos, o escoamento dos produtos para exportação conta com prestadores de serviços logísticos que atuam no transporte ferroviário e rodoviário; em estações de transbordo no decorrer do canal de distribuição; e nas operações portuárias, responsáveis pela elevação dos produtos no cais. Salienta-se, assim, que os agentes logísticos ganham relevância no cenário pós-regulamentação pela crescente demanda por serviços prestados de apoio ao escoamento de açúcar e etanol pelo porto de Santos (COSTA, 2007).
A logística é uma das principais atividades de apoio da comercialização de produtos agrícolas e seu desempenho é questionável perante dos países concorrentes. Por exemplo, a densidade ferroviária no Brasil (calculado a partir do número de quilômetros de infraestrutura disponível por cada km² de área do País) representa 55% da disponível na China, 40% da disponível no Canadá e 32% do México, segundo dados de OLIVEIRA (2011). Sendo assim, investimentos na logística brasileira são essenciais para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros transacionados. Há um grande potencial produtivo no Brasil, porém muito de sua capacidade produtiva encontra-se ociosa em razão da falta de investimento ou de investimentosretardatários
Atualmente a infraestrutura logística brasileira acarreta perda da competitividade com a elevação do Custo Brasil – um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem os investimentos no País (OLIVEIRA, 2011)
No curto-prazo, a forma mais rápida de melhoria na situação logística é de investimentos por parte de empresas privadas e do governo na infraestrutura. Programas de apoio ao crescimento e o próprio investimento a partir da demanda criada pelas instituições privadas são uma forte fonte de desenvolvimento.
Pode-se considerar a iniciativa privada como o principal agente beneficiado, tanto que as empresas que utilizam o sistema modal brasileiro estão investindo recursos próprios a fim de melhorar a situação logística brasileira. 
Os gargalos existentes entre planejamento e execução estão concentrados estritamente na área de infraestrutura – o principal gargalo logístico brasileiro. É este gargalo que encarece o produto final e sua solução está basicamente em investimentos em infraestrutura e o planejamento de alocação destes recursos. 
Grandes problemas quando se trata em investimentos de infraestrutura está na realização das obras, que por falta de planejamento acabam em muitos casos apresentando irregularidades. A velocidade com a qual os investimentos em infraestrutura geram retorno já é lenta, se acrescentar o fator irregularidade fica ainda menos atrativo para investimento.
Considerações
Com esse estudo foi possível ver diferentes pontos de vistas sobre logística etanol. Sendo essa uma peça chave no transporte de tal como o etanol. E que suas cadeias de suprimentação tem parcerias que a logística mostram a importância das organizações estabelecendo uma relacionamentos colaborativos na intenção de manter liderança e crescimento de mercado. O Brasil, como país em desenvolvimento, tem que manter certo nível de investimentos no setor produtivo buscando uma maior adequação no mercado global e se tornando cada vez mais atrativo aos consumidores. Há uma grande preocupação com a aplicação efetiva destes investimentos, pois se trata de milhões de reais, em sua maioria em investimento privado, que estão sendo empregados para um uso comum.
Referencias
BRASIL ESCOLA. Etanol. Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2012. 
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006.
COSTA, B. P. C. Aspectos logísticos do escoamento do açúcar paulista: trecho usina – porto de Santos.Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de São Carlos. São Carlos: UFSCar, 2007.
GOY, L.; MANFRINI, S. Mistura de álcool na gasolina cai para 20%: porcentual obrigatório será reduzido a partir de 1.º de fevereiro e ficará em vigor durante 90 dias, para evitar alta do preço do álcool. O Estado de São Paulo, São Paulo, 12 jan. 2010. Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2012.
IANNONI, A. P.; MORABITO, R. Logística Agroindustrial. In: BATALHA, M. O. (Coord.) Gestão agroindustrial.São Paulo: Atlas, 2007.
FIGUEIREDO, K. F.; FLEURY, P. F.; WANKE, P. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
FLEURY, P. F.; RIBEIRO, A. A indústria de prestadores de serviços logísticos no Brasil: caracterizando os principais operadores. In: Anais do XXVII Encontro Anual da ANPAD. Campinas: ENANPAD, 2001. CD-ROM
FLEURY, P. F.[et al.] (2000) - Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. 
MOREIRA, D. A. (1996) – Dimensões do desempenho em Manufatura e Serviços. São Paulo: Pioneira.
NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação.Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 3. ed. 
OLIVEIRA, A. L. R. O sistema logístico e os impactos da segregação dos grãos diferenciados: desafios para o agronegócio brasileiro. 2011. 79 p. Tese (Doutorado) – Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.
SIGOLI, M.E. (2001) – Avaliação do nível de desempenho logístico de fornecedores. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. 
VIVALDINI, M.; SOUZA, F. B. de (2006) - O relacionamento colaborativo na cadeia de suprimentos do McDonald’s. Artigo publicado no XIII SIMPEP – Simpósio de Engenharia de Produção. Bauru, SP. 
VIVALDINI, M.; SOUZA, F. B. de (2006) - Entrega não assistida: uma contribuição para a logística colaborativa. Artigo publicado no XXVI ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Fortaleza, CE. 
Rafael Gonçalves da rocha/ rocharaf@hotmail.com
Mestre Lucas Roberto de Carvalho 
Núcleo de Iniciação Científica e Extensão FMB

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