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resumo para estudo av contabilidade e mercado de trabalho

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Para o desenvolvimento da carreira, o profissional deve estar preparado para saber lidar com mudanças do meio ambiente que impactam no mercado de trabalho.
Uma empresa não é um ambiente isolado. Mudanças no mercado impactam, e muito, seu planejamento de vida desenvolvido. Assim, ao traçar objetivos profissionais, deve-se estar preparado para saber mensurar os impactos das mudanças.
Os autores Kotler e Keller (2006, p. 162 - 176) listaram seis principais forças do macroambiente que agem sobre as empresas – e, consequentemente, no mercado de trabalho: 
• Ambiente demográfico: composto pela análise do crescimento da população mundial (como ocorre, onde ocorre); composição etária da população, mercados étnicos, níveis de instrução da população e padrões de moradia. 
• Ambiente econômico: composto por alguns fatores específicos que podem alterar a demanda de alguns produtos e serviços, como a distribui- ção de renda do país, níveis de poupança e endividamento da população e do país e disponibilidade de crédito às instituições e à população.
 • Ambiente natural: compõe-se da análise da escassez de matéria-prima, custos mais elevados da obtenção de energia, níveis maiores de poluição e mudanças no papel de governos.
• Ambiente tecnológico: é formado por alguns aspectos vinculados à inserção e aproveitamento de novas tecnologias pelos setores nacionais, como: a aceleração do ritmo das mudanças tecnológicas, oportunidades ilimitadas para a inovação, regulamentação mais rigorosa dos setores da economia por parte dos governos. 
• Ambiente político – legal: constitui-se de toda a estrutura formada por governos, legislação e grupos de pressão (como ONGs e demais institui- ções da sociedade civil). Observa-se hoje a crescente regularização dos negócios por meio da legislação, bem como o crescimento expressivo de grupos de interesses.
• Ambiente sociocultural: é moldado pelos costumes, valores e crenças de uma determinada sociedade. Kotler e Keller (2006, p. 176) observa que toda sociedade possui valores centrais que persistem devido ao reforço de instituições centrais, como a escola, igreja, empresas e governo. Esses valores centrais persistem. Por outro lado, valores secundários (como idade apropriada para casamentos, maioridade legal) mudam com mais facilidade.
Toda e qualquer mudança gera sentimentos diversos entre profissionais pela insegurança causada pela incerteza dos novos procedimentos a serem adotados pela organização. Assim, mudanças organizacionais tendem a causar resistência entre os funcionários. Existem duas categorias de mudanças: as mudanças não planejadas e as mudanças planejadas.
Mudanças não planejadas: são aquelas mudanças sobre as quais o gestor não tem o menor controle na sequência dos acontecimentos. São fatores totalmente imprevistos e que geram ações de controle de danos e readaptações, por exemplo: fenômenos naturais, intervenções governamentais não esperadas, crises econômicas globalizadas.
 Mudanças planejadas: são mudanças de atividades proativas e significativas. A mudança é uma atividade intencional e orientada para resultados, por exemplo: adoção de novas tecnologias, mudança de foco de negócios, busca por fornecedores mais adequados à empresa.
Com o passar do tempo, a sociedade se desenvolveu e surgiram novos tipos de relações econômicas e também a propriedade privada, o que exigiu a cria- ção de novas formas de controle empresarial.
A contabilidade mais próxima da que se conhece hoje surgiu na Idade Média, mais precisamente no século XV, por volta de 1494, quando o Frei Franciscano Luca Pacioli, a pedido do papa, foi encarregado de organizar uma enciclopédia que continha o conhecimento humano relativo à época, inclusive um sistema que era usado pelos mercadores de Veneza, que consistia na escrituração de Livro Caixa, Livro de Inventário e, o uso da Partida Dobrada. Coube a ele a divulgação dos primeiros Princípios Contábeis – Princípios Básicos do Método das Partidas Dobradas. Por esse método, cada crédito corresponde a um débito de igual valor.
A contabilidade tem por objeto o patrimônio, e por finalidade registrar os fatos e produzir informações propiciando possibilidades de planejamento e controle do mesmo.
Assim, pode-se afirmar que a contabilidade surgiu paralela à matemática, ou seja, de uma necessidade do homem de contar e controlar o produto de seu trabalho.
Para tanto, o autor ressalta que a Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões, pois coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios para a tomada de decisão
Marion (2012) ressalta que não se podem tomar decisões sobre produção, marketing, investimentos, financiamento, custos etc. sem Contabilidade.
No Brasil, de 17 a 27 de agosto de 1924, foi realizado o lº Congresso Brasileiro de Contabilistas, na cidade do Rio de Janeiro, naquela oportunidade a contabilidade foi definida da seguinte forma: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica”.
É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimô- nio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a sociedade exerce no contexto econômico.
 • Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário. 
• Organizar: um sistema de controle adequado à sociedade. 
• Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente, por meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da sociedade.
 • Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela sociedade; 
• Acompanhar: a execução dos planos econômicos da sociedade, prevendo os pagamentos a serem realizados e as quantias a serem recebidas de terceiros, alertando para eventuais problemas.
O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. O patrimônio que é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a uma pessoa física ou jurídica. É o elemento sobre o qual se exercitará a função contábil. Seu objetivo é permitir o estudo, o controle e a apuração dos resultados, isto é, sobre este conjunto de valores é que a contabilidade atuará acompanhando sua evolução, suas variações e os efeitos da ação administrativa.
A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das atividades realizadas pela sociedade, no sentido indispensável de controlar o comportamento de seus patrimônios, na função elaboração e comparação dos resultados obtidos entre períodos analisados. A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados e a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar classificar e anotar as operações da entidade e de todos os fatos que, de alguma forma, afetam sua situação econômica, financeira e patrimonial.
Portanto, a Contabilidade é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica.
• Controle: a administração através das informações contábeis via relató- rios pode certificar-se, na medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas determinados. 
• Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e planos orçamentários, é de grande utilidade no planejamento sociedaderial, ou seja, no processo de decisão sobre que curso de ação deverá ser tomado para o futuro.
Para Marion (2012) “a Contabilidade é uma Ciência Social, pois estuda o comportamento das riquezas, que se integramno patrimônio em face das ações humanas”.
Marion (2012), ainda, complementa que a contabilidade surgiu da necessidade dos donos de patrimônio de mensurar, acompanhar a variação e de controlar suas riquezas
Contador É o profissional que exerce funções contábeis, com formação superior do ensino Contábil (Bacharel em Ciências Contábeis). Áreas de atuação: 
• Contabilidade Financeira. É a contabilidade geral, necessária a todas as empresas. Fornece informações básicas a seus usuários e é obrigatória para fins fiscais. 
• Contabilidade de Custos. Está voltada para o cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços prestados pela empresa. 
• Contabilidade Gerencial. Voltada para fins internos, procura suprir os gerentes de um elenco maior de informações, exclusivamente para a tomada de decisões.
• Auditor
 • Auditor Independente. É o profissional que não é empregado da empresa em que está realizando o trabalho de Auditoria 
• Auditor Interno. É o auditor que é empregado (ou dependente econômico) da empresa em que faz o exame da Contabilidade e cuida dos contratos internos da empresa.
 • Analista Financeiro. Analisa a situação econômico-financeira da empresa por meio dos relatórios fornecidos pela Contabilidade. A análise pode ter os mais diversos fins: medida de desempenho, concessão de crédito, investimentos etc. 
• Perito Contábil. A perícia Judicial é motivada por uma questão judicial, solicitada pela justiça. O contador fará uma verificação na exatidão dos registros contábeis e em outros aspectos- daí a designação Perito Contábil. •
 Consultor Contábil. A consultoria, em franco desenvolvimento em nosso país, não se restringe especificamente à parte contábil e financeira, mas também – e aqui houve um grande avanço da profissão – à consultoria fiscal (Imposto de Renda, IPI, ICMS e outros), à consultoria na área de informática, exportação etc. 
• Professor de Contabilidade. Exerce o magistério de 2º grau ou de faculdade (neste caso há necessidade de pós-graduação), não só na área Contábil, como também em cursos de Ciências Econômicas, de Administra- ção, Direito etc. 
• Pesquisador Contábil. Para aqueles que optaram pela carreira universitária, e que normalmente se dedicam em período integral à universidade, há um campo pouco explorado no Brasil, ou seja, a investigação cientifica na Contabilidade. Na Faculdade de Economia e Administração da USP, por meio do Departamento de Contabilidade (onde há os cursos de Mestrado e de Doutorado em Contabilidade) e da FIPECAFI, temos observado o desenvolvimento de pesquisas contábeis. Também outras Instituições de Ensino Superior que têm mestrado: PUCSP, UNISINOS, FECAP, UERJ, UFRJ, UnB, Visconde de Cairú etc. 
• Cargos Públicos. Em muitos concursos, tais, como para Fiscal de Renda, tanto na área Federal, como na Estadual e na Municipal, tem havido grande contingente de contadores aprovados
• Cargos Administrativos. Observamos, ainda, contadores que exercem cargos de assessoria, elevados postos de chefia, de gerência e, até mesmo, de diretoria, com relativo sucesso. O contador é um elemento gabaritado para tais cargos, pois, no exercício de sua profissão, entra em contato com todos os setores da empresa. É comum afirmar que o elemento que mais conhece a empresa é o contador. Por fim, ainda encontramos contadores que exercem a função de executivos.
Em 1902, é criada a Escola de Comércio Álvares Penteado, em São Paulo, para Marion (2012) essa Escola tomou como base a Escola Europeia de Contabilidade, a Italiana e Alemã. Em 1946, com a chegada das multinacionais anglo-americanas e com o surgimento da Faculdade de Economia e Administração da USP, a Escola Contábil Americana começa a manifestar-se no país e exercer influenciar o ensino de Contabilidade no país.
De acordo com Hendriksen e Van Breda (2009), diversos enfoques têm sido adotados no esforço de resolver problemas complicados em contabilidade. São alguns dos enfoques mais comuns: fiscal, legal, ético, econômico, comportamental e estrutural.
Enfoque Fiscal: De acordo com Hendriksen e Van Breda (2009), o Enfoque Fiscal é preferido por muitos iniciantes em contabilidade. O contador especialista na área fiscal é de suma importância para as instituições nos dias atuais, pois, quando exploramos as origens teóricas da contabilidade fiscal, descobrimos rapidamente que os objetivos desta são muito distintos dos objetivos de divulgação de dados financeiros.
Enfoque legal: Para Hendriksen e Van Breda (2009), no segundo enfoque comum, para os iniciantes da contabilidade, é recomendável que se tenha uma opinião legal. A essência do lucro é sua realização. Potencialidade não basta. (...) Lucro necessariamente subentende separação e realização.
Para os autores, ao se estabelecer um referencial conceitual, deve ser investigado o uso da lei com base nos princípios contábeis. Embora a lei proporcione o estímulo do pensamento em questões de teoria da contabilidade, raramente ela é o fator decisivo
Enfoque Ético: De acordo com Hendriksen e Van Breda (2009:25), “questões éticas fundamentais fazem parte importante de toda a moderna construção de teorias. O enfoque ético à teoria da contabilidade dá ênfase aos conceitos de justiça, verdade e equidade.”
Enfoque comportamental: Os autores colocam como os usuários mais importantes dos relatórios contábeis apresentados a grupos externos à empresa os acionistas, outros investidores, credores e autoridades governamentais, entretanto as teorias comportamentais também podem levar em conta os efeitos de relatórios externos sobre as decisões da administração e o efeito, sob forma de feedback, das ações dos contadores e auditores.
Enfoque estrutural: Para os autores Hendriksen e Van Breda (2009), o enfoque estrutural é o enfoque clássico à contabilidade, visando à solução de problemas. Os autores colocam que pode ser denominado “estrutural”, porque se concentra na estrutura do próprio sistema contábil.
FISCAL – Qual é a situação fiscal?
 LEGAL – O que é exigido por lei? Há regulamentação específica para este setor? 
ÉTICO – O que é correto? Esta é uma apresentação justa? 
ECONÔMICO – Que efeito exercerá este procedimento contábil sobre a economia? Que efeito exercerá este procedimento contábil sobre os acionistas? O procedimento permite a divulgação completa dos fatos? Que efeito exercerá sobre outros grupos de interesse? 
COMPORTAMENTAL – Por que a administração deseja fazer esta escolha? 
ESTRUTURAL – Há alguma regra específica relativamente a esta situação? Qual é a definição de receita? Qual é o princípio geralmente aceito? O que estão fazendo os outros que operam neste setor?
Classificação das teorias da contabilidade Para Hendriksen e Van Breda (2009), independentemente do enfoque adotado para resolver problemas de contabilidade, sempre fica a seguinte questão: como se pode dizer se nossa solução é correta? O que significa solução correta? As respostas a essas questões não dependem somente do enfoque adotado, mas também da forma do raciocínio utilizado. Assim, as teorias podem ser classificadas, e posteriormente, verificadas.
Teoria Como Linguagem
Segundo Hendriksen e Van Breda (2009), os teóricos afirmam três perguntas a serem feitas a respeito de uma linguagem e das palavras e frases que compõem essa linguagem: 
1. Que efeito terão as palavras sobre os ouvintes? 
2. Que significado terão essas palavras, se houver algum?
 3. As palavras fazem sentido lógico?
Portanto, ao relacionarmos os enfoques com o tipo de linguagem, temos tanto o enfoque comportamental, quanto o econômico, que são basicamente pragmáticos e o enfoque estrutural é, principalmente, sintático. A importância da semântica e da sintaxe para a contabilidade consiste em que, semanticamente em termos ideais, a informação financeira possui conte- údo econômico ou físico tanto por seus produtores quanto por seus usuários, assim a importância da sintaxe deve-se a um dado financeiro estar logicamente relacionado a outro. Vale ressaltar que o papeldas teorias que enfatizam a semântica consiste em encontrar maneiras de melhorar a interpretação das informações contábeis em termos de observação e da experiência humana
TEORIA DESCRITIVA OU PRESCRITIVA (POSITIVA VS NORMATIVA) 
1. Dedução (É logicamente correta?) 
1. Indução (Que evidências existem?) 1. Sintaxe (Quais são as regras?) 
1. Semântica (O que significa?)
 2. Pragmática (Que efeito terá?)
Teoria como Raciocínio
Para Hendriksen e Van Breda (2009), a segunda maneira de classificar a forma do debate teórico consiste em perguntar se os argumentos fluem de generalizações a observações especificas (raciocínio dedutivo) ou se vão de observações especificas a generalizações (raciocínio indutivo). Iudicibus, Marion e Faria (2009) expõem que qualquer análise de fenômenos relativos às ciências sempre parte de duas metodologias cientificas opostas, quais sejam: 
e) O método de análise dedutivo;
 f) O método de análise indutivo
• Generalizações a observações específicas (raciocínio dedutivo)
 • Observações específicas a generalizações (raciocínio indutivo) Em contabilidade, as generalizações são postulados e os princípios são deduzidos.
 • Método dedutivo: as regras práticas são deduzidas dos postulados. 
• Método indutivo: os princípios são obtidos a partir da melhor prática existente.
Os objetivos representam uma parte importante do processo dedutivo, porque objetivos distintos podem exigir estruturas completamente diferentes e resultar em princípios distintos.
Iudícibus (2010) afirma que um dos problemas da abordagem dedutiva é que, se qualquer dos postulados e premissas for falso, as conclusões também serão falsas, embora logicamente deduzidas.
Iudicibus, Marion e Faria (2009: 250) colocam que, em contabilidade, a aplicação da indução poderia ser feita pela observação e análise de informações financeiras relativas a empresas, entidades e eventos. Os autores colocam, ainda, se pudermos localizar relacionamentos recorrentes, poderemos efetuar generalizações. O que se pode dizer, de acordo com os autores, é que, mesmo no indutivo, algum grau de dedução (ou intuição) sempre é importante, a fim de separar o que relevante que se quer analisar.
Teoria como Decreto
Segundo Hendriken e Van Breda (2009:30); tanto as teorias indutivas quanto as teorias dedutivas podem ser descritivas (positivas) ou prescritivas (normativas). Os autores salientam que as teorias descritivas visam mostrar e explicar quais informações financeiras estão sendo apresentadas e informadas aos usuários de dados contábeis, e as teorias normativas visam recomendar quais dados devem ser informados, e como devem ser apresentados, ou seja , procuram explicar o que deve ser, em vez do que é.
CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS 
COMO DECRETO Descritiva (positiva) Prescritiva (normativa) 
COMO RACIOCÍNIO Dedução (é logicamente correta) Indução (que evidências existem) COMO LINGUAGEM 
1. Sintaxe (quais são as regras?)
 2. Semântica (o que significa ?) 
3. Pragmática (que efeito tera?)
A Lei das Sociedades por Ações estabelece que, ao fim de cada período social (12 meses), a diretoria deverá elaborar e publicar, com base na escrituração contábil, as demonstrações financeiras (ou demonstrações contábeis) relacionadas a seguir (MARION, 2012): 
• balanço Patrimonial (BP) 
• demonstração do resultado do exercício (DRE) 
• demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPAc)
• demonstração dos fluxos de caixa 
• demonstração do valor adicionado (DVA) (se companhia aberta)
Além das demonstrações financeiras relacionadas, temos as notas explicativas, que são complementos pertinentes ao tema, dispostos no rodapé. De acordo com Marion (2012) o exercício social terá duração de um ano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (1º-1 a 31-12), embora, seja essa a prática na maioria das vezes mas, para fins de Imposto de Renda, deverá coincidir com o ano civil e para as sociedades anônimas de capital aberto (negociam suas ações na Bolsa de Valores) deverão apresentar na metade do exercício social.
De acordo com Marion (2012) há dois tipos distintos de sociedades que destacam-se no Brasil: as sociedades limitadas e anônimas (ou por ações), também chamadas de companhias. No entanto, as sociedades anônimas (que devem publicar as Demonstrações Financeiras) são divididas em capital fechado e capital aberto.
O autor coloca que para fins exclusivos da Lei nº 11.638/07, são Sociedades de Grande Porte aquelas que atingiram no ano anterior os saldos de Ativo Total superior a R$ 240 milhões ou Receita Bruta (total de vendas) anual superior a R$ 300 milhões e, estão sujeitas quanto a escrituração e elaboração das Demonstrações Financeiras. Há exigências especificas para as companhias abertas no que tange as Demonstrações Financeiras, assim deverão apresentar, além das Demonstrações normais: Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
O patrimônio 
4.3.1.1 Conceito e Definição: O Patrimônio constitui o objeto da contabilidade, ou seja, é um conjunto de bens, direitos e obrigações mensuradas em moeda corrente e pertencente a uma entidade contábil.
Bens
Bens são as coisas capazes de satisfazer as necessidades de uma entidade contábil, podendo ser mensurados economicamente. Contabilmente, eles podem ser de dois tipos: Tangíveis e Intangíveis. O Código Civil Brasileiro distingue os bens em:
 • Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou danos: edifícios, construções, árvores etc. 
• Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias.
Direitos são todos valores que a entidade contábil tem para receber de terceiros, como duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis a receber etc.
Obrigações abrangem os valores que a sociedade tem de pagar a terceiros, isto é, compromissos que serão exigidos no futuro, como resultado de eventos ou transações passadas.
Todos os relatórios elaborados a partir da escrita contábil deverão ressaltar esses dois aspectos: g) Qualitativo – consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do respectivo relatório, permitindo que se conheça a natureza de cada um; h) Quantitativo – consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em moeda. 4.3.1.6 Representações do Patrimônio Para tornar mais fácil e didático o que é patrimônio (ponto de partida para entender com clareza todo o mecanismo que envolve o processo contábil), vamos representá-lo por meio de um gráfico em forma de “T”:
BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÃO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Situação Líquida é a diferença entre o Ativo e o Passivo: SL = A – P
Diferentes formas de se referir a essa Situação Líquida:
 • Situação Líquida Positiva; 
,• Situação Líquida Ativa; 
• Situação Líquida Superavitária;
 • A = P + SL; 
• P = A – SL;
 • SL = A – P; 
• Ativo maior que zero e Passivo maior que zero: Situação Líquida maior que zero.
Diferentes formas de se referir a esta Situação Líquida: 
• Situação Líquida Negativa; 
• Situação Líquida Passiva; 
• Situação Líquida Deficitária; 
• Passivo a Descoberto;
 • A = P – SL; 
• P = A + SL; 
• SL = P – A;
Patrimônio Líquido é a diferença apurada entre o Ativo e o Passivo de uma determinada entidade contábil. Convém ressaltar que atualmente a expressão capítulo 4 
• 115 Patrimônio Líquido é mais utilizada do que a expressão Situação Líquida. A Lei 6.404/76, em seu artigo 178, estabelece que no Balanço as Contas serão classificadas nos seguintes grupos:
 a) Ativo 
• Ativo Circulante; 
• Ativo Não Circulante, dividido em: ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível 
b) Passivo 
• Passivo circulante;
 • Passivo não circulante;
 • Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Diante disso, pode-se inferir que em determinado momento émais adequado utilizarmos o termo Patrimônio Líquido e em outro é mais adequado o uso da expressão Situação Líquida.
Portanto, para se obter o valor da Situação Líquido de uma entidade contábil, com base num Balanço Patrimonial temos dois caminhos seguros: Primeiro: subtrair o valor das obrigações do total do Ativo; e Segundo: simplesmente considerar o total do grupo Patrimônio Líquido.
ATIVO – PASSIVO = SITUAÇÃO LÍQUIDA
Para se constituir uma sociedade é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando a sociedade está sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da sociedade possui para iniciar suas atividades
O Capital é conhecido por: 
• Capital Social – é a obrigação da empresa para com os sócios originária da entrega de recursos para a formação do capital da entidade. Corresponde ao patrimônio líquido (PL)
 • Capital Próprio – são os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas operações sociais. •
 Capital de Terceiros – representam recursos originários de terceiros utilizados para a aquisição de ativos de propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível (PE)
De acordo com essas leis, as contas do BP devem ser agrupadas de maneira a facilitar o entendimento e análise do usuário. Conheceremos então quais são e como são feitos esses agrupamentos no ativo e passivo.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
• I – ativo circulante; e
 • II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
 • I – passivo circulante; 
• II – passivo não circulante; e
 • III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
No ATIVO, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
IV. ativo circulante; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
 V. ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). 
No PASSIVO, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo não circulante; 
c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007). 
Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.
Contabilidade, fisco e legislações específicas Segundo Iudícibus, Marion e Faria (2009), as entidades mais atuantes no campo contábil têm sido, tradicionalmente, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, a partir de 2007, com a promulgação da Lei 11.638, que alterarou a Lei 6.404/76, a Lei das Sociedades por Ações, foi constituído o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com membros de diversas entidades relevantes à contabilidade no Brasil. Os autores colocam que o Banco Central e a Receita Federal também tem tido atuação nas legislações contábeis.
Segundo os autores, em 2005, foi constituído o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o qual objetiva centralizar o processo de emissão de normas contábeis no Brasil
De acordo com Cardoso; Szuster (2013) a lei que criou a CVM (Lei 6.385/76) e a Lei das Sociedades Anônimas (Leis 6.404/76) disciplinaram o funcionamento do mercado de valores, mobiliários e a atuação de seus protagonistas, assim classificados, as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores, além de outros cuja atividade gira em torno desse universo principal. Partes da normatização contábil da Lei nº 6.404/76 foram alteradas pelas Leis nº 10.303/01, 11.638/07 e 11.941/09. A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários, incluindo a normatização da Contabilidade
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades:
 • ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas); 
• APIMEC NACIONAL (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais);
 • BOVESPA; 
• CFC - Conselho Federal de Contabilidade; 
• FIPECAFI (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis); e 
• IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil).
Nyama e Tibúrcio Silva (2011) afirmam que a criação do CPC ocorreu em função das necessidades de: 
• Promover a convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); 
• Centralizar a emissão de normas contábeis; e
Ter uma representação e processos democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo)
Criado pela Resolução CFC nº1.055/05, o CPC tem como objetivoo estudo, “o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centraliza- ção e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”. O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus membros; O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária; As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente; Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contadores, não auferem remuneração. Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos:
 • Banco Central do Brasil;
 • Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
 • Secretaria da Receita Federal; 
• Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Produtos do CPC: • Pronunciamentos Técnicos; • Orientações; • Interpretações.
Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas. As Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processo.
O CFC foi criado em 27 de maio de 1946, por um decreto-lei 9295. (disponível em: Acesso em:19 jun.2014) O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) - O CFC é órgão supremo da atividade contábil no Brasil. Além de definir a fiscalizar a atividade de contadores e auditores e a ética da profissão, atua em:
• Instituição das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) 
• Instituição dos Princípios Fundamentais de Contabilidade (Resolução CFC nº 750 de 29 de dezembro de 1993) 
• Instituição das normas de auditoria 
• Estudo, avaliação e aprovação de pronunciamentos técnicos sobre Contabilidade e auditoria emitidos por outros órgão
ao considerar que cada país tem seu conjunto de leis, regras, filosofias e procedimentos que visam proteger os seus interesses nacionais, fica fácil entender que os sistemas contábeis acompanham estes interesses. A dificuldade da homogeneidade da contabilidade como linguagem de negócios começa pela interpretação do que são leis e regras. E a mesma diversidade pode ser encontrada na atribuição do grau de importância dos diversos campos de atuação da contabilidade, como: gerencial, governamental, financeira (societária) e fiscal, assim como no desenvolvimento e na aplicação de país para país.
A grande vantagem da convergência das normas contábeis locais para as normas internacionais é prover o mercado global com um conjuntode informações de qualidade que sejam:
• compreensíveis;
 • relevantes; 
• confiáveis (cumpra princípios);
 • transparentes; 
• comparáveis.
uster e Cardoso (2013) afirma que o IASB foi criado, no fim dos anos 90 e que constitui uma entidade independente com o objetivo de definir critérios universais e padrões para serem aplicados a todos países de forma idêntica e compreensível. É um órgão independente do IFRS Foundation, sendo que seus membros (atualmente 15 membros com dedicação integral) são responsáveis pelo desenvolvimento e pela publicação das IFRS, incluindo as IFRS para SME, e também são responsáveis pela aprovação das interpretações que são elaboradas pelo IFRS Interpretation Commitee (recentemente chamado de IFRIC).
O IFRS Interpretations Committee (recentemente denominado IFRIC) é o órgão interpretativo do IASB.
Por ser uma ciência social, a Contabilidade é fortemente influenciada pelo ambiente em que atua. Assim, as diferenças históricas, os valores culturais e estruturas políticas, legais e econômicas de cada pais acabam refletindo nas práticas contábeis em vigor. Normalmente, os princípios e as práticas adotadas na Contabilidade podem ser diferentes de um país para outro.

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