Buscar

Empreendedorismo Feminino em Iturama-MG

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Empreendedorismo feminino: estudo de caso das características e 
especificidades das mulheres empreendedoras mineiras da cidade de 
Iturama-MG 
 
 
 Jusceni de Fatima Aparecida Queiroz (Faculdade Aldete Maria Alves) japarecida@fazenda.ms.gov.br 
Diego Neves Ribeiro (Faculdade Aldete Maria Alves) lgp350diego@gmail.com 
Danilo Aparecido Alves (UFMS/CPAR) alvesedanilo@gmail.com 
 
 
Resumo: 
Os padrões culturais a respeito das mulheres e sua presença na sociedade merecem destaque, uma vez 
que as mesmas deixaram de ser simplesmente do lar e passaram a ocupar cargos e funções dos mais 
simples aos mais complexos no mercado de trabalho. As mulheres cada vez mais assumem o papel de 
empreendedoras, gerando emprego e renda, revelando que a multiplicidade de papéis desempenhados 
no ambiente familiar e profissional são desafios que estão sendo vencidos com garra, coragem e 
determinação. O presente trabalho tem como objetivo analisar as características e especificidades das 
mulheres empreendedoras mineiras do município de Iturama-MG, embasando a pesquisa com a teoria. 
A pesquisa classifica-se como descritiva, com abordagem qualitativa e estudo de caso. Para coletar os 
dados, foram feitas quatro entrevistas abertas com empreendedoras do município de Iturama-MG. Os 
dados foram tratados através do método de análise de conteúdo. Com a pesquisa pode-se concluir que 
das diferentes características que as empreendedoras entrevistadas possuem, existem certas 
características em comum como realização pessoal, perseverança, criatividade, otimismo, percepção 
de negócios e ousadia para alcançar suas metas e superar as dificuldades. Percebe-se também que são 
mulheres determinadas e na forma de cada uma se relatar nota-se o espírito empreendedor e criativo. 
Elas tiveram como ponto de partida o conhecimento, visão de mercado e habilidades que os fizeram 
empreendedoras. Profissão as quais se dedicam com paixão e que lhes possibilitam criar e afirmar seus 
próprios valores. 
Palavras chave: Empreendedorismo, Gestão, Características empreendedoras. 
 
 
Entrepreneurial women: case study of features and specifications of 
women entrepreneurs of mining Iturama-MG city 
 
 
Abstract 
Cultural standards about women and their presence in society are worth mentioning, since they are no 
longer just home and began to occupy positions and functions of the simplest to the most complex in 
the labor market. Women increasingly take on the role of entrepreneurs, generating jobs and income, 
showing that the multiplicity of roles played in the family and work environment are challenges being 
overcome with vigor, courage and determination. This study aims to analyze the characteristics and 
specificities of mining women entrepreneurs in the city of Iturama-MG, basing research on the theory. 
The research is classified as descriptive, with a qualitative approach and case study. To collect the 
data, we made four open interviews with entrepreneurs in the city of Iturama-MG. The data were 
analyzed through content analysis method. With the research can be concluded that the different 
characteristics that the interviewed entrepreneurs have, there are certain features in common as 
personal achievement, perseverance, creativity, optimism, business insight and courage to achieve 
their goals and overcome difficulties. It is also notice that women are determined and as each report to 
note is the entrepreneurial spirit and creative. They had as a starting point the knowledge, market 
insight and skills that made them entrepreneurs. Profession which are dedicated with passion and that 
enable them to create and affirm their own values. 
 
Key-words: Entrepreneurship, Management, entrepreneurial characteristics. 
 
 
1 Introdução 
É perceptível uma maior participação da presença feminina no mercado de trabalho brasileiro. 
As mulheres estão se tornando empreendedoras, abrindo seu próprio negócio e assumindo 
cada vez mais cargos de liderança nas organizações. De acordo com a pesquisa realizada pela 
Global Entrepreneurship Monitor - GEM, as mulheres são mais de 50% da população 
brasileira e chefiam 1/3 das famílias. Representam 52% dos empreendedores do país, atuando 
em diversos setores e atividades (GEM, 2007). 
Segundo Hisrich e Peters (2004), com o aumento do número de mulheres trabalhando fora 
criou se um interesse em verificar se mulheres trabalhadoras, administradoras e 
empreendedoras são diferentes dos seus colegas do sexo masculino. Apesar de algumas 
características de histórico e de personalidade serem muito semelhantes, há diferenças 
notáveis entre os sexos em termos de motivação, ponto de partida e habilidades para negócios. 
Stolcke (1980), afirma que as mulheres, de modo geral, têm uma tendência para lidar com a 
multiplicidade de papéis desempenhados no ambiente familiar e profissional, além da 
habilidade para encontrar soluções criativas para as situações imprevistas, mesmo com a 
sobrecarga de atividade em família. 
O empreendedorismo feminino e as razões que levam o ato de empreender são assuntos de 
diversos pesquisadores na área de administração. Diante do crescimento intensificado das 
mulheres empreendedoras no Brasil, a pesquisa buscou investigar as características e 
especificidades das mulheres empreendedora mineiras da cidade de Iturama-MG. 
 
2 Referencial Teórico 
2.1 Empreendedorismo versus tipos de empreendedorismo 
De acordo com Dornelas (2005), o movimento do empreendedorismo no Brasil se deu na 
década de 90 devido a criação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software. 
O empreendedor, conforme Marcondes e Bernardes (2000, p. 20), “é toda pessoa que 
identifica necessidades de clientes potenciais e com uma oportunidade de negócio para 
satisfazê-las, cria uma empresa”. Ainda, segundo o autor, poderá ser um empreendedor o 
desempregado que se torna camelô, o dentista que abre um consultório, o técnico que cria 
uma fábrica ou o insatisfeito com o emprego que se demite e abre seu próprio negócio. 
Segundo Filion (2000), o empreendedor é uma pessoa que empenha toda sua energia na 
inovação e no crescimento, manifestando-se de duas maneiras: criando empresas ou 
desenvolvendo alguma coisa completamente nova em uma empresa pré-existente. 
De acordo com Dornelas (2005), existem vários tipos de empreendedores: O empreendedor 
Nato, o empreendedor que aprende, o empreendedor serial, o empreendedor corporativo, o 
empreendedor social, o empreendedor por necessidade e o empreendedor herdeiro. O autor, 
ainda afirma, que o momento atual pode ser chamado de era do empreendedorismo, pois são 
os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando 
distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de 
trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. 
 
2.2 Empreendedorismo feminino 
O crescimento do empreendedorismo feminino tem funcionado como ferramenta de 
equiparação de direitos entre os sexos, na medida em que, ao galgarem posições cada vez 
mais relevantes no mundo dos negócios, elas passam a reivindicar seu reconhecimento como 
personagens participantes do crescimento econômico. A concretização desta possibilidade, 
considerando o cenário econômico brasileiro para os próximos anos, representaria mais do 
que uma perspectiva particularmente otimista, mas um acontecimento necessário. Tem-se 
como pressuposição, que as mulheres atuantes nesse setor reconhecem no empreendimento a 
opção de vida mais promissora, no que diz respeito à busca por realização pessoal e 
crescimento profissional (MARTINS, et al., 2010). 
SegundoFranco (2014), a multiplicidade de papéis desempenhados no ambiente familiar e 
profissional são desafios que estão sendo vencidos com garra, coragem e determinação. O 
empreendedorismo feminino vem crescendo, principalmente no setor de serviços, onde as 
mulheres assumem o papel de empreendedoras, gerando emprego e renda. 
Jonathan (2005) afirma a importância das empresas criadas e lideradas por mulheres, além de 
ser uma alternativa de inclusão e permanência no mercado. O ambiente das micro e pequenas 
empresas geram empregos e promovem riqueza e inovação, contribuindo para o 
desenvolvimento socioeconômico do país. 
 
2.3 Empreendedorismo por necessidade e por oportunidade 
Natividade (2009), afirma que entre as duas principais razões que motivam os indivíduos a 
empreenderem, identificam-se aqueles que o fazem por oportunidade, quando o 
empreendedor identifica uma boa oportunidade de negócios e se sente motivado a entrar no 
mercado com essa perspectiva; e as pessoas que encaram o empreendedorismo como uma 
alternativa, quando a abertura do negócio próprio passa a ser uma necessidade para a própria 
sobrevivência. 
Segundo Lezana e Tonelli (1998), são as necessidades que iniciam o processo de aprendizado 
contínuo, tornando o ser humano capaz e hábil para trilhar os caminhos que a vida lhes 
oportuniza. 
O processo empreendedor é uma sequência de passos a partir da existência de uma 
oportunidade. O empreendedor, por conta de suas características e habilidades pessoais, e de 
como ele atua no ambiente, decide pela exploração da oportunidade. Parte em busca dos 
recursos necessários, após o qual estabelece a sua estratégia empreendedora, organiza o 
processo e o coloca em ação (SHANE, 2003). 
 
3 Metodologia 
Para a coleta de dados, foram utilizadas: as técnicas de entrevista, da observação direta e 
análise de conteúdo. Lakatos e Marconi (1993, p. 196-201) ressaltam que na entrevista a 
relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca entre quem 
pergunta e quem responde. 
A pesquisa utilizada neste estudo é do tipo exploratória, bibliográfica e descritiva. A pesquisa 
exploratória segundo Gil (2008) tem como objetivo fazer com que o pesquisador tenha uma 
proximidade com um assunto a ser explorado; constitui o primeiro estágio de toda pesquisa 
científica, proporcionando uma maior identificação do pesquisador com problema, na qual se 
faz necessária a pesquisa bibliográfica ou entrevista do estudo de caso. A mesma tem como 
finalidade a obtenção de informações das entrevistadas, sobre as características e 
especificidades das mulheres empreendedoras mineiras. 
O procedimento técnico adotado para este trabalho foi o estudo de caso, tendo quatro 
unidades-caso. Segundo o Yin (2010), o estudo de caso é a estratégia escolhida ao se 
examinar acontecimentos contemporâneos, consistindo em uma investigação empírica que 
analisa determinado fenômeno em seu contexto de vida real. 
Para a coleta de dados foi estabelecida uma amostra não probabilística por acessibilidade, na 
qual o pesquisador seleciona elementos a que tem acesso admitindo que esses representem o 
universo da pesquisa (GIL, 2008). Portanto, compuseram a amostra desse trabalho 4 (quatro) 
empreendedoras individuais das áreas, as quais desenvolvem suas atividades profissionais no 
município de Iturama, localizada no Estado de Minas Gerais. 
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, com 07 (sete) questões abertas, 
baseado nas categorias: perfil, oportunidades, momentos críticos, pontos positivos e 
negativos, características pessoais, multiplicidade de papeis e empreendedorismo. 
 
4 Análise e Resultados 
Neste item será apresentada a descrição dos casos e em seguida a análise comparativa dos 
casos e a relação com a teoria. 
 
4.1 Perfil das empreendedoras e de suas respectivas empresas 
É apresentado a seguir o perfil das empreendedoras e de seus empreendimentos: 
 Empreendedora A: (prestação de serviço no segmento de hotelaria), o empreendimento 
existe há 18 anos e possui 12 funcionários. A empreendedora tem 51 anos de idade, 
casada, mãe de dois filhos, não possui formação superior; 
 Empreendedora B: (prestação de serviço no segmento de educação), o empreendimento 
existe há 29 anos e possui 09 funcionários. A empreendedora tem 52 anos de idade, 
casada, mãe de dois filhos, possui formação superior em letras; 
 Empreendedora C: (Comercio e prestação de serviço no segmento de produtos 
veterinários para pequenos animais e pet shop), o empreendimento existe há 29 anos e 
possui 10 colaboradores. A empreendedora tem 53 anos de idade, casada, mãe de dois 
filhos, possui graduação em zootecnia; 
 Empreendedora D: (prestação de serviços no segmento de escritório de contabilidade), o 
empreendimento existe a 09 anos e possui 07 colaboradores. A empreendedora tem 38 
anos de idade, casada, mães de dois filhos. Possui graduação em ciências contábeis. 
Em relação ao perfil das empreendedoras entrevistadas, nota-se que todas atuam no ramo de 
prestação de serviços, somente uma comercializa produtos veterinários, a variação de idade 
entre vai de 29 a 53 anos, todas são casadas e possuem filhos. Das empreendedoras 
entrevistadas, três possuem formação superior, somente a empreendedora A não tem 
formação acadêmica. Percebe-se que a empresa B e a empresa C estão a mais tempo no 
mercado, e em relação a quantidade de funcionários vão de 07 a 12 colaboradores. 
 
4.2 Fatores que influenciaram a se tornarem empreendedoras 
Diante do questionamento relatam-se os principais fatores que influenciaram as entrevistadas 
a se tornarem-se empreendedoras. 
 Empreendedora A: “Foi o anseio. Projeto de se tornar comerciante”; 
 Empreendedora B: “Ao terminar o curso de graduação em Letras (Português e Inglês) em 
1986, comecei a trabalhar como professora em escolas públicas e técnicas da cidade, mas 
logo percebi que era uma profissão muito estressante e mal remunerada, então comecei a 
pesquisar outras formas de trabalho”; 
 Empreendedora C: “Acredito que tenha parte hereditária, pois sou de origem oriental, 
mas surgiu um sonho a conquistar, de atitudes e uma persistência incansável, repleta de 
altos e baixos e uma vontade interior imensa de recomeçar se for preciso, pelo simples 
fato de preferir errar do que não fazer nada e esperar deus mandar”; 
 Empreendedora D: “Depois que me formei, senti a necessidade de crescer 
profissionalmente, foram surgindo oportunidades e acreditei tomando iniciativa”. 
Observa-se que todas tiveram motivos diferentes, porém, notam-se nas respostas obtidas que 
os fatores, que mais influenciaram as entrevistadas se tornarem empreendedoras, estão 
relacionados com fatores pessoais, como: determinação, fazer o que gosta, realização dos 
sonhos e colocar em prática suas ideias. 
De acordo com Jonathan (2005) a maior satisfação das empreendedoras se deve ao ambiente 
do negócio próprio, que lhes proporciona reconhecimento e realizações. Além de possibilitar 
o desenvolvimento de novas ideias e competências, e esta adequação é influenciada 
positivamente pelo alto grau de autonomia e liberdade de decisões envolvidas na atividade de 
trabalho de mulheres que escolheram criar e conduzir os seus próprios negócios. 
 
4.3 Momentos mais críticos no início do negócio 
 Empreender no Brasil é uma tarefa que, normalmente exige muito esforço e dedicação. 
Nesse contexto, se por um lado o sucesso do negócio depende dos conhecimentos e das 
habilidades do administrador, por outro, depende das condições do mercado e das facilidades 
que o governo oferece. Nessa parte objetiva-se verificar os momentos mais críticos que cada 
uma delas vivenciaram ou vivenciam. 
 EmpreendedoraA: “Nessa atividade, os momentos mais críticos do negócio é a 
dependência de mão de obra com qualidade”; 
 Empreendedora B: “O curso de idiomas foi aberto em 1987, com 42 alunos, no início não 
foi fácil aumentar esse número de alunos, principalmente porque eles iam estudar em 
cidades maiores ainda muito jovens e porque a tradição da cidade era bem mais rural do 
que acadêmica. Somente com a vinda das primeiras escolas particulares e depois a 
criação da Faculdade FAMA e por último a implantação da UFTM foi possível e é 
possível manter um quadro de mais ou menos 400 alunos entre crianças, jovens e 
adultos”; 
 Empreendedora C: “Realmente o início foi muito crítico, um exercício de paciência. Até 
ser reconhecido pelo seu profissionalismo e ética, leva um bom tempo, e com certeza teria 
sido bem melhor se tivéssemos um profissional na área de administração que acredito ser 
indispensável em qualquer setor de uma empresa. Depois são fases normais de ganhos e 
perdas, como tudo na vida e atualmente a crise política e econômica afeta todas as áreas. 
Vamos surfando até dar em terra firme”; 
 Empreendedora D: “Existiram vários momentos críticos, a conquista do mercado de 
trabalho forma um dos mais difíceis, conquistar a confiança, e nos dias atuais é 
convencer os clientes de que nesse momento de crise não podemos recuar é preciso 
avançar com cautela e seriedade”. 
Algumas das entrevistadas relatam que o momento mais crítico foi vivenciado no início do 
negócio, problemas como conquistar a confiança do cliente, reconhecimento profissional, 
formação de equipe, investimentos, etc. Algumas consideram que o momento mais crítico está 
sendo vivenciado no período atual, devido à crise financeira que o Brasil está passando, e com 
isso, usam a criatividade para superar esse momento. 
Segundo o GEM (2014), as maiores dificuldades enfrentadas pelas mulheres empreendedoras 
são as financeiras, falta de capital de giro e crises financeiras nacionais são problemas no dia a 
dia. Devido à capacidade de criatividade e persistência as empreendedoras conseguem uma 
saída mostrando mais uma vez, que possuem muita garra e determinação para enfrentar as 
dificuldades do mercado diariamente. 
 
4.4 Pontos positivos e negativos de ser uma empreendedora 
No decorrer da entrevista observa-se as vantagens e também as desvantagens de empreender, 
tanto em relação a vida pessoal quanto na vida profissional. O objetivo desse item é descobrir 
o que elas consideram pontos negativos e positivos. 
 Empreendedora A: “Os pontos negativos é que convivemos com uma política econômica 
instável e de certa forma avassaladora e por outro lado, os pontos positivos são quando 
se vislumbra oportunidades de crescimento, comprometimento com a sociedade e geração 
de empregos”; 
 Empreendedora B: “Entre pontos negativos acredito que seja a dificuldade entre conciliar 
vida pessoal e profissional, pois nem sempre é fácil deixar um filho doente ou precisando 
da sua ajuda para alguma atividade escolar. Mas ao mesmo tempo esse dilema e a 
vontade de fazer valer a pena, tanto o tempo de estar com a família quanto o tempo 
dedicado à Empresa foi a grande motivação para a realização pessoal e profissional. Já 
os pontos positivos são vários, desde a convivência com pessoas que nos ensinaram 
muito, até as ações e parcerias no sentido de consolidar e fortalecer o nome da 
Empresa”; 
 Empreendedora C: “Pontos negativos para mim, é mais pessoal, uma inquietude de 
sempre estar pensando, pesquisando, observando para melhorar o que tem ou inovar. 
Não me acostumo com a mesmice e às vezes me entristeço quando o resultado não é o 
esperado. Por outro lado existe uma felicidade da conquista, de conquistar um espaço 
maior, criar oportunidades para outras pessoas, porque ninguém faz nada sozinho, temos 
que contar com a equipe. Um sonho que se transformou em realidade”; 
 Empreendedora D: “Os pontos negativos são os riscos, e os pontos positivos é poder 
realizar sonhos, a satisfação da independência financeira e poder através do meu 
empreendimento beneficiar outras pessoas a realizar outros sonhos”. 
Empreender não é considerado uma missão fácil, observa a existência de problemas 
enfrentados não só pelas mulheres empreendedoras, mas por todos os brasileiros, sejam eles 
empresários ou não, os quais são considerados por elas como pontos negativos, são os riscos, 
economia instável, conciliar tempo, inovação, entre outros. 
Schlemm (2007) enfatiza duas questões apontadas como dificuldades enfrentadas pelas 
mulheres: as barreiras impostas pela discriminação e os empecilhos associados à dupla/tripla 
jornada. Afirma que os altos custos e a burocracia para regulamentar e formalizar um 
empreendimento; as dificuldades para acessar crédito e serviços financeiros; os altos impostos 
são os maiores obstáculos para se empreender no Brasil. 
 
4.5 Características pessoais 
As mulheres possuem características naturais, as quais fazem com que se tornem 
empreendedoras de sucesso. Essa questão busca a opinião das entrevistadas a fim de 
identificar suas características pessoais. 
 Empreendedora A: “Capacidade de persuasão, otimismo e tranquilidade”; 
 Empreendedora B: “Otimismo. Em geral acredito nas pessoas, na evolução e 
desenvolvimento do ser humano e isto passando impreterivelmente pela educação. Não 
vejo outra forma de mobilidade social ou progresso que não seja através da educação”; 
 Empreendedora C: “curiosa, positiva, ansiosa, comunicativa”; 
 Empreendedora D: “Persistência, pensamento positivo sempre, acreditar nos meus ideais 
e o mais importante ter gratidão por tudo que tenho e conquisto todos os dias. 
Segundo Machado, Barros e Palhano (2003) a mulher empreendedora combina características 
masculinas (iniciativa, coragem, determinação) com características femininas (cooperação, 
intuição e sensibilidade). As características das mulheres fazem toda a diferença e colaboram 
para que se tornam empreendedoras de Sucesso 
 
4.6 Multiplicidade de papéis 
Importa, compreender de que forma as mulheres lidam com a multiplicidade de papéis além 
de quais estratégias utilizam para articular demandas vinculadas ao exercício de diferentes 
papéis. 
 Empreendedora A: “Procuro conciliar o tempo, isto é, administrando-o de tal forma que 
nunca venha perder o foco entre prioridade e necessidade”; 
 Empreendedora B: “Valorizando o tempo de dedicação a cada um deles. Vivo 
intensamente os momentos que estou com minha família e me orgulho muito de ser uma 
representante de mulheres da minha geração que conseguiram conciliar realização 
profissional, pessoal e todos os outros papéis que a mulher exerce na sociedade”; 
 Empreendedora C: “Sou realista, não se consegue fazer as duas partes. No meu caso eu 
sacrifiquei minha família. Por mais que me desdobrasse e junto vem a cobrança interna 
muito grande. Graças a Deus sempre tive colaboradores que me apoiaram nessa 
caminhada. Hoje acredito que não fui tão falha, assim consegui transmitir valores como 
humildade e ética”; 
 Empreendedora D: “Minha prioridade sempre foi minha família, sempre priorizei o 
equilíbrio, por isso existem momentos que são só deles. Com dedicação e equilíbrio e 
mente serena tudo da certo, cada coisa a seu tempo”. 
Jablonski e Féres-Carneiro (1996) e Rocha-Coutinho (2003) para eles a multiplicidade de 
papéis tende a ser considerada uma característica do universo feminino, levando ao 
reconhecimento de um talento nas mulheres para fazer e pensar várias coisas 
simultaneamente. Nota-se que não é uma tarefa fácil para nenhuma delas ter que lidar com a 
multiplicidade de papéis. Algumas lidam facilmente com essa multiplicidade, outras já 
admitem ser um grande desafio que precisa serenfrentado dia após dia. 
 
4.7 Entendimento sobre empreender 
A sétima e última pergunta, procurou-se indagar as entrevistadas, com a seguinte pergunta: “o 
que é empreender para você?”. E com isso, obteve-se as seguintes respostas: 
 Empreendedora A: “Empreender é ser otimista, nunca desanimar, realização pessoal, 
social e profissional”; 
 Empreendedora B: “Empreender é tornar projetos e sonhos em realidade”; 
 Empreendedora C: “Empreender é estar sempre buscando aperfeiçoamento, melhorando, 
mesmo que seja algo muito simples”; 
 Empreendedora D: “Empreender é acreditar em um sonho, ter iniciativa e alcançar 
objetivos. É ver oportunidades onde outros não enxergam, empreender é investir no seu 
ideal, é ser persistente e convicto de que o que se propõe a fazer será um sucesso”. 
Cada empreendedora tem o seu entendimento sobre “o que é empreender”. Mas resume-se 
que empreender para elas é acreditar na sua própria capacidade, ser otimista, não desanimar, 
aperfeiçoar, ter iniciativa, investir, persistência, convicção, expor o seu talento profissional, e 
por fim, realizar sonhos. Percebe-se que as respostas estão condizentes com o que diz o autor 
Chiavenato (2007) empreender e ser uma pessoa com a necessidade de realização, ter a 
disposição para assumir riscos, possuir autoconfiança, ter vontade de trabalhar duro, ter 
habilidade de comunicação, conhecer maneiras de organizar o trabalho, ter orgulho daquilo 
que faz, manter boas relações interpessoais, assumir responsabilidades e enfrentar os desafios. 
 
5 Conclusão 
Esta pesquisa teve como finalidade mostrar as características e especificidades das mulheres 
empreendedoras mineiras na cidade de Iturama-MG. Ao mesmo tempo busca se definir e 
conceituar o empreendedorismo feminino. 
Ao decorrer da pesquisa percebe-se que a multiplicidade de papéis tende a ser considerada 
uma característica do universo feminino, levando ao reconhecimento de um talento nas 
mulheres para fazer e pensar várias coisas simultaneamente. As mulheres, de modo geral, têm 
a tendência de desempenhar múltiplas funções no ambiente familiar e profissional, além da 
habilidade para encontrar soluções criativas para as situações imprevistas, mesmo com a 
sobrecarga de atividade em família. 
Durante as entrevistas observa-se que empreender não é considerado uma missão fácil, 
observa a existência de problemas enfrentados não só pelas mulheres empreendedoras, mas 
por todos os brasileiros, sejam eles empresários ou não, os quais são considerados por elas 
como pontos negativos, são os riscos, economia instável, conciliar tempo, inovação, entre 
outros. 
Observa-se que é possível prever a vocação empreendedora de uma pessoa apenas com 
algumas características comportamentais como Iniciativa, persistência, comunicação, 
persuasão, capacidade de assumir riscos e imaginação de novos caminhos. Salienta que 
existem muitas variações no perfil empreendedor. 
Constata-se que cada empreendedora tem o seu entendimento sobre “o que é empreender”. 
Mas resume-se que empreender para elas é acreditar na sua própria capacidade, ser otimista, 
não desanimar, aperfeiçoar, ter iniciativa, investir, persistência, convicção, expor o seu talento 
profissional, e por fim, realizar sonhos. 
 
Referências 
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor: empreendedorismo e 
viabilidade de novas. 2.ed. rev. e atualizada. São Paulo: Saraiva 2007. 
DORNELAS, J. C. A. Transformando ideias em negócios. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
FILION, L. J.; DOLABELA, F. Boa ideia! E agora? plano de negócio, o caminho seguro para criar e gerenciar 
sua empresa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2000. 
FRANCO, M. M. S. Empreendedorismo Feminino: Características Empreendedoras das Mulheres na Gestão das 
Micro e Pequenas Empresas. In: Encontro de estudos em empreendedorismo e gestão em pequenas empresas, 
VIII., Goiânia, 2014. Anais... Goiânia: EGEPE, 2014. 
GEM, GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR: Disponível em: 
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/PortalSebrae/Estudos e Pesquisas/gem 2014_centro-oeste.pdf>. Acesso em: 
20 abril 2016. 
GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil – 2007. Curitiba: IBQP, 2008. 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
HISRICH, R. D.; PETERS, M. P. Empreendedorismo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. 
JABLONSKI, B.; FÉRES-CARNEIRO, T. Papéis conjugais: conflito e transição. Relação amorosa, 
casamento, separação e terapia de casal, v. 1, p. 113-123, 1996. 
JONATHAN, E. G. Mulheres empreendedoras: medos, conquistas e qualidade de vida. Psicologia em Estudo, 
v. 10, n. 3, p. 373-382, 2005. 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, A M. Fundamentos de metodologia cientifica. São Paulo: Atlas, 1993. 
LEZANA, A. G. R.; TONELLI, A. O comportamento do empreendedor. In: DE MORI, F. (org.). Empreender: 
identificando, avaliando e planejando um novo negócio. Florianópolis: Escola de Novos Empreendedores, p. 13-
66, 1998. 
MACHADO, H. P. V.; BARROS, G. V. D.; PALHANO, D. Y. M. Conhecendo a empreendedora norte-
paranaense: Perfil, porte das empresas e dificuldades de gerenciamento. In: EGEPE – ENCONTRO DE 
ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE PEQUENAS EMPRESAS. 3., 2003, Brasília. 
Anais... Brasília: UEM/UEL/UnB, 2003, p. 171-197. 
MARCONDES, R. C.; BERNARDES, C. Criando empresas para o sucesso. 2ª ed. São Paulo: Futura, 2000. 
MARTINS, C. B.; CRNKOVIC, L. H.; PIZZINATTO, N. K.; MACCARI, E. A. Empreendedorismo feminino: 
características e perfil de gestão em pequenas e médias empresas. Revista de Administração da UFSM, v. 3, n. 
2, p. 288-302, 2010. 
NASCIMENTO, M. A. W.; RIGUETTI, R. S. Empreendedorismo. Revista Foco, v. 3, n. 1, 2010. 
NATIVIDADE, D. R. D. Empreendedorismo feminino no Brasil: políticas públicas sob análise. Revista de 
Administração Pública, v. 43, n. 1, p. 231-256, 2009. 
ROCHA-COUTINHO, M. L. Quando o executivo é uma “dama”: a mulher, a carreira e as relações familiares. 
In: CARNEIRO, T. F. (Org.). Família e casal: arranjos e demandas contemporâneas. Rio de Janeiro: Editora 
Loyola, 2003. p. 57-77. 
SHANE, S. A. A general theory of entrepreneurship: the individual-opportunity nexus. Edward Elgar 
Publishing, 2003. 
STOLCKE, V. Mulher e Trabalho. Estudos CEBRAP, n. 26, p. 81-117, 1980. 
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.

Outros materiais