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7 CONCURSO PUBLICO 2 - PORTUGUÊS_-_DIREITO_-_AULA_07

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AULA 07 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 1 
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
AULA 07
CONCURSOS PÚBLICOS - 02
Nesta aula daremos continuidade à análise dos aspectos relacionados aos 
concursos público. Para tanto, vamos verificar os itens a serem levados em consideração 
no momento de responder uma questão discursiva ou elaborar uma redação.
Ser conciso
Em se tratando de textos 
acadêmicos ou para concursos é 
imprescindível que o aluno domine 
a concisão de suas ideias. Uma boa 
argumentação não necessita de um 
número exagerado de palavras, 
mesmo que você tenha “muito” a 
dizer sobre determinado tema. É 
importante economizar nas 
palavras. Ou seja, de nada adianta “dar voltas” para explicar uma coisa simples, apenas 
para encher o papel e a paciência de quem lê. Diga muito com poucas palavras, e não o 
contrário. Uma boa maneira de treinar a concisão é escrever várias vezes um mesmo 
parágrafo, reduzindo o número de palavras e preservando o sentido.
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Exemplo: 
Ele, que há muito tempo estava preocupado com aprova que faria na escola, 
estudou até altas horas da madrugada, provavelmente até depois das três.
A frase acima está muito longa e imprecisa, cheia de termos que não acrescentam 
muita coisa. Ela poderia ser reduzida para simplesmente: 
Preocupado com a prova, estudou até à madrugada.
Criar frases curtas
As frases que se estendem demais, mesmo que concisas, podem confundir a 
estruturação frasal. Em determinados casos, omite-se até um termo importante como o 
verbo, em outros, desponta erros de concordância, coesão, etc. Veja bem, não há 
problemas em escrever frases longas, mas desde que você observe se elas não possuem 
falhas. Para efeito de organização, uma ou duas linhas é o suficiente para uma boa frase.
Observe a coesão textual
Coesão significa a perfeita ligação entre os elementos textuais. É a maneira com 
que as ideias são “costuradas” ao longo do texto. Já a coerência diz respeito ao sentido 
lógico daquilo que foi escrito.
Exemplo:
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Embora tenha estudado, conseguiu aprovação imediata.
Aqui há um problema claro de coesão e consequentemente de coerência, pois a 
palavra “embora” é uma conjunção que liga orações que possuem sentidos de oposição 
(Ex: gosto de futebol, embora eu nunca vá ao estádio). No exemplo citado anteriormente 
não há esta relação de oposição, pelo contrário, ter estudado o levou a conseguir 
aprovação. Só haveria oposição se a palavra “não” tivesse sido utilizada: “Embora tenha 
estudado, não conseguiu aprovação imediata”.
Erros como este costumam tirar muito pontos, sendo assim é importante que o 
aluno releia o que escreveu para tentar identificar se não problemas de “conexão” das 
idéias.
Evitar repetição de palavras
 A repetição de palavras não é 
considerada um erro gramatical, 
contudo ela denota pobreza vocabular 
e deixa o texto muito feio. Cuidado ao 
utilizar aquelas palavras já muito 
batidas, que surgem a todo instante na 
nossa cabeça no momento de 
escrever (esse, este, aquele), evite 
termos muito genéricos como (coisa, 
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isso), pois eles já se tornaram um vício na atualidade. Não que eles não possam ser 
utilizados nunca, mas é interessante que eles não sejam empregados como muletas 
gramaticais. Outras figurinhas batidas são o verbo “ser” e palavra “que”, que podem e 
devem ser evitados. Procure utilizar sinônimos ou, simplesmente, escreva aquilo que você 
quer dizer de uma outra maneira. Para isso, nunca esqueça, existe o rascunho. Como 
disse o escritor francês Flaubert “Escrever é reescrever”.
Exemplos:
Paulo, que escreve profissionalmente, diz que é possível que não se cometam 
tantos erros.
Paulo, escritor profissional, diz ser possível não cometer erros.
 Evitar figuras de linguagem
As figuras de linguagem não estão proibidas, mas só deve utilizá-las quando você 
tiver absoluta certeza daquilo que quer dizer e, ainda sim, sem exageros. Um texto 
acadêmico ou para concurso público não precisa ter características literárias, pois são 
situações comunicativas bastante diferentes. No contexto formal, o aluno deve valer-se da 
língua padrão, ser claro, objetivo e preciso, com já dissemos anteriormente. Algumas 
pessoas acreditam que é necessário enriquecer o texto com metáforas, hipérboles, 
eufemismos, etc. Desde que estes recurso (mais comuns à literatura) sejam bem 
colocados tudo bem, mas há de se ter cuidado, pois a utilização de metáforas, por 
exemplo, costuma levar quem escreve a construções artificiais e fora de contexto.
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Então porque correr riscos?
Você pode alcançar uma boa nota com sua redação sem ter que se aventurar com 
figuras de linguagem que nem sempre são facilmente dominadas. Deixe estes recursos 
para quando você for escrever um romance ou um poema.
Exemplo de metáforas:
João é tão esperto quanto uma raposa.
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Aqui temos um vídeo do programa Comédia MTV em que os humoristas 
ridicularizam as metáforas de futebol e sexuais presentes nas músicas de pagode: 
http://www.youtube.com/watch?v=cfdqba7m840&feature=related
Evitar ambiguidades, rimas e cacofonias.
Ambiguidade
O duplo sentido é um dos problemas mais graves presentes num texto, pois ele 
compromete a compreensão do mesmo.
Exemplo:
O pai o filho adora (é o filho que adora o pai ou é o contrário?) 
Marcos disse ao amigo que sua mãe era burra (de quem é a mãe?)
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O homem chegou à rua com cheiro desagradável (de quem é o cheiro, da rua ou 
do homem?)
Cacofonia
Ocorre quando a junção de duas palavras de uma frase acaba gerando uma 
terceira, geralmente de sentido bem desagradável.
Exemplo
Nosso hino é muito bonito (suíno)
Eu não vi ela lá (viela)
Não diga barbante, diga linha (galinha)
Ele é um homem de pouca fé (café)
Rimas
Elas são muito bonitas quando estão em seu devido lugar, em um poema ou até 
mesmo numa prosa literária, mas quando aparecem em outros lugares...
Exemplo
Há gente inocente no continente onde ocorreu o incidente.
Antes do almoço, o moço fez, com muito esforço, um esboço do quadro.
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Não gosto de cão, meu irmão, ele não é meu amigão. 
Evitar o lugar-comum
O lugar-comum é aquele tipo de pensamento que já vem pronto de fábrica, o 
sujeito apenas repete a ideia de outro, várias e várias vezes, deixando o texto 
completamente vazio de significado ou simplesmente fraco de argumentação.
Vejamos abaixo um texto composto apenas de lugares-comuns:
Devagar se vai ao longe, porque a pressa é inimiga da perfeição e a 
esperança é a última que morre. É fato que o brasileiro é preguiçoso por natureza, 
mas graças a Deus aqui não há preconceito racial – somos um povo que tem horror 
à violência; nossa índole pacífica é proverbial no mundo inteiro. Se o homem 
tomasse consciência do valor da paz, não haveria mais guerras no mundo – 
bastava que cada um parassepara pensar na beleza do sorriso de uma criança e 
descobrisse que mais vale um pássaro na mão do que dois voando. A paciência é a 
mãe das virtudes, mas só com determinação e coragem haveremos de resolver 
nossos problemas. O que estraga o Brasil são os políticos; sem eles estaríamos 
bem melhor, cada um fazendo a sua parte. Hoje em dia, felizmente, as mulheres 
estão entrando no mercado de trabalho porque, segundo pesquisadores 
americanos, elas são muito mais caprichosas que os homens. Já os homens, 
conforme uma conclusão do conceituado Instituto de Psicologia de Filadélfia, são 
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muito mais desconfiados e estão sempre querendo mais. As pesquisas eleitorais 
nunca acertam porque são todas compradas. Mas a verdade é que o amor, quando 
autêntico, resolve tudo. O que não se pode esquecer jamais é que a esperança 
existe – e sempre existirá!1
Hoje em dia é bastante comum utilizarem o termo “mãe natureza”. Ok, ele era um 
termo bonito quando surgiu há vários anos, mas ele já está vulgarizado de tanto ser 
usado. Por que não utilizar simplesmente “natureza”? Sozinha assim, a palavra natureza 
fica desprotegida?
Outro termo já desgastado é o tal do “foco”, hoje todos estão “focados em seus 
objetivos”, “focados no jogo”, etc. Famoso também é o “com certeza”, faça qualquer 
pergunta para um jogador de futebol e ele iniciará a resposta assim “Com certeza, o 
professor....”
Eis um bom exemplo de combate a esse mal, perceba que os três exemplos que o 
autor utiliza são, na verdade, lugares-comuns. Vejamos como ele os rebate:
1 TEZZA, Cristovão. Prática de Texto para Estudantes Universitários.
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O CONTO DA CRISE MORAL
Elio Gaspari (Revista Veja)
Rouba-se de tudo, do dinheiro do contribuinte ao tênis da garotada, mas a 
sociedade brasileira deve tomar cuidado: estão lhe roubando a auto-estima.
Três exemplos:
1 – O Brasil passa por uma crise moral e por um processo de corrupção 
generalizada.
2 – Brasileiro não gosta de pagar imposto.
3 – O Brasil não tem jeito.
Tudo mentira.
Ponha-se o responsável por uma afirmação desse tipo na saída dos ônibus 
que transportam a cada manhã milhões de trabalhadores e procure um 
degenerado moral. Procure nas plataformas dos trens um só brasileiro que tenha 
acordado às 5 da manhã para ir roubar. Os espertalhões que só falam em 
corrupção olhando para baixo que percorram as fábricas e os escritórios. Digam 
se neles há ladrões. Digam mesmo se há neles pessoas moralmente inconfiáveis.
Escarafunche-se (meter o nariz) o orçamento dos trabalhadores e resultará 
que eles pagam 100% dos impostos que devem ao Erário. Pagam o imposto do 
feijão antes mesmo de comê-lo. Pagam as sobretaxas da luz, água e telefone com 
pontualidade de condenado.
O Brasil não passa por crise moral alguma. O trabalhador não é ladrão, 
muito menos dissoluto (devasso). A crise moral está localizada num setor estrito 
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da sociedade, localizado na parte de cima da pirâmide. Entendido isso, talvez o 
tubaronato nacional perceba o tamanho da encrenca em que vem se metendo.
O Brasil não é um país maldito, acometido por defeito genético ou 
fatalidade geopolítica que o condene ao atraso. Só no Brasil (além dos EUA), um 
cidadão pode viajar 5.000 quilômetros, comprar um jornal, procurar emprego e 
casa, tudo isso sem dar satisfação a ninguém. A cada dez anos a população de 
uma cidade do tamanho de Budapeste muda-se para a capital de São Paulo, e 
essa migração é absorvida como parte do processo histórico nacional. Nada a ver 
com o racismo das leis inglesas, as quadrilhas de delinquentes xenófobos alemãs 
ou os bufões da política francesa. Tente-se semelhante generosidade na Europa e 
terá começado mais uma vez aquilo que os romanos chamaram de invasão dos 
bárbaros. O chanceler alemão Helmut Kohl estranhou que houvesse tanta gente 
na praia do Rio de Janeiro num dia de trabalho. Havia gente matando o serviço, 
mas não havia em Copacabana ninguém batendo em turcos e apedrejando 
ciganos. Os brasileiros vão à praia e os alemães sonham em conquistar a Europa. 
Se Macunaíma (personagem de Mário de Andrade) tivesse levado o kaiser 
Guilherme II (imperador alemão) e o chanceler Adolf Hitler para Búzios, haveria 
estátuas a esse herói sem caráter em todas as cidades da Alemanha.
A auto-estima dos brasileiros está sendo roubada através de uma 
mistificação pela qual se transferem à sociedade culpas do Estado e do governo, 
seu preposto. Circula, por exemplo, uma obsessão segundo a qual é preciso 
combater a corrupção. A corrupção, como o mau hálito, não acabará nunca. O 
que se precisa fazer é encarcerar os corruptos. A moralidade de um governo 
mede-se pelo total do dinheiro que nele se rouba dividido pelo número de anos de 
cadeia, impostos aos gatunos. Se o denominador dessa fração é praticamente 
nulo – por culpa do poder público, não da sociedade -, a corrupção ganhou. Quem 
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incomoda não é o dinheiro roubado, é o ladrão solto. A cassação do deputado 
Jabes Rabelo mostra que não faltam ao Estado os mecanismos de defesa de 
moralidade. O que falta é usá-los. Afinal, quem precisa de uma sociedade 
convencida de que o povo não presta e de que o país não tem jeito são aqueles 
que pretendem saqueá-lo.
Que fique bem claro que este tipo de ocorrência é uma construção correta. O 
problema está na utilização demasiada destes recursos e na facilidade com que eles 
podem ser questionados, invalidados, etc. Tanta repetição leva ao empobrecimento da 
linguagem. Portanto, só utilize lugar-comum se ele for realmente necessário para o texto, 
caso contrário elimine sem dó.
10 – Não usar gírias, palavras chulas e estrangeirismos.
E extremamente desagradável encontrar termos chulos ou palavras ofensivas em 
uma redação. Seja sempre cortês e respeitador dos bons costumes (mesmo que seja só 
na hora de escrever). Mas se seu objetivo é ser reprovado, basta escrever um palavrão 
em seu texto.
Não é só a repetição de palavras que demonstra a pobreza de vocabulário, a 
utilização de gírias e estrangeirismos provam que a pessoa tem pouco vocabulário (isso 
sem falar nas “modinhas” adquiridas com as novelas do momento. Jamais utilize os 
jargões dos personagens em um texto seu ). Eles apequenam a construção, tornando-a 
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demasiadamente popular, rasteira, sem personalidade.
Exemplo:
Ele adora boi ralado (carne moída)
Preciso dar um time para me organizar (tempo)
O filme é muito massa (legal, bom, etc).
Resumindo
Tema – Tudo gira em torno dele. Não o abandone.
Utilização da norma culta – Concordância, acentuação, pontuação, crase, etc. 
A correção é imprescindível.
Simplicidade, clareza, objetividade – O texto tem de ser inteligível.
Concisão – Dizer muito com poucas palavras.
Criação de frases não muito longas – As frases longas podem fazer com que 
a pessoa perca a noção da construção. Quanto maior a frase, maiores são as 
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chances de errar.
Coesão textual – Ligação perfeita entre as palavras, orações, frases e 
parágrafos.
Repetição desnecessáriade palavras – Empobrece o texto.
Figuras de linguagem – Melhor evitá-las.
Cacofonias, ambigüidades e rimas – Ver o rascunho, para eliminá-las.
Lugar-comum – Empobrece a redação.
Palavras chulas – Normalmente reprovam o candidato (particularmente, 
quando vejo uma palavra como essa numa redação formal, nem me dou ao 
trabalho de continuar a leitura)
Gírias e estrangeirismos – Substituir pelos correspondentes da língua culta.

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