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A priori, a propositura da Ação de Condenação por danos materiais e morais, feita por Renato Luis Baldacci, Andrea Della Giustina e CTO do Brasil - Comércio e Representação de Máquinas LTDA, em face de Bradesco Saúde S/A, se deu pela abusividade das negativas de cobertura do seguro saúde oferecido e administrado pela ré. Sendo contratado o plano de seguro saúde e, na hora de emergência e completa urgência, ocorre a negação da cobertura à assistência médica, sendo elas: transporte em ambulância, por 3x pagamento de 3º assistente cirúrgico anestesia para realização de exame fisioterapia respiratória homecare Sendo a sentença favorável ao autor, a parte ré apelou a referida sentença, alegando em suas razões que havia prescrito o tempo para a ação ser proposta, assim como, indo contra todos os pedidos feitos pela parte autora. Outrossim, consta que a pretensão autoral não encontra-se prescrito, uma vez que não se aplica o disposto no art. 206 §1 II do C.C aos contratos de plano de saúde, tal que, o correto é a aplicação do art. 205 do C.C, que prevê o prazo prescricional de 10 anos, visto que o prazo não decorreu. “Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos.” O Egrégio Tribunal entende a negação a cobertura da assistência médica como abusiva e por meio da ação, condena a seguradora ao reembolso. Em relação às negativas já elencadas: A primeira recusa mostra-se abusiva, pela seguradora sustentar a impossibilidade de arcar com o transporte ambulatorial, já que no contrato o máximo previsto é de 100km, visto que uma diligência da Bradesco encontraria a distância entre os dois hospitais e sua quilometragem, desse jeito, saberia que a distância entre os dois hospitais é menor que o máximo e assim, teria que ter feito o transporte as três referidas vezes. Sobre os honorários médicos, a parte apelante possui razão, visto que na forma fixada em contrato, se o atendimento médico se deu em caráter particular, o reembolso não é integral e sim, o acordado no contrato que é de parte das despesas hospitalares. Sobre a anestesia para o exame, o médico é que sabe a melhor forma de tratamento, não cabendo ao Bradesco a negativa da cobertura do procedimento e sua metodologia decorrente. Em relação a fisioterapia, tal qual também foi recusada pela seguradora, que fundamentou a recusa em cláusula contratual, mas a mesma se refere de forma genérica a recusa e não especifica o que se enquadra na vedação, visto que os procedimentos decorrem diretamente da doença que acometia o segurado. Mas, analisando as cláusulas contratuais, a interpretação que deve ser feita, sempre será favorável ao consumidor, que é a parte vulnerável da situação Delibera o art. 47 do CDC “ Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.” Do homecare, negar o serviço compara negar a proteção contratual, mostrando a desvantagem exagerada ao consumidor, ficando evidente pelo art. 51 do CDC. “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;” A saber que, sucede um contra-senso, admitir que a cobertura do plano de saúde que deveria almejar a cura do segurado, impede o restabelecimento do paciente. Ademais, assimilando as recusas da seguradora, a mesma fica obrigada à cobertura mediante o reembolso, que deve ser feito, nos termos do contrato e no que tange à indenização por dano moral, é mantido a indenização como reparação pela abusividade e aflição, desnecessária, sofrida pelo autor. FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas Teoria do Contrato Acórdão - Continuada Jéssica Nascimento - 21 RA - 6984698 Letícia Barbosa - 30 RA - 7870611 Turma 3104D02 São Paulo 2017
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