Buscar

ARTIGO EDUCAÇÃO ESPECIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 1
OLIVEIRA, Rosane de Machado [1]
OLIVEIRA, Rosane de Machado. Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política, os
Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo, Ambiente, Estímulos e a Teoria da
Modificabilidade Cognitiva Estrutural. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 2, Vol.
13. pp 288-309., janeiro de 2017. ISSN: 2448-0959
RESUMO
O presente trabalho aborda a trajetória histórica da educação especial e inclusiva na sociedade, os fundamentos
do ensino-aprendizagem na educação das pessoas com necessidades especiais, como também, a influência do
brinquedo, do ambiente e dos estímulos do meio na conquista da modificabilidade. Verifica-se a importância da
mediação do educador no ensino, os exemplos de superação capazes de modificar qualquer estrutura mental e
incluir de maneira eficiente as pessoas com deficiência na sociedade. O objetivo geral da pesquisa é apresentar o
estudo da educação especial e inclusiva, destacando as lutas pela inclusão social, as dificuldades, a discriminação
que sofreram e ainda sofrem em alguns contextos sociais. O objetivo específico é aprofundar o conhecimento e o
conceito sobre a inclusão social, os estímulos que fazem toda a diferença no ensino-aprendizagem e no resgate da
modificabilidade cognitiva. O procedimento metodológico é de natureza qualitativa desenvolvida através de
pesquisa bibliográfica exploratória. O resultado do assunto investigado oportunizou-me compreender que a
educação especial e inclusiva trata-se de fatos históricos marcantes e desumanos, que só depois de décadas
passadas conseguiu-se obter leis de proteção e direito há vida e a liberdade da pessoa com necessidade especial.
O desafio analisado ainda hoje, são as barreiras encontradas no processo de inclusão das pessoas com
necessidades especiais tanto no contexto formal, quanto no contexto não formal.
Palavras-Chave: Educação, Inclusão, Ensino-aprendizagem, Modificabilidade Cognitiva.
INTRODUÇÃO
O estudo realizado tem por objetivo analisar o processo histórico da educação especial e inclusiva no ensino
aprendizagem e no desenvolvimento social de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais
especiais.
Diante disso, a escola juntamente com pais e profissionais da área, devem reconhecer a diversidade cultural e
desenvolver as habilidades e a modificabilidade cognitiva dos educandos com necessidade especial. O tema
proposto resultou-se de interesse e reflexão pelo assunto abordado na área da educação especial e inclusiva,
assim como de pesquisa, análise e compreensão do assunto.
Em análise á pesquisa verificou-se a importância e a influência do ambiente no meio social e educacional, tanto o
formal, quanto o não formal. O ambiente, assim como o brinquedo e os estímulos devem ser usados
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 2
competentemente no resgate da modificabilidade cognitiva dos educandos com necessidades especiais, mas é
fundamental lembrarmos, que só uma formação docente qualificada saberá fazer a diferença na construção do
conhecimento, da autonomia, da mediação da consciência do aluno, na tarefa da modificabilidade, onde crianças
“normais” trocam ideias, sentimentos e brincadeiras com as crianças consideradas “especiais”.
Diante desse fato, é importante verificar o processo de inclusão e exclusão social das pessoas com deficiência,
como também todas as suas características. As pessoas com necessidades especiais são pessoas com
personalidade única, que estabelecem boa comunicação e são capazes de aprender e se desenvolver de maneira
lúdica. Na escola o lúdico deve ser aplicado competentemente e o currículo deve ser aberto, pois os educandos
com necessidades têm suas limitações específicas e não devem em momento algum ser comparados ou competir
com alunos normais. O professor/ mediador tem de acompanhar as etapas de evolução do aluno longo do ano e
lhes prestar total apoio e mediação no ensino-aprendizagem.
A escolha do tema proposto resultou de reflexão e entrosamento com o assunto abordado, na busca de verificar
quais soluções e conhecimentos pode-se buscar para obter menos discriminação/ preconceito e um processo de
modificabilidade cognitiva em nossas escolas e em nossa sociedade contemporânea.
A abordagem metodológica é de natureza qualitativa, sendo desenvolvida através de pesquisa bibliográfica
exploratória (livros literários, metodológicos, pesquisa em obras, metodologia científica, cadernos, etc.). Em
relação à pesquisa exploratória, Gil (2002), descreve que, a pesquisa exploratória tem como objetivo, proporcionar
maior familiaridade do pesquisador com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, pode envolver
levantamento bibliográfico (neste caso, da intuição do pesquisador). Através dos estudos sobre a educação
especial e a educação inclusiva, elaborou – se o seguinte problema de pesquisa.
Quais as principais dificuldades enfrentadas pela escola, pelos pais, pelos professores na busca pela inclusão social
e pela modificabilidade cognitiva dos educandos com necessidades educacionais especiais?
Em relação a tal problematização, pode-se concluir através de estudos aprofundados sobre o tema que, a família
que tenha um membro seu com necessidade educacional especial, certamente sofre com algum tipo de
preconceito, discriminação e com o processo de exclusão social da pessoa deficiente. As escolas, juntamente com
pais, comunidade escolar e seus professores, devem lutar incansavelmente pela inclusão de seus alunos em todos
os contextos sociais e pela reabilitação de seus educandos no contexto educacional e social. A teoria da
Modificabilidade é um exemplo de superação, onde as escolas devem seguir o modelo e jamais desistir de seu
educando com graves limitações. O resultado do estudo oferece possibilidades para modificar o processo de
inclusão social, com base em desafios e conquistas adquiridas gradativamente no processo inclusivo e no ensino-
aprendizagem. Na Antiguidade, as barbáries praticadas contra os seres humanos “especiais” seguiram décadas, e
quando a luta pelo reconhecimento e o respeito ás diferenças se fortaleceu, os adeptos da exclusão tiveram que
se adaptar á inclusão social. Não se pode deixar de relembrar que hoje tem muitas Leis em favor aos portadores
de deficiência, aos negros, aos indígenas, as lésbicas aos gays etc., mas essas Leis foram aprovadas recentemente
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 3
e permanecem em vigor graças às lutas da população. As lutas significam que não podemos se acomodar com os
direitos já conquistados bravamente, pois os direitos já garantidos correm o risco de ser retirado de circulação na
alteração das Leis Brasileiras.
2. EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ANÁLISE HISTÓRICA E POLÍTICA
A trajetória das pessoas com necessidades especiaisé marcada por fatos históricos, entre eles, o sofrimento, a
exclusão social, o preconceito, o abandono e até mesmo a eliminação da pessoa doente. A deficiência seja ela
física, mental, ou intelectual, sempre foi questionada e não aceitável durante décadas, onde pessoas com
quaisquer tipos de deficiência foram vítimas históricas dos massacres, das barbáries da sociedade civil, da
discriminação, do abandono cruel e da morte. Tais pessoas com necessidades especiais eram vistas pela maioria
da sociedade como um mal contagioso na face da terra e que deveriam ser eliminadas de imediato, consideradas
pessoas subumanas e condenadas à morte por causa de sua aparência e de sua deficiência. Na época tal
sociedade possuía uma mentalidade distorcida do real, onde focava há “perfeição da pessoa humana” e não
acreditava um décimo na capacidade de regeneração e desenvolvimento da pessoa deficiente, tendo receio que
tal deficiência contaminaria a população em geral, não aceitando jamais as diferenças, ou o “ser humano não
normal”.
Se analisarmos a história e a evolução humana, percebemos que verdadeiramente somos todos diferentes,
ninguém é igual a ninguém, a diferença faz parte de nossas culturas, etnia, gênero, religiões e raças. Observa-se
que muitos não compreendem as diferenças, e certamente, são esses que condenam as pessoas com algum tipo
de deficiência seja ela, física, intelectual ou mental, pois todo o processo de exclusão social deriva de mentes
contaminadas pelo idealismo do “Corpo Perfeito, do Ser Normal, do Belo, do Saudável Forte para a Guerra”.
Dessa forma, séculos passados, todas as crianças que nasciam com alguma deficiência visível, por exemplo, a
falta ou a deformação de membros ou a incapacidade de andar, falar ouvir ou enxergar era de fato condenada á
morte por apresentarem riscos à sociedade e custos sociais à população. O período histórico da Antiguidade
Clássica é um período no qual se verifica ás primeiras formas de tratamento desumano ás pessoas com
deficiência. Nessa ocasião aconteceram práticas de abandonos sendo comuns essas práticas na época, e pessoas
com algum tipo de deficiência não recebiam qualquer tipo de atendimentos, as mesmas eram negligenciadas e
condenadas ao abandono. Na Grécia Antiga, conforme relata Giles, citado por Emmel (2002), havia o ideal do
adulto saudável e forte. Segundo o autor (2002, p. 141), “Essa preocupação visava á atuação militar, á defesa, da
pátria, ao êxito nos jogos, á boa prática das ciências (matemática, astrologia etc.), á representação estética da
beleza e a manutenção da saúde”. Na Esparta, havia a eliminação das crianças, mais antes disso, as mesmas
passavam por uma inspeção do Estado, para confirmar se eram fortes e sadia, caso contrário os imaturos, os
fracos e os defeituosos eram propositalmente eliminados.
Consta que os romanos descartavam-se de crianças deformadas e indesejadas, em esgotos localizados
ironicamente, no lado externo do Templo da Piedade. Em Atenas também havia o costume de manter vivos
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 4
somente os filhos fortes e com boa saúde, mas essa decisão era tomada pelos pais e não pelo Estado, como em
Esparta.
Os relatos comprovam como era comum na Antiguidade o ato de abandonar crianças em montanhas e florestas ou
atirá-las de penhascos ou nos rios, por ser considerada pela sociedade como uma ameaça á manutenção social,
vistas como subumana e não como pessoa humana ou normal, pois qualquer pessoa que fugisse do padrão
idealista da época era considerada inútil para a vida em sociedade. Na época preocupava-se com os gastos que
essas pessoas iriam conceber a sociedade civil se acaso continuassem vivas, pois para o trabalho esses indivíduos
não teriam utilidade. Entre os trabalhos encontra-se o manual e o intelectual, sendo que para essa divisão do
trabalho nenhum dos dois trabalhos se encaixaria essas pessoas, pois as mesmas não obteriam capacidades de
desenvolver as atividades por motivo de suas limitações. Analise-se que um processo educativo e inclusivo nunca
foi pensando, planejado ou se quer discutido na sociedade idealista, e passava distante das mentes contaminadas
pela busca do poder, do corpo perfeito, da pessoa sadia e forte.
Na Idade Média com o surgimento e a propaganda do cristianismo, as práticas de extermínio e abandono passam a
ser condenadas e alteradas em função dos novos valores morais e religiosos que postulavam serem todos os
homens iguais, portanto todos deveriam ser amados e aceitos como tal independentemente de suas condições
físicas, sociais, intelectual ou mental. Nessa época as pessoas com deficiências foram alvo de caridade e acolhidas
pela própria igreja, como também em asilos e conventos. Mas devemos relembrar também, que na Era Cristã por
mais que a igreja tenha colaborado no tratamento aos indivíduos deficientes, e as pessoas com deficiência
deixaram de ser abandonadas e receberam abrigo, caridade e alimentação, foi também, à própria doutrina Cristã
que condenou as pessoas deficientes pela deficiência que as mesmas possuíam, alegando que era um castigo de
Deus pelos pecados cometidos. Segundo Pessotti (1984, p. 6) “Muitos chegam a admitir que o deficiente é
possuído pelo demônio, o que torna aconselhável o exorcismo com flagelação para expulsá-lo”.
As ideais liberais divulgadas no Brasil no final do século XVIII e inicio do século XIX influenciaram o surgimento da
educação das crianças com deficiência, que se deu incialmente, em instituições, (JANNUZZI, 2004). A história da
educação especial no Brasil começou no inicio da segunda metade do século XIX, em um primeiro momento, a
educação desses indivíduos acontecia em escolas anexas aos hospitais psiquiátricos, em asilos e também em
instituições especializadas. O primeiro período da educação no Brasil foi caracterizado pela segregação. Na década
de 1960 houve um grande número de instituições especializadas e a prática da educação segregada nas
instituições começou há ser questionada, pois os portadores de necessidades educativas eram isolados de suas
famílias e do convívio social. A respeito da segregação, é interessante citar a posição de Bueno (1997).
A educação especial, desde seu surgimento no final do século XVIII, atende a dois interesses contraditórios: o de
oferecer escolaridade a crianças anormais, ao mesmo tempo em que serve de instrumento básico para a
segregação do individuo deficiente (p. 38).
Em 1970 as escolas regulares começaram a aceitar matriculas de alunos com deficiência em classes comuns e em
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 5
classes especiais das escolas regulares, tendo início à conquista pelo espaço e pelo direito da escolarização para
as pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais.
De acordo com Vidal e Faria Filho (2003), a partir dos anos de 1960 e inicio de 1970, com o surgimento de
programas de pós-graduação e pesquisas em educação, começou uma crescente produção de trabalhos em
história da educação no Brasil.
A Declaração de Salamanca (1994, pág. 43), o princípio fundamental de uma escola inclusiva está em que todos
devem aprender juntos. Cabe á escola “reconhecer e responder ásnecessidades diversas de seus alunos
acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos
através de um currículo apropriado”.
A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção, estudantes com deficiência física, os que têm
deficiência mental, os superdotados e para todas as crianças que são discriminadas por qualquer outro motivo. No
Brasil, a educação inclusiva que visa inserir as crianças com necessidades educacionais especiais no ensino
regular, fundamenta-se na Constituição Federal de 1988, a qual garante a todos o direto há igualdade (art. 5).
Todos os seres humanos devem ser protegidos e respeitados com base na Declaração Universal dos Direitos
Humanos. A violação desses direitos afeta a dignidade ética de muitos outros direitos.
O artigo 8º da Lei 7.853/89 específica que recusar a inscrição de um aluno em qualquer escola, seja pública ou
privada, por motivos relacionados a qualquer deficiência, é crime. Além de receber uma multa, os diretores ou
responsáveis pela escola que se negar a matricular pessoas com deficiência podem ser punidos com reclusão de
um a quatro anos. Não se nega a ninguém o direito a aprender e desenvolver suas capacidades/ potencialidades,
os direitos humanos são para todos independentemente de raça, classe social, gênero, etnia, religião entre outros.
No artigo 205, a Constituição trata do direito de todos há educação, visando ao “pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL 2004). No artigo 206, inciso
I, coloca como um dos princípios para o ensino a “igualdade de condições, de acesso e permanência na escola”
(BRASIL 2004). Em conformidade com tal Constituição, o Congresso Nacional, por meio do Decreto Legislativo n°
198 de 13 de junho do ano 2001, aprovou a lei baseada no disposto da Convenção de Guatemala, que trata da
eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa portadora de deficiências e deixa clara a
impossibilidade de tratamento desigual aos deficientes.
2.1 OS FUNDAMENTOS DO ENSINO – APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
Contemporaneamente, observa-se com mais ênfase a importância da escola no processo de inclusão social de
crianças, jovens e adultos em diversos contextos da sociedade. Foram muitas as lutas do passado pelo
reconhecimento das diferenças, da diversidade cultural de nosso país e pelo respeito á vida humana para com as
pessoas com necessidades especiais. Hoje as pessoas com necessidades educacionais especiais são vistas pela
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 6
maioria da população como cidadãos capazes de dar importantes passos na vida individual, social, profissional e
até mesmo na vida afetiva.
O Brasil, ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, proclamada em 1990 em Jontien, na
Tailândia, e com os postulados da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais (acesso e
qualidade), realizada em 1994, em Salamanca, na Espanha optou pela construção de um sistema educacional
inclusivo. Nessa perspectiva, salienta-se o conceito dado á educação especial e inclusiva pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, em seu artigo 58: “Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais”.
A educação especial constitui-se, portanto, como uma proposta pedagógica que assegura recursos e serviços para
apoiar, complementar e suplementar serviços educacionais comuns. Realizam-se transversalmente em todos os
níveis, etapas e modalidades de ensino para assegurar aos alunos com necessidades educacionais especiais as
condições de acesso á escola e permanência nela, assim como desenvolver todas as suas potencialidades (Brasil,
2004).
A escola inclusiva deve ter sua proposta curricular voltada ao seu público alvo, onde as pessoas com necessidade
educacionais especiais sejam incluídas com democracia no ambiente escolar, e que as escolas junto com seus
educadores sejam capazes de desenvolver as funções cognitivas, as habilidades motoras e o potencial de seus
educandos. De acordo com Werneck (1997).
Caberá á escola encontrar respostas educativas para as necessidades especificas de cada aluno, quaisquer que
sejam elas. A inclusão não admite diversificação pela segregação. Busca soluções sem segregar os alunos em
atendimentos especializados ou modalidades especiais de ensino. Tende para uma especialização do ensino como
um todo (p. 53).
O currículo deve ser aberto, flexível e não um mero transmissor de conteúdos fragmentados sem utilidade
nenhuma para a vida do educando, além do mais, a escola deve desenvolver habilidades, pontos positivos que
permita mudanças e transformações em determinados contextos da sociedade, tanto no ambiente formal, quanto
no ambiente não formal. É essencial que na escola os educadores trabalhem o ensino-aprendizagem com base em
princípios, procedimentos, atitudes e valores, para Carvalho (2000, p. 80), a melhoria da qualidade das respostas
educativas e a remoção de barreiras para a aprendizagem representam o especial na educação no contexto da
educação inclusiva.
O professor tem o papel fundamental de auxiliar seus educandos com necessidades educacionais em todos os
sentidos, acolhe-los independentemente de suas necessidades especiais, pois esse é o primeiro passo para se
promover o acesso curricular a todos os alunos com necessidades educativas especiais no contexto escolar.
Observar seus alunos, reconhecer suas capacidades, do que o educando já dispõe em relação aos conteúdos a
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 7
serem trabalhados e quais as adaptações curriculares serão necessárias para os mesmos obter novos
conhecimentos.
Utilizar da criatividade para trabalhar com os alunos na rede regular de ensino faz toda diferença no
desenvolvimento cognitivo de crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais, pois os mesmos
possuem uma excelente criatividade, ou seja, dom artístico, e quando essa criatividade é bem aproveitada pelo
professor essa situação favorece o ensino-aprendizagem dos educandos, sendo benéfico para os aprendizes e
também para o professor. A criatividade é um estímulo complexo e enriquecedor do trabalho pedagógico e deve
ser valorizado pelos docentes, como também, os ambientes formais e não formais.
Os PCNs esclarecem que uma das primeiras responsabilidades do professor é promover ajustes na utilização do
espaço da sala de aula, pois isso permitirá aos alunos que apresentam dificuldades de locomoção ou não possuem
visão funcional movimentarem-se com segurança. Quanto á organização didática, esta pressupõe conteúdos e
objetivos de interesse ao aluno, bem como a disposição física do mobiliário, de materiais didáticos e do espaço
disponível para trabalhos diversos (Brasil, 1999b, p.32).
A sala de aula é um espaço complexo e o professor deve integrar e interagir com seus alunos com necessidades
educacionais especiais constantemente na busca de conhecimentos, gestão de organização, valores e normas,
com base em uma pedagogia centrada no alunoem suas dificuldades, necessidades/ peculiaridades e não apenas
nos conteúdos curriculares. O professor é o educador que deve criar situações para a inclusão e a integração dos
seus alunos, promovendo problemas desafiadores para seus alunos, para que os mesmos desenvolvam passo a
passo a sua aprendizagem com base na criatividade e nos estímulos externos e internos, oferecendo-lhes
oportunidades de serem autônomos de desenvolver suas capacidades/ potencialidades, pois não há barreiras que
com o apoio de uma equipe de profissional um aluno com necessidades educativas especiais (NEE) não possa
superar. Na Política Nacional de Educação Especial, a integração é conceituada como:
Um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua interação nos grupos
sociais. A integração implica em reciprocidade. E sob o enfoque escolar é processo gradual e dinâmico que pode
tomar distintas formas de acordo com as necessidades e habilidades dos alunos (BRASIL, 1994, p. 18).
Os professores juntamente com a equipe pedagógica e seus representantes da escola precisam acreditar
verdadeiramente que uma pessoa com necessidades educacionais especiais tem condições de se adaptar, se
modificar e avançar na sua vida pessoal, acadêmica, profissional, afetiva e social. Sabemos que há obstáculos no
caminho, não há como afirmar ao contrário, mas é possível. Devemos ter sempre em mente que podemos produzir
mudanças significativas na vida dessas pessoas, e que todo ser humano é capaz de se modificar e de aprender
independentemente de suas condições e de suas limitações.
No processo de inclusão social o acompanhamento da família na escola é essencial e faz parte do que chamamos
de democracia educacional, pois um processo inclusivo e significativo começa com o apoio da família, sabemos o
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 8
quanto os pais são importantes na vida dos filhos, e a luta pela inclusão é mais forte quando se tem o apoio
familiar. É necessário que os pais tenham a preocupação de incluir seus filhos na sociedade desde o nascimento
dos mesmos, pois apresentá-los a sociedade é forma de ir rompendo com as barreiras da discriminação social.
Todas as pessoas com qualquer tipo de deficiência devem ser respeitadas e acolhidas pela escola, pela sociedade
e pelos familiares. Em relação há família. Drummond & Drummond Filho (1998, apud PRATTA E SANTOS, 2007, P.
248). Descrevem.
O grupo familiar tem o papel fundamental na constituição dos indivíduos, sendo importante na determinação e na
organização da personalidade, além de influenciar significativamente no comportamento individual através das
ações e medidas educativas tomada no âmbito familiar.
Em relação a tal problematização, verifica–se que, as famílias que tem alguém com necessidades especiais,
certamente sofrem com algum tipo de preconceito, discriminação e exclusão social da pessoa “especial”. Mas
diante de tais preconceitos, essas famílias lutam incansavelmente pela inclusão de seus familiares e não perdem a
esperança e a fé na reabilitação dos mesmos.
O que verificamos muitas vezes é uma falha dos próprios sistemas de ensino, faltam profissionais especializados
nas diversas áreas para atuarem na escola regular de ensino, há casos que nem sempre os pais encontram apoio
ou profissionais especializados para tratar do caso específico dos seus filhos, como, professores pós–graduados,
psicopedagogo, psicólogos, auxiliares de classe, especialistas e um ambiente seguro com estrutura arquitetônica
como manda todos os casos de locomoção de dificuldades dos alunos. Em relação à escola, Mantoan afirma: “É a
escola que deve mudar, e não os alunos, para terem direito a ela, isto é, a escola precisa respeitar e adaptar a
necessidade de todos” (Mantoan 2005). A escola deve desenvolver um atendimento de qualidade ao seu público
alvo, como um ensino-aprendizagem significativo e inclusivo. Na escola inclusiva são necessários profissionais
especializados no atendimento educacional aos educandos com necessidades educacionais especiais, entre eles
podemos destacar, (Pediatra, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta, Psicólogo e Psicopedagogo).
2.2 A INFLUÊNCIA DO BRINQUEDO NO AMBIENTE E DOS ESTÍMULOS NO PROCESSO DE ENSINO –
APRENDIZAGEM NA INCLUSÃO SOCIAL
A fase do lúdico é a mais importante no desenvolvimento das potencialidades da criança, do adolescente, do
adulto e até mesmo do idoso, seja ela pessoa especial ou não, o processo lúdico é necessário para todas as
pessoas, sendo o mesmo indispensável na formação ativa das mesmas. O lúdico é uma ferramenta essencial ao
aprendizado e ao desenvolvimento cognitivo humano.
Um ambiente calmo e tranquilo faz toda diferença para os educandos de forma há inclui–lós no ambiente formal e
não formal para que não ocorra futuramente no decorrer de suas vidas maiores dificuldades no enfrentamento
com a questão da exclusão social que ainda prevalece em alguns contextos. O lúdico é uma possibilidade de
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 9
integração, interação e ensino-aprendizagem entre as crianças com limitações específicas e as crianças sem tais
limitações. O adulto-mediador da criança com necessidade educativa especial deve ter o entendimento que
mediar, significa possibilitar a essa criança a construção de sua própria autonomia, de seu próprio conhecimento e
deve ser de fato uma ação intencional. Em relação ao brincar, Maluf (2003) descreve que:
[…] através do brincar, a criança prepara-se para aprender. Brincando, ela aprende novos conceitos, adquire
informações e tem um crescimento saudável. Toda criança que brinca vive uma infância feliz. Além de tornar-se
um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá superar com mais facilidade problemas que
possam surgir no dia a dia […]. Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental para a formação da
criança, em todas as etapas da sua vida, (MALUF, 2003, p. 20-21).
É necessário respeitar as competências próprias da idade dos educandos e de suas possibilidades de participação
nas atividades. Para as pessoas com necessidades educativas especiais o ambiente e o tempo são valiosos, assim
como os estímulos internos e externos no processo de ensino – aprendizagem, e quanto mais cedo forem
estimuladas e inseridas no processo de inclusão social, maior será a probabilidade dos mesmos se desenvolver
cognitivamente. O cotidiano deve ser harmonioso, espaçoso, lúdico e mediado pelo adulto (família, especialista,
educador). O ambiente/ espaço tanto formal, quanto informal, é um excelente recurso para a escola e para a
família dos portadores de necessidades educativas, quando os espaços são bem utilizados e aproveitados por
docentes, alunos e familiares, o mesmo torna-se benéfico para a socialização e a integração dos educandos na
educação especial/ inclusiva. Mesmo que algumas pessoas demostrem pouco ligação com o ambiente, o mediador
precisa desenvolver o interesse das mesmas pelo espaço. O espaço é a oportunidade que se tem em um devido
lugar para aplicar atividades prazerosas que favoreça o ensino – aprendizagem.
A ligação com o ambiente desenvolve capacidades significativa e comunicativa no ensino-aprendizagem, o espaço
deve ser adequado àsnecessidades cotidianas dos educandos, onde os próprios devem sentir-se motivados a se
desenvolverem. O cotidiano se torna mais significativo quando se possui o lúdico no ambiente (casa, escola,
comunidade), quanto mais cedo, pais, professores e comunidade escolar se conscientizarem da influência
significativa do procedimento lúdico na educação das crianças com necessidades educacionais especiais, maiores
serão as chances de obter resultados positivos no ensino, pois o brincar favorece a independência das crianças,
estimula o contato visual e auditivo, desenvolve as habilidades motoras das crianças, a imaginação e a
criatividade. Muitas das aquisições positivas na vida de tais alunos se deram no brincar.
A influência do brinquedo segundo Vygotsky (1989).
[…] é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança
aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e
tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos. (VYGOTSKY, 1989, p. 109)
Na escola o cotidiano das crianças com necessidades educacionais especiais deve ser desenvolvido diariamente
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 10
com base em estímulos, os estímulos devem ser adquiridos pelo mediador e favorecido no brinquedo e no
ambiente aos seus educandos, pois através brincar e da mediação do educador o ensino-aprendizagem se torna
significativo, prazeroso e encantador há todos os educandos.
2.3 A CONQUISTA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA COM A TEORIA DA MODIFICABILIDADE
COGNITIVA ESTRUTURAL DE REUVEN FEUERSTEIN.
O processo inclusivo na escola, assim como no meio social é um processo lento, mas vantajoso há todos,
principalmente para aqueles com (NEE) que necessitam de nossa total atenção, dedicação, tempo e respeito as
suas diferenças, respeito às diferenças é uma questão de princípio e ética humana. Deve-se preservar a
diversidade cultural, utilizar a mesma como um elemento enriquecedor da prática educativa, social e do
desenvolvimento dos educandos com necessidades educacionais especiais. As escolas juntamente com seus
profissionais da educação devem promover um ensino-aprendizagem significativo, modificável e benéfico há todas
as pessoas com limitações, incluindo no seu processo de ensino o respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem.
Contemporaneamente, ainda há pessoas que não acreditam que o ser humano possa ser modificável, com tudo
buscamos refletir, por exemplo, se o educador trabalha com crianças, jovens e adultos com necessidades
educativas especiais e não acredita ou tem dificuldades em entender a capacidade de regeneração e
modificabilidade cognitiva dos mesmos, a situação do ensino-aprendizagem com certeza será desastrosa e
complicada no processo de inclusão.
Nesse processo, onde o docente ou á família desacreditam que é possível a transformação cognitiva, perde-se a
chance do agir na vida do educando. Essa reflexão certamente acrescenta aspectos negativos para a educação
brasileira, péssimo exemplo os educadores que não acreditam, e á escola que se acomoda em seu espaço e em
sua estrutura. Observa-se que se não houver estímulos no ensino e no ambiente, certamente não haverá avanços
na educação, pois o brinquedo, o ambiente, a autonomia do alunado, a mediação do educador e os estímulos do
meio fazem toda a diferença na conquista da modificabilidade cognitiva de qualquer ser humano.
Devemos acreditar que somos modificáveis, como nos prova a Teoria do psicopedagogo Reuven Feuerstein
desenvolvida em Israel e aplicada em diversos países por conta de seus resultados conquistados. O postulado
básico da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural de Reuven Feuerstein, que está alicerçada em um axioma
universal: “Todo ser humano é modificável”. O ser humano é incrível, possui uma capacidade cognitiva admirável,
um cérebro magnífico com dois hemisférios o direito e o esquerdo, capazes de se desenvolverem com base nos
estímulos do meio, de se adaptar as várias situações, ambientes e a métodos de ensino-aprendizagem, provando
que todos os seres humanos são capazes de aprender, indiferentemente de sua origem, de suas dificuldades e de
suas necessidades físicas e funcionais.
Abaixo detalhado dois exemplos surpreendentes de pessoas com necessidades especiais que mesmo com suas
limitações conseguiram reverter o diagnóstico médico, e com base em estímulos se adaptaram a modificabilidade
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 11
cognitiva estrutural.
Quando Feuerstein recebeu a notícia de que seu neto havia nascido com síndrome de Down, comunicou a todos:
“Deem-me os parabéns! Sou avô, meu neto nasceu com síndrome de Down”. Na sua Teoria da Modificabilidade
Cognitiva Estrutural, o psicopedagogo Reuven Feuerstein, afirma que, a inteligência de qualquer pessoa,
independentemente de sua idade pode ser “expandida”, por exemplo: seu neto portador de síndrome de Down
teve sua inteligência estimulada por seus métodos desde o seu nascimento, e sempre frequentou escola normal
com bom desempenho. Feuerstein (2002) fundamenta-se na crença que todo ser humano é capaz de modificar-se,
independente de sua origem, etnia, idade ou condição genética, assim define:
Modificabilidade (cognitiva) é a propensão (potencial) de um indivíduo se modificar através de ambas as
experiências de aprendizagem direta e mediada direcionadas para necessidades estruturais e comportamentais.
Em resposta a apresentação de intervenções de mediação que sejam sistemáticas, planejadas e repetitivas num
período de tempo e através de 16 variações na exposição de estímulos, o sujeito se torna plástico e modificável,
cada vez mais favorável à exposição aos estímulos diretos. A propensão para a modificabilidade pode ser avaliada
através de procedimentos dinâmicos, e pode ser influenciada pela EAM oferecida em contextos situacionais
estruturados. (FEUERSTEIN; FALIK; FEUERSTEIN, 2006, p.16).
É maravilhoso repensarmos a importância e o papel da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural. Essa Teoria
como tantas outras, prova que podemos incluir pessoas com necessidades educativas especiais em turma normal,
e isso pode acontecer se acreditarmos assim como Reuven Feuerstein e trabalharmos diariamente com métodos
estimulantes no ensino-aprendizagem dos educandos, quanto mais cedo iniciarmos esse processo de ensino,
maiores serão as chances de modificabilidade dos educandos. Nós professores, devemos mediar à consciência da
modificabilidade, de forma a ajudar o aluno a acreditar que ele consegue aprender e que o erro faz parte do
ensino-aprendizagem, assim como crescer e evoluir. O Segundo exemplo de Modificabilidade Cognitiva é o caso do
menino Victor de Aveyron.
No ano de 1798, tinha sido avistado em uma floresta francesa da região de Aveyron um “animal” parecido com um
ser humano. Anos depois, aparentando ter 12 ou 13 anos de idade, o menino foi capturado, sendo o mesmo
chamado de Victor em referencia á sua vitória por ter sobrevivido. As hipóteses mais prováveis sugeriam que o
menino fora abandonado por seus pais quando ele tinha 4 anos de idade e que acabara sobrevivendo porter se
alimentado de frutos da floresta e folhas.
Tendo sido avaliado pelo famoso Dr. Pinel quanto á sua inteligência, foi diagnosticado como surdo e incapaz de
aprender qualquer coisa. Não aceitando tal diagnóstico, o Dr. Itard, discípulo de Pinel, trabalhou diretamente com
o menino, ensinando-lhe até mesmo noções básicas, como sensações de quente e frio. No trabalho realizado com
Victor, o Dr. Itard modificou e adaptou as técnicas de ensino conhecida, pois ele acreditava na possibilidade de
mudança do menino, e muitos anos depois, os progressos de Victor eram evidentes e comprovavam que o ser
humano, por pior que seja seu estado inicial, tanto físico quanto mental, pode se modificar, aprender e evoluir. O
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 12
que fez a diferença no caso do menino Victor, foi à crença do Dr. Itard na possibilidade de mudança por meio da
aprendizagem. Victor aprendeu até mesmo a ouvir, deixando de ser “surdo” como registrado no primeiro
diagnóstico. Acreditar na modificabilidade, na capacidade de aprendizagem e evolução do ser humano, foi o que
motivou o Dr. Itard a criar metodologias diferenciadas para ensinar o menino e ajudá-lo a evoluir.
A Teoria da Modificabilidade Cognitiva é uma conquista, um exemplo de inclusão, de superação dos preconceitos e
do diagnóstico médico, de possibilidades da modificabilidade humana e da capacidade das pessoas com NEE se
adaptar, se transformar e viver em sociedade. Talvez para alguns educadores essa Teoria não seja válida ou não
seja fácil de ser compreendida, mas acredita-se que todo profissional da educação deve ter conhecimento sobre
tal Teoria, a mesma possibilita aos docentes desenvolver um olhar modificado em relação ao educando com
necessidade educacional especial, seja lá qual for à gravidade. O docente que possui conhecimentos aprofundados
sobre a tal Teoria, certamente desenvolverá um olhar de motivação/ modificabilidade diante as dificuldades de
seus alunos e não um olhar de espanto perante as dificuldades encontradas. Ainda se analisa em muitas escolas
professores atuando sem formação complementar ou especialização na área da educação especial e inclusiva, isso
causa preocupação e indignação por parte da população, pois é nesses casos onde docentes sem formação
continuada atuem que perdemos a capacidade de mudança, de reabilitação dos alunos com NEE, pois tais
professores não adquiriram conhecimentos precisos para lidar com a questão da modificabilidade cognitiva dos
educandos, essa situação, infelizmente fragmenta o processo de ensino-aprendizagem tornando-o um fracasso. Só
docentes especializados podem atender há esses alunos, a formação continuada é necessária e deve ser exigida
dos professores. As escolas inclusivas necessitam de profissionais com formação complementar voltada ás
necessidades das pessoas com limitações específicas.
A Teoria é um estímulo a todo professor em fazer a diferença, lembrando que não devemos se conformar em
aceitar apenas um diagnóstico médico, mas devemos insistir em novos resultados e novos diagnósticos a todo o
momento, investir seriamente no aluno, utilizar da Teoria dos métodos já comprovados para realizar
transformações nos ambientes através dos mais diferenciados processos de estímulos e da mediação do professor,
como também de materiais concretos e diversificados, onde o professor avalia o progresso de seus alunos. Nossa
tarefa quanto educadores deve ser desempenhada com comprometimento, buscando desenvolver estímulos e
consciência nos alunos de modo concreto. Não basta dizermos aos nossos alunos “Olha vocês evoluíram
parabéns”, é preciso mais do que palavras, é necessárias mudanças profundas no sistema escolar, e isso acontece
somente com atitudes mediadoras e transformadoras do professor ao meio. A mediação do professor vai além de
um simples elogio ou de uma breve explicação, mas é importantíssimo que o professor–mediador construa
situações/ problemas para que os educandos com necessidades educacionais especiais percebam passo a passo
seu progresso de forma real e significativa.
3. METODOLOGIA
Na procura de analisar o processo da educação especial e educação inclusiva, assim como os fundamentos no
ensino-aprendizagem, os métodos criativos no desenvolvimento cognitivo, (brinquedos, ambientes e estímulos) e a
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 13
modificabilidade cognitiva, a realização e conclusão desde trabalho baseou–se em pesquisa bibliográfica
exploratória, realizada em bibliotecas e escolas pública do município de Bela Vista da Caroba–PR, (livros e obras de
autores, livros de literatura, livros de metodologia científica, obras literárias, cadernos). Na pesquisa identificou-se
que o estímulo é fundamental no cotidiano das pessoas com necessidades especiais, podendo ser desenvolvido
com a aplicação de atividades lúdicas, (brinquedos variados, danças, livros ilustrativos, contos de histórias, jogos
diversificados etc.). A prática do lúdico nas brincadeiras deve ser realizada em contextos formais e não formais.
A pesquisa bibliográfica científica como citada acima, foi realizada com base em livros e artigos referente assunto
abordado educação especial e inclusiva, analisada em escritos meramente pedagógica sob a visão de vários
autores e suas obras como Reuven Feurstein. Na busca por obter respostas aos questionamentos suscitados pela
consecução das metas estabelecidas, optou-se pelo estudo de natureza qualitativa, para Chizzotti (1991, p. 79)
“Parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interpendência viva
entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito”. O estudo
dessa natureza qualitativa possibilitou um aprofundamento sobre o tema proposto na área educacional especial,
desenvolvida através do conhecimento/ reflexão e com base em análise sobre o tema norteador do trabalho.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabemos que a inclusão social é uma questão de ética humana, e quem não for a favor dela, certamente estará
cometendo um crime contra os valores e os princípios fundamentais da vida em sociedade. Na busca de analisar o
processo de educação especial e educação inclusiva, baseei-me em pesquisa bibliográfica exploratória de natureza
qualitativa, desenvolvida por meio de diversos materiais didáticos impressos de fonte confiável.
O estudo baseou-se principalmente na análise histórica da educação especial e do método de inclusão social, nos
estímulos do ambiente e do brinquedo na conquista da Modificabilidade Cognitiva. Na inclusão das pessoas com
necessidades especiais o papel dos pais é muito significativo frente ao processo de inclusão social e escolar de
seus filhos. O papel da sociedade também é importante na luta em reverter esse quadro de preconceitos e
discriminação pela qual passam as pessoas com necessidades especiais devido as suas limitações.
Realmente, ainda há pessoas limitadas e excluídas da sociedade por não se enquadrar no padrão de beleza e
inteligência que a tal sociedade contemporânea acredita ser o “mais importante no ser humano”. É sabido que a
inclusão social nem sempre acontece de um modo fácil, já que alguns encontram dificuldades em aceitar as
diferenças,mais é possível através da conscientização abrir caminhos para que o processo de inclusão ocorra
gradativamente. Não devemos deixar de lutar pelas pessoas “especiais”, pois nunca sabemos o dia de amanhã, e
devemos agir e conscientizar a sociedade, pois o padrão estabelecido de beleza passa, envelhece e sai de moda,
mas os distúrbios e as doenças permanecem no ser humano, algumas pela vida toda. O tema abordado resultou
um grande aprendizado em questão á problematização abordada, á reflexão da realidade, análise dos processos
de inclusão x exclusão e modificabilidade cognitiva. Em forma de conclusão do artigo científico, pode-se afirmar
que as contribuições trazidas pelo trabalho foram gradativamente significativas. Verificou-se que a inclusão social
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 14
é possível, e através dela se obtêm maiores oportunidades e capacidade de estabelecer laços e se desenvolver
fisicamente e cognitivamente. Contudo, os estímulos da família, da escola e sociedade para com essas pessoas,
contribuem para que sejam membros ativos na construção de conhecimentos. Devemos abranger todos os
âmbitos, isto é, participar e colaborar na busca de conscientizar as pessoas que as diferenças são normais, assim
como a necessidade de um processo inclusivo em todas as dimensões da sociedade.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Política Nacional de Educação Especial. Brasília, DF: Secretaria
de Educação Especial, 1994.
__________. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988 Brasília, DF, Poder Executivo, 05 de outubro
de 1988.
___________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Adaptações Curriculares – estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais
especiais. Brasília, MEC/ SEF/ SEESP, 1999.
__________. Ministério Público Federal Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva organizadores. O acesso
de alunos com deficiência às escolas e classes comuns da rede regular. Brasília: Procuradoria Federal dos
Direitos do Cidadão, 2004.
BERGAMO, Regiane Banzzatto. Educação Especial: pesquisa e prática. Curitiba: Ibpex, 2010.
BUENO, José G. S. Práticas institucionais e exclusão social da pessoa com deficiente. In: Conselho Regional de
Psicologia de São Paulo (Org.) Educação Especial em debate. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. P. 37-54
BUDEL, Gislaine Coimbra. Mediação de Aprendizagem na educação especial/ Gislaine Coimbra Budel, Marcos
Meier. – Curitiba: InterSaberes, 2012. – (Série Inclusão Social)
CARVALHO, R. E. Removendo barreiras para a aprendizagem: Educação
inclusiva: Porto Alegre: Mediação, 2000.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
DECLARAÇÃO de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. (1994, Salamanca).
Brasília: CORDE, 1997.
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 15
DRUMMOND, M. DRUMMOND FILHO, H. (1998). Drogas: a busca de respostas. São Paulo: Loyola. Apud PRATTA, E.
SANTOS, M.A. Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus
membros. Psicol. Estud. vol. 12 nº 2; Maringá; Mai/Ago. 2007
EMMEL, M. L. G. Deficiência Mental In: Palhares, M. S. Marins, S. C. F (Org.) Escola Inclusiva. São Carlos: Ed. Da
UFSCar, 2002. P. 141 – 153.
FEUERSTEIN, Reuven. A avaliação dinâmica da modificabilidade cognitiva: a dispositiva propensão de
aprendizagem: teoria, instrumentos e técnicas. Jerusalém, Israel: ICELP Press, 2002.
FEUERSTEIN, Reuven. FALIK, Louis H. FEUERSTEIN, Rafi. As definições de conceitos essenciais e termos: Um
glossário de trabalho. Jerusalém, Israel: ICELP Printshop de 2006. FEUERSTEIN
GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002.
JANNUZZI, G. M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores
Associados, 2004.
KLEINA, Claudio. Metodologia da pesquisa e do trabalho científico./ Claudio Kleina, Karime Smaka Barbosa
Rodrigues. – 1. Ed.- Curitiba, PR: IESDE BRASIL S/A 2014.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado. Livro cadê a síndrome de Down que estava
aqui? o gato comeu. p 72 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003
MANTOAN, M. (2005) Caminhos pedagógicos da inclusão. Brasília: Dinalivro.
PESSOTTI, I. Deficiência mental: da superstição á ciência. São Paulo: Edusp,1984.
SILVA, Aline Maria da. Educação e inclusão escolar: História e fundamentos/ Aline Maira da Silva. – Curitiba:
InterSaberes, 2012. (Série Inclusão Escolar).
VIDAL, D. G. FARIA FILHO, L. M. História da educação no Brasil: A constituição histórica do campo (1880-1970).
Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 23, n 45, jul. 2003.
VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: Ed. WYA, 1997.
[1] Graduada em Pedagogia (FACINTER), Especialização em Educação Especial e Inclusiva (FACINTER),
Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política,
os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo,
Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva
Estrutural
ISSN 2448-0959 | www.nucleodoconhecimento.com.br
| 16
Especialização em Docência no Ensino Superior (Faculdade de São Luís).

Continue navegando