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Sulfas e Quinolonas - Farmaco

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AULA 4 – FARMACO – 15/08/17.
Mayara Arêas – MED 94.
SULFAS/SULFONAMIDASAssunto1;
QUINOLONAS/FLUORQUINOLONASAssunto2;
SULFONAMIDAS:
A primeira classe de substâncias com atividade contra bactérias gram-positivas e gram-negativas introduzida na terapêutica humana.
Papel relativamente secundário no arsenal terapêutico atualmente.
Patente em 1932.
Foi descoberta pelo alemão Gerhard Domagk, a partir de um corante vermelho chamado prontosil, que é o metabólito sulfanilamida (primeira a ser descoberta).
Possui atividade contra infecções estreptocócicas em camundongos.
Foi utilizada com sucesso pela primeira vez em 1933, em um paciente de 10 meses com sepse estafilocócica.
Resultado favorável em sepse puerperal e nas infecções meningocócicas.
Foi o primeiro antibiótico usado comercialmente.
Prêmio Nobel de medicina em 1938.
A estrutura química de todas as sulfas possui em sua cadeia, um anel muito parecido com o ácido paraminobenzênico (PABA). Isso é muito importante de se guardar, pois o mecanismo de ação dessa classe de fármaco relaciona-se a este anel. Observando a imagem, nota-se que o anel PABA, no antibiótico sulfa, está ligado ao enxofre. O PABA é um substrato que as bactérias e outros microrganismos, como fungos e alguns protozoários, utilizam para a formação de seu material genético – na replicação de seu DNA. O PABA é substrato para a formação do ácido fólico nessas bactérias, fungos e protozoários. Desse modo, como a sulfa é muito parecida, o antibiótico age entrando no lugar do PABA, que serviria para formação do material genético desses microrganismos. Assim, o antibiótico atua como falso substrato.
Obs.: O PABA é o substrato para formar o ácido fólico e o ácido é o substrato para formar o material genético dos microrganismos. Os seres humanos também utilizam o ácido fólico para formar DNA, porém esse ácido é utilizado pré-formado, já que mamíferos não produzem ácido fólico a partir do PABA. É por isso que não faz mal para as células dos mamíferos utilizar sulfa, porque não são sensíveis a esse antibiótico.
- MECANISMO DE AÇÃO:
São bacteriostáticos, já que impedem a formação do DNA. Esses fármacos não matam as bactérias que já se replicaram, mas impedem essas de se replicarem.
São inibidores competitivos da diidropteroato-sintetase, enzima bacteriana responsável pela incorporação do PABA ao ácido diidropteróico, que é o precursor do ácido fólico. (Assim, forma-se ácido fólico).
Qual o mecanismo de ação da sulfa? “Engana” a enzima se fazendo passar pelo PABA. Desse modo, quem entra no lugar do PABA é o antibiótico, fazendo com que não seja formado o ácido fólico. O antibiótico age então, como um falso substrato – inibidor competitivo.
(O antibiótico sulfa impede que as bactérias utilizem o PABA para sintetizarem o ácido fólico. Assim, microrganismos que precisam sintetizar ácido fólico são sensíveis à sulfa).
Impedem que as bactérias utilizem o PABA para sintetizar ácido fólico. Para isso, o PABA e a sulfa devem estar no meio intracelular do microrganismo, para que haja competição e o antibiótico atue como falso substrato.
Microrganismos sensíveis são aqueles que precisam sintetizar seu próprio ácido fólico.
As células de mamíferos necessitam do ácido fólico pré-formado, não tem capacidade de sintetizá-lo. NÃO são sensíveis às sulfas.
Obs.: Seres humanos quando estão com déficit de ácido fólico, evoluem com anemia megaloblástica, pois não conseguem formar hemácias devido a não produção de material genético em razão da carência de ácido fólico.
A sulfa possui um sinergismo com trimetoprim Inibidor competitivo potente e seletivo da diidrofolato redutase reduz o diidrofolato a tetraidrofolato. 
(Trimetroprim é um inibidor competitivo de uma das fases da produção do DNA bacteriano. Até formar o DNA bacteriano, ocorrem duas fases, a primeira acontece quando o PABA é transformado em ácido diidrofólico [ácido fólico] pela enzima diidropteroato sintetase. A segunda fase ocorre através da diidrofolato redutase, em que o ácido diidrofólico é transformado em tetraidrofólico [ácido folínico]. A partir desta fase é que de fato forma-se o DNA bacteriano. O trimetropim, que normalmente é associado a sulfa, inibe a segunda fase de formação do DNA, inibindo assim a produção do ácido folínico. Por isso que geralmente indica-se associação de sulfa com trimetroprim, que é chamado de BACTRIM = Sulfametoxazol + Trimetroprim. Assim, esses fármacos associados acabam inibindo a formação do ácido fólico e do ácido folínico).
Resumindo... O mecanismo de ação da sulfa é simples, se baseia em inibição competitiva, onde o local de competição é a enzima que utilizaria o PABA como substrato. Assim, o antibiótico entra como falso substrato, fazendo com que não seja formado ácido fólico, e quando associado ao trimetroprim, também não há formação de ácido folínico, não formando portanto, DNA bacteriano. Assim, a bactéria não consegue se reproduzir – como ocorre também com os outros microrganismos).
Obs.: Sulfa não é primeira opção para tratar nenhuma doença bacteriana, mas pode ser primeira opção para tratar algumas doenças que não são bacterianas, como a pneumocistose e a toxoplasmose.
Obs.: A sulfa já foi opção para tratar malária, porém não é mais, pois tornou-se resistente contra esse antibiótico.
- ESPECTRO DE AÇÃO:
Início de seu emprego Sulfas mostravam atividade sobre ampla gama de bactérias gram-positivas e gram-negativas: incluindo estreptococos, estafilococos, neissérias, hemófilos, brucelas, vibriões, pasteurelas, salmonelas, shigelas e outras enterobactérias, actinomicetos, clamídias. 
Com o passar do tempo, grande influência da resistência bacteriana adquirida, na atualidade, muitas bactérias não mais respondem à terapia sulfamídica, como ocorre, frequentemente, com o Staphylococcus aureus, a Neisseria meningitidis e a Salmonella typhi. 
A resistência às sulfas é observada em praticamente todos os agentes bacterianos e é variável de país para país, de cidade para cidade, bem como de acordo com a origem urbana ou rural do germe infectante e a característica intra- ou extra-hospitalar da infecção.
Ocorre melhora do espectro de ação quando associado a Trimetoprim. (Pode ser usado para alguns tipos de infecção urinária, gastroenterite etc.)
Atualmente, o espectro de ação das sulfas é muito pequeno. Quando foram criadas, possuíam um espectro de ação amplo, pois eram ativas contra bactérias gram-positivas e contra gram-negativas, incluindo stafilo, strepto, neisseria, microrganismos intracelulares, anaeróbios, etc. atuava em muitos tipos de microrganismos. Entretanto, essas bactérias foram adquirindo resistência contra as sulfas e como resultado, muitas bactérias não respondem mais à essa terapia antibiótica. Devido a essa resistência adquirida (que pode ter acontecido via plasmídio ou por infecção viral), as sulfas não são primeira opção para tratar nenhum tipo de doença bacteriana.
- AÇÃO SOBRE AGENTES INFECCIOSOS NÃO BACTERIANOS:
Paracoccidioides brasiliensis, Toxoplasma gondii, Isospora belli, Nocardia e Pneumocystis jiroveci. 
A ação das sulfas é especialmente notável quando associadas à pirimetamina ou à trimetoprima. 
No tratamento da malária – plasmódios já se mostraram sensíveis às sulfas, e a associação da sulfadoxina com pirimetamina já foi utilizada no Brasil no tratamento da malária por P. falciparum. Na atualidade, este plasmódio não mais responde a esta terapêutica no país.
Obs.: A sulfa só é 1° opção de tratamento para duas situações, para a toxoplasmose e para a pneumocistose. Para outras, é 2° opção. 
- MECANISMOS DE RESISTÊNCIA;
As bactérias se tornam resistentes pela sulfa por 4 mecanismos básicos:
Menor afinidade da diidropteroato sintase pelas sulfonamidas (pode ocorrer uma mutação na enzima, que faz com que ela deixe de captar a sulfa e passe a captar somente o PABA).
Diminuição da permeabilidade bacteriana ou ao efluxo ativo do fármaco (a sulfa não consegue penetrar na bactéria, ou quando consegue penetrar, a bactéria atua com bomba de efluxo e jogao antibiótico para fora por transporte ativo).
Via metabólica alternativa de produção do ácido fólico por outra via enzimática sem ser pela diidropteroato-sintetase.
Produção aumentada de um metabólito essencial (PABA) – principalmente pelos estafilococos, que conseguem produzir um excesso de PABA, não importando a presença de sulfa, pois já que esse substrato está em excesso, a enzima acaba usando – o mecanismo de ação da sulfa é competitivo (inibição competitiva); assim, quem estiver em maior concentração, será usado pela célula bacteriana.
Obs.: Existe também resistência ao trimetroprim, que ocorre através da produção de enzima com baixa afinidade a trimetropina, enzima que não irá se ligar ao trimetriprim, ligando-se somente ao ácido fólico para formar o ácido folínico. (O trimetroprim não consegue se ligar ao sítio de ação, que é a enzima. Só se liga ao sítio de ação é o ácido fólico – para formar ácido folínico e consequentemente DNA bacteriano).
Esses mecanismos de resistência são adquiridos, e foram muito transferidos entre as bactérias ao longo do tempo, já que são antibióticos utilizados há mais de 80 anos. Esses mecanismos foram adquiridos principalmente via plasmídio, mas também através da fagocitose de bactérias mortas, em que o gene de resistência acabava sendo incorporado pelas bactérias vivas. Desse modo, essas bactérias passavam a expressar ou a bomba de efluxo ou o gene da enzima com a mutação – diminuindo sua afinidade pela sulfa ou pelo trimetroprim. Além disso, essa resistência pode ocorrer também através de vírus bacteriógafos, que infectavam e levavam o material genético com o gene indutor da resistência para outras bactérias.
- FARMACOCINÉTICA:
Algumas sulfas são feitas para não serem absorvidas e terem efeito local no intestino (principalmente no intestino grosso) ou tópico.
70-100% da dose oral é absorvida.
Níveis plasmáticos máximo de 2-6h.
Absorvidas no Delgado e Estômago.
Ligam-se a Albumina.
Concentram-se em todos os líquidos corporais, incluindo líquor.
Atravessam a placenta.
Sofrem metabolismo hepático, transformando-se no metabólito sulfonamida N4-acetilada.
Excretadas pelo rim parte inalterada, parte metabólitos.
Quantidades pequenas eliminadas nas fezes, bile e leite materno.
- INDICAÇÕES: 
ITU (Não é utilizada como 1° opção, mas como 2° ou até 3° em alguns casos; sendo na maioria destes necessário se guiar a partir de um antibiograma para infecção do trato urinário). O bactrim pode ser usado em qualquer idade para tratar ITU. Entretanto, a 1° opção de tratamento nesse caso são as quinolonas, ou então pode-se usar cefalosporina de 2° geração, ou penicilina associada a um inibidor de betalactamase no caso de crianças e grávidas.
Nocardiose – causa úlceras, abscessos cutâneos. A nocardia é uma bactéria sensível à sulfa.
Toxoplasmose (A sulfa é primeira opção para o tratamento de toxoplasmose, incluindo neurotoxoplasmose, pois a sulfa tem boa concentração no SNC, no líquor).
Infecções do trato respiratório (SMX+TRI). Podem ser utilizados, mas não são considerados primeira opção.
Infecções GI – gastroenterites. A indicação de 1° opção para gastroenterite aguda são as quinolonas, mas pode se utilizar SMX + TRI (bactrim) como 2° opção. Em crianças e grávidas não se deve usar quinolonas, que é primeira opção.
Pneumocistose (SMX+TRI) Profilaxia e tratamento. (No caso da pneumocistose, deve-se associar sempre ao trimetroprim, tanto para profilaxia quanto para tratamento, porém em doses diferentes).
Profilaxia Estreptococos.
Obs.: 1° opção somente para toxoplasmose e pneumocistose. Além disso, pode ser usado em profilaxia de infecções de estrepto, mas também é uma alternativa, principalmente nas alergias à penicilina. (O tratamento de escolha na profilaxia das infecções de estrepto é penicilina G – benzatina por 21 dias. Por exemplo, quando se quer evitar febre reumática, glomerulonefrite pós estreptocócica. Entretanto, se o paciente for alérgico, deve-se tratar com sulfa para evitar que se tenha a infecção estreptocócica, mas não é opção terapêutica, somente profilática). 
Uso tópico – principalmente no caso de queimaduras, como no caso de administração tópica de sulfadiazina de prata no local da queimadura. Nesse caso é 1° opção.
Sulfassalazina na doença inflamatória intestinal (DII) Degradação em sulfapiridina + ácido 5-aminossalicilato (5-ASA).
Obs.: Essa sulfa é feita para não ser absorvida por via oral. É administrada por via oral ou por via retal. Essa sulfa é quebrada e degradada pelas bactérias do TGI em sulfapiridina + ácido 5-aminossalicilato (5-ASA é um anti-inflamatório inibidor da COX). O objetivo de se fazer a sulfassalazina não é ter efeito antibiótico, mas sim de anti-inflamatório para atuar na doença inflamatória intestinal, reduzindo o processo inflamatório mucoso típico das doenças inflamatórias intestinais, que são: retocolite ulcerativa e doença de crohn.
- REAÇÕES ADVERSAS:
Aproximadamente 5% dos pacientes que fazem uso da sulfa desenvolvem efeitos colaterais. 
Cristalúria – pH urinário;
Anemia hemolítica em pacientes com deficiência de G-6-P-D; 
São mielotóxicos, podendo levar a agranulocitose e anemia aplásica;
Podem levar a ocorrência de reações de hipersensibilidade;
Reações cutâneas erupções, eritema, Stevens Johnsons, Behçet, fotossensibilidade;
Febre em 3% dos casos;
Como são metabolizadas no fígado, podem levar a hepatotoxicidade;
Obs.: O antibiótico bacteriostático depende do sistema imunológico do organismo estar funcionando corretamente, pois para a bactéria morrer, o sistema imune que deve matar. O antibiótico bacteriostático, como é o caso da sulfa, só vai fazer com que a bactéria deixe de se replicar.
QUINOLONAS;
Descrito pela primeira vez em 1949 – Ácido carboxílico.
1962, Lesher e col., dos Laboratórios Sterling-Winthrop, EUA, durante o processo de síntese da cloroquina (quimioterápico da malária), era produzida/descoberta uma nova substância halogenada, a 7-cloroquinolina, a qual demonstrou alguma ação contra bactérias gram-negativas. A partir disso, descobriu-se o ácido nalidíxico (a 1° quinolona).
Ácido nalidíxico, a primeira das substâncias atualmente conhecidas como quinolonas de uso clínico, e que mostrou ação bactericida contra bactérias gram-negativas. 
Inúmeros derivados quinolônicos foram produzidos em laboratório, ocorrendo um grande avanço nesta classe de antimicrobianos a partir de 1980. Esses antibióticos vem evoluindo muito com o passar dos anos e melhorando seu espectro de ação. O que antes funcionava apenas para gram-negativos, hoje são ativos contra gram-positivos também, a 3° e a 4° geração principalmente).
Como anteriormente as quinolonas eram restritas para gram-negativos, usavam-se esses antibióticos para infecção urinária e infecção gastrointestinal, que são causadas por gram-negativos. Conforme o espectro de ação foi melhorado para esses antibióticos, passou-se a utilizar esses antibióticos para via respiratória também, que são causadas principalmente por gram-positivos.
Obs.: Cefalosporinas de 3° geração tem um espectro muito parecido com quinolonas de 3° e 4° geração.
As quinolonas são antibióticos muito bons e possuem uma vantagem que é sua alta biodisponibilidade oral, então fazer venoso ou fazer oral é praticamente a mesma coisa. Assim, são antibióticos que podem tratar infecções graves ambulatorialmente, como a pneumonia do idoso, que pode ser tratada em casa por exemplo, não necessitando de internação.
As quinolonas são divididas em gerações.
1° geração – o fármaco que se destaca é o ácido nalidíxico.
2° geração – é dividida em subgrupos A e B; no subgrupo A, o fármaco que se destaca é o norfloxacino, no subgrupo B da 2° geração, os três fármacos existentes são muito importantes, principalmente porque passam a ser ativos contra algumas cepas de gram-negativos multirresistentes como pseudomonas.
3° geração – possui um fármaco que saiu de mercado por causar uma alteração na glicemia e triglicerídeos, o gatifloxacino. O levofloxacino, o fármaco quese destaca, teve seu espectro de ação melhorado e passou a ter ação contra os gram-positivos.
4° geração – com o moxifloxacino, continuou-se com o espectro ampliado para gram-negativos e gram-positivos, e ainda para os anaeróbios. (Todas as quinolonas possuem uma razoável ação contra os anaeróbios, mas o moxifloxacino (avalox) possui espectro amplo para anaeróbios). Dos 4 fármacos presentes na 4° geração, o único disponível no Brasil atualmente é o moxifloxacino.
Resumindo o espectro de ação das quinolonas...
Ácido nalidíxico e subgrupo A da 2° geração, praticamente só tratam gram-negativos comuns.
	O subgrupo B da 2° geração passa a ser ativo contra gram-negativos multirresistentes, porém não muitos. (O fármaco ofloxacino no Brasil não é liberado para venda, fica restrito, pois faz parte do esquema de tratamento da tuberculose. Toda droga que faz parte do tratamento da tuberculose não pode ser comercializada, é só distribuição gratuita pelo governo). 
	Os fármacos da 3° geração possui melhor espectro para gram-positivos. Passa a pegar pneumococo principalmente, pois os anteriores não pegam pneumococo.
	Os fármacos de 4° geração mantem-se praticamente iguais aos de 3°, a diferença é que passa a ser melhor para anaeróbios.
- MECANISMO DE AÇÃO:
- Possui 2 alvos DNA-girase e topoisomerase IV.
- O cromossomo bacteriano é formado por uma única e longa molécula de DNA.
- DNA encontra-se dobrado sobre si mesmo e super enrolado em espirais bem apertadas. A manutenção deste estado, divisão, reunião das novas cadeias e enrolamento do novo DNA, ao ocorrer a replicação do cromossomo e a divisão celular, são controlados por meio de enzimas denominadas topoisomerases, entre as quais estão a topoisomerase II, também chamada DNA-girase e a topoisomerase IV.
- DNA girasse nos gram - e Topoisomerase IV nos gram +.
Resumindo o mecanismo de ação...
Como agem as quinolonas? São inibidores enzimáticos intracelulares e atuam em duas enzimas, a DNA-girase (ou topoisomerase II) e topoisomerase IV. Ao impedir que o DNA bacteriano se organize e se enrole, o material genético se espalha e faz com que a bactéria se estoure. Esses fármacos são bactericidas. Seu mecanismo de ação ocorre no interior do núcleo bacteriano. (As quinolonas abrem o espiral de DNA por inibição das topoisomerases).
O que essas enzimas fazem? O DNA bacteriano é um cromossomo de fita única, e fica enrolado e super espiralado (se o DNA ficasse espalhado, a célula bacteriana estouraria. Como é fita única, essas enzimas fazem com que o material genético da bactéria fique organizado de maneira compactada na célula). A DNA-girase faz isso nos gram-negativos e a topoisomerase IV faz isso nos gram-positivos.
- ESPECTRO DE AÇÃO (Depende da geração):
Gram - : E. coli, Salmonella, Shigella, Enterobacter, Campylobacter e Neisseria. Pseudomonas (a partir do ciprofloxacino subgrupo B da 2ª Geração).
Gram + : Estafilococos sensíveis a meticilina. Estreptococos (a partir do Levofloxacino 3ª geração). (Não adianta fazer cipro para sinusite, otite e pneumonia. NÃO ADIANTA FAZER CIPRO PARA INFECÇÃO DE VIA RESPIRATÓRIA! Via respiratória deve-se fazer do levofloxacino em diante, ou levo ou moxi.) Via respiratória se trata com quinolona de 3° ou 4° geração.
A infecção dos tecidos moles ou pele, pode até fazer cipro, porque no estreptococcus pyogenes e no estaphylo sensível à meticilina de pele, o cipro consegue ter uma cobertura razoável. Entretanto, o streptococcus pneumoniae (pneumococo), somente a partir da 3° geração de quinolonas.
Existem algumas opções para tratar infecções respiratórias. No consenso de pneumonia, a opção é beta-lactâmico associado ao macrolídeo, ou cefalosporina de 4° geração no paciente em se suspeita de microrganismos atípicos, em que o beta-lactâmico sozinho não consegue atuar. Os atípicos são, clamídia, micoplasma, etc. em que se tem que cobrir em algumas situações de pneumonia. Além disso, pode-se fazer quinolona de 3° ou 4° geração.
Em infecções de via aérea alta, pode-se fazer como primeira opção, uma penicilina associada a um inibidor de beta-lactamase ou quinolona de 3° ou 4° geração.
Na amigdalite, a primeira opção de tratamento é sempre penicilina, pois é causada por strepto pyogenes, que é muito sensível à penicilina. Entretanto, na infecção cavitária, como na sinusite ou otite, tem que conferir se há pneumococo, aí deve-se usar penicilina associada ao inibidor de beta-lactamase, cefalosporina de 2° ou quinolona de 3° ou 4°. (Se isso for perguntado na prova, atentar-se a opção de EXCETO para o tratamento adequado). No caso de penicilina + inibidor de beta-lactamase = amoxilina + clavulanato.
Obs.: Amigdalites de longa duração, em sua maioria tem causa viral, como herpes vírus e Epstein barr, que são vírus de longo ciclo. Nesses casos, antibióticos não adiantarão no tratamento, deve-se esperar o ciclo viral, que pode variar de 3-4 semanas. Essas pessoas devem fazer sorologia para mononucleose e herpes principalmente. Geralmente esses pacientes queixam-se de estar com amigdalite há mais de 3 semanas e com muitos gânglios cervicais, com petéquias no palato etc. Nesses casos, trata-se com aciclovir.
Obs.: Azitromicina (classe dos macrolídeos – são bacteriostáticos) é uma alternativa à penicilina no caso de alergias.
Bactérias intracelulares: Chlamydia, Mycoplasma, Legionella, Brucella, Mycobatérias. (Quinolonas possuem um bom espectro).
Anaeróbios.Obs.: 1° Geração – O ác. Nalidíxico praticamente não é mais usado, pois está havendo um aumento da resistência, até mesmo pela E. coli até a 2° geração. Assim, para infecção urinária, tem-se começado direto com cipro (500mg, 1 comp em 12/12h durante 7 dias).
Obs.: Levo para via aérea alta, é 1 comp por dia; quando for para via aérea baixa, são 2 por dia.
- RESISTÊNCIA:
 
Mutação nos genes que codificam as topoisomerases, que seriam o sítio de ação do antibiótico. O mecanismo de resistência principal, é uma mutação nos genes que codificam as enzimas – as topoisomerases. Assim, as bactérias passarão a codificar as topoisomerases que serão resistentes aos antibióticos. Ou seja, o sítio de ligação do antibiótico será modificado. Haverá uma topoisomerase em que a quinolona não conseguirá se ligar.
Modificações nos canais porínicos da membrana externa das bactérias. Isso só é possível acontecer nos gram-negativos, pois só tem membrana externa as bactérias gram-negativas. Não há permeabilidade para que os antibióticos entrem na célula bacteriana, já que são antibióticos de ação intracelular.
Transporte ativo do fármaco para fora da bactéria – bomba de efluxo.
Resistência crescente em Estafilococos e Pseudomonas.
- FARMACOCINÉTICA:
Todas as quinolonas são bem absorvidas por via oral;
Distribuem-se bem pelo corpo;
Possuem nível sérico máximo entre 1-3 horas;
Biodisponibilidade > 50%, alguns > 95%. Por isso não há muita diferença entre fazer quinolona venosa ou oral.
Meia vida 3 a 5 horas;
Concentrações intracelulares são muito boas;
Menores concentrações no líquor, ossos e próstata. Porém, isso não impede que sejam usados para tratar osteomielite por exemplo. Não é muito usado para tratar meningite, apesar do espectro de ação ser bom, não é utilizado em razão da sua concentração no líquor. A cefalosporina de 3° geração é mais indicada para tratar meningite. O antibiótico de escolha para tratar prostatite é quinolona, só que a concentração prostática é baixa. Assim, quando se trata infecção urinária com quinolona, trata-se por uma semana, quando se trata prostatite com quinolona, trata-se de 4 a 6 semanas.
Obs.: A principal bactéria causadora de prostatite é a E.coli, a mesma causadora de infecção urinária. Porém a concentração prostática da quinolona não é muito boa, para resolver isso, aumenta-se o tempo de ação. Quinolonas são a primeira opção para prostatite, mas usa-se durante 4 à 6 semanas. Além disso, também é a primeira opção para tratar ITU.
São eliminados intactos pelo rim, exceto pefloxacino e moxifloxacino, que sofremmetabolismo hepático.
- INDICAÇÕES:
ITU;
Prostatite (4-6 semanas);
DSTs – uretrites/cervicites. 1° opção = Doxiciclina (tetraciclina) 100mg, 1 comp de 12/12h por 7 dias. Juntamente com a gonorreia, está muito associada a clamídia. Desse modo, o melhor para tratar clamídia é tetraciclina. Quinolonas podem ser usadas para tratamento, mas são consideradas 2° opção.
Gastroenterites (1° opção é quinolona).
Infecções abdominais (1° opção é quinolona). Todas as it’s abdominais também são consideradas como 1° opção a quinolona, como apendicite, colecistite e diverticulite, menos a pancreatite, que a 1° opção de tratamento são por carbapenêmicos (imipenem, meropenem).
Infecções respiratórias – quinolonas de 3ª e 4ª geração são primeira opção, porém não são as únicas.
Osteomielite.
Artrites sépticas. (Quinolonas possuem boa concentração sinovial). 
Infecções de tecidos moles (celulite, foliculite, etc). Essas infecções normalmente são causadas por flora mista, com uma combinação de estafilo com estrepto.
Tuberculose.
- EFEITOS ADVERSOS:
São antibióticos que normalmente são bem tolerados.
Geram alguns efeitos gastrointestinais, como inapetência, náusea, vômito e dor abdominal em 3-17% dos casos.
Colite por C. difficile (estão associados à colite pseudomembranosa). (Os antibióticos que mais causam isso, são aminoglicosídeos).
O que é colite pseudomembranosa? Quando se faz antibiótico, normalmente ele matará a forma bacteriana colonizadora do intestino do paciente. Assim, uma bactéria presente no intestino, que é o clostridium difficile, que é um anaeróbio, irá se replicar, formando uma infecção e gerando pneudomembranas no intestino e causando a síndrome diarreica aguda grave, que leva a desidratação, com diarreia de grande volume. Alguns antibióticos causam isso, as quinolonas podem causar, mas os antibióticos principais causadores desse efeito adverso são os aminoglicosídeos, que são antibióticos que só atingem gram-negativos e não atingem anaeróbios. Assim, é como se fossem mortos todos os gram-negativos do trato gastrointestinal e selecionassem os anaeróbios, fazendo com que o C. difficile se multiplique abundantemente. Esse efeito adverso é tratado com um anaerobicida que é a clindamicina.
Alterações da glicemia (gati – saiu do mercado).
Efeitos no SNC (sonolência, diminuição do limiar compulsivo).
Ruptura do tendão Aquileu. (Não há explicação fisiopatológica clara).
Artropatias em crianças.
Gestantes.
Obs.: Crianças e gestantes não podem utilizar quinolonas, pois há relatos de artropatia, que é o fechamento precoce das epífises de crescimento. Desse modo, não se usa em crianças em idade de crescimento e nem em gestantes, pois passa pela placenta e poderia causar problemas nas epífises de crescimento do feto.

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