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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL DULCYLANNY MARTINEZ MARÇAL JOSIANE RODRIGUES CAMPOS DE MARCHI ANÁLISE DA VIDA E OBRA DE DESIDERIUS ERASMO DE ROTERDÃ, PARA A DISCIPLINA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO. JARDIM - MS 2017 Breve contexto Histórico. Renascimento foi um importante movimento, de ordem artística, cientifica e cultural que estourou na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Não houve uma ruptura com o mundo medieval, mas novos pensamentos se formaram nesse período transformando a cultura a ciência e as artes. A Idade Média foi uma época que o Teocentrismo predominava em diversas esferas da existência humana, todo pensamento era baseada em desígnios divinos, e por essa razão a Igreja tinha um papel soberano e influenciava fortemente a forma que os homens dessa época enxergavam a realidade. É através do movimento renascentista que o Teocentrismo perde forças, pois uma das características mais marcantes do Renascimento foi a disseminação do humanismo, onde principalmente os artistas e intelectuais exploram os assuntos intimamente ligados a figura do homem. O humanismo foi representado pelas artes plásticas medicina e política, e foi representado por obras e estudos que realizavam um exame detalhado da anatomia e do funcionamento do nosso corpo. A literatura envolveu as paixões e os dilemas enfatizando os sentimentos que interpretavam a natureza do homem. E na política muda a forma que de agir dos príncipes com seus súditos. Opondo-se a subordinação ao pensamento escolástico houve um grande número de intelectuais que defendiam a liberação da criatividade e da vontade do ser humano. Entre eles estava Desiderio Erasmus Roterdamus, mais conhecido como Erasmo de Rotterdam, filosofo, teólogo, escritor, critico social e monge holandês. Erasmo de Rotterdam foi considerado um dos fundamentais humanistas da Europa em fins da Idade Média e início da Moderna, ele inicia o grande movimento da Reforma Protestante o grande movimento de Martinho Lutero. Erasmo soube incidir com muita inteligência, os abusos e os excessos cometidos pelo clero e em toda sociedade de sua época, seus ensinamentos eram sobre ter uma vida moralmente correta. A análise mais severa foi direcionada a Igreja do Século XVI, mesmo com grande poder, é no clero que ele deposita suas maiores críticas. É no meio religioso que ele se depara com as maiores demonstrações da loucura humana, realça seus reflexos na cobiça dos homens por riqueza, na preocupação com o corpo e negligencia com a própria alma. Erasmo de Rotterdam discute com muita com muita ênfase a vida pautada no amor e na simplicidade, é onde ele enfrenta o clero acusando os de viverem em desacordo com o cristianismo primitivo e com o modelo de vida simples ensinado pelos apóstolos. Erasmo de Rotterdam, foi um grande pedagogo, propôs novas formas de interpretação de textos antigos, desenvolveu uma nova relação do homem com a natureza e principalmente coma religião. Construiu o antropocentrismo, ou seja, o homem no centro de tudo, para garantir a veiculação e a efetividade de suas ideias careceu de recorrer a novas altercações sobre os meios de aprendizagem e de ensino. Vida e obra. Gerrit Gerritszoon, ou Desiderius Erasmus, filósofo, escritor e teólogo de formação, adotou o nome de Erasmo de Rotterdam (nome da cidade onde nasceu, Rotterdam na Holanda em 28 de Outubro de1466). Considerado um dos mais fabulosos, respeitado e admirado por seus escritos filosóficos religiosos. Faleceu em 12 de Julho de 1536, de insuficiência renal. De seus pais, sabe-se apenas que o pai Gerard era um padre e sua mãe, Margaretha Rogers, era uma provável governanta de Gerard. Embora clérigo e cristão por convicção, Erasmo se opôs ao domínio da igreja sobre religião, a cultura e a ciência e conferiu uma nova visão à filosofia da Renascença, onde privilegiava o ser humano, a religião cristã e o conhecimento de vida. Estudou na Holanda e em Paris e em 1498 viajou para a Inglaterra para estudar doutorado em Grego na Universidade de Oxford, hospedando-se com os frades do colégio Montaigu. Porém, não suportou a rigidez na prática dos métodos pedagógicos de excessivo autoritarismo. Com isso foi dar aulas e organizar compêndios de provérbios latinos como forma de sustento. Erasmo voltou para a Inglaterra em 1499. Foi então convidado a conhecer Thomas More. Hospedou-se em sua casa e lá iniciou sua grandiosa obra prima, O Elogio da Loucura escrito em apenas uma semana. Teve grandes livros e textos publicados, entre eles: - O Método do Estudo (1495-96) - As Fórmulas do Colóquio Familiar (1495-96) - A Arte Epistolar (1495) - Adágios (1500) - O Elogio da Loucura (1509) - Manual do Soldado Cristão (1511) - De Duplici Copia Verborum et Terum (1511) - Novo Testamento grego e latino comentado (1516) - Introdução do Príncipe Cristão (1516) - De Pueris (1517) - Métodos para a Verdadeira Teologia (1518) - Colóquios Familiares ou Diálogos (1522) - Tratado sobre o Livre Arbítrio (1524) - “Hiperaspistes” (1526) - Diálogo Ciceroniano (1528) - A Civilidade Pueril (1530) - As Navegações dos Antigos (1532) - Preparação para a Morte (1533) Pedagogia de Erasmo de Rotterdam. Aos nove anos de idade, foi mandado por seu pai à escola de Saint-Lébuin de Deventer. Adquire gosto pela literatura greco-latina; é nesse período que começa a aguçar seu lado critico social, pois não se conformava com os métodos de ensino dos professores que eram ineficazes, adulteravam a memória e inibia o conhecimento. Erasmo de Rotterdam não aceitava o método pedagógico que era desenvolvido pelas escolas da época medieval, não gostava, pois, as escolas incentivavam a memória motora, a repetição mecânica verbal. Sua fundamentação teórica é livre porque o que a natureza nos predispõe a aprendermos é aí que estudaremos com maior facilidade, respeitar as potencialidades desenvolver uma educação moderada, com alegria, candura e graça, tem o poder de elevar o espirito humano à perfeição, e isso só acontece partindo da atenção e cuidado de seu preceptor. Para Erasmo de Roterdã a boa aprendizagem, é transmitida pelo professor que junto com o aluno constroem uma relação de confiança, essa relação humana é importante para uma boa instrução, o fazer se amar é a ponte para o sucesso nos estudos. Esse sucesso gera consciência de justiça entre homens e nações que só alcança esse senso quando se tem uma boa educação. Além dos professores a família é essencial para a formação da criança, os pais devem estar atentos ao que estão aprendendo, e principalmente entender a progressão natural nos estudos Outra teoria importante é sua imposição a ideia de que as crianças muito pequenas comecem a beber o néctar das letras, os pais têm que deixar as crianças serem livres em suas criatividades, em suas fabulas, essa atitude formará jovens criativos e críticos, assim quando adultos terá fluidez para exercer o aprendizado pois para Erasmo de Rotterdam o indivíduo livre muda sua sociedade, a educação palaciana é um perigo para a estabilidade moral do príncipe. “Nenhum homem é mais selvagem que aqueles que se deixa levar pela cupidez, a inveja e a luxuria”. Erasmo de Rotterdam vai contra o clero em muitas ocasiões, pois ele não aceita a forma de como a igreja manipula, castiga e explora o povo, mas ele acredita em uma educação cristã humanista, onde o príncipe cristão deve ser prudente, zelar pelo interesse da maioria e só pensar na guerra em última saída. Para um bom governo deve se deixar de lado suas paixões, e lutar incansavelmente pela paz social e o bem comum. O Elogio da Loucura A obra O Elogio da Loucura de Erasmo de Rotterdam foi publicada em 1509 em latim. Foi considerada uma obra primorosa e assim traduzida em outras línguas, inclusive em 1549 foi traduzida em inglês. Nesse livro a loucura é protagonista e faz uma oração em sua própria defesa. Conforme Erasmo de Roterdã a loucura forma as cidades, os governos, e a própria vida, ela tem o poder de ridicularizarnão apenas os poderosos, mas a igreja e toda organização do seu tempo. O autor aborda a sociedade europeia de forma irônica e em particular suas tradições. Retrata a ligação entre o sentimento e a ação usando a loucura como instrumento constante na vida humana, além de definir a loucura como categórica nos aspectos da vida do homem. Descreve como deusa que norteia todas as boas ações que inclusive interfere na religião. O conceito de loucura é simplesmente definido pelas manifestações individuais podendo dizer que a loucura pode ser considerada um fato social, pois suas ações é algo maior que evolve o indivíduo pela paixão. É onde o homem rompe com o convencional e se rende à loucura para mostrar sua outra face, suas fraquezas, seus sonhos e suas ilusões, é um sutil relacionamento que o homem mantem consigo mesmo. Considerações finais Erasmo de Rotterdam, esse intelectual que lutou por uma educação eficaz onde o homem tem o direito de exercer toda sua potencialidade, nos instiga a olharmos para a nossa realidade de outra forma. Entendemos a loucura em suas diversas conceituações cristalizadas através dos tempos. Sua pedagogia vai além dos tempos e serve de modelo para os dias atuais, pois ele tinha uma visão ampla da educação, defendeu um aprendizado gradual e não fatigante. Outro ponto que devemos destacar é a importância que ele impõe aos pais na educação dos filhos, para ele a educação não é responsabilidade apenas do poder público. Propunha uma pedagogia que estendia os ideais humanistas. Enfim Erasmo de Rotterdam foi um homem à frente do seu tempo, foi considerado o pai da didática moderna, e defendia que o homem chegaria a perfeição através do conhecimento, suas teorias decorrem através dos tempos, e ainda podem ser usadas nos dias atuais. BIBLIOGRAFIA TOLEDO, Cezar de Alencar Arnault de. Erasmo, o humanismo e a Educação. 2004 PINTO, Fabrina Magalhães. A renovação do currículo humanista por Erasmo de Rotterdam. Niterói RJ. 2009 FERACINI, Luiz. Erasmo de Rotterdam: o mais eminente filosofo da Renascença. Ed. Lafonte, São Paulo 2011. Erasmo o elogio da loucura vídeo reflexivo: Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=iAMtrgdArR8. Acesso em 19 agosto de 2017
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