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Dosimetria da pena na Lei de Drogas

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4 – Imagine a seguinte situação: Idalécio das Neves, conhecido traficante de drogas, recebe a encomenda de 50 kg de cocaína que deveriam ser entregues em outro município, distante 80 km de sua área de atuação. Temendo ser parado em alguma blitz da polícia rodoviária, resolve levar a droga em um ônibus de transporte público regular de passageiros. Por ser inimigo de um outro sujeito não muito confiável, de nome Gerardo A. Kimim, foi denunciado por este sobre sua conduta e trajeto em que estaria carregando a substância alucinógena ilegal. Diante da denúncia, policiais, no meio do percurso, fizeram a busca no coletivo e encontraram a droga proibida em poder de Idalécio. O Promotor de Justiça denunciou o autor por infração ao art. 33, c. c. o art. 40, III, ambos da Lei de Drogas. Ao final da instrução criminal o juiz condenou Idalécio por sua conduta amoldar-se ao art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, e, na terceira fase da dosimetria da pena, rejeitou o aumento da reprimenda, conforme requerido pelo membro do Ministério Público. Agiu corretamente o magistrado? Justifique.
Ao analizarmos o casa em tela, faz-se necessário entender brevemente o sistema de aplicação de penas em nosso ordenamento jurídico. O Código Penal, em seu artigo 68, adotou o sistema trifásico para o cálculo da pena privativa de liberdade. Assim, sobre a pena cominada:
1) na primeira fase, estabelece-se a pena-base atendendo às circunstâncias judiciais trazidas pelo artigo 59 do CP: culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos, circunstâncias e consequências do crime e comportamento da vítima.
2) na segunda fase, sobre a pena-base incidirão eventuais circunstâncias agravantes e atenuantes (arts. 61, 62, 65 e 66);
3) na terceira fase, encerrando o quantum da reprimenda, serão consideradas as causas de diminuição e aumento de pena previstas tanto na Parte Geral como na Especial do Código.
Neste sentido, o procedimento de aplicação da pena é adicionada uma particularidade, estabelecida no art. 42 da Lei nº 11.343/06: “O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente”.
Isso significa que o sistema trifásico é observado na aplicação da pena do tráfico, assim como as circunstâncias judiciais do art. 59 devem ser analisadas, mas, sobre elas, preponderam outras circunstâncias derivadas diretamente da natureza da infração penal: a natureza e a quantidade da droga (a personalidade e a conduta social já estão no próprio artigo 59 do CP).
Originalmente, a Lei nº 11.343/06 estabelecia, quanto ao crime de tráfico, apenas a possibilidade de redução da pena se o agente fosse primário, de bons antecedentes, não integrasse organização criminosa nem se dedicasse a atividades criminosas. A pena de reclusão – de cinco a quinze anos – poderia ser reduzida de um sexto a dois terços (art. 33, § 4º). 
Por fim, entende-se no presente caso, que ao deixar de aplicar o dispositivo legal,o M.M. Juízo não agiu corretamente. Visto que se trata de um sujeito com uma vida pregressa na criminalidade e que no momento da apreensão portava 50 kg de substancias alucinógenas. Devendo-se então aplicar as causas de aumento de pena previstas no artigo 40,III da Lei nº 11.343/06, in verbis:
 Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos.
Ademais, ressalto que o Brasil é signatário da “Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas”, a qual foi ratificada em nosso país por meio do Decreto nº 154/1991, em que consta expressamente que cada país-parte deveria adotar sanções proporcionais à gravidade do delito praticado, o que foi cumprido pelo Brasil com a edição da Lei nº 11.343/06.
Bibliografias
http://meusitejuridico.com.br/2017/08/24/aspectos-da-aplicacao-da-pena-no-trafico-de-drogas/
Acessado em 16/12 às 8h.
lei/l11343> http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm
Acessado em 16/12 às 8h.
Decreto Lei 2848> http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
Acessado em 16/12 às 8h.

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