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EMBARGOS EXECUÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO XII JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL
Processo nº 0002928-86.2016.8.19.0208
	Casa Modulada LTDA,com sede na Av. Ayrton Senna nº. 0000 , Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ, inscrita no CNPJ/MF sob o nº. 00.000.000/0000-00,nos autos da Ação ajuizada por LEILA BRITO, vem, perante V. Exa., em atenção ao retro despacho, tempestivamente opor 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
Consoante os aspectos fáticos e jurídicos que passa a aduzir: 
PRELIMINARES
I – DA TEMPESTIVIDADE
	Inicialmente, cumpre informar que os Embargos à Execução são tempestivos, vez que oferecidos dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias a contar da publicação para manifestação, que ocorreu no dia 01/06/2014 (quarta-feira). Dessa forma, o prazo final para a apresentação dos presentes embargos findará no dia, 16/06/2014 (segunda-feira), não restando quaisquer dúvidas, portanto, quanto à tempestividade dos mesmos, bem como quanto à efetiva segurança do Juízo.
II - DOS FATOS
	No dia 14/04/2016, a sentença proferida pelo Excelentíssimo Magistrado, jugou procedente os pedidos autorais e condenou a ré, como transcrição a seguir: “ JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para condenar a parte ré a substituir o produto da lide, no prazo de 15 dias, sob pena de multa única no valor de R$7.000,00; PROCEDENTE O PEDIDO, para condenar a parte ao pagamento da quantia de R$ 2.500,00 de danos morais, [..]” 
	A parte autora vem em fls. X alegando que não houve o cumprimento da condenação majorada e requerendo a execução, em forma de penhora online nas contas da ré.
	Cabe ressaltar, porém, que durante todo o período próprio para o cumprimento da sentença, o réu tentou entrar em contato, de todas as maneiras que tinha disponível, com a autora para que pudesse realizar a troca do objeto da lide, como havia sido condenado. E, quando já havia chegado o final do prazo, enfim conseguiu contactá-la, alegou que não estava mais interessada no produto e que preferia esperar a passagem do tempo para que exigisse em juizo a execução da ré, tendo direito a multas e juros.
	Quanto aos pagamento da condenação por danos morais, gostaria a ré de ressaltar ao Juizo que já houve o pagamento, como comprovado na guia nº2400121842758, que segue em anexo.
III – DO PEDIDO DE BLOQUEIO DE VALORES
	Dessa forma, resta demonstrado que o pedido de bloqueio de valores feito pela Exequente, não possui embasamentos fáticos ou jurídicos, não podendo o mesmo ser deferido, pois tal medida iria contra a sentença proferida nos autos da ação movida pela Executada, devendo a mesma ser declarada nula, nos termos do disposto no art. 917, I do CPC.
Art. 917do NCPC - Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação.
	Conforme dispõem o artigo citado, no caso em comento, é inexigível a obrigação pelo pagamento pretendido pela Exequente, nos termos do que restou demonstrado pela Executada nos autos.
	Portanto, diante dos fatos aqui narrados e, considerando-se também a ação de indenização por danos materiais e morais propostos pela Executada, na qual, ressalta-se, já foi proferida sentença, não pode este MM. Juízo autorizar o bloqueio de valores nas contas da Executada, tendo em vista a flagrante ilegalidade de tal medida, ferindo de morte os direitos da ora Executada.
	Por derradeiro, deve a Exequente ser condenada por litigância de má-fé, nPor derradeiro, nítido é o enriquecimento sem causa da Embargada, caso permaneça a condenação ao pagamento de astreintes, estando a descabida execução, o que, d.v., ofende frontalmente ao Princípio da Vedação ao Enriquecimento sem Causa. 
	O Código Civil Brasileiro, diferentemente de alguns códigos modernos, não consagrou, de modo expresso, qualquer regra genérica sobre o enriquecimento sem causa. Tal diploma legislativo apenas disciplinou, sistematicamente, a hipótese jurídica do pagamento indevido, em uma das seções do capítulo sobre o pagamento, e estabeleceu, em algumas hipóteses esparsas, a regra segundo a qual ninguém pode enriquecer-se à custa alheia, sem causa adequada. 
	Entrementes, a lei deve igualmente merecer do julgador interpretação sistemática e fundada na lógica do razoável, sob pena de prestigiar o absurdo jurídico. 
	 Neste sentido, a publicação do parecer emitido pelo Eminente Desembargador Dr. Luiz Fux no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Parte III, do dia 08/07/97, sobre A MULTA DIÁRIA NOS JUIZADOS ESPECIAIS, que em sua parte conclusiva expõe: 
“(...) É de concluir, pois, que o declínio de competência em razão do valor alcançado pela soma da multa diária não encontra ressonância no sistema de lei dos Juizados, mercê de participar da razão de ser desse instrumento executivo a sua possibilidade de inibição pelo “quantum”, desproporcional que venha a assumir. Entretanto, é lícito ao Juiz adequar a multa diária às condições econômicas do devedor e à realidade da causa, reduzindo o valor cominado, sem prejuízo do montante já decorrido, conferido ao meio de coerção a idoneidade que ele deve guardar”. (n.g.) 
Por todo o exposto, não merece prosperar a Execução pretendida pela ora Embargada, por medida de Direito e Justiça. 
Ante o exposto, o Embargante pede e espera que V. Exa., caso não entenda pelo afastamento da incidência de multa no caso em tela, se digne reduzir o valor da multa cominada para os patamares norteados pela razoabilidade, valendose do disposto no §6º do artigo 461 do Código de Processo Civil. 
	Oportuno destacarmos alguns julgados da Turma Recursal, o primeiro da lavra da Juíza Eduarda Monteiro de Castro Souza Campos, que entendeu que o valor da execução da astreinte teria sido excessivo, determinando-se a redução pelo principio da razoabilidade. 
	Assim, foi dado provimento parcial ao Recurso Inominado1 para reduzir o valor de execução de R$ 73.500,00 para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), vejamos: 
“Embargos do devedor - sentença que condenou a recorrida a instalar nova linha em trinta dias, bem como de cancelar cobrança indevida em cinco dias – execução no valor de R$ 73.500,00 pelo não cumprimento da obrigação de fazer - sentença dos embargos, que entendeu que não foi cumprida a obrigação, julgando improcedentes os embargos, determinando que o valor executado represente a conversão em perdas e danos, incluindo a multa diária de janeiro de 2003 a outubro de 2003 - valor da execução excessivo – redução pelo princípio da razoabilidade – sentença que se reforma somente para reduzir o valor da execução, mantida o restante. Isto posto, conheço do Recurso acima referenciado e lhe dou provimento parcial para reduzir o valor da execução para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), mantendo a sentença quanto a conversão da obrigação em perdas e danos e ao prazo de fluência da multa. Sem ônus sucumbenciais”. 
O segundo julgado da lavra da juíza Cristina Tereza Gaulia, onde também entendeu-se pela revisão do valor exeqüendo, originalmente altíssimo, em face do princípio da razoabilidade, vejamos: 
“Trata-se de recurso à sentença que julgou procedentes os embargos à execução determinando-se a revisão de valor exeqüendo pelo descumprimento da obrigação de fazer, entendendo-o excessivo, tendo em vista que pela falta de concessão de 04 créditos de assinatura, o embargado executa quantia de R$ 11.645,16. 
... Requer desta forma, a conversão em perdas e danos, no valor correspondente a 04 assinaturas. 
A sentença julgou procedentes os embargos para determinar que o valor da execução seja de R$ 2.000,00 com exoneração da obrigação de fazer. 
O recurso é do autor-exequente pretendendo a reversão do julgado. Data venia discorda-se da sentença. 
(...) Entretanto R$ 11.000,00 é valor altíssimo pelos 4 créditos devidos, devendo a condenação ser ajustada face ao princípio da razoabilidade, pelo que voto no sentido de ser parcialmente reformada a sentença para fixar o valor da execução em R$ 4.000,00, mantendo a sentença quanto ao mais. Sem honorários
advocatícios2”. os termos do art. 79 do CPC, bem como condenada ao pagamento de todas as custas e despesas processuais que envolvam a presente lide, inclusive ao pagamento de honorários advocatícios.
IV – DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer a Executada, que se digne V. Exa.:
a) preliminarmente, indeferir o pedido de bloqueio de valores solicitado pela Exequente
b) declarar a nulidade da presente execução 
c) a condenação da Exequente por litigância de má-fé e ao pagamento de todas as custas, despesas processuais e honorários advocatícios.
Termos em que
Pede Deferimento.
ANA CLARA ARRUDA DE CARVALHO
OAB 000.000

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