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resenha constitucional

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UFRRJ
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
Artigo: A razão sem voto: o Supremo Tribunal Federal e o governo da maioria.
RESENHA
BARROSO, Luís Roberto. A razão sem voto: o Supremo Tribunal Federal e o governo da maioria. Revista Brasileira de Políticas Públicas, Brasília, v. 5, Número Especial, 2015 p. 23-50. Disponível em: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/3180/pdf. Acesso em 05/02/2017
Ana Clara Arruda de Carvalho
	
	Essa obra do ilustríssimo Ministro Luís Roberto Barroso, aborda a temática do ativismo judicial no Brasil, da nossa corte suprema como responsável e legitimada para empurrar a história e a incumbência do Poder Legislativo consagrar os direitos conquistados. 
	A linha de pensamento teórico é introduzido por uma breve alegoria sobre a necessidade do Poder Judiciário, em especial do Superior Tribunal Federal, como meio para assegurar a dignidade de todo os cidadãos em um governo da maioria, e desenvolve-se através do artigo uma análise sócio-histórica da importância da democracia, dos direitos e das razões.
	Depois de 21 anos de um regime ditatorial, em que a dominação, violência e a antijuricidade eram a regra, o Judiciário, incluindo o STF, estava relutante de aceitar sua atribuição de guardião dos princípios e preceitos constitucionais. Essa nova concepção – que estava influenciando não só o país mas o resto do mundo – em que a Constituição é não só o pilar do ordenamento como tem força normativa que irradia para todo o sistema jurídico, e o Poder Judiciário uma indispensável ferramenta para manter um regime democrático e preservar os direitos fundamentais.
	O Autor ao relatar as mudanças ocorridas no pensamento constitucionalista do século XX, destacando três mudanças que influenciam tanto o pensar quanto o fazer Direito contemporâneo:
Superação do formalismo jurídico, o Direito passa a ser entendido como a exteriorização da vontade geral da de uma região em determinado período, e o Juiz passa decidir devido uma conclusão entre fatos e argumentos.
Advento de uma cultura jurídica pós-positivista, em que ocorre uma ligação entre Direito, Moral e Ética, o operador do direito deixa de ser mero conhecedor das normas para o uso da razão e da lógica na atividade Jurídica.
 Ascensão do direito público e centralidade da Constituição, toda interpretação jurídica é, direta ou indiretamente, interpretação constitucional.
	Outra novidade importante, é a Discricionalidade Jurídica. Esse novo conceito aparece num cenário em que não existem apenas respostas prontas, o julgador deve usar seu discernimento e sua razão para resolver questões que ainda não tem uma solução criada pelo legislador. 
	Entretanto, surge a dúvida com relação as possíveis arbitrariedades e abusos que a extensão dos poderes dos juízes pode gerar. Questionamento esse, que além de fundado, leva a reflexão e a necessidade de preparação por parte do Poder Judiciário para ter meios de lidar os esse tipo de situação.
	O Ministro faz, então, um exame sobre a característica contramajoritária do Supremo Tribunal Federal, que é o dever de resguardar e assegurar o direito a dignidade e igualdade. Essa qualidade se faz necessária em um regime democrático, uma vez que é o “governo da maioria”, para que os grupos minoritários não fim sem representação e tenham seu direito coibidos.
	Faz-se um breve critica a falta de representatividade política, causada principalmente pelo crescente ceticismo da população com relação a politica em geral. E, traz, esse ativismo intenso do judiciário com uma consequência direta disso, inclusive, compelindo-o a posicionar-se em questões relevantes, em que ainda existe muita discussão na sociedade e, portanto, o Legislativo ainda silencia.
	E, por fim, conclui-se que a atividade jurisdicional não tem intenção alguma de suprir, superar ou sobrepor-se aos outros poderes, ao contrário, busca trabalhar em conjunto de maneira a melhor atender o direto da sociedade, como um todo, a dignidade. E ressalvar, mais uma vez, a obrigação do STF com a proteção da constituição com norma maior do ordenamento brasileiro.

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