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Direito Empresarial trabalho

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Direito Empresarial
Marca
Clientela e Freguesia
Marca
Conceito
Segundo a American Marketing Association definição jurídica de marca é: “um nome, um termo, um sinal, ou um desenho, ou uma combinação destes elementos, com vista a identificar os produtos e serviços de um vendedor, ou de um grupo de vendedores, e a diferenciá-los dos concorrentes”.
Marca x Nome Empresarial
Marca é o sinal distintivo visualmente perceptível, não compreendido nas proibições legais, nos termos do artigo 122 da Lei 9.279/1996 - Lei da Propriedade Industrial – LPI, registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
 Nome empresarial, por outro lado, é a firma ou a denominação adotada para o exercício de empresa, identificando o empresário, conforme definição legal prevista no artigo 1.155 do Código Civil. O nome empresarial é arquivado na Junta Comercial (sociedades empresárias), do respectivo Estado, onde a empresa terá atividade, ou no cartório da respectiva circunscrição da sede da pessoa jurídica, em se tratando de sociedades simples.
Marca x Produto
A marca e os produtos apresentados pelas empresas estão relacionados, mas não se confundem. O produto é algo que a empresa fabrica ou desenvolve e a marca é o que a empresa apresenta ao consumidor. A marca é uma construção teórica desenvolvida por diversos estímulos, sejam físicos relacionados às características do produto ou intangíveis, como elementos sensoriais e sentimentos, gerados na experiência com o mesmo. Portanto, a marca é algo que além da identificação do produto, leva todo o conceito de sua concepção e desenvolvimento.
Exemplos
Importância
A marca é, com certeza, o maior patrimônio de uma empresa, porque lhe confere singularidade no mercado e contribui para diferenciá-la, competitivamente, de outras empresas. Para o direito comercial, a marca é um sinal.
Origem 
 Desde a Antiguidade, o produtor teve a inclinação de assinalar, de modo característico, a sua produção, sobretudo a artística.
 Na Idade Média era comum empregarem-se marcas figuradas, constituídas de linhas retas ou curvas, sendo reconhecido como direito privado absoluto, protegido que era pelas corporações de mercadores. Alguns autores afirmam que tais marcas eram obrigatórias para atestar a conformidade dos produtos com os tipos regulamentares.
 Em 1386, D. Pedro IV, rei de Aragão, ordenou que os tecelões do Reino pusessem a marca da cidade nas peças de tecidos, aparecendo, em 1445, marcas individuais determinadas pelas corporações de fabricantes de mantas. 
 Já em 1803 surgiu na França legislação especial, organizando-se inclusive registro, incluindo suas contrafações nas penas dos crimes por falsificação de documentos privados, com perdas e danos.
 No Brasil, a Constituição imperial de 1824 só aludia aos inventores, que tinham assim assegurada “a propriedade de suas descobertas ou de suas produções”. Somente em 1891, na Constituição republicana, é que se garantiu constitucionalmente o direito às marcas, § 27 do art. 72: “A lei assegurará também a propriedade das marcas de fábricas.” Por derradeiro, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso XXIX dispõe: a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Atualmente, as marcas são reguladas pela Lei nº 9.279, de 14 de Maio de 1996, cuja função geral é determinar os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.
Antes/ Depois
 A princípio a marca tinha a função restrita de indicar a origem ou procedência da mercadoria, atingindo apenas a indústria. Posteriormente, se estendeu ao comércio, e, mais recentemente, aos serviços.
 Rubens Requião indica em seu livro um conceito semelhante para marca. Inicialmente, era visto unicamente como um sinal distintivo de determinado produto, mercadoria ou serviço. Atualmente esse conceito ampliou-se. O professor Pinto Coelho, da Faculdade de Direito de Lisboa, observa que a marca é empregada nos dias de hoje não apenas como indicativo do comércio ou da produção industrial, mas também para indicar outras operações diversas, como a escolha, a verificação, as condições de fabricação etc., da mercadoria.
Objetivo
 O fim imediato da garantia do direito à marca é resguardar o trabalho e a clientela do empresário, de modo que o consumidor não era assegurado por nenhum direito. 
Duplo aspecto sobre o direito
 da marca
resguardar os direitos do produtor
 proteger os interesses do consumidor
Tornando-se instituto ao mesmo tempo de interesse público e privado. O interesse público é resguardado pelas leis penais que reprimem a fraude e falsificações fora do campo da concorrência desleal.
Requisitos
Originalidade 
Novidade
Licitude 
Originalidade 
 É sutil a diferença entre originalidade e novidade. No conceito legal a marca não deve apresentar anterioridades, mas ser diferente de qualquer outra já precedentemente criada e registrada, na mesma classe. Significa a originalidade que a marca deve ser intrinsecamente idônea e capaz de individualizar os produtos de uma determinada empresa. Não deve, em outras palavras, representar ou reproduzir denominações, nome, sinal genérico e indicação descritiva de uso comum.
Novidade
 Além de original, a marca precisa ser uma novidade. Tamburrino explica que o caráter de novidade significa idoneidade extrínseca a projetar um produto ou uma mercadoria, e representa inconfundibilidade com marcas já usadas legitimamente.
Licitude
 O direito tutela as relações e os bens que não afetam a moral e os bons costumes. Por isso, um dos requisitos para o registro da marca é a licitude.
 A veracidade, por seu turno, é um elemento imanente da licitude. Entende-se, assim, que a marca deve ser honesta, não contendo palavra, figura ou sinais com indicações que não sejam verdadeiras sobre a origem ou sobre a qualidade das mercadorias e dos produtos, ou ainda que induzem a engano na escolha da coisa assinalada.
Tipos de marca
Verbais: são as que adotam palavras e expressões
Emblemáticas: são as que admitem figuras
Mistas: compostas de palavras e desenho
Formais: adotam a forma do produto
Exemplos
Especies de marcas
 Quanto ao seu destino ou finalidade:
· Singulares ou especiais: destinadas a assinalar um só objeto sendo-lhe especificamente destinadas.
· Gerais ou genéricas: visam assinalar a procedência dos produtos ou mercadorias, isto é, da empresa que os produz.
· Coletiva: pertence a associações de produtores e corporações, cujo uso é por elas concedido aos seus associados ou componentes
Classificação qto a Natureza:
- Marca de Produto: marca que identifica o produto (sadia, motorola, adidas). É registrada por categoria (pode existir creme dental colgate e chocolate colgate). O símbolo é exclusivo, o nome não.
- Marca de Serviço: identifica o serviço (vivo, objetivo, itau).
- Marca de Certificação: identifica o padrão de qualidade (izzo, imetro).
- Marcas Coletivas: identifica qdo a empresa pertence a determinada identidade (fundação abrinque - identifica que este empresário colabora com esta fundação).
Certificação: é a que atesta a conformidade de produto ou serviço a normas ou especificações técnicas.
· Alto renome: é aquele que é conhecida por consumidores pertencentes a diversos segmentos de mercados diferentes daquele mercado que corresponde aos produtos ou serviços protegidos por esta marca
· Operárias ou Label: são criadas por associações ou sindicatos operários, que cedem seu uso às empresas e se destinam a atestar que nas mesmas o trabalho é feito em certas condições impostas pelos sindicatos, em contratos coletivos de trabalho.
· Livres: são as de uso geral de determinada categoria profissional, cidade ou país.
· De reserva: são relativas a produtos e
mercadorias a serem lançados no mercado, pelo que os seus produtores ou comerciantes se assegurem delas, previamente registrando-as para eventualmente usá-las
· De defesa: tem como finalidade reforçar uma marca já existente, impedindo que outro concorrente a registre em classe de semelhança aproximada.
· Estrangeiras: tem um tratamento especial pela lei, que defere ao seu titular o direito de prioridade, desde que depositadas em país que mantenha acordo com o Brasil ou em organização internacional, e que produzam efeito de depósito nacional
Notórias: são das de prestígio, notoriedade e tradição incontestáveis, motivo pelo qual recebe especial proteção quanto a sua propriedade intelectual, para que outros empresários não utilizem a boa imagem da marca de alto renome para promover seus próprios produtos ou serviços.
Valor da Marca
Muitas vezes, o valor intangível da empresa é maior do que o seu valor tangível, assim, para que se lucre com a sua marca criada, de modo que ela se torne reconhecida, é necessário que essas marcas cresçam e ganhem o mercado. O autor compara a evolução das marcas com a Teoria de Darwin (seleção natural – o mais adaptado ao ambiente evolui). Assim deve ser a marca, que quer ser forte e duradoura. É preciso que ela se adapte ao mercado em que quer entrar e assim ganhar clientela. Novas categorias de produtos surgem da divergência de outra categoria. Deve-se definir qual será sua especialidade e de acordo com isso investir para se tornar a melhor. 
Proibição da Marca
O registro é necessário para proteger a marca, para evitar prejuízos futuros. Então, é preciso, após criada a marca, registrá-la junto ao INPI, que tem âmbito nacional
A lei também se preocupou em estabelecer casos de marcas não registráveis, em seu art. 124, que assim dispõe: não são registráveis como marca:
I- Brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumentos oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação;
II- Letra, algarismo e data, isoladamente
III- Expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem e atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso 
V- Reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros
VI- Sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir
VII- Sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
VIII- Cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo peculiar e distintivo;
IX- Indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal que possa falsamente induzir indicação geográfica;
do evento;
XIV- Reprodução ou imitação de titulo, apólice, moeda e cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;
XV- Nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XX- Dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se revestir de suficiente forma distintiva;
XXI- A forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de efeito técnico;
XXII- Objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro;
Direitos sobre a marca
Quem registra a marca se torna seu proprietário, titular, dono.
 Os titulares de marcas têm seus direitos assegurados, em primeiro lugar, face à garantia constitucional conferida à propriedade industrial pelo art. 5º, inc. XXIX, da Constituição Federal de 1988:
 “XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.”
 O art. 130 prevê que, ao titular da marca ou ao depositante é assegurado o direito de:
I- Ceder seu registro ou pedido de registro,
II- Licenciar seu uso e
III- Zelar pela sua integridade material ou reputação.
 A proteção conferida às marcas é limitada basicamente por dois princípios:
 O princípio da territorialidade: tem-se que a propriedade de uma marca, conferida por seu registro em um determinado país, somente produz efeitos em seu território.
 O princípio da especialidade: a exclusividade de um signo se esgota nas fronteiras do gênero de atividades que ele designa.
Extinção dos direitos da Marca
 Embora exclusivo, o direito decorrente do registro da marca não é eterno. Vários fatos podem afetar sua existência, como se vê no art.142 da Lei 92790/96.
 Art. 142. O registro da marca extingue-se:
I - pela expiração do prazo de vigência.
II - pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados pela marca;
III - pela caducidade; 
IV - pela inobservância do disposto no art. 217.
Nulidade da Marca
a) Validade da Marca no Tempo
b) Jurisprudência
Indicação Geográfica 
Conceito 
A nova lei de Propriedade Industrial trouxe uma inovação nesse assunto, que foi a possibilidade de existir um produto ou serviço que seja identificado, além da marca, pela religião geográfica de onde provêm.
 Assim, dispõe o art. 176 da Lei da Propriedade Industrial:
 Art. 176 – Constitui indicação geográfica a indicação de procedência ou a denominação de origem.
 Art. 177. Considera-se indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.
 Art. 178. Considera-se denominação de origem o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.
Exemplos 
 No mundo: França: Champagne (vinhos espumantes); Boudeaux (vinhos tintos); 
Itália: Parma (presunto); 
Ásia: Basmati (arroz - Índia); Borseong (chá – Coréia do Sul).
 America Latina: Colômbia (café);
Marca de alto renome
Marca notoriamente conhecida
Clientela e freguesia
Clientela
Clientela = freguesia??? Depende
Teoricamente não:
Clientela
Freguesia
X
Conjunto de pessoas que habitualmente negociam com o estabelecimento;
Pessoas que constantemente são consumidores.
- Viabilidade de atrair novos clientes
Freguesia 
Freguesia é uma relação territorial que ocorre, por exemplo, quando se vai a determinado estabelecimento pelo fato dele ser próximo e não por ele ser o melhor do ramo.
Clientela 
Já o conceito de clientela se relaciona com a qualidade que gera a fidelidade do consumidor. Nessa relação de fidelidade há uma continuidade de negócios com o estabelecimento, sendo possível se afirmar que a clientela é um atributo do estabelecimento.
- Freguesia e clientela: 
- É o conjunto de pessoas que buscam bens e serviços no estabelecimento. Não há distinção científica.
A proteção legal que se dá à clientela é de forma indireta. Ex: direito à indenização pela não renovação d o contrato de locação (Art. 52, § 3º L.I). Ex: Concorrência desleal ( Art. 95, Lei nº 9.279/96), L.P.I; 
Art. 195, Lei 9279/96 – Exceção, com concorrência desleal = desvio de clientela. 
Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem : 
I – publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter
vantagem ; 
II – presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem ; 
III – emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, cliente la de outrem ; 
IV – usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de m odo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos; 
 V – usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; 
VI – substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de ou trem, o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento; 
VII – atribui-se, com o meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve; 
Bibliografia 
 
https://pt.slideshare.net/jucianosantos/trabalho-empresarial
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2250178/clientela-se-confunde-com-freguesia-gabriela-araujo-de-souza
https://www.passeidireto.com/disciplina/direito-empresarial-i?type=6&materialid=1516374
 
Fim

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