Buscar

citologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal do Piauí
Campus Ministro Reis Veloso
Curso: fisioterapia, 1º período
Disciplina: Citologia e genética
Professora: Cíntia Perinotto
Imunogenética
Parnaíba – PI
Noevembro de 2010
Acadêmicos:
Alex Costa
Ana Aline
Fernanda Rodrigues
Jalles Arruda
João Paulo Soares
Lívia Margery
Nádia Machado
Pamela Caroline
Valéria Karine
Vanessa Souza
Imunogenética
	A imunogenética trata dos aspectos genéticos dos antígenos, dos anticorpos e suas interações.
	Quatro áreas da imunogenética são de importância na área da saúde:
Os grupos sanguíneos e os problemas clínicos relacionados com suas incompatibilidades;
 Os transplantes;
As doenças por deficiência imune;
As doenças auto-imunes.
Conceitos gerais
ANTÍGENO
Antígeno é uma substância, geralmente uma proteína, com capacidade de induzir uma resposta imune específica. Ele pode ser uma substância geneticamente determinada na superfície de uma hemácia, de uma célula viva nucleada ou uma bactéria, ou pode não estar relacionado a nenhuma célula viva.
É chamado de endógeno se for produzido no interior da célula do hospedeiro (por exemplo, o vírus, um parasita intracelular) e exógeno se for produzido fora dela (por exemplo, um fungo, uma bactéria, etc.)
Sendo em geral muito grande, o antígeno apresenta epítopos ou determinantes antigênicos que são os locais em que ocorre o contato do antígeno com o anticorpo.
ANTICORPO
	São as proteínas do soro, do tipo gamaglobulina, denominadas imunoglobulinas.
	Apresenta parátopos ou sítios combinatórios que são sítios de ligação antígeno-anticorpo. As reações antígeno-anticorpo dependem de sítios mutuamente ajustáveis e específicos, em um sistema de chave-fechadura. 
COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA OU IMUNOCOMPETÊNCIA
	É a capacidade do organismo de formar anticorpos contra antígenos estranhos. Ela inicia-se no feto e quando isso acontece, os antígenos já se encontram presentes no organismo, motivo pelo qual não consegue desencadeá-la.
HOMEOSTASIA IMUNOLÓGICA
	É a capacidade do organismo de aceitar ou reconhecer os seus próprios antígenos, bem como formar anticorpos contra antígenos estranhos. Assim, os componentes do sistema imunológico estão interligados em equilíbrio, apenas quando ocorre uma infecção é que esse equilíbrio se rompe e ocorre a resposta imune.
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA ADQUIRIDA
	É a aceitação do organismo de células de organismo geneticamente diferente. Essa aceitação é devida à incompetência imunológica do feto ou recém-nascido. Um exemplo disso é o caso de gêmeos dizigóticos que sofreram trocas de células hematopoiéticas durante a vida intra-uterina, aceitando as células sanguíneas do seu co-gêmeo como as suas próprias, fenômeno conhecido como quimera. 
Grupos sanguíneos
Os grupos sanguíneos são antígenos situados na superfície das hemácias. Constituem, juntamente com as proteínas do soro e enzimas dos eritrócitos, polimorfismos importantes como marcadores genéticos. São clinicamente essenciais em transfusões de sangue, transplantes de órgãos e obstetrícia, na incompatibilidade materno-fetal. Além disso, são usados em medicina legal para identificação e na investigação de paternidade.
	Atualmente são conhecidos mais de 20 sistemas de grupos sanguíneos diferentes. Alguns são muito bem estudados, outros pouco compreendidos. Dentre os vários grupos sanguíneos, serão abordados aqui os mais importante.
Sistema ABO
	Descoberto em 1900 pelo austríaco Karl Landsteiner, o sistema ABO é um dos sistemas de maior importância na tipagem e na transfusão sanguínea. De acordo com sua pesquisa, a presença ou não dos antígenos A e B e dos anticorpos anti-A e anti-B no sangue humano determinam os quatro grupos sanguíneos existentes: A, B, AB e O.
	A classificação do grupo sanguíneo desse sistema é realizada através de dois tipos de testes: primeiro a classificação ou tipagem direta, onde haverá a identificação da presença de antígenos, usando reativos compostos de anticorpos conhecidos (anti-A, anti-B, anti-AB) e posteriormente a classificação ou tipagem reversa, que consiste na identificação da presença de anticorpos, usando reativos compostos de antígenos conhecidos (hemácias A, hemácias B). Ao realizar os dois testes é possível observar há formação de aglomerados celulares nas amostras do sangue a ser identificado, sendo possível classificá-lo em um determinado grupo sanguíneo. (ver quadro)
	GRUPO 
SANGUÍNEO
	SORO DE TIPAGEM
anti-A anti-B
	HEMÁCIAS DE TIPAGEM
A B
	
ANTÍGENO
	
ANTICORPO
	A
	+
	-
	-
	+
	A
	anti-B
	B
	-
	+
	+
	-
	B
	anti-A
	AB
	+
	+
	-
	-
	A e B
	Ausente
	O
	-
	-
	+
	+
	-
	anti-A e anti-B
	Os antígenos do sistema ABO são produtos dos genes ABO, localizados no loco do cromossomo 9 de humanos e apresentam três alelos : A e B co-dominantes e O recessivo. O quadro abaixo mostra a relação entre fenótipo e genótipo no sistema ABO.
	FENÓTIPO
	GENÓTIPO
	A
	IAIA
	
	IAi
	B
	IBIB
	
	IBi
	AB
	IAIB
	O
	ii
	Vários estudos apontam que os grupos sanguíneos do sistema ABO parecem estar associados à suscetibilidade ou à resistência de certas doenças. Estes são alguns exemplos dessa associação entre os grupos sanguíneos e doenças comuns:
Câncer Gástrico
Doença Cardíaca Isquêmica
Doenças Reumáticas
Doenças Tromboembólicas
Tumores de Glândulas Salivares (malignos)
Tumores de Glândulas Salivares (não-malignos)
Úlcera Duodenal
Úlcera Gástrica
Sistema RH
É constituído por um fator RH, que é uma proteína encontrada nas hemácias que pode agir como antígeno se for inserida em indivíduos que não a possuam.
O fator RH foi descoberto em 1940, depois dos estudos de dois pesquisadores. Nesta pesquisa foi retirado o sangue de um macaco e injetado em cobaias. Após a pesquisa foi concluído que ao injetar o sangue dos macacos, o organismo das cobaias reagia produzindo anticorpos, pois aquele sangue era uma substância desconhecida pelo organismo. Os anticorpos produzidos pelas cobaias formam os chamados anti-RH, pois no sangue do macaco havia um antígeno denominado fator RH.
Este fator é encontrado nas hemácias, ele cumpre as leis da hereditariedade, sendo que o fator RH positivo é dominante sobre o fator RH negativo.
Genética do sistema RH
	O sistema sanguíneo RH está determinado por genes situados no cromossomo 1. Existe Ainda controvérsia sobre a exata determinação genética deste sistema e, para descrevê-la de forma mais complexa, existem duas hipóteses: a de Fisher-Race e a de Wiener.
	Para Fisher-Race, os grupos sanguíneos do sistema são determinados por uma série de três genes intimamente ligados, na ordem D,C e E e seus alelos respectivamente d, c e e, permitindo oito combinações haplotípicas (conjunto de genes intimamente ligados, que não sofrem crossing-over e são transmitidos em blocos), sendo que Dce, DCe, DcE, DCE (RH positivos) e dce, dCe, dcE, dCE (RH negativos), desta forma basta um alelo D para um indivíduo ser RH positivo e um alelo d para ser RH negativo.
	De acordo com a hipótese de Wiener, o sistema RH seria determinado por um único loco com várias especificidades antigênicas. Geneticamente, esse loco teria uma série de oito alelos (alelos múltiplos).
Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) ou eritroblastose fetal
Normalmente a circulação materna e a fetal são completamente separadas pela placenta, mas, quando ocorrem falhas nesta membrana, pequenas quantidades de sangue fetal atingem a circulação materna. A grande transferência de eritrócitos fetais para a circulação materna ocorre durante o trabalho de parto e nascimento, quando a placenta desprende-se e um grande número de hemácias fetais entra na corrente sanguínea da mãe.
	Geralmente o primeiro filho não sofre a ação de anticorpos maternos, mas, em uma segunda gestação, o feto poderá ser prejudicado. No entanto, quando a mãe RH negativa já sofreu uma transfusão prévia incompatível ou teve um aborto RH positivo, ela poderá terficado sensibilizada, acarretando problemas também a partir da primeira gestação.
	Em uma mãe RH negativa, as células fetais RH positivas podem estimular a formação de anti-RH (ou anti-D), o qual é transferido para a circulação fetal. Quando isso acontece, suas hemácias são destruídas, tornando-se o feto anêmico e liberando grande quantidade de eritroblastos (hemácias imaturas e nucleadas) no sangue. A gravidade da doença hemolítica varia desde ligeira anemia até morte intra-uterina, que pode ser causada por hidropisia.
	Após o nascimento, a rápida destruição das hemácias produz grande quantidade de bilirrubina, causando icterícia durante as primeiras 24 horas de vida. A bilirrubina vai se ligando à albumina até a sua total saturação; a fração livre de bilirrubina irá se depositar nas células nervosas da criança provocando uma lesão cerebral.
	As crianças que sobrevivem à DHRN apresentam, geralmente, surdez, retardo mental e paralisia cerebral. Podem mostrar outros sinais clínicos, ainda, como hepatoesplenomegalia, ascite, petéquias hemorrágicas, edema generalizado, etc.
Sistema ABO e RH em transfusões sanguíneas
	Os sistemas sanguíneos ABO e RH são os mais frequentemente considerados em casos de transfusão. Os receptores devem receber sangue de grupo idêntico ao seu, mas, em casos de emergência, indivíduos de outros tipos sanguíneos podem ser doadores, contanto que haja compatibilidade entre doador e receptor.
	Observa-se que quando o doador for do grupo sanguíneo O, não existe reação de aglutinação, pelo fato de não possuir antígenos A e/ou B nas suas hemácias, é por essa razão que ele é denominado de doador universal. Por outro lado, quando o receptor for do grupo sanguíneo AB, pelo fato de não possuir anticorpos anti-A e anti-B em seu soro, poderá receber sangue de indivíduos de todos os grupos sanguíneos, motivo pelo qual ele é denominada de receptor universal.
Sistema Imune
As células do sistema imune originam-se de célula precursora hematopoiética e multipotente, presente na medula óssea da qual se formam células progenitores, que constituem a base duas linhagens celulares do sistema hematopoiético: a linhagem mielóide e a linhagem linfóide.
A linhagem mielóidediferencia-se nos elementos do sangue e dos tecidos formando:
Série eritrocitária: células que formam os eritrócitos encarregados do transporte de O2 e CO2;
Série trombocítica: origina as plaquetas, envolvidas com o fenômeno de coagulação e com a resposta inflamatória; 
Série monocítica: onde se formam os monócitos, que dão origem aos macrófagos;
 O eosinófilo é um granulócito da linhagem celular mielóide
A linhagem linfóide ou série linfocítica origina os linfócitos T, e os linfócitos B.
 Células neoplásicas, é da linhagem linfóide 
As células do tecido imunológico estão alojadas principalmente timo, linfonodos e baço.
Timo: é o principal órgão fetal a adquirir características linfóides;
Baço: é o principal local de remoção e destruição de hemácias mortas, e também ocorre reposta a antígeno circulante no sangue.
Linfonodos: filtra os antígenos da linfa e ativa os linfócitos;
Há praticamente dois sistemas imunológicos:
Sistema de bolsa é responsável pela imunidade humoral,com participação direta de linfócitos B;
Sistema do timo é responsável pela imunidade celular, com participação direta de linfócitos T; 
Dois outros grupos de células também executam funções na resposta imune:as células do sistema fagocitário,que executam a função indutora de apresentar os antígenos ao linfócito T e a função efetora de eliminá-los por fagocitose,agindo sob o comando de fatores liberados principalmente pelos linfócitos Ta e os granulócitos,que exercem vários tipos de funções efetoras.As células fagocitárias tem um impressionante potencial antimicrobiano,mas quando um agente infeccioso ingressa no organismo esse arsenal mostra-se inútil até que um fagócito possa “capturar” o microorganismo.As principais CAAs são as células dendríticas e os macrófagos,que endocitam e apresentam antígenos inespecificamente, e os linfócitos B,que endocitam antígenos reconhecidos por seus receptores (as imunoglobulinas).
Além dos linfócitos B e T,participam também da resposta imune pelo menos quatro grupos de moléculas solúveis ou de superfície,que são:Receptores de antígenos,moléculas do complexo de histocompatibilidade principal,citosinas e moléculas acessórias.
Os receptores de antígenos ocorrem nos linfócitos B e T tendo o sítio de reconhecimento do antígeno em sua extremidade aminoterminal.Apresenta uma sequência de aminoácidos única para cada receptor.Os receptores de antígenos das células B são as imunoglobulinas que pode reconhecer antígenos na sua forma nativa ou solúvel.Os receptores de antígenos da células T só reconhecem antígenos após estes serem processados por outras células do organismo e apresentados na superfície da mesmas,combinados a moléculas do complexo de histocompatibilidade principal.
O complexo de histocompatibilidade principal é um segmento do braço curto do cromossomo 6,que contém uma série de genes intimamente ligados e relacionados de maneira importante à resposta imune.Esses genes codificam as moléculas que apresentam antígenos aos linfócitos T.Os genes desse complexo e as moléculas por eles codificadas podem ser divididas em três classes:Classe I,Classe II e Classe III.As moléculas da classe I são produzidas por todas as células nucleadas do organismo e sua função é apresentar aos antígenos os linfócitos Tc.As moléculas da classe II são produzidos apenas pelos linfócitos B,pelas células apresentadoras de antígenos e por outras células em estados específicos de ativação,sua função sendo a de apresentar os antígenos aos linfócitos Ta;são também moléculas diméricas,mas as duas cadeias são de tamanho semelhante ,sendo ambas codificadas por genes localizados no CHP.Ambos os tipos de moléculas apresentam um fenda,na extremidade aminoterminal,nas qual se dá a ligação com os peptídios resultantes da fragmentação dos antígenos,que serão apresentados ao sistema imune.As moléculas de classe III não se envolvem diretamente com a indução da resposta imune,estando relacionadas com o fator de necrose tumoral,proteínas de choque térmico,enzima 21-hidroxilase e vários componentes do sistema de complemento.O complemento atua na destruição de microorganismos,na produção de inflamações e na rejeição de tecidos implantados.
As citosinas são hormônios protéicos produzidos por vários tipos de células,que desempenham uma ampla variedade de funções no sistema imune. As citosinas produzidas por monócitos/macrófagos são denominadas monocinas e as produzidas por linfócitos chamam-se linfocinas. Essas substancias controlam a proliferação,a diferenciação e ativação dos elementos do sistema imune e hematopoiético de um modo geral,propiciando ainda sua interação com outros componentes do organismo.
As moléculas acessórias tem importância na regulação do sistema imune.São elas: Moléculas de membrana, que contribuem pata ativação dos linfócitos B e T específica para o antígeno;moléculas de adesão e seus receptores,que permitem a ligação de células entre si e com a matriz extracelular e moléculas que realizam a transdução de sinais.
A resposta imune
	A resposta imune geralmente e classificada em natural ou adaptativa, segundo os componentes que nela participam. No primeiro tipo que, corresponde a uma resposta imune inicial, os mecanismos imunológicos são inespecíficos, constituídos principalmente por fagócitos e células NK; no segundo tipo a reação e específica, flexível e mais eficaz, envolvendo linfócitos e as citosinas que eles produzem. 
	Com a formação do complexo antígeno-anticorpo, iniciam-se os processos que servem para remover o antígeno estranho do organismo. A seqüência total de processos constitui a resposta imune adaptativa. A capacidade de um organismo reconhecer o que lhe e próprio e o que lhe e estranho e vital para a sua sobrevivência. Alem dessa capacidade de discriminação a resposta imune apresenta também memóriae especificidade. 
	Na corrente sanguínea a milhares de linfócitos com anticorpos diferentes em sua superfície. No primeiro contato do organismo com o antígeno estranho, este será reconhecido como não-próprio por linfócitos cujo anticorpo seja capaz de ligar-se especificamente com aquele antígeno. 
	A resposta imune apresenta-se em duas fases que e a fase indutora, na qual o antígeno e apresentado ao sistema imune pela ativação, proliferação e diferenciação das células responsáveis pela resposta imune, e a fase efetora, na qual o sistema imune promove processos humorais e celulares levando à eliminação desse antígeno.
	Na resposta humoral, os linfócitos ativados são do tipo B e diferenciam-se em plasmócitos capazes de liberar anticorpos. Este processo demora vários dias, não havendo a liberação maciça de anticorpos e constituindo a resposta imune primaria. Em um segundo contato com este mesmo antígeno, um grupo de linfócitos capazes de reconhecê-lo são induzidos a dividir-se a diferenciar-se em plasmocitos, ocorrendo produção rápida e maciça de anticorpos, constituindo a resposta imune secundaria. 
	A ligação antígeno-anticorpo e, na maioria dos casos, do tipo chave-fechadura e induz um determinado linfócito a entra em divisão celular, formando-se, assim, um clone de linfócitos geneticamente idênticos e capazes, portanto, de sintetizar o anticorpo especifico – processo denominado de seleção clonal.
	A seleção clonal e as respostas primaria e secundaria também ocorrem nos linfócitos T.
Transplantes
O Transplante é um dos procedimentos mais complexo no contexto da Medicina.
As primeiras experiências de transplante entre indivíduos quaisquer não obtiveram êxito, pois após alguns dias as células do tecido ou enxerto transplantado morriam. Entretanto, observou-se que transplantes entre gêmeos monozigóticos eram mais facilmente seguidos de sucesso, por possuírem a mesma identidade genética, e conseqüentemente especificidades antigênicas iguais. Assim, o primeiro transplante de órgãos bem–sucedido ocorreu em Boston, nos EUA, no ano de 1954; quando um irmão doa ao seu gêmeo um rim.
Atualmente, tais órgãos e tecidos: coração, rim, fígado, pulmão, pâncreas, intestino, córnea, medula óssea, pele, valva cardíaca, ossos e esclera ocular são facilmente transplantados. Entretanto, esse avanço na Medicina ainda sofre limitações, na qual a Rejeição é a principal.
Diferentes tipos de Transplantes : 
Autotransplante – Transplante de órgãos ou tecidos procedentes do próprio indivíduo, não havendo uma resposta imune. 
 Ex : Ponte Safena / Mamária;
 Enxerto de pele;
 Medula Óssea.
Isotransplante – Transplante de órgãos ou tecidos entre indivíduos geneticamente idênticos (gêmeos monozigóticos), não há desenvolvimento de resposta imune. 
Alotransplante – Um transplante que ocorre entre indivíduos de mesma espécie , porém geneticamente diferentes. Esse tipo é o mais comum e é facilmente rejeitado.
Xenotransplante – Realizado entre indivíduos de espécies diferentes. Transplante fortemente rejeitado. 
 Reações aos Transplantes:
Reação ao Alotransplante :
Chama-se de Resposta Primária a reação do receptor ao tecido do órgão transplantado quando os indivíduos são geneticamente incompatíveis. Nessa situação, o transplante aparentemente parece ser aceito, entretanto, com o passar dos dias o transplante morre e se desprende. Caso ocorra um segundo transplante do mesmo doador, a reação será denominada Resposta Secundária. Esta é mais rápida e mais intensa.
Reação Transplante versus Receptor:
Quando imunocompetentes, as células do doador também reagem contra os antígenos do hospedeiro. Um bom exemplo é o transplante de medula óssea, no qual essa reação impedia o sucesso do procedimento, trazendo algumas vezes conseqüências fatais para o hospedeiro.
 
Rejeição e seus principais tipos:
Ao realizar um transplante, o sistema imunitário do receptor pode identificar os antígenos presentes no tecido transplantado como estranhos, desencadeando uma ataque agressivo contra esses . 
Rejeição Aguda 
- É a mais comum;
 - Nos seis primeiros meses após a transplantação;
- Mediada pelos Linfócitos T (sofrem expansão e destroem as células dos tecidos);
- Utilização de drogas imunossupressoras (inibir a proliferação celular).
Rejeição Hiperaguda 
- Minutos , horas , ou poucos dias após a intervenção cirúrgica ;
- Reação de Anticorpos pré-formados (IgG x I HLA);
- Perda da função do órgão (deposição de anticorpos e destruição vascular);
- Transplantes renais são mais suscetíveis;
Rejeição Crônica 
- Função lentamente perdida;
- Hipertrofia / Fibrose;
Coração > Doença da Art. Coronária 
Rins > Fibrose intersticial 
Fígado > Destruição do Epitélio biliar 
- Ainda não há tratamento padrão.
Determinação da compatibilidade Doador – Receptor 
A compatibilidade entre indivíduos é determinada através do teste Sorologia HLA (Antígeno Leucocitário Humano), que consiste na coleta de cerca de 10 ml de sangue de quem receberá o transplante e dos possíveis doadores. Este método, como os demais, avaliará as glicoproteínas produzidas a partir de informações genéticas do cromossomo seis e estão presentes na superfície das células que vão determinar uma resposta imunológica do receptor.
Seleção do Doador 
Para a realização de um transplante seleciona-se o doador com maior semelhança quanto ao CHP (Complexo de Histocompatibilidade Principal), bem como os sistemas sanguíneos ABO e Rh, pois será menor a necessidade de supressão da resposta imune. Assim, considera-se como doador ideal aquele que é geneticamente idêntico ao receptor (irmãos monozigóticos). Entretanto, caso o receptor não possua um irmão monozigótico, o doador mais adequado será um irmão ou irmã, por terem 25% de probabilidade de compartilharem os mesmos halótipos HLA.
Doenças por deficiência imune ou imonodeficiências
	As imunodeficiências primárias são, na maioria, congênitas, hereditárias, raras e seus sintomas surgem geralmente na infância.
	A classificação das doenças por imunodeficiência primária é a seguinte:
Predominantemente humorais: o defeito está nas células B.
Ex.: doença de Bruton.
Predominantemente celulares: defeito primária está nas células T.
Ex.: síndrome de di George.
Imunodeficiências combinadas: deficiência tanto de células B quanto de células T.
Ex.: imunodeficiência combinada grave.
Distúrbios dos fagócitos: são diagnosticados com maior freqüência.
Ex.: síndrome de Chediak-Higashi.
Distúrbios do complemento: são conhecidas várias deficiências genéticas, algumas causam defeitos imunológicos, outras acarretam doenças auto-imunes.
Ex.: edema hereditário angioneurótico.
Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS)
	A AIDS é uma doença do sistema imunológico humano, causado pelo HIV, que atua sobre os linfócitos T auxiliares (Ta), deixando a pessoa suscetível a infecções oportunistas.
	O vírus HIV introduz seu RNA nas células T e uma enzima denominada transcriptase reversa catalisa a formação de uma cadeia de DNA complementar ao RNA viral. A cadeia de DNA viral inicial replica-se para formar um DNA de dupla hélice, o qual entra no núcleo do linfócito Ta. O HIV replica-se e ocupa a célula hospedeira, que deixa de fornecer imunidade e arrebenta liberando novas partículas de HIV, que causa a redução gradual do número de células T auxiliares.
Doenças auto-imunes
	Normalmente, o organismo não desenvolve reações imunes contra os seus próprios antígenos (auto-antígenos). Para que surja uma doença auto-imune é necessário que ocorra uma falha na tolerância imunológica, o que causa uma resposta imune específica contra um antígeno ou uma série de antígenos próprios do organismo.
	Os fatores que contribuem para a auto-imunidade são:
Prolongadas exposições a agentes físicos que alterem a estrutura das suas moléculas. Ex.: drogas, radiação UV e patógenos;
Antígeno seqüestrado: São antígenos que não entram em contato com o sistema imunológico durante o desenvolvimento embrionário, devido a sua localização,que se vierem a ter contato com esse sistema imunológico posteriormente, provocarão a produção de anticorpos.
Mimetismo antigênico: É quando os determinantes do antígeno exógeno são muito semelhantes aos do auto-antígenos, fazendo com que os anticorpos produzidos contra os exógenos também reajam com os auto-antígenos, assim desencadeando fenômenos auto-imunes.
Alterações do sistema imunitário: Provocam o surgimento de linhagens anormais de linfócitos que reagem com os auto-antígenos, ocasionando o aparecimento de doenças auto-imunes. Elas podem ocorrer sob a ação de agentes infecciosos ou drogas.
Classificação das doenças auto-imunes:
Doenças organoespecíficas: Envolvem clínica e imunologicamente apenas um órgão. Ex.: Tireoidite de Hashimoto.
Doenças intermediárias: Acometem de uma maneira importante um determinado órgão, mas os auto-anticorpos não lhes são específicos. Ex.: Colite ulcerativa.
Doenças sistêmicas: se manifestam de forma mais ampla, atingindo o sistema imunológico como um todo. Ex.: febre reumática.
Algumas doenças auto-imunes:
	TIREOIDITE DE HASHIMOTO:
	Doença organoespecífica, mediada por células T específicas que infiltram a tireóide causando a destruição glandular, resultando no hipotireoidismo (insuficiência de funcionamento da glândula tireóide).
	DOENÇA DE GRAVE:
	Doença organoespecífica em que os antígenos tireoidianos encontram-se próximos ao receptor do hormônio estimulante da tireóide. Causa hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios pela glândula tireóide), oftalmopatia (protusão dos globos oculares) e dermopatia infiltrativa.
	DIABETES JUVENIL (TIPO1)
	Doença intermediária que ocorre mais frequentemente em crianças e envolve uma reação imunitária contra várias proteínas, ao nível das células do pâncreas que produzem insulina.
	ARTRITE REUMATÓIDE
	Doença sistêmica que caracteriza-se pela inflamação das articulações causadas pelo excesso de infiltração de leucócitos.
	LUPUS ERITEMATOSO
	Doença sistêmica na qual o paciente desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, podendo afetar a pele, as articulações, os rins e outros órgãos. A pessoa torna-se ‘alérgica’ a ela própria.

Outros materiais