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epidemiologia do envelhecimento no Brasil

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EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO NO BRASIL
INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é um fenômeno que ocorre em escala global, em especial, nos países desenvolvidos. Esse processo caracteriza-se pelo constante aumento da expectativa de vida e a queda de fecundidade.
Fatores estes, que juntos, resultam numa grande quantidade de idosos e uma significativa redução de crianças e jovens. Proporciona uma transição demográfica, modificando a forma da pirâmide etária – a base, composta por jovens, fica estreita e o topo, representado por idosos, aumenta.
Estima-se que, no Brasil, a população com 60 anos ou mais será em torno de 34 milhões em 2025. O idoso vivencia em seu processo de envelhecimento uma série de alterações, que proporcionam o aparecimento de uma série de doenças que podem conduzi-lo ao óbito.
Os fatores determinantes do envelhecimento, a nível da população de um país, são, fundamentalmente, ditados pelo comportamento de suas taxas de fertilidade e, de modo menos importante, de suas taxas de mortalidade. Para que uma população envelheça, é necessário, primeiro, que haja uma queda da fertilidade; um menor ingresso de crianças na população faz com que a proporção de jovens, na mesma, diminua. Se, simultânea ou posteriormente, há também uma redução das taxas de mortalidade (fazendo com que a expectativa de vida da população, como um todo, torne-se maior), o processo de envelhecimento de tal população torna-se ainda mais acentuado. Tal processo é dinâmico, estabelece-se com etapas sucessivas e é, comumente, conhecido como "transição epidemiológica ou demográfica". Fazendo com que a população passasse de um regime demográfico de alta natalidade e alta mortalidade para outro, de primeiramente baixa mortalidade e a seguir baixa fecundidade. O que acarreta a um envelhecimento da população. 
DESENVOLVIMENTO
A transição demográfica encontra-se em diferentes fases ao redor do mundo. Em conjunto com a transição epidemiológica, resulta no principal fenômeno demográfico do século 20, conhecido como envelhecimento populacional. Este fenômeno tem levado a uma reorganização do sistema de Saúde, pois essa população exige cuidados que são um desafio devido às doenças crônicas que apresentam, além do fato de que incorporam disfunções nos últimos anos de suas vidas.
Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1950 existiam 250 milhões de indivíduos com mais de 60 anos no planeta. Esse número quase se triplicou até o ano 2000, somando 606 milhões de pessoas.
De acordo com os dados do Censo Populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, realizado em 2000, os idosos de 60 anos ou mais já correspondiam a 8,6% da população total, tendo estimativas de projeções de crescimento para as próximas décadas, conforme tabela abaixo. (Tab. 1) 
No Brasil, assim como em alguns outros países de industrialização tardia, a transição epidemiológica assumiu características especiais, associando ao perfil de morbidade típico dos países desenvolvidos, a permanência de nosologias resultantes, sobretudo, da miséria social e econômica que aflige diferencialmente parcelas significativas da sua população.
O processo de envelhecimento nos países desenvolvidos ocorreu muito tempo depois de eles terem adquiridos padrões elevados de vida, reduzindo desigualdade sociais e econômicas e implementando um número de estratégias institucionais para compensar os efeitos das desigualdades residuais, ao menos na área de acesso aos serviços de saúde.
A transição demográfica acarreta a transição epidemiológica, o que significa que o perfil de doenças da população muda de modo radical, pois teremos que aprender a controlar as doenças do idoso. Em um país essencialmente jovem, as doenças são caracterizadas por eventos causados por moléstias infecto-contagiosas, cujo modelo de resolução é baseado no dualismo cura/morte. O perfil de doenças no idoso muda para o padrão de doenças crônicas, portanto, o paradigma muda. Nesse caso, devemos considerar a possibilidade de compensação/não compensação. O modelo de não compensação da doença crônica inclui maior disfunção, dependência e quedas.
O aumento no número de doenças crônicas leva os idosos a ingerirem maior número de medicamentos e a realizarem exames de controles com mais frequência, porém, essas condições não limitam a qualidade de vida. Ao controlarem suas doenças, muitos idosos levam uma vida independente e produtiva. A ausência de doença é uma premissa verdadeira para poucos. Na verdade, envelhecer, para a maioria, é conviver com uma ou mais doenças crônicas. O conceito de envelhecimento ativo pressupõe a independência como principal marcador de Saúde. A capacidade funcional surge, portanto, como um novo paradigma de Saúde.
Em estudo realizado em São Paulo sobre a mortalidade cardiovascular nos períodos de 1996 a 1998 e 2003 a 2005, a mesma foi maior na população masculina, em todos os agravos, faixas etárias e períodos. Os coeficientes aumentam progressivamente com a idade. 
As neoplasias são a segunda causa de mortalidade no Brasil desde 2000. No período de 2002 a 2004, a taxa de mortalidade por câncer foi de 76,39 por 100 mil habitantes, sendo maior no gênero masculino (83,80 por 100 mil habitantes) em relação ao gênero feminino (69,19 por 100 mil habitantes). Entre os homens, "o câncer de traqueia, brônquios e pulmões foi o que apresentou maior mortalidade, com taxa de 12,83 óbitos por 100 mil homens. As maiores taxas foram encontradas nas regiões Sul e Sudeste, havendo diferenças entre as taxas extremas na ordem de 4,2 vezes. A segunda maior taxa de mortalidade por neoplasias em homens brasileiros foi por câncer de próstata, com 10,31 mortes por 100 mil homens. “Diferenças na mortalidade por neoplasias associadas ao tabaco (como pulmão, boca, faringe, bexiga, laringe e esôfago), de 2 a 8 vezes maiores entre os homens, explicam parcialmente essa desigualdade.” 
CONCLUSÕES 
A preocupação com o envelhecimento da população perpassa pela questão de gênero e de saúde. Podemos salientar que as doenças do aparelho circulatório apresentaram as taxas mais elevadas, seguidas pelas doenças do aparelho respiratório e neoplasias. Entre os gêneros, o diabetes mellitus apresenta maior prevalência entre as mulheres. Com relação à idade, as maiores taxas se encontram na população com mais de 80 anos. Necessita-se de um maior aprofundamento para que, o aumento da expectativa de vida e da representatividade desse grupo etário, sejam somados cuidados com a saúde, por meio de políticas e de planejamento de ações mais específicas, tanto para homens quanto para mulheres.
REFERÊNCIAS 
1. José Alberto Magno de Carvalho, Ricardo Alexandrino Garcia. O envelhecimento da população brasileira: um enfoque demográfico. Cad. Saúde Pública 2003 19(3):725-733 
2. Alexandre Kalache. Envelhecimento populacional no Brasil: uma realidade nova. Cad. Saúde Pública vol.3 no.3 Rio de Janeiro July/Sept. 1987
 3. Carvalho JAM, Wong LIR. A transição da estrutura etária da população brasileira na primeira metade da século XXI. Cad Saúde Publica. 2008:24(3):597-605.
 4. Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev Saúde Publica. 1997;31(2):184- 200. 
5. Veras R, Ramos LR, Kalache A. Crescimento da população idosa no Brasil: Transformação e conseqüências na sociedade. Rev Saúde Publica. 1987;21(3):225-33

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