Buscar

Tec Proc Ind 2017

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

16
ETEC ELIAS NECHAR
TÉCNICO EM QUÍMICA – 3J
TECNOLOGIA DOS
PROCESSOS
INDUSTRIAIS I
PROF. HENRIQUE PASCHOAL GERVASONI NETO
ALUNO: ______________________________________________ NO______
TURMA ______
CATANDUVA –SP
2017
CRONOGRAMA DE AULAS
	DATA
	AULA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
EXPERIMENTO 01 – PRODUÇÃO DE SODA CÁUSTICA (NaOH)	3
EXPERIMENTO 02 – PRODUÇÃO DE SULFATO DE SÓDIO (Na2SO4)	3
EXPERIMENTO 03 – PRODUÇÃO DE ÁGUA SANITÁRIA (NaOCl)	3
EXPERIMENTO 04 – PRODUÇÃO DE SABÃO	3
EXPERIMENTO 05 – PRODUÇÃO DE DETERGENTE	3
EXPERIMENTO 06 – PRODUÇÃO DE SABONETE LÍQUIDO SINTÉTICO	3
EXPERIMENTO 01 – PRODUÇÃO DE SODA CÁUSTICA (NaOH)
INTRODUÇÃO
A soda cáustica é fabricada atualmente, através de dois processos, o Processo de Solvay, e o Processo Eletrolítico. O Processo de Solvay (ou  processo da amônia-soda), das tentativas de baratear a produção de Na2CO3  (Obs.: A barrilha, Na2CO3,  foi inserida nesta seção por ser também conhecida por soda leve) produzida pelo processo de Leblanc (processo ultrapassado), através do uso da reação total:
 2NaCl + CaCO3 → Na2CO3 + CaCl2 
O processo é muito mais complicado do que o sugerido pela reação total, e para complicar ainda mais a situação a reação é reversível e apenas 75% do NaCl é convertido em produto. O primeiro estágio do processo é a purificação da salmoura saturada, que então reage com a amônia gasosa. A salmoura amoniacal é carbonatada em seguida com CO2, formando NaHCO3. Este é insolúvel na salmoura por causa do efeito do íon comum, podendo ser separado por filtração. Por aquecimento à 150ºC, o bicarbonato NaHCO3 se decompõe em carbonato anidro Na2CO3 (chamado na indústria de “soda leve”, por que é um sólido com baixa densidade, 0,5g/cm³). A seguir o CO2 é removido por aquecimento da solução, sendo o gás reciclado para o processo anterior, a amônia NH3, é removida por adição de álcali (solução de cal em água), sendo reaproveitada também. A cal (CaO) é obtida por aquecimento de calcário (CaCO3), que também fornece o  CO2 necessário. Quando a cal (CaO) é misturada com a água forma-se Ca(OH)2.
NH3+ H2O + CO2  → NH4.HCO3
NaCl + NH4.HCO3 → NaHCO3 + NH4Cl
2NaHCO3  → (150ºC) Na2CO3 + CO2 + H2O
CaCO3 →   (1100ºC em forno de cal) CaO + CO2
CaO + H2O → Ca(OH)2  
2 NH4 +   Ca(OH)2 →  2 NH3 + CaCl2  + 2H2O
           
Desse modo os materiais consumidos são NaCl e CaCO3, havendo além do produto desejado,  Na2CO3,  a formação do subproduto CaCl2. Há poucos usos para o CaCl2, e só uma parte é recuperada da solução, sendo o restante desprezado. O principal uso do  Na2CO3  é a indústria de vidro, o que requer a “soda pesada” Na2CO3. H2O. Para a sua obtenção a “soda leve”, obtida pelo processo de Solvay, é recristalizada com água quente.
O processo eletrolítico, a eletrolise da salmoura foi descrita pela primeira vez por Cruickshank, mas só em 1834  Faraday desenvolveu as leis da eletrólise. Naquele tempo era muito restrito o uso da eletrólise, porque as únicas fontes de energia elétrica para realizá-las eram as baterias primárias. Essa situação mudou em 1872, quando Gramme inventou o dínamo. A primeira aparelhagem industrial a base de eletrólise  foi  instalada em 1891 na cidade de Frankfurt (Alemanha),  na qual uma célula eletrolítica era preenchida, eletrolizada, esvaziada, a seguir novamente enchida... e assim por diante. Tratava-se portanto, de um processo descontinuo. Obviamente, uma célula que poderia trabalhar continuamente, sem a necessidade de ser esvaziada, produziria mais a menos custos.  Nos anos seguintes surgiram muitas patentes e desenvolvimentos, visando à exploração das possibilidades industriais da eletrólise.  A primeira instalação industrial na empregar uma célula contínua de diafragma foi provavelmente aquela idealizada por Le Seur em Romford, em 1893; surgiram as células de Castner em 1896.  Em todas essas células (e também em muitas células modernas) empregava-se amianto como um diafragma para separar os compartimentos do ânodo  e do cátodo. Com a adição constante de salmoura, havia uma produção contínua de NaOH e Cl2. 
Na mesma época, Castner e Kellner (um americano que trabalhava na Inglaterra e um austríaco que trabalhava em Viena, sucessivamente) desenvolveram e patentearam versões semelhantes da célula de cátodo de mercúrio, em 1897.
Os dois tipos de células, o de diafragma e o cátodo de mercúrio, permanecem uso. Os primeiros equipamentos de eletrólise produziam cerca de 2 toneladas de cloro por dia; as instalações modernas produzem 1000 toneladas por dia.
Na Eletrólise se da salmoura, ocorrem reações tanto no ânodo  como no cátodo.
Ânodo: 2Cl- → Cl2 + 2e
Cátodo: Na + e → Na
              2Na + 2H2O → 2NaOH + H2
Se os produtos se misturarem, ocorrem reações secundárias:
2NaOH + Cl2 → NaOCl + H2
                        ou
2OH + Cl2  →2OCl + H2
e no ânodo pode ocorrer, até certo ponto, outra reação:
4OH →2H2O + 4e
           
 Agora veremos como são as células de diafragma e a célula de cátodo de mercúrio.
      Para manter separados os gases  H2  e Cl2 (produzidos nos eletrodos), usa-se um diafragma poroso de amianto. Se os gases  H2  e Cl2 misturarem-se, reagirão e a reação será explosiva. Na luz do dia (e ainda mais com a exposição direta à luz solar) ocorre uma reação fotolítica, que produz átomos de cloro. Estes provocam uma explosiva reação em cadeia.
     O diafragma também separa os compartimentos do ânodo  e do cátodo.  Isso diminui a possibilidade de reação entre o NaOH, produzido no compartimento do cátodo, com o  Cl2, produzido no compartimento do ânodo.  Diminuí assim a possibilidade de ocorrer uma reação secundária que leva a formação de hipoclorito de sódio NaOCl.  Contudo, alguma quantidade de hidróxido de sódio ou de OH pode difundir para o outro compartimento, e isso inibido mantendo-se o nível do eletrólito mais alto no compartimento do ânodo que no compartimento do cátodo, com o que passa a haver um pequeno fluxo positivo do compartimento do ânodo ao do cátodo.  Traços de oxigênio são formados em outra reação secundária. O oxigênio reage com os eletrodos do carbono, destruindo-os  gradualmente, com a formação de CO2.  
           Menos que a metade do NaCl é convertido em NaOH, obtendo-se usualmente uma mistura de  11% de NaOH e 16% NaCl.  Essa solução é concentrada num evaporador quando cristaliza uma considerável quantidade de NaOH, levando a solução final contendo 50% de NaOH e 1% de NaCl.  Isso pode ou não ser importante, dependendo do uso a que  se destina o NaOH.  Para a maioria das aplicações industriais, o produto é vendido como solução, pois os custos da evaporação de todo o líquido com a obtenção do sódio excedem os custos adicionais de transporte da solução.
	
Célula de diafragma industrial para a produção de cloro e hidróxido de sódio.
	 
    
MATERIAIS E REAGENTES
Barrilha (Na2CO3)
Cal virgem (CaO)
Balança semi-analítica
Bastão de vidro
Bico de bunsen
Tela de amianto
Tripé de ferro
1 béquer 600 mL
1 béquer 250 mL
Papel de filtro
Funil
Estufa
Dessecador
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Produção de 15 g de NaOH:
- Pesar um béquer de 250 mL e anotar. Pesar 20 g de Na2CO3, adicionar cerca de 80 mL de água destilada e aquecer sob agitação até ebulição branda.
- Em outro béquer de 250 mL, pesar 6 g de CaO, adicionar cerca de 50 mL de água destilada, homogeneizar e transferir para o béquer com Na2CO3.
- Manter em aquecimento por cerca de 1 hora.
- Interromper o aquecimento e resfriar até 25oC.
- Após o resfriamento, repousar até o CaCO3 decantar.
- Filtrar a mistura.
- Aquecer o filtrado em bico de bunsen até restar apenas o NaOH.
- Secar em estufa por 1 hora, ou até secar completamente.
A reação envolvida no Processo é:
CaO + 2 Na2CO3+ 2 H2O → 4 NaOH + CaCO3 + CO2
Cálculo da quantidade de CaO e Na2CO3 para produzir 30g de soda cáustica
	CaO
	+ 2 Na2CO3
	+ 2 H2O
	→ 4 NaOH
	+ CaCO3 +
	CO2
	56 g
	212 g
	36 g
	160 g
	100 g
	44 g
	5,25 g
	19,875 g
	
	15 g
	
	
	10,5 g
	39,75 g
	
	30 g
	
	
EXPERIMENTO 02 – PRODUÇÃO DE SULFATO DE SÓDIO (Na2SO4)
INTRODUÇÃO
O sulfato de sódio é um sal de fórmula química Na2SO4, sendo o sal de sódio do ácido sulfúrico.
Anidro, é um sólido cristalino branco conhecido como o mineral thenardita; o decahidrato Na2SO4·10H2O tem sido conhecido como sal de Glauber ou, historicamente, sal mirabilis desde o século XVII. Outro sólido é o heptahidrato, o qual transforma-se em mirabilita quando esfriado. Com uma produção anual de 6 milhões de toneladas, é uma das maiores commodities químicas e um dos mais danosos sais na conservação de estruturas: quando cresce nos poros de pedras ele pode produzir altas pressões, causando fraturas e levando estruturas à falhas.
Obtenção
Ele pode ser formado, por exemplo, laboratorialmente, pela reação entre o ácido sulfúrico e a soda cáustica (hidróxido de sódio).
H2SO4 + 2 NaOH → Na2SO4 + 2 H2O
Produção
A produção mundial de sulfato de sódio, principalmente na forma de decahidrato alcança aproximadamente 5,5 a 6 milhões toneladas anualmente (Mt/a). Em 1985, a produção era de 4,5 Mt/a, metade de fontes naturais, e metade de produção industrial química. Após 2000, em um nível estável até 2006, a produção natural aumentou a 4 Mt/a, e a produção química decaiu a 1,5 a 2 Mt/a, com um total de 5,5 a 6 Mt/a. Para totas as aplicações, o sulfato de sódio produzido naturalmente e o produzido industrial e quimicamente são praticamente intercambiáveis.
Fontes naturais
Dois terços da produção de decahidrato (sal de Glauber) advém da forma mineral mirabilita, por exemplo como encontrado no leito de lagos no sul de Saskatchewan. Em 1990, México e Espanha eram os principais produtores mundiais de sulfato de sódio natural (cada um com aproximadamente 500 mil toneladas), com Rússia, EUA e Canadá com aproximadamente 350 mil toneladas cada. Estimativamente, as fontes naturais aproximadamente são superiores a 1 bilhão de toneladas. 
Sulfato de sódio anidro ocorre em ambientes áridos como o mineral thenardita. Ele lentamente torna-se em mirabilita ao ar livre. Sulfato de sódio é também encontrado como glauberita, um mineral de sulfato de sódio e cálcio. Ambos os minerais são menos comuns que a mirabilita.
Indústria química
Aproximadamente um terço do sulfato de sódio do mundo é produzido como subproduto de outros processos na indústria química. A maior parte desta produção é quimicamente inerente aos processos primários, e somente marginalmente econômicos. Por esforço da indústria, entretanto, a produção de sulfato de sódio como um sub-produto está declinando.
A mais importante produção por via química do sulfato de sódio é conjunta à produção de ácido clorídrico, proveniente do cloreto de sódio e do ácido sulfúrico, no processo Mannheim, ou do dióxido de enxofre no processo Hargreaves. O sulfato de sódio resultante destes processos é conhecido como bolo de sal.
Mannheim: 2 NaCl + H2SO4 → 2 HCl + Na2SO4
Hargreaves: 4 NaCl + 2 SO2 + O2 + 2 H2O → 4 HCl + 2 Na2SO4
Aplicações
O sulfato de sódio tem diversas aplicações industriais para celulose (processamento de polpa de madeira para produção de papel kraft), produção de vidros, detergentes, corantes para tecidos (com destaque como mordente para tingimento com cor avermelhada). É subproduto de vários processos industriais e matéria-prima para produção de outros compostos. É usado em medicina, como laxante, antiinflamatório e diurético.
História
Antigamente, o sal decahidratado era chamado de Sal de Glauber, em homenagem a Johann Glauber, que o extraiu pela primeira vez do mineral glauberita (sulfato de sódio e cálcio Na2Ca(SO4)2).
Solubilidade
O sulfato de sódio, ao contrário da maioria dos compostos solúveis, tem sua solubilidade diminuída com a temperatura. Acima de 32,4°C a solubilidade do sal passa a diminuir conforme a temperatura aumenta, devido a formação de cristais de sal anidro. Abaixo de 32,4°C a cristalização se dá como Sal Decahidratado.
0°C - saturação a 4% mássico, 41g/l sal, 19,97g/l [Na]
20°C - saturação a 18% mássico, 219,51g/l sal, 105,18g/l [Na]
32,4°C - saturação a 34% mássico, 515,15g/l sal, 246,86g/l [Na]
100°C - saturação a 29% mássico, 408,45g/l sal, 195,72g/l [Na]
MATERIAIS E REAGENTES
Solução de Àcido Sulfúrico – 5 mol/L (H2SO4) 
Soda cáustica (NaOH)
Balança semi-analítica
Bastão de Vidro
Béquer 250 mL
Bico de bunsen
Estufa
Papel Filtro
Tela de amianto
Tripé de ferro
Vidro relógio
Proveta 50 mL
Dessecador
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Produção de 30 g de Na2SO4:
- Pesar um béquer de 250 mL e anotar.
- Adicionar 17 g de soda cáustica (NaOH) e água destilada suficiente para dissolve-la.
- Adicionar lentamente 42,3 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) 5 mol/L, com uma proveta de 50 mL.
- Aquecer sob agitação continua até restar apenas sulfato de sódio (Na2SO4).
- Levar o béquer para estufa a 105-110 oC por 1 hora, ou até secar.
- Após a secagem, resfriar em dessecador por 10 minutos e pesar.
	H2SO4
	+ 2NaOH
	→
	Na2SO4
	+ 2 H2O
	98 g
	80 g
	
	142 g
	36 g
	20,7
	16,9 g
	
	30 g
	
	
	
	
	
	
EXPERIMENTO 03 – PRODUÇÃO DE ÁGUA SANITÁRIA (NaOCl)
INTRODUÇÃO
É um composto químico com fórmula NaClO. Uma solução de hipoclorito de sódio é usada frequentemente como desinfetante e como agente alvejante; na verdade, é frequentemente chamado por apenas "alvejante", embora outros produtos químicos sejam chamados assim também.
O agente branqueador nas águas sanitárias comerciais é o hipoclorito de sódio, o qual é produzido pela reação do cloro com o hidróxido de sódio. Em solução aquosa, o hipoclorito de sódio dissocia-se em íon sódio e em íon hipoclorito, sendo este último o agente branqueador, através de uma reação de oxidação-redução entre o íon hipoclorito (o agente oxidante) e a mancha colorida ou nódoa a remover (agente redutor).
	
Produção
O hipoclorito de sódio pode ser preparado pela absorção do gás cloro em solução de hidróxido de sódio mantida em resfriamento (abaixo dos 40 °C):
O hidróxido de sódio e o cloro são produzidos comercialmente pelo processo cloro-álcali e, em tal processo, não há necessidade de isolá-los para a preparação do hipoclorito de sódio. Portanto, o NaClO é produzido industrialmente pela eletrólise de uma solução de cloreto de sódio sem nenhuma separação entre o cátodo e o ânodo.
A solução deve ser mantida abaixo dos 40 °C por serpentinas de resfriamento, para prevenir a formação de clorato de sódio.
As soluções comerciais de hipoclorito de sódio sempre contêm quantias significantes de cloreto de sódio como o principal subproduto, como pode-se ver na equação acima.
Envase e venda
O alvejante para uso doméstico que é vendido no mercado é uma solução de 2,0 à 2,5% de hipoclorito de sódio no momento da fabricação. A concentração varia de uma formulação a outra e diminui gradualmente com o tempo de prateleira.
Soluções entre 10 à 12% de hipoclorito de sódio são bastante usadas em cisternas e em abastecimento de água para clorar a água. Existem produtos para a cloração de piscinas que contêm aproximadamente 30% de hipoclorito de sódio. O sal cristalino também é vendido para o mesmo uso; tal sal contém menos que 50% de hipoclorito de sódio. Porém, o nível de "cloro ativo" pode ser bem mais alto.
Usos
No alvejante de uso doméstico, o hipoclorito de sódio é usado para a remoção de manchas de roupas sujas. É particularmente eficaz em fibras de algodão, que mancha-se facilmente mas também alveja-se bem. Um volume de 50 a 250 mL de alvejante por carga de roupas é geralmente recomendado para uma lavadora de roupas de tamanho padrão. A água quente aumenta a atividade do alvejante, devido à decomposição térmica do hipoclorito, que em últimocaso forma cloratos, ambientalmente indesejados.
Uma solução fraca de 1% de alvejante doméstico em água quente é usada para sanitizar superfícies antes da fermentação da cerveja ou do vinho. As superfícies devem ser bem enxaguadas em seguida para evitar dar aromas estranhos ao mosto; além disso, os subprodutos clorados das superfícies sanitizadas são perigosos à saúde.
Uma diluição de 1:5 de alvejante doméstico em água (1 parte de alvejante para 4 de água) é eficaz contra diversas bactérias e alguns vírus, e é frequentemente o desinfetante de preferência para limpar superfícies em hospitais. A solução é corrosiva e, após seu uso, precisa ser completamente removida, de forma que é algumas vezes seguida de uma desinfecção por etanol.
Para fazer uma cloração de impacto em poços ou sistemas de água para desinfecção, é usada uma solução 2% de alvejante doméstico. Para sistemas maiores, pode-se usar produtos mais concentrados, porque assim usa-se em menores quantidades. A alcalinidade da solução de hipoclorito de sódio também causa a precipitação de minerais presentes na água, como o carbonato de cálcio (calcário), de forma que a cloração de impacto é geralmente seguida de entupimento do sistema. A precipitação dos minerais também preserva bactérias, o que faz desta prática, de alguma forma, pouco eficaz na desinfecção para a qual ela é proposta.
O hipoclorito de sódio tem sido usado na desinfecção de água potável na concentração de 1 L de alvejante doméstico para cada 4000 L de água. A quantia exata necessária depende da química da água, da temperatura, do tempo de contato e da presença ou ausência de sedimentos. Para desinfecções de emergência, o EPA, órgão americano responsável pela qualidade da água naquele país, recomenda o uso de 2 gotas de alvejante doméstico com 5% de hipoclorito de sódio por litro de água. Se a água assim tratada não tiver cheiro de alvejante, deve-se adicionar mais 2 gotas de alvejante.
O uso de desinfetantes baseados em cloro na água doméstica, embora esteja disseminada, tem levado a controvérsias devidas à formação de pequenas quantidades de subprodutos tóxicos, como clorofórmio.
O hipoclorito também é usado na Odontologia, durante o tratamento de canal, para desinfetar o canal e dissolver qualquer resto de tecido da polpa do dente.
É usada uma solução alcalina (pH 11,0) de hipoclorito de sódio para tratar água efluente da indústria da galvanoplastia contendo diluições de cianeto (< 1 g/L). Soluções mais concentradas de cianeto são bem mais difíceis de serem dispostas.
Mecanismo da ação alvejante e ação em organismos vivos
Como todos os hipocloritos, o hipoclorito de sódio é um sal do ácido hipocloroso, HClO. Na água, separa-se parcialmente nos íons Na+ e nos íons ClO-, sendo que o ânion hipoclorito hidrolisa-se, tornando o meio básico e formando ácido hipocloroso. Este último tem alto poder oxidante, assim como o ânion hipoclorito, e é o responsável pelo efeito alvejante. A carga negativa do ânion impede que o ânion se difunda através da parede celular das bactérias e micróbios, o que faz do ânion um desinfetante fraco. Porém, o ácido hipocloroso também presente, em equilíbrio com o ânion hipoclorito, devido a carga neutra e ao pequeno tamanho, difunde-se facilmente pela parede celular das bactérias. A mudança no potencial de oxidação-redução da célula causada pela presença do ácido hipocloroso desativa a enzima triosefosfato deidrogenase. Esta enzima (ou a gliceraldeído-3-fosfato deidrogenase/GAPDH) é essencial para a digestão da glicose e também é particularmente sensível à presença de agentes oxidantes. Sua inativação destrói com eficácia a habilidade do organismo de funcionar.
Cuidados
O hipoclorito de sódio é um oxidante forte, e os produtos da oxidação são corrosivos e podem queimar a pele e causar lesões nos olhos, especialmente quando usado nas suas formas concentradas. O hipoclorito não deve ser misturado com materiais orgânicos (por exemplo, sujeiras), porque podem reagir, dando substâncias carcinogênicas (trihalometanos).
O alvejante doméstico nunca deve ser misturado a outros limpadores domésticos, especialmente àqueles que contenham ácido, porque o resultado é a formação do gás cloro. Também não deve nunca ser misturado com qualquer coisa que contenha amônia, porque pode-se formar gás cloramina. A urina contém amônia; portanto, não se deve usar o hipoclorito para limpar respingos de urina. Ambos, o gás cloro e a cloramina são altamente tóxicos. O alvejante doméstico também reage bastante violentamente com o peróxido de hidrogênio.
Estima-se que cerca de 3.300 acidentes com necessidade de tratamento hospitalar são causados anualmente por causa do hipoclorito de sódio nos lares britânicos (RoSPA, 2002).
MATERIAIS E REAGENTES
- Solução de NaOH 1%;
- Dióxido de manganês MnO2;
- Ácido Cloridrico concentrado HC;l
- 1 Kitassato ou erlenmeyer 250 mL;
- 1 rolha;
- 1 pedaço de mangueira (coletor);
- 1 bécker de 250 mL;
- 1 proveta de 100 mL;
- bico de bunsen;
- tripé de ferro;
- tela de amianto.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
- Pesar 10 g de dióxido de manganês (MnO2) no erlenmeyer/kitassato. 
- Em seguida adaptar o coletor de cloro em um béquer contendo 250 mL de solução a 1 % (em massa) de hidróxido de sódio.
- Adicionar 60 mL de ácido clorídrico concentrado (HCl) com uma proveta de 100 mL.
- Tampar o kitassato com uma rolha.
- Aquecer o kitassato para que cloro gasoso seja deslocado e borbulhado numa solução de hidróxido de sódio (NaOH) para produzir a água sanitária conforme mostra o esquema da figura 1.
EXPERIMENTO 04 – PRODUÇÃO DE SABÃO
INTRODUÇÃO
A indústria de artigos de lavanderias, usualmente conhecida como a indústria de sabões, tem raízes no passado, há 2000 anos uma manufatura de sabões foi encontrada nas escavações de Pompéia. No entanto, entre as diversas indústrias químicas, nenhuma teve modificação fundamental de matérias primas tão grande quanto a indústria saboeira.
	
História
O sabão, na verdade, nunca foi “descoberto”, mas surgiu gradualmente de misturas brutas de materiais alcalinos e matérias graxas. Plínio, o Velho, descreve a fabricação do sabão duro e do sabão mole, no século I, mas foi somente a partir do século XIII que o sabão passou a ser produzido em quantidades suficientes para ser considerado uma indústria. Até os princípios do século XIX, pensava-se que o sabão fosse uma mistura mecânica de gordura e álcali; um químico francês, Chevreul, mostrou que a formação do sabão era na realidade uma reação química. Nesta época, Domeier completou estas pesquisas, recuperando a glicerina das misturas de saponificação. Até a descoberta importante de Leblanc, com a produção da barrilha a custo baixo, a partir do cloreto de sódio, o álcali necessário à saponificação era obtido pela lixiviação bruta de cinzas de madeira, ou pela evaporação de águas alcalinas naturais, por exemplo, do Rio Nilo.
Durante 2000 anos, os processos básicos de fabricação de sabões permaneceram praticamente imutáveis. Envolviam a saponificação descontínua dos óleos e gorduras, mediante um álcali, seguida pela salga, para separar o sabão. As modificações maiores ocorreram no pré-tratamento das gorduras e dos óleos, no processo de fabricação e no acabamento do sabão; por exemplo, na secagem a atomização. Conseguiram-se novas e melhores matérias primas mediante a hidrolise, a hidrogenação, a extração em fase líquida e a cristalização a solvente por diversas gorduras e óleos. Os processos contínuos datam de 1937, quando Procter & Gamble instalaram um processo contínuo de neutralização e hidrólise a alta pressão, em Quincy, Massachusetts. O passo seguinte foi o processo de saponificação contínua, desenvolvido, em conjunto, por Sharples e pelos irmãos Lever e instalado na usina dos últimos, em Baltimore, em 1945. Desde então, foram erguidas instalações de ambos os tipos. Estes processos contínuos de fabricação de sabão, embora sendo desenvolvimentos tecnológicos de extrema importância, foram parcialmente superados pela introduçãodos detergentes sintéticos.
O antigo processo a caldeira é usado principalmente pelas fábricas menores ou para produção especial e limitada. À medida que a tecnologia do sabão foi se modificando, introduziu-se a saponificação alcalina contínua. Nos dias de hoje, o controle automático a computador permite que uma usina automatizada para saponificação contínua a NaOH de óleos e gorduras produza em 2 horas a mesma quantidade de sabões (mais de 300 ton/dia) que a obtida em 2 a 5 dias pelos métodos descontínuos.
O procedimento moderno envolve a hidrólise contínua. Depois da separação da glicerina, os ácidos graxos são neutralizados a sabão.
A reação química fundamental na fabricação do sabão pode ser expressa como saponificação:
NaOH + (C17H35COO)3C3H5 3C17H35COONa + C3H5(OH)3
O procedimento consiste em hidrolisar a gordura e, depois da separação da valiosa glicerina, em neutralizar os ácidos graxos com a solução de soda cáustica:
(C17H35COO)3C3H5 + 3H2O 3C17H35COOH + C3H5(OH)3
C17H35COOH + NaOH C17H35COONa + H2O
Deve-se comentar que as gorduras e os óleos industriais não são compostos pelo glicerídeo de um único ácido graxo, mas são misturas deles. Para processos especiais, existem alguns ácidos graxos com pureza de 90% ou mais. Em virtude de a solubilidade e a consistência dos sais de sódio dos diversos ácidos graxos serem consideravelmente diferentes entre si, o fabricante de sabão escolhe a matéria-prima de acordo com as propriedades desejadas.
Matérias-Primas
O sebo é a principal matéria gordurosa na fábrica de sabão; as quantidades usadas constituem cerca de três quartos do total de óleos e de gorduras consumidos na indústria de sabões. O sebo contém os glicerídeos mistos provenientes do derretimento a vapor da gordura sólida de boi. Esta gordura sólida é digerida pelo vapor, e o sebo forma uma camada sobrenadando na água, que pode ser facilmente removida. Usualmente, mistura-se o sebo com óleo de coco, na caldeira de sabão, ou no hidrolisador, para aumentar a solubilidade do sabão. As banhas (cerca de 20%) são a segunda matéria-prima em importância na saboaria. São obtidas de porcos e de animais domésticos menores e constituem fonte importante dos glicerídeos dos ácidos graxos. São por fusão a vapor ou por extração a solvente e raramente empregadas sem serem misturas com outras gorduras. Em alguns casos, são tratadas de maneira a que os ácidos graxos sejam libertados, os quais são empregados no sabão, em lugar da própria banha. O óleo de coco é há muito tempo importante. O sabão do óleo de coco é firme e espumeja em abundância. Contém grandes proporções dos glicerídeos dos ácidos láurico e mirístico, que são muito desejáveis. Os ácidos graxos livres são usados na indústria de sabões, de detergentes, de cosméticos, de tintas, de têxteis e muitas outras. A acidificação das borras provenientes da refinação alcalina dos óleos também produz ácidos graxos.
MATERIAL E REAGENTES
Gordura animal
Óleo vegetal
Hidróxido de sódio
Álcool
PROCEDIMENTO
Em um béquer de 250 mL, pesar 40 g de gordura e adicionar 20 mL de óleo vegetal.
Aquecer para derreter.
Em outro béquer, pesar 10 g de soda cáustica e dissolver com 30 mL de água destilada.
Adicionar a soda cáustica e 50 mL de etanol sobre a gordura e o óleo.
Agitar com aquecimento brando até a reação de saponificação se completar.
Colocar em um recipiente e esperar esfriar.
EXPERIMENTO 05 – PRODUÇÃO DE DETERGENTE
INTRODUÇÃO
Durante as décadas de 1960 e 1970, a composição dos detergentes sofreu rápidas mudanças em virtude de considerações ecológicas. A evidência experimental mostrou que os fosfatos dos detergentes podem contribuir para a eutroficação dos lagos, e, por isso, o uso dos fosfatos nos detergentes foi proibido em algumas áreas dos Estados Unidos. Diversos substitutos foram introduzidos nos detergentes, mas alguns mostraram-se perigosos e foram também proibidos. A posição tomada pela indústria de detergentes foi que os fosfatos nos despejos podem ser removidos mediante tratamento especial nas estações de tratamento e que, tendo em vista a inocuidade tóxica dos fosfatos não eram a solução mais desejável.
Surfactantes
Este conceito abarca “qualquer composto que modifica (usualmente que reduz) a tensão superficial, quando dissolvido em água ou soluções aquosas, e que altera, de maneira análoga, a tensão interfacial de dois líquidos. O sabão é uma destas substâncias, mas o conceito é aplicado, com maior freqüência, aos derivados orgânicos, como os sais de sódio dos sulfatos ou dos sulfonatos de alquila de elevada massa molecular”.Os surfactantes do sabão e dos detergentes sintéticos efetuam na lavagem a ação de limpeza primária e de espumejamento mediante o mecanismo de redução da tensão superficial. O processo de limpeza consiste em: (1) molhagem completa da sujeira e superfície do material que está sendo lavado pela solução de sabão ou de detergente; (2) remoção da sujeira da superfície e (3) manutenção da sujeira numa solução ou suspensão estável (detergentes). Na água de lavagem, os sabões e detergentes aumentam a molhabilidade da água, de modo que ela pode penetrar mais facilmente nos tecidos e atingir a sujeira. Principia, então, a remoção do sujo. Cada molécula da solução de limpeza pode ser considerada uma comprida cadeia. Uma extremidade da cadeia é hidrófila e a outra é hidrófoba (e solúvel em gorduras). As extremidades de algumas dessas moléculas são atraídas por uma partícula de sujeira e a envolvem. Ao mesmo tempo, as extremidades hidrófilas puxam as moléculas e as partículas de sujeira, presas ao tecido, e lançam-nas na água de lavagem. Esta é uma ação que, combinada com a agitação mecânica da máquina de lavar, faz com que um sabão ou um detergente remova a sujeira, suspenda-a na água e impeça que se deposite de novo nas roupas.
Reguladores de Espuma
Um regulador de espuma – que pode ser um estabilizador ou um supressor – é usado freqüentemente como surfactante. Estes materiais não têm uma mesma natureza química e muitas vezes são específicos para certos surfactantes. Exemplos de sistemas surfactantes estabilizadores são a etanolamida láurica e um alquilbenzenossulfonato, ou o sistema álcool láurico e sulfato de alquila. Os supressores de espuma são em geral substâncias hidrófobas, e entre eles nomeiam-se os ácidos graxos de cadeia longa, os silicones e os surfactantes hidrófobos não iônicos.
Reforçadores
Os reforçadores aumentam o poder detergente e, entre eles, os fosfatos complexos, como o tripolifosfato de sódio, têm sido usados com maior amplitude. Atuam com maior versatilidade que a d simples abrandadores de água, mediante a retenção dos íons endurecedores, como o cálcio e o magnésio. Impedem também a redeposição da sujeira da água de lavagem sobre os tecidos. A formulação apropriada, com fosfatos complexos, é a chave para uma boa limpeza, e o complemento dos agentes tensoativos para tornar possível o enorme desenvolvimento dos detergentes. Os polifosfatos (por exemplo, tripolifosfato de sódio e pirofosfato de tetrassódio) têm uma ação sinérgica com o agente tensioativo e, por isso, provocam redução de custo global, realçando ao mesmo tempo a eficiência. O rápido incremento da aceitação de detergentes provém da ação de reforço dos polifosfatos. Os surfactantes, os reguladores de espuma e os reforçadores constituem os elementos básicos das formulações dos surfactantes detergentes; são necessários, entretanto, pequenos acréscimos de aditivos (3% ou menos).
Aditivos
Inibidores de corrosão, como o silicato de sódio, protegem o metal e as peças de lavar, os utensílios e os pratos da ação dos detergentes e da água. A carboximetilcelulose é usada como agente de anti-redeposição. Os inibidores de manchas executam o trabalho dos inibidores de corrosão e estendem a ação protetora a metais, como a prata germânica. Para este fim, o benzenotriazol tem sido usado com êxito. Os abrilhantadores de tecido são corantes fluorescentes que fazem os tecidosaparecerem mais brilhantes em virtude da capacidade que possuem para converter a radiação ultravioleta em luz visível.
A ação cianante (de tornar azul) melhora a brancura dos tecidos, por contrabalançar a tendência natural ao amarelecimento. Os ingredientes usados para este fim podem ir do anil, usado há muito tempo, até novos materiais corantes. Os agentes antimicrobianos são ingredientes que agora se usam em geral nos produtos domésticos; existem vários, inclusive as carbanilidas, as salicilanilidas e diversos outros catiônicos. Os alvejantes do tipo peroxigenado também podem ser empregados nos produtos de lavanderia, mas nos Estados Unidos o respectivo emprego é limitado por lei. Na Europa, os detergentes com alvejantes peroxidados são comuns, enquanto os alvejantes a hipoclorito são raros, em virtude da maior eficiência dos primeiros em temperaturas elevadas usadas nas lavanderias européias. Os perfumes tornaram-se ingredientes indispensáveis, e há ampla variedade de composições e de fragrâncias. As indústrias de sabões e de detergentes constituem os maiores consumidores de perfumes entre as indústrias dos Estados Unidos. Os corantes são usados como recurso para acentuar certas propriedades de um produto e para que este obtenha aspecto diferenciado.
Fabricação dos Detergentes
Sulfonação-Sulfatação
O alquilbenzeno (AB) é introduzido continuamente no sulfonador, com a quantidade necessária de óleum, usando o mecanismo de banho dominante para controlar o calor da conversão de sulfonação e manter a temperatura a cerca de 54oC. Na mistura sulfonada, são injetados o álcool graxo do talol e outra alíquota de óleum. O conjunto é bombeado para o sulfatador, que também opera o mecanismo do banho dominante, para que a temperatura seja mantida entre 49 e 54oC; assim é obtida uma mistura de agentes tensioativos.
Neutralização
O produto sulfonado e sulfatado é neutralizado por uma solução de NaOH em condições controladas de temperatura, para manter-se a fluidez da polpa de surfactantes. A polpa de surfactantes é dirigida para o depósito.
A polpa de surfactantes, o tripolifosfato de sódio e a maior parte dos diversos aditivos são introduzidos na máquina misturadora. Remove-se considerável quantidade de água e a pasta é espessada pela reação de hidratação do tripolifosfato:
Tripolifosfato de sódio hexaidratado
Tripolifosfato de sódioNa5P3O10 + 6H2O Na5P3O10 . 6H2O
A mistura é bombeada para um piso superior, onde é atomizada sob alta pressão, numa torre com 24 metros de altura, em contracorrente com o ar quente proveniente de uma fornalha. Assim, constituem-se os grânulos secos, com as formas e as dimensões aceitáveis e com a densidade apropriada. Os grânulos secos retornam ao piso superior, mediante transporte pneumático, que os resfria de 116oC e os estabiliza. Os grânulos são separados por um ciclone, peneirados, perfumados e embalados.
A conversão de sulfonação é extremamente rápida. É preciso manter sob controle os elevados calores de reação, onde se mostra o trocador de calor a circulação, ou o princípio do banho dominante, não só para estas conversões químicas, mas também para a neutralização. Nos dois casos, o uso de óleum diminui o sulfato de sódio no produto acabado. Entretanto, o óleum aumenta a importância do controle, para que seja impedida a supersulfonação. Em particular, a sulfonação dos alquilbenzenos é irreversível e, em menos de um minuto, se tem a conversão de 96%, quando se opera a 54oC com excesso de 1 a 4% de SO3 no óleum. É necessária uma certa concentração mínima de SO3 no óleum, antes de a reação de sulfonação principiar, que neste caso é da ordem de 78,5% em SO3 (equivalente ao ácido sulfúrico 96%). Uma vez que estas reações são muito exotérmicas e rápidas, a remoção eficiente do calor é indispensável para impedir a supersulfonação e o escurecimento. A agitação é proporcionada por uma bomba centrífuga, que injeta o óleum. A razão de recirculação (volume do material que recircula dividido pelo volume da produção) é pelo menos de 20 para 1, a fim de que se tenha um sistema favorável. Para que a sulfonação tenha tempo suficiente de atingir elevada conversão a que se visa, proporciona-se à mistura um tempo extra, fazendo-se com que circule por uma serpentina, com o que a reação de sulfonação pode completar-se.
A neutralização da suspensão ácida liberta de seis a oito vezes tanto calor quanto a reação de sulfonação. Usa-se um trocador de calor que efetua rapidamente a neutralização, pois a mistura de ácido parcialmente neutralizada é muito viscosa.
PROCEDIMENTO
Processo de produção para 500 mL de produto final 
- Colocar a água inicial no béquer de 500 mL. 
- Acrescentar soda. Homogeneizar. 
- Acrescentar ácido sulfônico. Homogeneizar. 
- Acrescentar lauril éter sulfato de sódio. Homogeneizar. 
- Ajustar o pH com ácido sulfônico/cítrico ou soda em solução até a faixa 6,5 a 7,5 (medir pH com a fita ou pHmetro). 
- Acrescentar cloreto de sódio. Homogeneizar. 
- Acrescentar isotiazolona. Homogeneizar. 
- Em um recipiente separado (proveta), mesclar a essência e o nonil. Homogeneizar e acrescentar ao béquer de 500 mL.
- Acrescentar corante. Homogeneizar. 
- Completar com água até 500 mL.
	Formula básica para produzir 500 mL em bancada do produto final
	Nome da matéria-prima 
	% da matéria-prima (massa e volume) 
	Quantidade para 500 mlde produto final 
	Água inicial 
	70,00 
	350,00 mL 
	Ácido sulfônico 90% 
	9,00 
	45,00 mL 
	Soda cáustica 50% 
	1,85 
	9,25 mL 
	Amida 60 
	2,00 
	10,00 mL 
	Lauril éter sulfato de sódio 
	1,00 
	5,00 mL 
	Cloreto de sódio (sal) 20% 
	3,00 
	15,00 mL 
	Isotiazolona 1,5% 
	0,10 
	0,50 mL 
	Essência 
	0,40 
	2,00 mL 
	Nonil fenol 9.0 (Renex 90) 
	0,20 
	1,00 mL 
	Corante 2% 
	a gosto 
EXPERIMENTO 06 – PRODUÇÃO DE SABONETE LÍQUIDO SINTÉTICO
INTRODUÇÃO
OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO SABONETE LÍQUIDO SINTÉTICO
 
Faremos aqui uma breve descrição dos principais componentes dos sabonetes líquidos sintéticos, procurando destacar suas funções na produção do sabonete. 
Tensoativos 
Os sabonetes líquidos sintéticos são compostos por produtos chamados tensoativos, os tensoativos são responsáveis pela propriedade de tirar sujeiras e dar espumosidade. Existem quatro tipos de tensoativos: 
• Aniônicos. 
• Não-iônicos. 
• Catiônicos. 
• Anfóteros. 
Tensoativos aniônicos 
Os tensoativos aniônicos são os mais utilizados na produção de sabonetes líquidos.
O linear dodecil benzeno sulfonato (LAS) é o tensoativo mais utilizado, comumente chamado de ácido sulfônico. Praticamente, todos, os detergentes são formulados a partir dele. Sua popularidade se deve tanto ao baixo custo de produção como a sua excelência como detergente, agente emulsionante, promotor de espuma e agente molhante. 
O LAS apresenta uma elevada capacidade de remoção de gorduras corporais. Podem ser utilizados em águas salobras. Além de tudo são compostos biodegradáveis. 
O lauril éter sulfato de sódio (LESS), apresenta uma baixa capacidade de remoção das gorduras de constituição da pele, sendo por isso menos agressivo no uso humano. A associação entre o LESS e o LAS, acarreta numa melhoria do poder de espessamento, diminuição da irritabilidade da pele e melhoria na capacidade de limpeza. Também são compostos biodegradáveis. 
O lauril sarcosinato de sódio é um tensoativo com boa capacidade de limpeza, suave e é excelente formador e estabilizador de espuma. 
Tensoativos não iônicos 
As alquil poliglicosídeos são bons formadores de espuma, possuem alta solubilidade em meio alcalino ou ácido, alta tolerância a eletrólitos, têm boa capacidade umectante e aumentam a viscosidade de outros tensoativos. 
Os tensoativos derivados dos álcoois graxos polietoxilados possuem excelente poder detergente e são solúveis em água, podendo ser utilizados como solubilizantes de fragrâncias. São compostos facilmente biodegradáveis. 
A dietanolamida de ácido graxo de coco em particular,é excelente doadora de viscosidade, estabilizadores de espuma, sobreengordurantes e solubilizantes de óleos e essências.
Tensoativos catiônicos 
Em meio ácido, adquirem características catiônicas mais acentuadas, podendo apresentar incompatibilidades com alguns tensoativos aniônicos. Em pH neutro ou alcalino são totalmente compatíveis com os aniônicos. Um exemplo deste tipo de tensoativo são as aminas oxidas. 
Estes tensoativos proporcionam efeitos como aumento de viscosidade, condicionamento e efeito antiestático. Os efeitos variam em função do tamanho da cadeia carbônica das aminas. São utilizados na formulação de condicionadores.
Tensoativos anfóteros 
Estes tensoativos têm uma notável compatibilidade com a pele. Proporciona aumento de viscosidade e estabilização da espuma. Um tensoativo importante nessa categoria é o coco amido propil betaína. 
Infelizmente estes tensoativos não são adequados para serem utilizados como tensoativo principal, devido ao seu alto custo e seu baixo desempenho como detergente. 
São chamados de anfóteros, pois em pH ácido adquire características catiônicas e pode reagir com alguns tensoativos aniônicos, ocasionando turvação e/ou precipitação enquanto em pH básico atua como tensoativo aniônico. 
Espessantes 
Alguns sais, como o cloreto de sódio (sal marinho), são utilizados nos sabonetes líquidos como espessante, devido a seu baixo custo. Pode-se utilizar também o sulfato de sódio e o sulfato de magnésio. 
Também podem ser utilizados espessantes a base de polímeros orgânicos, são os espessantes poliméricos, que assim como os sais proporcionam aumento de viscosidade nas formulações, no entanto, apresentam um custo muito mais elevado. 
A viscosidade do detergente é um dos principais apelos de , visto que o consumidor entende que, quanto mais viscoso for o detergente, maior é sua “concentração” e conseqüentemente maior o seu rendimento, proporcionando uma maior economia do produto, o que não é verdade. 
Sequestrantes 
Os agentes sequestrantes têm a função de eliminar os íons responsáveis pela dureza da água, principalmente os íons Cálcio (Ca+2), Magnésio (Mg+2) e Ferro (Fe+3). Entre os principais sequestrantes utilizados na formulação dos sabonetes destacam-se o EDTA, EHDP e o heptanoato de sódio. 
Conservantes 
Os conservantes são utilizados como um componente bacteriostático. Na verdade ele não elimina as bactérias, apenas inibe sua reprodução. Sendo o formaldeído o conservante mais utilizado, devido a sua efetividade e baixo custo.
Hidrótopos 
São empregados como estabilizadores de formulações de sabonetes líquidos. A utilização dos hidrótopos elimina problemas de separação de fases e diminui o ponto de turvação. Entre os hidrótopos mais usados tem-se a uréia, cumeno sulfonato de sódio, tolueno sulfonato de sódio e o xileno sulfonato de sódio. 
Controlador de pH 
São empregados para manter o pH dentro da faixa esperada, o ácido cítrico é o controlador de pH mais utilizado. Sempre que se desejar abaixar o pH acrescenta-se um pouco de solução de ácido cítrico. Caso queira aumentar o pH utiliza-se mais amida. 
PROBLEMAS COMUNS 
Entre os principais problemas encontrados no desenvolvimento de formulações de sabonetes podem-se destacar os seguintes: 
• pH alcalino. 
• Ponto de turvação elevado. 
• Precipitação. 
• Viscosidade baixa. 
• Alteração da cor original. 
• Pouca espuma. 
pH alcalino 
Ocorre sempre devido a um excesso de base, geralmente hidróxido de sódio ou amidas, no produto. Para resolver esse tipo de problema, pode-se adicionar ácido cítrico em quantidade suficiente para atingir o pH desejado, ou o próprio ácido sulfônico, sendo que neste caso o custo é maior. 
Ponto de turvação elevado 
Na grande maioria das vezes é causado por um excesso de sal, que diminui a solubilidade dos tensoativos aumentando a viscosidade. Contudo o sistema possui um limite de saturação e caso esse limite for ultrapassado surge a turvação do sabonete.
Para corrigir esse problema, deve-se aumentar a quantidade de tensoativo no sistema ou ainda, adicionar hidrótopos à formulação. 
Precipitação 
Pode ocorrer pelo ponto de turvação elevado ou ainda, devido à presença de íons metálicos (Fe+3, Ca+2, Mg+2) na água utilizada no preparo das formulações, que poderão precipitar seus sais, caso o produto de solubilidade dos mesmos seja ultrapassado. Ou ainda devido a incompatibilidades com os tensoativos utilizados na formulação. 
A utilização de água deionizada e sequestrantes podem evitar esse tipo de problema. 
Viscosidade baixa 
Para aumentar a viscosidade, pode-se aumentar a concentração de tensoativos ou utilizar misturas de diferentes tensoativos que poderão contribuir para o aumento de viscosidade do meio. Por exemplo, o sistema: LASNa, LESS e amida de coco. 
Mudança na cor 
Está relacionado com a qualidade do corante e com íons oxidantes, como o Fe+3, presentes na água utilizada na formulação, que oxida o corante e altera a cor do produto. Esse problema pode ser resolvido trabalhando com corantes de qualidade cosmética, com a utilização de água deionizada na formulação ou com a utili-zação de sequestrantes.
Pouca espuma 
Numa formulação de detergente, pode-se dizer que a formação de espuma é diretamente proporcional à quantidade de tensoativos na formulação. 
Então para resolver tal problema, é necessário apenas aumentar a concentração de tensoativos (LASNa, LESS) e de estabilizadores de espuma (amida de coco).
MATERIAIS E REAGENTES
- Balança analítica;
- Bastão de vidro;
- pHmetro;
- 1 béquer 600 mL;
- 2 béquers de 300 mL;
- 200 g de água.;
- 50 g de lauril éter sulfato de sódio (lauril líquido);
- 4 g de dietanolamida (amida 90 %);
- 2,5 g de glicerina;
- Corante verde claro;
- 5 g de extrato glicólico de erva-doce;
- Essência de erva-doce;
- 10 g de anfótero betaínico; 
- 0,625 g de EDTA;
- 1,875 g de uréia;
- Solução de Cloreto de Sódio (25g + 100 mL de água);
- Solução de ácido cítrico (50g em 200 mL de água);
- Álcool (para borrifar).
PROCEDIMENTO
1. Pesar separadamente os ingredientes. 
2. Em um béquer de 600 mL, adicionar a água, em seguida lentamente o lauril, a amida, a glicerina, o corante, o extrato glicólico e a essência, agitando moderadamente até a completa homogeneização da solução. Evitar a formação de muita espuma borrifando álcool. Tanto o corante quanto a essência devem ser colocadas aos poucos e na quantidade que mais lhe agradar. 
3. Adicionar o anfótero betaínico e misturar para homogeneizar. 
4. Testar o pH da solução. 
5. Se estiver básica adicionar a solução de ácido cítrico em pequenas quantidades controlando o pH com o papel indicador. O pH deve ficar entre 6,0 e 7,0. 
6. Diluir a uréia e o EDTA e em seguida adicionar ao sabonete agitando bem para homogeneizar. 
7. Dividir a quantidade de sabonete ao meio em dois vasilhames. 
8. Ir acrescentando o sal em uma das metades, lentamente, até desandar. 
9. Misturar essa metade com a outra e agitar. 
10. Repetir os passos 6 e 7 até estar na viscosidade desejada. 
Colocando menos água obtêm um produto mais concentrado que pode ser guardado sem corante e essência para ser utilizado como base para sabonete líquido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fabricando sabonetes líquidos / Ricardo Mercadante, Ivanete Daga Cielo, Fabiana Severo da Silva, Katia Fabiane Rodrigues, Ana Caroline Franz, Patrícia Hahn e Sandra Regina Kchesinski Bueno. Projeto GERART, Vol 3, 2009
Trabalhando a Química dos Sabões e Detergentes. Odone Gino Zago Neto José Claudio Del Pino. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Química
Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. v.1.:Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 245-246. 
Indústrias de processos químicos. SHREVE, R. N.; BRINK, J. A. Trad. de Horacio Macedo. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois. 717 p.
P. C. Coelho Abrantes, Imagens de natura, imagens de ciência, Campinas, SP: Papirus,1998, 247p.
A. Chalmers, A fabricação da ciência. São Paulo; Editora da Universidade Estadual Paulista, 1994, 185p.
André Giordan & Gérard Vecchi, Les origines du savoir des conceptions des apprenants aux concepts scientifiques. Paris; Delachaux et Niestlé, 1994, 212p.
Laboratório Deten.
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA. A.O.C.S., 1990. [A.O.C.S. Official method Cd 3-25].
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1.: Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 245-246.

Continue navegando