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9-A_CASA_DOS_LOUCOS

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A CASA DOS LOUCOS
M. Foucault
Hieronymus Bosch
“A nau dos loucos”
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Na Idade Média, a loucura era uma racionalidade diferente. Com a renascença, ocorre uma diminuição no sentido mágico da loucura.
No período do grande internamento prende-se todos os tipos de vagabundos, pobres, ladrões e desviantes, havendo também um sentido econômico na internação, uma vez que havia uma multidão de mendigos nas cidades.
A pessoa era forçada a ser internada, recebendo uma alimentação, ainda que em condições de vida péssimas. Era ao mesmo tempo, uma caridade, mas uma caridade compulsória da internação. Aqueles que não queriam ser internados eram os pobres maus. Enquanto os que aceitavam a internação eram os bons.
No século XVII a internação assume uma amplitude nunca conhecida na Idade Média: ela passa a ser percebida como ligada a pobreza, à incapacidade para o trabalho, à impossibilidade de integrar-se ao grupo, dado aos valores éticos ligados ao trabalho que estavam crescendo em importância.
O que Foucault vai dizer é que a prática do internamento, iniciado na era clássica, não está relacionada com um exigência médica, mas antes uma exclusão social, fruto do silenciamento.
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Prática de exclusão, como na Idade Média. Lançados ao esquecimento, assumindo de certa forma as propriedades excludentes deixadas pela lepra.
A psiquiatria retoma as práticas disciplinares num processo convenientemente de domesticação.
O louco não é mais confundido com os bandidos, assassinos e etc. Ele é fraco de saúde, desprovido de sanidade mental e deve possuir um lugar especial que não é mais o internamento. Procura-se então, a Psiquiatria, um novo internamento para o louco, tratando uma doença, num hospital, “A casa dos loucos”.
O internamento psiquiátrico tornou-se o grande laboratório experimental da loucura.
O médico é aquele que sabe falar na língua dos doentes. Seu conhecimento e seu saber lhe permitem emitir verdades e manifestar sua vontade sobre o corpo do doente. 
A instituição permite estabelecer critérios para a busca desta verdade. Voltamos então à sutileza efetiva do poder, exercida e obtida pelo olhar, a visibilidade e a observação do médico. 
Percebemos bem esta força do discurso médico. No hospício não há uma reprovação da loucura dos loucos, mas um julgamento.
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Para Foucault, as instituições que nos governam ou que nos assistem, dedicadas à saúde pública (hospitais, manicômios ou asilos) são "espaços de opressão" controlados por equipes dirigentes.
Para ele, o objetivo maior dessas instituições não é a defesa da sociedade, mas criar mecanismos que permitam exercícios do poder, o poder de humilhar, reduzir e oprimir o próximo que é obrigado a ficar confinado ou constrangido numa das suas edificações.

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