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Catálise e catalisadores Catálise é definida como um conjunto dos processos ou fatores que ajudam a aumentar a velocidade das reações químicas, modificando os caminhos reacionais. Isto sem usar radiações ou alterações nos parâmetros reacionais clássicos de temperatura, pressão ou concentração (FARJADO). Assim catálise é a mudança de velocidade da reação química devido à adição de um catalisador. Este proporciona um novo percurso da reação sendo energeticamente mais favorável que a reação não catalisada. Isso se traduz geralmente numa diminuição da energia de ativação, com o consequente aumento da velocidade reacional. Existem duas formas de catálise, homogênea ou heterogênea (CIOLA). Homogênea: Quando os catalisadores e os reagentes estão em uma única fase, gasosa ou líquida, diz-se que a catálise é homogênea. Existem alguns fatores negativos correlacionados diretamente com este tipo de catálise, como: • Problemas ambientais com formação de rejeitos; • Separação dos produtos obtidos; • Problemas com corrosão. Heterogênea: Quando o catalisador constitui uma fase separada dos reagentes e produtos, diz-se catálise heterogênea. A catálise heterogênea possui algumas vantagens tanto econômicas quanto ambientais quando comparada com à catálise homogênea, como (CIOLA): • Minimização dos custos relacionados aos processos de separação e purificação; • Reutilização do catalisador; • Poucos problemas com rejeitos; • Alta estabilidade térmica; • Fácil manuseio; • Maior seletividade perante vários tipos de reações. Catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade de uma reação química sem ser consumido por ela. Os catalisadores podem acelerar a velocidade na qual uma reação atinge o equilíbrio, mas ele não afeta a composição do equilíbrio. Classificação dos catalisadores Os catalisadores heterogêneos com superfície definida, ou seja, sólidos nos quais a natureza e o valor da área superficial constituem a propriedade fundamental que caracteriza sua atividade podem ser classificados como: catalisadores mássicos e catalisadores suportados. Do ponto de vista da função química que representam, os catalisadores podem ser classificados como ácidos ou básicos. Suportado: Nos catalisadores suportados a natureza da superfície das partículas contendo a fase ativa é quimicamente diferente do interior, que pode ser chamado de suporte, mas que sozinho não pode realizar a transformação química desejada. Pode-se também classificar o catalisador quanto ao tipo de suporte tendo-se então suportes inativos e ativos. Os ativos são aqueles que, de alguma forma, interferem juntamente com o catalisador no processo de catálise, aumentando ou diminuindo a velocidade de reação, e os inativos não interferem de nenhuma forma na velocidade de reação. Mássico: Os catalisadores mássicos são, geralmente, um aglomerado de grãos da fase ativa pura ou quase pura, em que as composições da superfície e do interior das partículas são pouco diferentes, ou seja, têm natureza química semelhante como, por exemplo, óxidos de metais de transição, óxidos mistos, entre outros (CIOLA). Ácidos: Os catalisadores ácidos possuem sítios ácidos de Brönsted (sítios estes doadores de prótons) e/ou sítios ácidos de Lewis (sítios estes receptores de par de elétrons), sendo a força e números desses sítios, assim como, área superficial e diâmetro de poros determinantes da acidez. Reações realizadas com auxilio destes catalisadores envolvem a formação de carbocátion, formados no contato do substrato com os sítios ácidos (CIOLA). Básicos: Os catalisadores básicos são assim classificados por possuírem sítios básicos de Brönsted (sítios receptores de prótons) e/ou sítios básicos de Lewis (sítios doadores de par de elétrons). Os catalisadores básicos têm uma crescente aplicabilidade nos processos catalíticos industriais, por apresentarem maiores atividades e seletividades, diminuindo assim os problemas correlacionados a rejeitos (CIOLA). Análise para catalisadores heterogêneos Espectroscopia de Infravermelhos com Transformadas de Fourier (FTIR) A espectroscopia de infravermelhos é uma técnica versátil e facilmente aplicável para se obter informação sobre a estrutura dos catalisadores com áreas específicas elevadas. É também fundamental no estudo da natureza das espécies adsorvidas sobre esses catalisadores. Microscopia Electrónica de Varrimento (SEM) A microscopia electrónica de varrimento permite a observação e caracterização de materiais heterogéneos orgânicos e inorgânicos numa escala nanométrica (nm) ou micrométrica (μm). Esta ferramenta possui a capacidade de obter imagens tridimensionais, tais como imagens de superfícies de um número de materiais. No SEM são também emitidos, como resultado do bombardeamento por elétrons, raios-X característicos. A análise da radiação X característica emitida das amostras pode conter informação qualitativa e quantitativa, permitindo obter a composição química da amostra em causa. Esta análise pode ser realizada em toda a zona visível da amostra ou localizada num diâmetro mínimo de aproximadamente 1 μm. Espectroscopia Fotoeletrônica de Raios-X (XPS) A espectroscopia de fotoelétrons induzidos pelos raios X baseia-se no efeito fotoelétrico que corresponde à emissão de elétrons por um sólido quando sob o efeito de uma radiação eletromagnética (THOMAS). Consegue-se com esta técnica obter as energias de ligação dos elétrons de valência e internos da parte mais superficial da amostra, bem como a sua composição superficial. O conhecimento da composição da superfície é fundamental, dado o carácter superficial dos fenómenos catalíticos heterogéneos. Termogravimetria A termogravimetria (TG) é uma das técnicas de análise térmica, em que se usa normalmente uma termobalança, onde é efetuado o registo contínuo da variação de peso de uma substância em função da variação da temperatura. Este método está geralmente associado à análise térmica, em que se registam os efeitos térmicos durante o aquecimento de um composto, e que podem ser resultantes da libertação de componentes voláteis, da fusão ou até mesmo de mudança de fase (FIGUEIREDO). Referências CIOLA, R. Fundamentos da Catálise. São Paulo: Moderna, 1981. FARJADO, Humberto Vieira. Síntese seletiva da metil vinil cetona usando catalisadores nanoparticulados de SnO2 e MgO. 2005. 123 p. Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. J.L. Figueiredo, F.Ramôa Ribeiro, Catálise Heterogénea, Fundação Calouste Gulbenkian, 1989. J.M. Thomas e W.J.Thomas, Journal of Chemical Technology & Biotechnology, 73 (1997) 444.
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