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Alcalóides • Alguns compostos presentes nas folhas e flores das plantas que lhes conferem um gosto bastante amargo são chamados de alcalóides, que significa “semelhante aos álcalis”, pois eles são alcalinos, isto é, básicos. • Os alcaloides são compostos derivados das aminas (compostos obtidos pela substituição de um ou mais hidrogênios da amônia – NH3). Mais especificadamente, os alcaloides são aminas de cadeia fechada que possuem o nitrogênio entre carbonos do ciclo. Substância orgânica cíclica, de caráter básico e origem natural (quase exclusivamente vegetal), que apresenta atividade biológica, contendo em sua fórmula basicamente de nitrogênio (N), oxigênio (O), hidrogênio (H) e carbono (C)”. • Os alcalóides são de origem vegetal (angiospermas), mas podem também ser sintetizados em laboratório. • Nas plantas, os alcaloides servem para afastar insetos e animais, mas, na nossa sociedade, a principal aplicação dos alcaloides é em medicamentos. • Por exemplo, a planta Catharanthus roseus (Apocynaceae) possui mais de 90 alcaloides em sua composição. Entre eles está a vincristina, que é usada no tratamento da leucemia linfoblástica aguda infantil em diferentes esquemas de tratamento quimioterápicos. Outro alcaloide importante para a indústria farmacêutica que essa planta possui é a vimblastina, usada amplamente no tratamento de diferentes linfomas. • Um dos alcaloides mais antigos empregados pelo homem é a morfina, extraída da flor da papoula (Papaver somniferum). Essa planta originou o ópio que já era prescrito para pacientes desde meados de 400 a. C. A morfina é utilizada para aliviar dores intensas, como as dores que pacientes em estado terminal de câncer sentem. • Os alcaloides são compostos que causam dependência física e psíquica, ou seja, leva a pessoa ao vício e, devido a isso, medicamentos que os contêm só devem ser utilizados sob orientação médica. Estes compostos apresentam tanto atividade terapêutica quanto tóxica. Os alcalóides já estiveram envolvidos em epidemias de envenenamento acidental em massa, como nas milhares de mortes causadas pela ingestão de pão de centeio contaminado com o fungo Claviceps purpurea, ocorridas na Europa, durante a Idade Média. Estas substâncias também já fora utilizadas com o propósito de matar, como por exemplo, na execução do filósofo Sócrates (“Só sei que nada sei” 470 – 390 a.C.), envenenado com o chá de cicuta, contendo o alcalóide coniina. • Nicotina: É extraída das folhas do tabaco, que são mascadas e também são usadas para produzir o fumo presente nos cigarros; • Cafeína: Está presente no chá preto, no café e em várias outras bebidas. Ela age como estimulante do sistema nervoso central; • Cocaína: É extraída das folhas da coca cultivadas principalmente na Colômbia, Peru e Bolívia. Essas folhas são mastigadas para combater o cansaço, já foi usada como medicamento e até na composição de algumas bebidas. Mas, atualmente, ela é usada como uma droga catastrófica; • Ephedrina: É extraída da Ephedra sinica e é usada como broncodilatador e descongestionante; • Atropina: É extraída da Atropa belladonna e é usada como antiespasmódico; • Coniina: Componente da cicuta, que é uma planta venenosa A tabela abaixo apresenta a cronologia da descoberta de alguns alcalóides: São conhecidos mais de 5000 alcalóides com atividade biológica, representando cerca de 20% das substâncias naturais descritas e estudadas quanto a suas propriedades terapêuticas. A tabela abaixo apresenta alguns alcalóides de interesse terapêutico que são obtidos exclusivamente a partir de suas fontes naturais: Por convenção, os alcalóides recebem o sufixo “ina” em seus nomes e o prefixo (geralmente) é escolhido de acordo com a família, gênero, espécie, função, nome popular ou outras peculiaridades do vegetal em que são encontrados, como nos exempolos: Atropina (gênero “Atropa” + sufixo “ina”) Cocaína (espécie “E. coca” + sufixo “ina”) Vincristina (nome vulgar “Vinca” + sufixo “ina”) Nicotina (gênero “Nicotiana” + sufixo “ina”) Isto não significa que toda e qualquer substância com denominação terninada em “ina” seja um alcalóide. Por exemplo, difenidramina é um anti-histamínico H1, que não pertence à classe dos alcalóides, bem como heparina, um anticoagulante. Nos vegetais, os alcalóides desempenham as seguintes funções: • Fonte de reserva de nitrogênio • Reguladores do crescimento (hormônios) • Auxiliar na manutenção do equilíbrio ácido/base (caráter alcalino) • Proteção contra raios UV – compostos aromáticos dissipam ou absorvem radiação UV • Defesa contra microorganismos e predadores.
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