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Alcaloides - farmacognosia

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DESCRIÇÃO
Biossíntese, distribuição e papel fisiológico, estrutura, propriedades físico-químicas e métodos
de extração de alcaloides, drogas vegetais clássicas com alcaloides.
PROPÓSITO
Compreender a Farmacognosia – um dos braços mais antigos da Farmácia – e o
funcionamento das plantas medicinais como medicamentos fitoterápicos e preparações
caseiras com droga vegetal, bem como sua constituição química, permite usar essas plantas
para melhorar a qualidade de vida do paciente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir a biossíntese, a distribuição e os principais métodos de extração e identificação dos
alcaloides
MÓDULO 2
Descrever os alcaloides da via do Acetil-CoA
MÓDULO 3
Descrever os alcaloides da via do chiquimato
MÓDULO 4
Descrever os alcaloides de precursores não aminoácidos
INTRODUÇÃO
O termo alcaloide foi proposto pela primeira vez em 1819 pelo químico alemão Carl F. W.
Meissner (1792-1853) e deriva do nome arábico al-qali.
Alcaloides são substâncias de baixo peso molecular e representam aproximadamente 20% dos
metabólitos secundários em plantas. Até o momento, cerca de 12.000 alcaloides foram
isolados de diversos gêneros vegetais no reino vegetal. São constituídos por carbono,
hidrogênio e nitrogênio, contendo, em geral, um anel heterocíclico. Sua biossíntese
normalmente ocorre a partir de aminoácidos, mas também há alcaloides derivados de terpenos
e esteróis.
Vamos aprender aqui sobre os alcaloides, abordando sua biossíntese vegetal, suas atividades
farmacológicas, características estruturais e propriedades físico-químicas. Além disso, vamos
conhecer os métodos de extração mais utilizados para esses compostos e as principais drogas
vegetais que contêm tais substâncias.
MÓDULO 1
 Definir a biossíntese, a distribuição e os principais métodos de extração e
identificação dos alcaloides
ASPECTOS GERAIS, ESTRUTURA E
DISTRIBUIÇÃO
Os alcaloides estão amplamente distribuídos no reino vegetal. São substâncias contendo pelo
menos um átomo de nitrogênio em sua estrutura, principalmente na forma de aminas primárias,
secundárias e terciárias, o que geralmente confere a eles uma característica básica.
O grau de basicidade dos alcaloides varia muito, pois depende das ligações e da posição do
nitrogênio na molécula, e da presença e da localização de outros grupos funcionais.
 Rauwolfia serpentina . Família: Apocynaceae. Um pequeno arbusto encontrado nas
florestas de Western Ghats na Índia. Agora bastante raro, este arbusto tem propriedades
medicinais e produz o alcaloide Reserpina.
CLASSIFICAÇÃO
Os alcaloides se classificam de duas maneiras:
Origem biossintética
A classificação por meio de sua biossíntese se divide em: alcaloides verdadeiros,
protoalcaloides e pseudoalcaloides. Alcaloides verdadeiros são aqueles que possuem o
nitrogênio como parte do anel heterocíclico, e protoalcaloides são aqueles que possuem o
nitrogênio na cadeira lateral. Ambos são produzidos a partir de aminoácidos. Já os
pseudoalcaloides são aqueles que não são derivados dos aminoácidos.

Tipo de precursor
A classificação pelo tipo de precursor é baseada no aminoácido (ou outra substância) que
origina a biossíntese, fornecendo parte do esqueleto e o nitrogênio do alcaloide. Os
aminoácidos precursores dos alcaloides são: L-aspártico, L-histidina, L-lisina, L-ornitina, L-
tirosina, L-triptofano, ácido antranílico e ácido nicotínico.
CARACTERÍSTICAS
Além dos aminoácidos, os alcaloides também recebem parte de sua estrutura por meio de
moléculas oriundas das vias do acetato e do chiquimato e das bases púricas, por exemplo.
 SAIBA MAIS
São normalmente sólidos em temperatura ambiente e ocorrem, principalmente, em plantas
superiores pertencentes às famílias Amaryllidaceae, Papaveraceae, Rubiaceae,
Ranunculaceae, Solanaceae etc.
Os alcaloides podem ser encontrados em diversos seres vivos. As plantas são sua principal
fonte. Algumas famílias são particularmente ricas em alcaloides.
Normalmente, determinada espécie de planta contém apenas alguns tipos de alcaloides
característicos daquela espécie ou daquele gênero. A Papaver somniferum e o fungo Ergot,
por exemplo, contêm cerca de 30 tipos diferentes de alcaloides cada um. Acredita-se que todas
as plantas da família Papaveraceae contêm os mesmos alcaloides da Papaver somniferum.
Alcaloides regulam o crescimento do vegetal e têm função protetora frente a predadores.
 
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO E DETECÇÃO
Os alcaloides são encontrados nos tecidos vegetais na forma de sais de ácidos
orgânicos (Tartárico, ácidos acéticos, oxálicos etc.) , ésteres ou combinados com taninos ou
açúcares, e são isolados na forma de compostos cristalinos, amorfos, sem odor e não
abundantes.
Alcaloides de baixo peso molecular, como pilocarpina, e aqueles sem átomo de oxigênio em
sua estrutura, como a nicotina, ocorrem na forma líquida em temperatura ambiente. A maioria é
caracterizada pelo gosto amargo e por ser incolor, mas alguns são coloridos, como a
colchicina (Amarelo-laranja) e betaína (Vermelho) .
Muitos alcaloides são opticamente ativos, e seus esteroisômeros puros são
farmacologicamente mais ativos do que suas misturas racêmicas.
 
Foto: Shutterstock.com
 
Foto: Shutterstock.com
Alcaloides na forma de bases livres são solúveis em solventes orgânicos apolares (clorofórmio,
cloreto de metileno e éter) e possuem, em geral, baixa solubilidade em água. Em contrapartida,
seus sais são solúveis em água ou ácidos diluídos e são insolúveis ou pouco solúveis em
solventes orgânicos.
 
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO
O processo de extração dos alcaloides se baseia em suas propriedades físico-químicas, e
dois métodos gerais podem ser aplicados: um utilizando solventes em meio alcalino e outro
em meio ácido.
 RECOMENDAÇÃO
É recomendado que, antes da extração dos alcaloides em si, seja feita uma extração com
solventes apolares, como n-hexano ou éter de petróleo, para remoção das substâncias
lipofílicas, que podem formar emulsões durante o processo extrativo dos alcaloides.
Os dois métodos de extração estão esquematizados nas figuras 1 e 2:
 
Imagem: Alcaloides: generalidades e aspectos básicos, Amélia T. Henriques, Renata P.
Limberger, Vitor A. Kerber e Paulo R. H. Moreno em Farmacognosia: da planta ao
medicamento, Cláudia Maria Oliveira Simões, 2004, p. 782, adaptada por Kassia Cristina
Waldhelm Spindola.
 Figura 1. Esquema para extração de alcaloides em meio básico.
 
Imagem: Alcaloides: generalidades e aspectos básicos, Amélia T. Henriques, Renata P.
Limberger, Vitor A. Kerber e Paulo R. H. Moreno em Farmacognosia: da planta ao
medicamento, Cláudia Maria Oliveira Simões, 2004, p. 783, adaptada por Kassia Cristina
Waldhelm Spindola.
 Figura 2. Esquema para extração de alcaloides em meio ácido.
MÉTODOS DE DETECÇÃO
Devido à presença do nitrogênio em sua estrutura, os alcaloides se complexam na forma de
sais com metais (como mercúrio, ouro e platina) e precipitam. Por causa disso, muitos
reagentes contendo metais são usados para a detecção de alcaloides por precipitação.
Os testes de detecção utilizam soluções neutras ou levemente ácidas e reagentes específicos.
Esses reagentes estão listados no quadro a seguir:
Nome do teste
Composição do
reagente
Resultado positivo
Reagente de
Mayer
Solução de iodeto de
potássio e cloreto de
mercúrio
Precipitado branco
Reagente de
Dragendorff
Solução de iodeto de
potássio e subnitrato de
bismuto
Precipitado laranja ou laranja
avermelhado
Reagente de
Wagner ou
Bouchardat
Solução de iodo e iodeto
de potássio
Precipitado marrom
Reagente de
Hager
Solução saturada de
ácido pícrico
Precipitado amarelo
Reagente de
Bertrand
Solução de ácido
silicotungstico
Precipitado branco
Reagente de
Urk
Solução de p-
dimetilaminobenzaldeído
em ácido sulfúrico
Positivo para alcaloides indólicos
(coloração azul)
Sulfato Cérico
Solução de sulfato cérico
amoniacal
Positivo para: indólicos (amarelos),
deidroindólicos (vermelho) e
acrilatos(azuis)
Reagente de
Vitali-Morin
HNO3 fumegante +
solução etanólica de
KOH
Positivo para alcaloides tropânicos
(rosa a violeta)
Reagente para
presença de
hidroxilas
Solução de Cloreto
férrico ou sais de
arildiazônio
Positivo para alcaloides com
hidroxilas fenólicas
Teste de Scott
2% tiocianato de cobalto
(Co(SCN)2) em glicerina
ou água
Positivo como teste presuntivo para
cocaína (coloração azul)
Ácido tânico Solução de ácido tânico Precipitado branco leitoso
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro. Principais testes de detecção de alcaloides. 
Elaborado por: Henriques et al ., 2004 apud Simões, 2004.
Muitos desses precipitados também ocorrem na presença de proteínas ou substâncias
fenólicas. Por isso, um resultado negativo com esses reagentes indica a ausência de
alcaloides, enquanto um positivo pode ser considerado apenas a provável presença de
alcaloides, necessitando de mais análises para confirmação.
 
BIOSSÍNTESE DOS ALCALOIDES
Os alcaloides possuem uma imensa variabilidade estrutural, porque não há apenas uma via de
biossíntese que dá origem a eles. De modo geral, eles são compostos principalmente a partir
de precursores formados na via do acetato e na via do chiquimato, mas também existem
diversos tipos de alcaloides criados por precursores provenientes de outras vias do
metabolismo secundário das plantas. Vamos conhecê-los.
 
VIA DO ACETATO OU DO ACETIL-COA
A via do acetato, também chamada de via do Acetil-CoA, produz os aminoácidos L-ornitina e L-
lisina e o ácido nicotínico.
A L-ornitina é composta por 2-oxoglutarato – um dos intermediários do Ciclo de Krebs – e
origina, baseado no cátion N-metil-Δ1-pirrolínio, os alcaloides tropânicos e pirrolizidínicos e, por
meio da espermidina, os alcaloides pirrolidínicos.
O L-aspartato tem como base o oxaloacetato – outro intermediário do ciclo de Krebs –, e, a
partir dele, temos a L-lisina e o ácido nicotínico. A L-lisina cria os alcaloides piperidínicos e os
quinolizidínicos devido à formação da cadaverina, e os alcaloides indolizidínicos por conta do
ácido pipecólico. O ácido nicotínico compõe alcaloides piridínicos.
Um esquema da biossíntese dos alcaloides pela via do acetato é descrito na figura 3:
 Figura 3. Biossíntese das classes de alcaloides provenientes da via do acetato.
VIA DO CHIQUIMATO
A via do chiquimato produz alcaloides por meio da formação do ácido antranílico e dos
aminoácidos L-tirosina, L-fenilalanina e L-triptofano.
 SAIBA MAIS
O ácido chiquímico compõe o ácido corísmico, e este forma dois importantes intermediários:
ácido antranílico, por reação enzimática, e ácido prefênico, mediante um rearranjo de Claisen.
A figura 4 apresenta esse processo:
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 4. Formação dos ácidos antranílico e prefênico a partir do ácido chiquímico.
É a partir do ácido antranílico que os alcaloides quinolínicos, quinazolínicos e acridínicos são
formados, conforme mostra a figura 5:
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 5. Alcaloides derivados do ácido antranílico.
O ácido antranílico também compõe, depois de reações sequenciais, o Indol-3-glicerol-fosfato.
Esse, após saída do 3-fosfogliceraldeído, forma o Indol, e, em seguida, o L-triptofano, por meio
de reação enzimática e adição de uma serina.
O L-triptofano dá origem a diversos alcaloides. Os alcaloides do tipo indólicos simples, as β-
carbolinas, os pirroloindólicos e indolterpenoides são formados por meio da composição tendo
a triptamina como intermediário. A adição de 5 carbonos, a partir do DMAPP, à estrutura do L-
triptofano dá origem à biossíntese dos alcaloides do Ergot, conforme mostra a figura 6:
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 6. Alcaloides do Ergot formados a partir do L-triptofano.
O núcleo indólico de alguns intermediários pode sofrer um rearranjo e formar os alcaloides
quinolínicos, assim como as β-carbolinas, que, originalmente, apresentam um sistema de anel
6-5-6 carbonos, que vira um sistema de 6-6 carbonos por meio da expansão do anel
heterociclo, compondo os alcaloides do tipo pirroloquinolínicos, conforme pode ser visto na
figura 7:
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 7. Alcaloides derivados do L-triptofano.
O ácido prefênico cria os aminoácidos L-fenilalanina e L-tirosina. Enquanto a L-fenilalanina dá
origem apenas aos alcaloides do tipo das feniletilaminas, a L-tirosina forma uma grande
variedade de classes de alcaloides.
A formação da dopamina com base na L-tirosina permite a síntese dos alcaloides do tipo das
feniletilaminas e dos tetraidroisoquinolínicos com a entrada de 2 ou 3 carbonos na estrutura. A
dopamina também é o intermediário para a composição dos alcaloides
benziltetraidroisoquinolínicos, a partir da adição de C6-C2 carbonos, que podem sofrer
acoplamento radicalar e formar os alcaloides bisbenziltetraisoquinolínicos.
O rearranjo em sua estrutura cria os alcaloides benziltetrahidroisoquinolínicos modificados. A
formação do intermediário (S) -reticulina é o caminho da biossíntese desses alcaloides.
ADIÇÃO DE C6-C2 CARBONOS
Adição de uma estrutura de 6 carbonos, como um ciclohexano, substituído com mais 2
carbonos. Ou seja, no total há adição de 8 carbonos.
javascript:void(0)
ALCALOIDES APORFÍNICOS
Os alcaloides aporfínicos são uma das classes formadas, a partir de, principalmente, reações
de acoplamento oxidativo.
ALCALOIDES MORFINANOS
A (R )-reticulina, baseada na (S )-reticulina, é o precursor dos alcaloides morfinanos.
ALCALOIDES DO TIPO PROTOBERBERINAS
Os alcaloides do tipo protoberberinas são criados por meio da reticulina em um processo de
ciclização oxidativa.
ALCALOIDES FENETILISOQUINOLINAS
Os alcaloides fenetilisoquinolinas têm origem na ligação entre a dopamina e um derivado da L-
fenilalanina e compõem diversos outros alcaloides.
ALCALOIDES DA FAMÍLIA AMARYLLIDACEAE
Por fim, os alcaloides da família Amaryllidaceae são formados pela união de um derivado da L-
fenilalanina e um da L-tirosina.
A figura 8 apresenta os processos que levam aos alcaloides derivados do ácido prefênico:
 Figura 8. Alcaloides derivados do ácido prefênico.
ALCALOIDES DE PRECURSORES NÃO AMINOÁCIDOS
Podemos destacar, também, os alcaloides compostos pela histidina (Imidazólicos ) , os
alcaloides que não são formados com base em aminoácidos (Alguns piperidínicos, terpenoides
e esteroidais ) e os alcaloides purínicos.
 VOCÊ SABIA
A biossíntese da L-histidina em plantas foi desconhecida por muitos anos, mas, com o aumento
dos estudos genéticos, foi possível sugerir uma via de biossíntese, que se inicia a partir da
Ribose-5-fosfato da glicólise.
A L-histidina dá origem aos alcaloides imidazólicos, conforme mostra a figura 9:
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 9. Biossíntese da classe de alcaloides proveniente da L-histidina.
Muitos alcaloides não são formados a partir de aminoácidos, e sim por meio de esqueletos
carbônicos que sofrem reações de transaminação.
Os alcaloides piperidínicos são compostos por meio de reações entre o Acetil-CoA e o
Malonil-CoA. Já os alcaloides terpenoides pela transaminação de esqueletos mono-, sesqui-,
di-, e esteroidais.
Os alcaloides terpenoides podem ter uma grande variedade estrutural, assim como ocorre
com os terpenos em geral, mas alguns esqueletos de alcaloides terpenoides são bem
conhecidos, como mostra a figura 10:
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 10. Biossíntese da classe de alcaloides proveniente de reações de transaminação.
Os alcaloides púricos são aqueles derivados da xantina, que possuem sua origem
biossintética nas bases púricas. Por isso, sua estrutura é formada por “pedaços” de outras
estruturas, como ilustra a figura 11:
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 11. Biossíntese da classe de alcaloides púricos.
Agora que definimos a biossíntese, a distribuição e os principais métodosde extração e
detecção dos alcaloides, vamos descrever cada um deles nos próximos módulos.
O especialista Marco Rocha fala sobre importância dos alcaloides, suas vias de biossíntese,
características químicas e métodos de extração.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ALCALOIDES SÃO CARACTERIZADOS COMO SUBSTÂNCIAS QUE
POSSUEM UM NITROGÊNIO EM SUA ESTRUTURA. DENTRE OS
AMINOÁCIDOS LISTADOS A SEGUIR, QUAL NÃO ESTÁ ENVOLVIDO NA
SÍNTESE DE ALCALOIDES?
A) L-fenilalanina
B) L-triptofano
C) L-lisina
D) L-prolina
E) L-histidina
2. POR CAUSA DE SUA POLARIDADE, OS ALCALOIDES POSSUEM UM
MÉTODO BEM CARACTERÍSTICO DE EXTRAÇÃO COM:
A) Solvente a quente
B) Água pura
C) Éter de petróleo
D) n-butanol
E) pH básico ou pH ácido
GABARITO
1. Alcaloides são caracterizados como substâncias que possuem um nitrogênio em sua
estrutura. Dentre os aminoácidos listados a seguir, qual não está envolvido na síntese
de alcaloides?
A alternativa "D " está correta.
 
Os aminoácidos envolvidos na síntese dos alcaloides são: L-ornitina, L-lisina, L-tirosina, L-
fenilalanina, L-triptofano e L-histidina.
2. Por causa de sua polaridade, os alcaloides possuem um método bem característico de
extração com:
A alternativa "E " está correta.
 
Dois métodos gerais podem ser aplicados: um utilizando solventes em meio alcalino e outro em
meio ácido.
MÓDULO 2
 Descrever os alcaloides da via do Acetil-CoA
CARACTERÍSTICAS GERAIS E ORIGEM
BIOSSINTÉTICA DOS ALCALOIDES DA VIA
DO ACETIL-COA
Os alcaloides provenientes da via do Acetil-CoA são aqueles formados a partir dos
aminoácidos L-ornitina e L-lisina e pelo ácido nicotínico. A L-ornitina é precursora dos
alcaloides tropânicos, pirrolizidínicos e pirrolidínicos. A L-lisina é precursora dos alcaloides
piperidínicos, quinolizidínicos e indolizidínicos. O ácido nicotínico dá origem aos alcaloides
piridínicos.
Vamos conhecer, a seguir, algumas dessas classes.
ALCALOIDES PIRROLIDÍNICOS E
TROPÂNICOS
Os alcaloides tropânicos são derivados da L-ornitina e Acetil-CoA e apresentam em comum
uma estrutura bicíclica (Chamada de anel tropano.) , composta pelos anéis pirrolidina e
piperidina, que possuem orientações α e β, existindo na forma de 2 isômeros geométricos
(figura 12) e podem ser encontrados como ésteres de álcoois tropânicos e ácidos orgânicos
diversos.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 12. Isômeros geométricos do anel tropano.
 COMENTÁRIO
Estão presentes em diversos gêneros da família Solanacea e em menor número nas famílias
Erythroxylaceae, Convolvulaceae e Dioscoreaceae. Dentre as diversas espécies contendo
alcaloides tropânicos, destacam-se a Atropa belladonna, Datura stramonium e Hyoscyamus
niger, da família Solanaceae, e Erythroxylum coca, da família Erythroxylaceae.
 
Foto: Shutterstock.com
 Atropa belladonna .
Os alcaloides (-)-hiosciamina, (-)-hioscina (Escopolamina) e cocaína são exemplos de
alcaloides tropânicos com grande importância farmacológica. Sua biossíntese está descrita
na figura 13:
 Figura 13. Biossíntese da cocaína, (-)-hioscina e (-)-hiosciamina.
(-)-HIOSCIAMINA, ATROPINA, (-)-HIOSCINA
(ESCOPOLAMINA) E ATROSCINA
Encontrada nas plantas normalmente na forma enantiomericamente pura, a (-)-hiosciamina é
racemizada durante a extração vegetal e o fracionamento do extrato vegetal, compondo a
mistura racêmica chamada de atropina (figura 14).
Isso se dá porque o centro quiral é adjacente a uma carbonila e ao anel aromático.

A racemização ocorre em condições suaves, como aquecimento ou tratamento com base,
contendo um enol intermediário.

A atividade biológica do (+)-enantiômero é cerca de 20-30 vezes menor do que a da forma
natural (-)-.
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 298,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 14. Racemização da hiosciamina e formação da atropina.
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 298,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 14. Racemização da hiosciamina e formação da atropina.
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 298,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 14. Racemização da hiosciamina e formação da atropina.
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 298,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 14. Racemização da hiosciamina e formação da atropina.
Assim como ocorre com a hiosciamina, a hioscina, também conhecida como escopolamina
(Figura 15), é racemizada durante o processo de extração vegetal e o fracionamento, porém
com menos facilidade. A forma racêmica da hioscina é chamada de atroscina, e seu
enantiômero (-) também possui maior atividade biológica do que o enantiômero (+).
Esses alcaloides são substâncias anticolinérgicas, ou seja, são antagonistas dos receptores
muscarínicos e evitam os efeitos da acetilcolina ao bloquear sua ligação com os receptores
muscarínicos. Seus efeitos farmacológicos costumam ser dose-dependentes e variam
conforme o local (tecido/órgão). O quadro a seguir descreve esses efeitos:
Local Atropina Escopolamina Observações
Sistema
Nervoso
Central (SNC)
Em doses terapêuticas,
provoca leve estimulação
de centros
parassimpáticos bulbares.
Doses tóxicas promovem
excitação mais evidente,
irritabilidade,
intranquilidade,
desorientação, alucinação
e delírios. Doses maiores
podem causar depressão,
colapso circulatório,
insuficiência respiratória,
coma e morte.
Provoca
sonolência,
amnésia,
fadiga e sono.
É mais
sedante que a
atropina.
A
escopolamina
é usada como
coadjuvante
no tratamento
de Parkinson
(associada à
levodopa).
Olhos
Provocam midríase e paralisação da acomodação, devido ao
bloqueio das respostas do músculo do esfíncter da íris e do
músculo ciliar do cristalino.
Coração
Em doses usuais (0,4 - 0,6 mg), diminuem a frequência cardíaca
transitoriamente. A pressão não se altera. Em altas doses, levam à
taquicardia e à arritmia.
Circulação
periférica
Em baixas doses, inibem a vasodilatação, mas com o aumento da
dose, promovem a vasodilatação, em especial no rosto. Podem ser
usadas para quedas abruptas da pressão arterial.
Trato
Gastrointestinal
Têm efeito antiespasmódico no estômago e intestino, o qual é
aproveitado em casos de cólica e úlcera péptica. Muito usadas por
(TGI) diminuir as contrações peristálticas. A escopolamina é empregada
na profilaxia de náuseas e vômitos, por inibir a motilidade
gastrointestinal, na forma transdérmica.
Sistema
respiratório
Os alcaloides inibem as secreções nasais, orofaríngeas e
brônquicas. A atropina provoca estimulação respiratória e
broncodilatação, de maneira mais intensa que a escopolamina,
porém menor que a adrenalina.
Secreções
A secreção salivar, particularmente, é muito afetada e pode ser
completamente abolida. A boca fica muito seca, e pode ser difícil
deglutir e falar.
Outros
Usadas com antídoto para organofosforados e
acetilcolinesterásicos.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro. Efeitos farmacológicos da atropina e da escopolamina. Elaborado por Hilal-Dandan
e Brunton, 2015.
Por conta dos efeitos sobre o SNC, foram desenvolvidos diversos derivados semissintéticos
com a intenção de manter os efeitos terapêuticos e diminuir os efeitos sobre o SNC. Dentre
esses derivados (figura 16), podemos destacar:
BROMETO DE N-BUTILESCOPOLAMINA E
CLORIDRATO DE HOMOATROPINA
Possuem ação espasmolítica sobre a musculatura lisa do aparelho gastrointestinal, provocando
o alívio da dor abdominal. Não causam efeitos no SNC.
IPRATRÓPIO E TIOTRÓPIO
Possuem efeitos no trato respiratório, e, quando inalados, seus efeitos são sentidos quase que
apenas na boca e nas vias respiratórias.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 16. Derivados semissintéticos dos alcaloides tropânicos.COCAÍNA
Alcaloide encontrado nas folhas de espécies do gênero Erythroxylum, usadas tradicionalmente
entre os povos indígenas da América Central. A folha de coca é mastigada junto com limão,
liberando a cocaína (figura 17). Na forma mastigada, ela promove um efeito estimulante no
organismo, devido à melhoria da respiração e da oxigenação pulmonar, além de regular o
consumo de glicose no sangue, diminuir a agregação plaquetária e reduzir a sensação de
fome.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 17. Estrutura da cocaína.
A cocaína foi isolada em 1859 e utilizada como analgésico para dor de dente e dor de garganta
por alguns anos. Em 1880, foi incluída na lista oficial de drogas da farmacopeia americana
como anestésico, e começou-se a indicar o consumo de cocaína para o tratamento da
dependência da morfina.
 COMENTÁRIO
No início do século XX, vários anestésicos locais inspirados na cocaína foram sintetizados,
como a benzocaína, lidocaína e procaína (figura 18), e o uso da cocaína foi proibido. A partir da
década de 1960, o uso ilícito aumentou, e, até hoje, a cocaína é vendida ilegalmente na forma
de cloridrato. Além do cloridrato de cocaína, também começaram a utilizar um resíduo de
cocaína como base livre: o crack .
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 18. Anestésicos locais inspirados na cocaína.
A cocaína bloqueia o transportador que remove a dopamina da fenda sináptica, prolongando
seu efeito e aumentando sua concentração. Além disso, a cocaína também bloqueia a
recaptação de norepinefrina e serotonina. O uso crônico provoca alteração na síntese desses
neurotransmissores, gerando a dependência.
 SAIBA MAIS
Seus efeitos biológicos são dose-dependente: aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial, excitação exacerbada, aumento da atenção e da sensação de autoconfiança e bem-
estar. Doses mais altas produzem euforia, com curta duração, seguida da vontade de usar
novamente a droga. O uso repetido pode levar à atividade motora involuntária, à paranoia e à
irritabilidade.
A cocaína possui um tempo de meia-vida no plasma de 50 minutos, e sua metabolização
envolve a hidrólise de seus grupos ésteres. Seu metabólito (benzoilecgonina) pode ser
detectado na urina de 2 a 5 dias após o uso. Para usuários de grandes quantidades, é possível
detectar em até 10 dias.
Além da dependência, a cocaína pode causar arritmias cardíacas, isquemia do miocárdio,
miocardite, dissecção aórtica, vasoconstrição cerebral e convulsões. Ainda pode induzir o
trabalho de parto e o descolamento da placenta. O uso crônico também pode causar
ansiedade, depressão e psicose.
 
DROGAS VEGETAIS CONTENDO ALCALOIDES
PIRROLIDÍNICOS E TROPÂNICOS
 
Imagem: Franz Eugen Köhler/Wikimedia Commons.
 Figura 19. Atropa belladonna L.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Preparação padrão
Composição química
Propriedades farmacológicas
Indicação farmacêutica
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
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NOME POPULAR
Beladona
NOME CIENTÍFICO
Atropa belladonna L. (figura 19)
DROGA VEGETAL
Folhas secas, íntegras ou rasuradas, de Atropa belladonna L., contendo, no mínimo,
0,25% de atropina.
PREPARAÇÃO PADRÃO
Extrato fluido.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Atropina e escopolamina – estes são cerca de 95% dos alcaloides totais.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
As mesmas da atropina e da escopolamina, mas o extrato de beladona tem atividade
superior aos alcaloides isolados devido ao sinergismo entre os alcaloides.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
Tratamento de desordens gastrointestinais.
 
Foto: Taka/Wikimedia Commons/Licença (CC BY-SA 3.0).
 Figura 20. Datura stramonium L.
Nome popular
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Nome científico
Droga vegetal
Composição química
Propriedades farmacológicas
Observação
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NOME POPULAR
Estramônio
NOME CIENTÍFICO
Datura stramonium L. (figura 20)
DROGA VEGETAL
Folhas, flores e sementes, coletadas na época de floração, contendo no mínimo 0,25%
de alcaloides totais expressos em hiosciamina.
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A folha geralmente contém 0,2-0,45% de alcaloides, principalmente (-)-hiosciamina e (-)-
hioscina em uma proporção de cerca de 2:1. Em plantas jovens, a (-)-hioscina pode
predominar.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Semelhantes à Beladona, porém possui mais escopolamina do que as outras espécies.
Por isso, a ação no SNC é menor.
OBSERVAÇÃO
Era usada para combater enfermidades pulmonares, mas causa efeitos alucinógenos
comparáveis à paranoia.
 
Foto: H. Zell/Wikimedia Commons/Licença (CC BY-SA 3.0).
 Figura 21. Hyoscyamus niger L.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Composição química
Propriedades farmacológicas
Observação
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
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NOME POPULAR
Meimendro
NOME CIENTÍFICO
Hyoscyamus niger L. (figura 21)
DROGA VEGETAL
Folhas secas, podendo conter as flores.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
0,045-0,14%, com proporções semelhantes de (-)-hioscina e (-)-hiosciamina.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Semelhantes à Beladona.
OBSERVAÇÃO
Sua participação na composição de misturas herbais medievais e seu poder de induzir
alucinações com visões de voo podem ter contribuído com a visão imaginária de bruxas
em vassouras.
 
Imagem: Franz Eugen Köhler/Wikimedia Commons.
 Figura 22. Erythroxylum coca .
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
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Composição química
Propriedades farmacológicas
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NOME POPULAR
Coca
NOME CIENTÍFICO
Erythroxylum coca (figura 22)
DROGA VEGETAL
Folhas
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
0,7-2,5% de alcaloides, estes entre 40 a 50% (-)-cocaína.
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PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
A coca mastigada é como um forte agente antifadiga e permite que trabalhadores
ignorem a fome, o cansaço e o frio, aumentando a resistência.
INTOXICAÇÃO ATROPÍNICA
A intoxicação atropínica ocorre com o uso dos alcaloides tropânicos em doses maiores do
que as terapêuticas, e seus efeitos aumentam à medida que a dose administrada aumenta.
De modo geral, os efeitos de uma intoxicação atropínica são:
Taquicardia
Aumento da temperatura corporal
Boca seca
Midríase e visão embaçada
Constipação
Retenção urinária
Aumento da excitação
Irritabilidade
Hiperatividade
Convulsão
Alucinações e delírio
A depressão respiratória pode ocasionar coma e morte por parada respiratória.
 RECOMENDAÇÃO
Em caso de intoxicação, deve-se fazer lavagem gástrica com ácido tânico 4% ou produzir
vômito, impedindo a absorção intestinal. Deve-se administrar fisostigmina, e, em caso de febre,
nunca dar analgésicos, somente pano úmido e compressas com gelo. Se necessário,
Diazepam para realizar sedação e controle das convulsões.
ALCALOIDES PIRIDÍNICOS
Os alcaloides piridínicos mais conhecidos são nicotina e anabasina, encontrados no tabaco.
Suas estruturas contêm um anel de piridina (Nicotina) com um anel de pirrolidina (Anabasina
) ou uma unidade de piperidina.
A biossíntese começa com a redução do ácido nicotínico, seguida por uma descarboxilação,
originando a 1,2-dihidropiridina. Esta reage com o cátion N-metil-Δ 1-pirrolínio. Na sequência,
uma oxidação da dihidropiridina cria novamente o sistema piridínico, compondo a nicotina.
Anabasina é formada por um mecanismo semelhante, mas com a reação entre a 1,2-
dihidropiridina e o cátion Δ1-piperidínio, a partir da L-lisina.
A figura 23 apresenta um esquema com essa biossíntese:
 
Imagem:Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 23. Biossíntese da nicotina e anabasina.
 COMENTÁRIO
A nicotina foi isolada pela primeira vez em 1828 por Posselt e Reiman. Em 1843, foram
iniciados os estudos farmacológicos. Ela possui importância farmacológica devido a seus
efeitos tóxicos, à sua presença no tabaco e à tendência em causar dependência.
A nicotina pode tanto estimular quanto dessensibilizar receptores. Doses pequenas estimulam
as células ganglionares no Sistema Nervoso Periférico (SNP) e facilitam a transmissão dos
impulsos nervosos. Já doses maiores bloqueiam a transmissão.
A nicotina também tem grande efeito sobre o SNC. Ela atua como agonista nos receptores
colinérgicos nicotínicos, atravessa a barreira hematoencefálica e, por difusão passiva, distribui-
se por todo o cérebro. Doses baixas provocam analgesia, enquanto doses altas provocam
convulsões, seguidas de depressão respiratória e morte por insuficiência respiratória.
No sistema cardiovascular, pode ocorrer tanto o aumento da pressão arterial e da frequência
cardíaca quanto a diminuição de ambos, dependendo do receptor que está ligado à nicotina.
Também ocorrem vasoconstricção, taquicardia e hipertensão arterial. A nicotina ainda produz
um aumento no peristaltismo, aumentando o tônus intestinal. Em pequenas doses, pode agir
como um estimulante respiratório e, em doses maiores, causa depressão respiratória.
 VOCÊ SABIA
As principais intoxicações são em cultivadores de tabaco. Devido à lipofilicidade da nicotina,
esta é absorvida pela pele e causa náuseas, vômitos, palidez, sudorese, vertigem e, em menor
frequência, cólicas. Quando usada como pesticida, causa convulsões, hipotensão e parada
respiratória. Em intoxicações, deve-se produzir vômito, lavagem gástrica e administração de
carvão ativado, evitar soluções alcalinas e fornecer assistência respiratória.
A nicotina está disponível na forma de chicletes e adesivos transdérmicos para o auxílio do fim
do hábito de fumar.
 
DROGAS VEGETAIS CONTENDO ALCALOIDES
PIRIDÍNICOS
 
Imagem: Franz Eugen Köhler/Wikimedia Commons.
 Figura 24. Nicotiana tabacum L. Solanaceae.
Nome popular
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Nome científico
Droga vegetal
Composição química
Observação
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NOME POPULAR
Tabaco
NOME CIENTÍFICO
Nicotiana tabacum L. Solanaceae (figura 24)
DROGA VEGETAL
Folhas.
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Entre 0,6-9% de (-)-nicotina e quantidades menores de outros alcaloides, como
anabasina e nornicotina.
OBSERVAÇÃO
A fumaça do tabaco contém uma série de produtos químicos altamente cancerígenos,
formados por combustão incompleta, incluindo benzopireno, 2-naftilamina e 4-
aminobifenil. O metabolismo pelo sistema P-450 do organismo leva a mais intermediários
reativos, que podem se combinar com o DNA e causar mutações. O tabagismo também
contribui para aterosclerose, bronquite crônica e enfisema, e é considerado a causa de
morte mais evitável na sociedade moderna.
O especialista Marco Rocha fala sobre a importância da via do acetato para a biossíntese dos
alcaloides, as estruturas formadas e as plantas que os contêm.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ATROPINA, COCAÍNA E ESCOPOLAMINA SÃO EXEMPLOS DE
ALCALOIDES PERTENCENTES À CLASSE DOS:
A) Pirrolidínicos
B) Tropânicos
C) Piperidínicos
D) Quinolizidínicos
E) Piridínicos
2. QUAL DOS EFEITOS LISTADOS A SEGUIR NÃO É CAUSADO PELOS
ALCALOIDES TROPÂNICOS?
A) Taquicardia
B) Boca seca
C) Midríase
D) Miose
E) Hiperatividade
GABARITO
1. Atropina, cocaína e escopolamina são exemplos de alcaloides pertencentes à classe
dos:
A alternativa "B " está correta.
 
Esses alcaloides são tropânicos, pois possuem o anel tropano em sua estrutura.
2. Qual dos efeitos listados a seguir não é causado pelos alcaloides tropânicos?
A alternativa "D " está correta.
 
Os alcaloides tropânicos causam midríase e não causam miose.
MÓDULO 3
 Descrever os alcaloides da via do chiquimato
CARACTERÍSTICAS GERAIS E ORIGEM
BIOSSINTÉTICA DOS ALCALOIDES DA VIA
DO CHIQUIMATO
Os alcaloides provenientes da via do chiquimato são aqueles formados a partir do ácido
antranílico e dos aminoácidos L-tirosina, L-fenilalanina e L-triptofano.
A L-fenilalanina é precursora das feniletilaminas. A L-tirosina é precursora dos feniletilaminas,
benziltetraidroisoquinolínicos e benziltetraidroisoquinolínicos modificados, fenetilisoquinolinas,
tetraidroisoquinolínicos simples e derivados, e alcaloides da família Amaryllidaceae.
 Imagem Ilustrativa de renderização 3D da molécula de aminoácido triptofano.
O L-triptofano é precursor dos alcaloides indólicos simples, β-carbolinas, pirroloindólicos,
indolterpenoides, alcaloides do Ergot, quinolínicos e pirroloquinolínicos. O ácido antranílico é
precursor dos alcaloides quinolínicos, quinazolínicos e acridínicos.
 
FENILETILAMINAS E ALCALOIDES
TETRAHIDROISOQUINOLÍNICOS
Feniletilaminas podem ser formadas tanto a partir da L-tirosina quanto da L-fenilalanina. Dentre
as feniletilaminas de mais importância podemos destacar os neurotransmissores dopamina,
noradrenalina e adrenalina, e os alcaloides mescalina e efedrina.
 
MESCALINA
A biossíntese da mescalina ocorre com base na L-tirosina. A L-tirosina sofre uma oxidação,
formando a L-DOPA, que sofre uma descarboxilação, gerando a dopamina. Esta sofre uma O-
metilação e uma hidroxilação aromática, originando, então, a mescalina – um alcaloide com
propriedades psicoativas e alucinógenas (figura 25).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 316,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 25. Biossíntese das feniletilaminas.
A mescalina é encontrada nas espécies no Peiote e no Cacto de São Pedro. É utilizada em
rituais religiosos e como droga recreativa.
 VOCÊ SABIA
A mescalina produz um estado psicótico agudo após 3 ou 4 horas. Em doses de cerca de 300
a 500 mg, produz alucinações visuais e, ocasionalmente, olfativas ou auditivas, ilusões,
despersonalização e sintomas depressivos de ansiedade. O quadro total pode se assemelhar
muito ao causado pela LSD, mas a LSD é aproximadamente 4.000 vezes mais potente do que
a mescalina na produção de estados alterados de consciência.
A mescalina é rapidamente absorvida do TGI, e o início do efeito é observado cerca de 30
minutos após a ingestão.

O maior efeito psicodélico pode ser alcançado dentro de 2h da ingestão, mas o efeito pode
durar até 8h.

A meia-vida plasmática da mescalina é de aproximadamente 6h.
 SAIBA MAIS
É necessária uma dose maior de mescalina para produzir o efeito psicodélico, não somente
porque mescalina é um alucinógeno fraco, mas também por causa de sua polaridade: a
mescalina não passa facilmente a barreira hematoencefálica.
Um dos precursores da mescalina é o dos alcaloides tetrahidroisoquinolínicos anhalamina,
anhalonina e anhalonidina. Os átomos de carbono adicionais das estruturas são oriundos do
ácido pirúvico e do ácido glioxílico (figura 26).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 320,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 26. Biossíntese dos alcaloides tetraidroisoquinolínicos.
Efedrina é um alcaloide do tipo feniletilamina produzido a partir da L-fenilalanina. A L-
fenilanalina é metabolizada, originando o Benzoil-CoA, que sofre uma adição de ácido pirúvico
seguida de descarboxilação, formando uma dicetona, que sofre uma transaminação, e depois a
(S )-catinona.
A redução da cetona resulta em dois isômeros: (1R ,2S )-norefedrina e (1S ,2S )-
norpseudoefedrina. Estes sofrem uma N -metilação, e os isômeros (1R ,2S )-efedrina e
(1S ,2S )-pseudoefedrina são formados (figura 27).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 382,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Legenda: Figura 27.Biossíntese da (-)-efedrina e da (+)-pseudoefedrina.
Pesquisadores da empresa farmacêutica Merck isolaram a efedrina e seus isômeros em 1923,
e estes foram introduzidos na medicina ocidental em 1924.
 COMENTÁRIO
A efedrina é um agonista α e β-adrenérgico e intensifica a liberação de norepinefrina nos
neurônios simpáticos. É considerada um agente simpatomimético de ação mista. Ela aumenta
a frequência, o débito cardíaco e a resistência periférica, causando elevação da pressão
arterial. Também promove broncodilatação e estimulação do SNC. Sua potência é menos
marcada do que as anfetaminas e a noradrenalina.
Além disso, a efedrina tem ação descongestionante nasal por causar vasoconstricção na
mucosa. O efeito dura cerca de 4 a 6 horas, mas, ao fim desse tempo, a congestão volta,
fazendo com que o paciente venha a recorrer novamente a outras doses, o que o condiciona a
um processo crônico. Por isso, vários derivados no Brasil têm seu uso controlado, não se
devendo usar mais do que 4 ou 5 dias consecutivos. Para casos mais longos, recomenda-se a
pseudoefedrina, por apresentar margem terapêutica maior.
DROGAS VEGETAIS CONTENDO FENILETILAMINAS E
ALCALOIDES TETRAIDROISOQUINOLÍNICOS
 
Foto: Peter A. Mansfeld/Wikimedia Commons/Licença (CC BY 3.0).
 Figura 28. Lophophora williamsii .
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Principais constituintes
Propriedades farmacológicas
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Indicação farmacêutica
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NOME POPULAR
Peiote
NOME CIENTÍFICO
Lophophora williamsii Cactaceae (figura 28)
DROGA VEGETAL
Talo com os botões florais e inflorescências.
PRINCIPAIS CONSTITUINTES
Mescalina, N -acetil-mescalina, N -metil-mescalina, anhalina, anhalamina, anhalanina,
anhalonina, anhalonidina, lofoforina, peiotina, entre outros.
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PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Utilizada em rituais religiosos e como droga recreativa por conta de seus efeitos
alucinógenos.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
O peiote não é usado de forma terapêutica.
 
Foto: Peter A. Mansfeld/Wikimedia Commons/Licença (CC BY 3.0).
 Figura 29. Echinopsis pachanoi.
Nome popular
Nome científico
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Droga vegetal
Principais constituintes
Propriedades farmacológicas
Indicação farmacêutica
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NOME POPULAR
Cacto de São Pedro
NOME CIENTÍFICO
Echinopsis pachanoi (Cactaceae) (figura 29)
DROGA VEGETAL
Caule.
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PRINCIPAIS CONSTITUINTES
Mescalina (0,21-1,8%), 3,4-Dimetoxifeniletilamina, 4-hidroxi-3-metoxifeniletilamina,
anhalonidina, anhalinina, hordenina.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Utilizado em rituais religiosos e como droga recreativa devido aos seus efeitos
alucinógenos.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
O Cacto de São Pedro não é usado de forma terapêutica.
 
Foto: Peter A. Mansfeld/Wikimedia Commons/Licença (CC BY 3.0).
 Figura 30. Ephedra sinica.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Principais constituintes
Propriedades farmacológicas
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NOME POPULAR
Efedra
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NOME CIENTÍFICO
Ephedra sinica Stapf. Ephedraceae (figura 30)
DROGA VEGETAL
Talos que podem ser coletados em qualquer época do ano.
PRINCIPAIS CONSTITUINTES
Alcaloides (0,5-2,0%): efedrina e seus isômeros pseudoefedrina, metilefedrina e
metilpseudoefedrina, norefedrina, norpseudoefedrina (entre 30 e 90 % dos alcaloides
totais).
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
A Efedra foi usada nos países orientais para tratar problemas respiratórios, em especial a
asma. Nos países ocidentais, preparações de efedrina com outras plantas são usadas
para promover a perda de peso e melhorar o desempenho atlético, mas esses
medicamentos/suplementos causaram hipertensão, palpitações, taquicardia, AVC e
morte, e foram proibidos em diversos países.
ALCALOIDES
BENZILTETRAHIDROISOQUINOLÍNICOS E 
BENZILTETRAHIDROISOQUINOLÍNICOS
MODIFICADOS
Como vimos anteriormente, a dopamina reage com o 4-hidroxifenilacetaldeído e compõe o
esqueleto de alcaloides benziltetrahidroisoquinolínicos. Mudanças no esqueleto básico geram
os alcaloides do tipo benziltetrahidroisoquinolinínicos modificados.
A tubocurarina é um alcaloide bisbenziltetrahidroisoquinolinínico composto a partir de pontes
de éter formadas pelo acoplamento radicalar entre (S)-(N)-metilcoclaurina e (R)-N-
metilcoclaurina (figura 31). A tubocurarina é o principal alcaloide presente no curare – um
veneno feito com Chondrodendron tomentosum, colocado na ponta de flechas usadas para
caçar pelos povos indígenas da Guiana e da Bacia do Amazonas.
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 324,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 31. Biossíntese da tubocurarina.
O curare é um antagonista competitivo dos receptores nicotínicos da acetilcolina. Esses
receptores são encontrados nas junções neuromusculares e promovem contração muscular
quando ativados. O curare impede a ligação da acetilcolina com o receptor e causa paralisia
muscular flácida, levando à morte por paralisia dos músculos respiratórios.
O SNC permanece praticamente intacto, e o músculo cardíaco também não é afetado. O
curare só é eficaz se entrar na corrente sanguínea e não pode causar danos pela ingestão oral.
Por isso, o consumo da presa atingida com o veneno da flecha é seguro.
OPIOIDES
Outra modificação estrutural importante no esqueleto dos benziltetrahidroisoquinolinínicos
ocorre pela ligação radicalar intramolecular da (R) -reticulina. Ela sofre uma oxidação,
originando um radical em cada anel aromático e depois um diradical que se liga e forma a
salutaridina – um intermediário que sofre uma redução na carbonila, seguida de esterificação e
reação do tipo SN2, formando a tebaína – um dos alcaloides presentes no Ópio.
A tebaína cria a codeína a partir de reações que envolvem a formação da carbonila cetônica
oriunda da oxidação, depois, uma desidratação seguida de isomerização e redução
estereoespecífica da carbonila. Por meio de uma desmetilação, a codeína forma, então, a
morfina.
Esses alcaloides encontrados no Ópio são chamados de opioides.
A biossíntese da morfina está descrita na figura 32:
ÓPIO
Látex seco extraído da papoula de Papaver somniferum.
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Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 328,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 32. Biossíntese da Tebaína, Codeína e Morfina.
 COMENTÁRIO
A morfina foi isolada em 1806, a codeína em 1832 e a papaverina em 1848. Desde a metade
do século XIX, elas são utilizadas terapeuticamente. A morfina é uma droga analgésica
muito eficaz para o alívio de dores moderadas a severas e é o padrão pelo qual todos os
outros agentes analgésicos são medidos.
A morfina é relativamente hidrofílica e 90% de suas moléculas são ionizadas em pH oral
normal. O início do efeito da morfina por via oral leva cerca de 20 a 40 minutos, e o pico da
analgesia ocorre entre 60 e 90 minutos, com duração de 3 a 6 horas. A biodisponibilidade por
via oral é baixa (cerca de 25%). Por isso, administra-se por via parenteral quando se busca um
efeito mais acentuado.
 SAIBA MAIS
No SNC, ela promove forte analgesia, sonolência, menor alerta mental, sedação. Também
causa euforia, tranquilidade e outras alterações de humor. Além disso, causa depressão
respiratória, miose, náuseas e vômitos.
Diminui a motilidade intestinal e é usada para aliviar a diarreia. Isso ocorre porque ela aumenta
o tônus muscular, contrai os esfíncteres pilórico, ileopilórico e anal e reduz as secreções. Um
efeito importante utilizado clinicamenteé a depressão do reflexo da tosse, o que permite
derivados opioides, como antitussígenos.
CODEÍNA
A codeína também possui efeito analgésico. Sua absorção por via oral é superior à morfina
(cerca de 60%), mas sua afinidade pelos receptores opioides é muito baixa. Sabe-se que o
sistema microssomal hepático converte parte da codeína absorvida em morfina (10%), o que
pode explicar sua ação analgésica.
É comumente associada com outros analgésicos, como paracetamol, ibuprofeno e salicilatos.
Além disso, é muito utilizada como antitussígeno por via oral, porque é menos tóxica e
depressora do que a morfina. Em doses de 15 mg, é ineficaz como analgésico, mas excelente
antitussígeno.
TEBAÍNA, PAPAVERINA E NOSCAPINA
A tebaína tem pouca ação analgésica e leva a crises epiléticas, mesmo em doses baixas. Seu
uso hoje é como precursor da naloxona (antagonista opiáceo). A papaverina, por sua vez, na
forma de cloridrato, é muito empregada como antiespasmódico e, atualmente, é obtida por
síntese. Já a noscapina é um potente antitussígeno e é muito empregada na pediatria.
MORFINA
A morfina causa tolerância e dependência física e psíquica. Por isso, é utilizada apenas em
âmbito hospitalar ou para casos de dores oncológicas. Doses muito elevadas podem levar à
morte por parada respiratória. A morte depende de doses variadas e da sensibilidade do
indivíduo. A síndrome de abstinência é caracterizada por sonolência, sudorese, excitação,
dores musculares, ansiedade, insônia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia,
midríase, taquicardia e agitação respiratória.
Diversos derivados semissintéticos ou totalmente sintéticos semelhantes à morfina foram
desenvolvidos (figura 33). Muitos são narcóticos e analgésicos como a morfina, mas causam
menos tolerância, como o Tramadol (analgésico), Fentanila (analgésico) e Loperamida
(antidiarreico).
HEROÍNA
A heroína é o diacetato de morfina: um analgésico altamente viciante e hipnótico. Por causa do
aumento da lipofilicidade, há transporte e absorção no SNC. Ela foi sintetizada originalmente
para ser um supressor de tosse. Apesar de mais eficaz nesse papel, também apresenta altas
propriedades viciantes e não é usada na clínica. Tornou-se um dos maiores narcóticos ilícitos
no mundo.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 33. Derivados opioides.
 SAIBA MAIS
O tratamento da dependência e da abstinência de opioides é feito por meio da tolerância
cruzada, em que se substitui o opioide de ação curta em uso (como a heroína, por exemplo)
por outro de ação prolongada, vendido sob prescrição (metadona) e, depois, pela redução das
doses, até que seja possível fazer uma desintoxicação com clonidina.
DROGAS VEGETAIS CONTENDO ALCALOIDES
BENZILTETRAHIDROISOQUINOLÍNICOS E
BENZILTETRAHIDROISOQUINOLÍNICOS MODIFICADOS
 
Imagem: Biblioteca Wellcome, Londres/Wikimedia Commons/Licença (CC BY 4.0).
 Figura 34. Chondrodendron tomentosum.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Composição química
Propriedades farmacológicas
Indicação farmacêutica
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
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NOME POPULAR
Curare
NOME CIENTÍFICO
Chondrodendron tomentosum (figura 34)
DROGA VEGETAL
Cascas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
O principal ingrediente ativo é a tubocurarina.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
O curare é um antagonista competitivo dos receptores nicotínicos da acetilcolina, levando
à morte por paralisia dos músculos respiratórios.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
É utilizado, juntamente com anestésico, para relaxamento do músculo esquelético
durante cirurgias ou ventilação mecânica. Além disso, é veneno de flecha tóxico usado
por partes da população indígena da América do Sul.
 
Foto: KGM007/Wikimedia Commons.
 Figura 35. Látex de Papaver somniferum L. Papaveraceae.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
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Preparação padrão
Composição química
Propriedades farmacológicas
Indicação farmacêutica
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NOME POPULAR
Papoula e Ópio
NOME CIENTÍFICO
Papaver somniferum L. Papaveraceae (figura 35)
DROGA VEGETAL
A droga é constituída pelo látex seco da cápsula imatura.
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PREPARAÇÃO PADRÃO
Látex seco.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Morfina (10-20%), codeína (0,5%), tebaína (0,2%), papaverina (1%), noscapina (6%),
principalmente.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Seus constituintes possuem propriedades analgésica, narcótica, antitussígena, entre
outras.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
O látex não é usado terapeuticamente, e sim os alcaloides isolados.
FENETILISOQUINOLINAS
Fenetilisoquinolinas são formadas de maneira similar às benziltetrahidroquinolinas, mas a
dopamina se liga a um esqueleto C6C3, do 4-hidroxidihidrocinamaldeido, ao invés do C6C2,
como ocorre na formação das benziltetrahidroquinolinas. Após reações de hidroxilações e
metilações, o produto final é a (S)-autumnalina, que é o precursor da colchicina (figura 36).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 342,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 36. Biossíntese da colchicina.
A colchicina é um alcaloide encontrado no Cólquico (Colchicum autumnale L. Liliaceae),
isolado pela primeira vez em 1820 e purificado em 1887. Apesar de ser um alcaloide, não é
básico, pois seu nitrogênio tem caráter amídico.
A colchicina tem sido utilizada no tratamento da gota e é eficaz, mas causa muitos efeitos
colaterais, o que restringe seu uso. Não se sabe exatamente seu mecanismo de ação, mas ela
é eficaz em cerca de 60% dos pacientes quando administrada em até 24h após o início da
crise aguda e para a prevenção da gota recorrente, principalmente nos estágios iniciais da
hiperuricemia.
Os sintomas da intoxicação aguda mais frequentes são: náuseas, vômitos, diarreia aquosa ou
sanguinolenta e dor abdominal. Os efeitos colaterais graves são: mielossupressão,
leucopenia, granulocitopenia, trombopenia e anemia aplásica.
GOTA
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Doença em que o metabolismo purínico comprometido leva a um acúmulo de cristais de
ácido úrico nas juntas, diminuindo a mobilidade e causando dor.
MIELOSSUPRESSÃO
Diminuição na atividade da medula óssea que resulta na redução da produção de células
vermelhas e brancas e de plaquetas.
ANEMIA APLÁSICA
Anemia caracterizada pela menor produção de células sanguíneas pela medula óssea.
DROGAS VEGETAIS CONTENDO
FENETILISOQUINOLINAS
 
Foto: Lestat (Jan Mehlich)/Wikimedia Commons/ CC BY-SA 3.0.
 Figura 37. Colchicum autumnale.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Composição química
Indicação farmacêutica
Observação
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NOME POPULAR
Cólquico
NOME CIENTÍFICO
Colchicum autumnale (figura 37)
DROGA VEGETAL
Sementes e ocasionalmente bulbos.
PREPARAÇÃO PADRÃO
Alcaloides da semente (0,5-1,0%): colchicina (70%), demecolcina, colchicosídeo,
colchifolina e cornigerina.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
Tratamento da gota.
OBSERVAÇÃO
A planta é tóxica, e a colchicina isolada é utilizada.
ALCALOIDES DA FAMÍLIA
AMARYLLIDACEAE
Os alcaloides encontrados na família Amaryllidaceae estão correlacionados mais pela
biossíntese do que pela estrutura. Eles são formados por meio do acoplamento oxidativo
intramolecular, e sua biossíntese começa pela combinação do 3,4-dihidroxibenzaldeído com
tiramina, decorrentes, respectivamente, da fenilalanina e da tirosina.
Após a formação da 4-O-metilnorbeladina, três posições de acoplamento radicalar são
possíveis: acoplamento para-orto, para-para e orto-para. A galantaminaé um exemplo de
alcaloide composto via acoplamento orto-para (figura 38).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 346,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 38. Biossíntese da galantamina.
 VOCÊ SABIA
Galantamina é um inibidor seletivo, reversível e competitivo de acetilcolinesterase, usado no
tratamento do mal de Alzheimer. Também é o primeiro produto natural comercial da família
Amaryllidaceae. Foi lançado no mercado na União Europeia e nos Estados Unidos em 2001.
ALCALOIDES INDÓLICOS
Alcaloides indólicos são aqueles que possuem o esqueleto indol em sua estrutura (figura 39).
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 39. Esqueleto indólico.
INDÓLICOS SIMPLES
Triptamina e 5-hidroxitriptamina (Também conhecida como serotonina) são alcaloides
indólicos simples amplamente distribuídos nas plantas. Eles são formados pela
descarboxilação e oxidação seguida de descarboxilação, respectivamente, do L-triptofano. A
triptamina é o precursor da psilocina e da psilocibina, encontradas em cogumelos do gênero
Psilocybe e responsáveis por seus efeitos alucinógenos.
A biossíntese desses alcaloides está descrita na figura 40:
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 347,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 40. Biossíntese dos alcaloides indólicos simples.
Β-CARBOLÍNICOS
Alcaloides β-carbonílicos têm formação da base de Schiff, usando um aldeído/ácido. A
ciclização ocorre por meio de uma reação intramolecular tipo Mannich, seguida de
tautomerismo e oxidação dos carbonos para estabelecer a aromaticidade (figura 41).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 349,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 41. Formação do esqueleto β-carbolínico.
A harmina, a harmalina e tetrahidroharmina são formadas a partir da reação entre o L-triptofano
e o piruvato (figura 42) e são alcaloides inibidores da MAO (Monoaminoxidase), fazendo com
que a concentração de serotonina e noradrenalina aumentem na fenda sináptica. Esses
alcaloides são encontrados em Banisteriopsis caapi: uma das espécies que compõem o
Ayahuasca (chá de Santo Daime), juntamente com Psychotria virides.
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 349,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 42. Biossíntese da harmina.
A P. virides possui em sua composição o alcaloide N,N -dimetiltriptamina (DMT) (figura 43): um
agonista serotoninérgico que causa alucinações visuais, auditivas, táteis, dilatação profunda do
tempo e distorções. O DMT é degradado pela MAO do TGI quando ingerido por via oral.
Entretanto, quando associado à harmina, os efeitos alucinógenos acontecem por conta da
inibição da MAO.
 VOCÊ SABIA
A intoxicação pelo Ayahuasca causa náuseas, sudorese, salivação, nervosismo, palidez e
midríase. Em alguns casos, devido à grande quantidade de derivados triptamínicos, podem
ocorrer taquicardia, convulsões e sensação de pânico.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 43. Estrutura da N,N -dimetiltriptamina.
DROGAS VEGETAIS CONTENDO Β-CARBOLÍNICOS
 
Foto: Utilidade pública/Wikimedia Commons.
 Figura 44. Banisteriopsis caapi .
Nome popular
Nome científico
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Droga vegetal
Composição química
Propriedades farmacológicas
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NOME POPULAR
Caapi
NOME CIENTÍFICO
Banisteriopsis caapi (figura 44)
DROGA VEGETAL
A droga é a madeira do talo e em menor proporção pelo corte do troco ou das sementes.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
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Harmina (1-2%), tetrahidroharmina, harmalina, harmalol, vasicina.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Tradicionalmente, é utilizada juntamente com Psychotria viridis na preparação do
Ayahuasca (Santo Daime) pelos xamãs e pajés da região amazônica, principalmente em
cerimônias de cura e adivinhação.
OBSERVAÇÃO
A planta é tóxica, e a colchicina isolada é utilizada.
INDOLTERPENOIDES
Alcaloides indolterpenoides são formados pela ligação entre o L-triptofano e terpenos e
possuem grande variedade estrutural. Nessa classe, podemos destacar reserpina, vimblastina,
vincristina, estricnina e ibogaína.
A reserpina, encontrada na Rauwolfia serpentina, é composta a partir da triptamina e da
secologanina (figura 45). A reserpina e os alcaloides semelhantes são eficazes na redução da
pressão arterial quando usados com um diurético, mas, com o passar do tempo, a reserpina
pode gerar depressão, mesmo com doses baixas (0,25 mg/dia), levando a diversos casos de
suicídio entre os pacientes. A depressão induzida pela reserpina pode persistir por vários
meses após o tratamento.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 45. Estrutura da reserpina, triptamina e secologanina.
Vincristina e vimblastina (figura 46) são alcaloides encontrados em Catharanthus roseus (ou
Vinca rosea) e formados a partir do acoplamento de dois alcaloides indolterpenoides
(catharantina e vindolina) originados da triptamina e da secologanina.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 46. Estrutura da vincristina e da vimblastina.
A vimblastina é utilizada principalmente no tratamento de Linfoma de Hodgkin. A vincristina
tem uma atividade antitumoral superior à da vimblastina, porém é mais neurotóxica. Apesar
disso, é muito eficaz no tratamento de leucemia infantil. Também é usada em outros tipos de
câncer, como linfomas, câncer de pulmão de pequenas células e cânceres cervicais e de
mama. O mecanismo de ação desses alcaloides ocorre pela complexação com a tubulina,
interferindo na formação dos microtúbulos e inibindo a mitose celular.
 COMENTÁRIO
Um problema associado ao uso clínico de vimblastina e vincristina é que a planta produz muito
pouco desses alcaloides. São necessários 500 kg de planta para isolar 1g de vincristina. Além
disso, a extração é cara e demorada. Uma alternativa é a síntese desses alcaloides a partir de
intermediários, utilizando enzimas. O rendimento também não é alto, porém é mais alto que
pelo processo extrativo vegetal.
Estricnina é encontrada em Strychnos nux-vomicae e é muito tóxica. Sua estrutura,
determinada em 1948, é complexa, e sua biossíntese é sugerida baseada na preakuammicina
(figura 47). Devido à sua alta toxicidade, que causa convulsões e, em doses mais elevadas, a
morte, a estricnina é de baixo valor terapêutico, mas é utilizada como veneno de rato.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 47. Estrutura da preakuammicina e estricnina.
DROGAS VEGETAIS CONTENDO INDOLTERPENOIDES
 
Foto: Ashish Bhatnagar/Wikimedia Commons.
 Figura 48. Rauwolfia serpentina .
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Composição química
Indicação farmacêutica
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NOME POPULAR
Rauvolfia
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NOME CIENTÍFICO
Rauwolfia serpentina (figura 48)
DROGA VEGETAL
Rizomas e raízes secos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Yohimbina e seus isômeros (α, β e γ-yohimbina), corinantina e Isorauhimbina, reserpina
(0,1 a 0,2% na raiz), rescinamina e reserpoxidina.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
Já era usada na medicina hindu para mordidas de cobras (de onde veio o nome
serpentina, devido à forma da raiz), serve para picadas de insetos e é aplicada como
sedativo e antipsicótico.
 
Foto: Micael 106/Wikimedia Commons/Licença (CC BY-SA 3.0).
 Figura 49. Catharanthus roseus.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Composição química
Indicação farmacêutica
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NOME POPULAR
Vinca
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javascript:void(0)NOME CIENTÍFICO
Catharanthus roseus sin. Vinca rosea (figura 49)
DROGA VEGETAL
A droga é constituída pelas folhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Alcaloides (0,07-1%). Os mais importantes são a vincristina e a vimblastina.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
O principal uso dos alcaloides da vinca é na terapia oncológica, mas nunca na forma de
fitoterápicos, e sim a partir dos princípios ativos isolados.
 
Imagem: H. Zell/Wikimedia Commons/Licença (CC BY-SA 3.0).
 Figura 50. Sementes de Strychnos nux-vomica.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Preparação padrão
Composição química
Propriedades farmacológicas
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
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NOME POPULAR
Noz vômica
NOME CIENTÍFICO
Strychnos nux-vomica L. (figura 50)
DROGA VEGETAL
Sementes.
PREPARAÇÃO PADRÃO
É empregada como fonte de estricnina e é conhecida como Fava de Santo Inácio.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Alcaloides indólicos (1-5%), estricnina (40-50%), isoestricnina (5-8,5%), brucina (40-45%)
e isobrucina (1,5%), além de outros alcaloides.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Causa convulsões e morte.
QUINOLÍNICOS
Alcaloides Quinolínicos são formados a partir do rearranjo do núcleo indol em um núcleo
quinolínico. Nesta classe, destaca-se a quinidina e a quinina, encontradas em várias espécies
do gênero Cinchona (Rubiaceae).
A biossíntese da quinidina e da quinina ocorre com base na estrictosidina, que, após algumas
reações, cria o intermediário cinchonaminal.

Este sofre uma abertura no anel indol, originando uma amina e uma cetona.

O novo heterociclo de quinolina se forma a partir da amina com o aldeído produzido na
clivagem da cadeia lateral da triptamina, gerando a cinchonidinona. Esta fica em um
tautomerismo ceto-enol, formando dois isômeros: cinchonidinona e cinchoninona.
A redução da cetona compõe a cinchonidina e a cinchonina, que, após hidroxilação e
metilação, formarão a quinina e a quinidina (figura 51).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 361,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 51. Biossíntese da quinina e da quinidina.
A quinina é um pó branco e cristalino. Ela é amarga, pouco solúvel em água e solúvel em
álcool e clorofórmio. É usada há muitos anos para o tratamento da malária. Os efeitos
benéficos da casca da Quina (Cinchona officinalis L.) foram descobertos pela primeira vez na
América do Sul por volta de 1630, e a casca foi levada para a Europa pelos jesuítas.
Durante muitos anos, a planta foi a fonte de quinina para uso medicinal. Entretanto, na
Segunda Guerra Mundial, o fornecimento ficou comprometido, e diversas substâncias foram
produzidas às pressas como alternativa à quinina, destacando-se entre elas a cloroquina, a
primaquina e a mefloquina (figura 52). O desenvolvimento desses derivados resultou na
diminuição do uso farmacológico da quinina, mas ela ainda é a mais eficiente contra a malária
produzida pelo P. falciparum.
MALÁRIA
Doença causada por protozoários do gênero Plasmodium. 
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Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 52. Derivados sintéticos da quinina.
QUININA E QUINIDINA
A quinidina é uma substância antiarrítmica de classe I e previne arritmias ventriculares. Ela
bloqueia os canais de sódio dependentes de voltagem e alguns canais de potássio
dependentes de voltagem. A quinina também apresenta propriedades depressoras cardíacas,
mas com atividade 50% menor do que a quinidina.
A quinina em altas doses é depressora do SNC, considerando 8 g a dose para produzir a
morte. Por via oral, pode gerar quadros de epigastralgia, náuseas e vômitos.
DROGAS VEGETAIS CONTENDO ALCALOIDES
QUINOLÍNICOS
 
Imagem: William Curtis/Bentham-Moxon Trust/Wikimedia Commons.
 Figura 53. Cinchona officinalis L.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Preparação padrão
Composição química
Propriedades farmacológicas
Indicação farmacêutica
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
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NOME POPULAR
Quina
NOME CIENTÍFICO
Cinchona officinalis L. Rubeaceae (figura 53)
DROGA VEGETAL
Casca da madeira.
PREPARAÇÃO PADRÃO
O teor de alcaloides não pode ser inferior a 5%.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Alcaloides (3-15%): quinina, quinidina, cinchonina e cinchonidina, cupreína, quinicina,
cinchonicina, epiquinamina, hidroquinina, hidroquinidina etc.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Antimalárico.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
Tradicionalmente, a quina foi empregada pelos indígenas do Equador que usavam a
infusão das cascas para febres.
PIRROLOINDÓLICOS
O anel indol dos alcaloides possui tanto o C-2 quanto o C-3 como nucleófilos, porém reações
envolvendo o C-2 parecem ser as mais comuns na biossíntese dos alcaloides. Apesar disso,
há alguns casos em que a reação ocorre pelo C-3, e o esqueleto pirroloindol da fisostigmina
é um deles. Depois de outras modificações, temos a fisostigmina (figura 54).
ESQUELETO PIRROLOINDOL
O esqueleto pirroloindol é formado pela metilação em C-3 da triptamina, seguida de
ataque nucleofílico intramolecular.
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Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 366,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 54. Formação do anel pirroloindol e da fisostigmina.
A fisostigmina é encontrada em sementes de Physostigma venenosum (Leguminosae) e
possui atividade anticolinesterase. A fisostigmina inibe reversivelmente a acetilcolinesterase,
impedindo a degradação da acetilcolina e aumentando a atividade colinérgica. Ela não é
utilizada na clínica como medicamento, mas teve um papel fundamental na investigação da
função da acetilcolina como um neurotransmissor.
 SAIBA MAIS
Como prolonga o efeito da acetilcolina endógena, a fisostigmina é usada como antídoto para
intoxicações anticolinérgicas, como com a atropina, e reverte os efeitos de relaxantes
musculares, como a tubocurarina. Análogos da fisostigmina foram desenvolvidos e testados
para o tratamento da doença de Alzheimer e contra o mal de Parkinson.
ALCALOIDES DO ERGOT
O Ergot é uma doença que acomete grãos e é causada por espécies de Claviceps. Ela é
caracterizada pela formação de ergots duros (chamados de esclerócios), que são o estágio de
repouso do fungo, no lugar das sementes normais.
As propriedades venenosas do Ergot em grãos, especialmente o centeio, são conhecidas há
muito tempo. Os chamados alcaloides do Ergot ou ergolinas são os responsáveis pela
toxicidade. Eles possuem como precursor o ácido (+)-lisérgico, cuja biossíntese ocorre a partir
do L-triptofano e do isopreno (figura 55). São divididos em dois grupos:
Os derivados de aminoácidos solúveis em água (cerca de 20% dos alcaloides).
Os derivados de peptídeos insolúveis em água (cerca de 80% dos alcaloides).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 369,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 55. Biossíntese do ácido (+)-lisérgico.
Apesar da toxicidade, estudos mostraram que alguns alcaloides derivados do ácido (+)-
lisérgico possuem ações farmacológicas importantes e, por isso, são usados
terapeuticamente. Dentre os alcaloides derivados de aminoácidos, a ergometrina é o mais
importante, e, dentre os derivados do peptídeo, a ergotamina se destaca (figura 56).
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 56. Ergometrina e ergotamina.
ERGOMETRINA
A ergometrina possui ação vasoconstritora e é um forte estimulante de contração uterina. Ela
é utilizada por via parenteral nas etapas finais do trabalho e imediatamente após o parto,
especialmente se ocorrer hemorragia. Também é ativa por via oral e estimula o músculo uterino
mais rapidamente do que os outrosalcaloides do Ergot.
ERGOTAMINA
A ergotamina é um agonista parcial dos receptores α-adrenérgicos e 5-HT. Não é adequada
para uso obstétrico, uma vez que também produz uma ação vasoconstritora periférica
pronunciada. Ela é muito usada no tratamento da enxaqueca por reverter a dilatação dos vasos
sanguíneos cranianos.
 ATENÇÃO
É eficaz por via oral e pode ser combinada com cafeína para aumentar sua ação. Não produz
nenhum efeito analgésico ou sedante. Disso resulta sua associação com o paracetamol, o
ácido acetilsalicílico e a dipirona sódica.
LSD
O derivado do ácido lisérgico mais conhecido é a dietilamida do ácido lisérgico ou LSD
(figura 57). Ela foi desenvolvida em 1943 por Albert Hoffman, que a experimentou em si
mesmo, comprovando as alucinações. Após ingerido, o LSD promove mudanças de humor,
alteração da sensação do tempo, distorção visual e auditiva, despersonalização e perda da
realidade. Durante as viagens, podem surgir crises de pânico e paranoias.
O LSD atua principalmente como agonista dos receptores da serotonina, em especial os 5HT1
e 5HT2. Embora a droga não seja viciante, pode levar à esquizofrenia. Além disso, há o perigo
de acidentes físicos graves ocorrerem enquanto o usuário está sob a influência da droga.
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 57. LSD.
DROGAS VEGETAIS CONTENDO ALCALOIDES DO
ERGOT
 
Foto: Accipiter (R. Altenkamp, Berlim)/Wikimedia Commons/Licença (CC BY-SA 3.0).
 Figura 58. Claviceps purpúrea .
Nome popular
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Nome científico
Droga vegetal
Preparação padrão
Composição química
Indicação farmacêutica
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NOME POPULAR
Esporão do Centeio
NOME CIENTÍFICO
Claviceps purpurea (figura 58)
DROGA VEGETAL
Esclerócito.
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PREPARAÇÃO PADRÃO
Para promover efeitos farmacológicos, no Ergot, a quantidade de alcaloides totais deve
ser superior a 0,15% (calculados como ergotamina), enquanto o conteúdo de alcaloides
hidrossolúveis (calculados como ergometrina) deve ser superior a 0,023%.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Ergometrina, ergometrinina, ergotamina.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
Não há uso terapêutico do Ergot, somente de alcaloides isolados.
ALCALOIDES PROVENIENTES DA VIA DO
CHIQUIMATO E DROGAS VEGETAIS
CORRELACIONADAS
O especialista Marco Rocha fala sobre a importância da via do chiquimato para a biossíntese
dos alcaloides, e discorre um pouco sobre as estruturas formadas e as plantas que os contêm.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. MORFINA E CODEÍNA SÃO DOIS ALCALOIDES DE GRANDE VALOR
COMERCIAL. ELES PERTENCEM À MESMA CLASSE DE QUAL
ALCALOIDE?
A) Mescalina
B) Ácido-lisérgico
C) Estricnina
D) Quinidina
E) Heroína
2. A QUININA FOI UM DOS ALCALOIDES MAIS UTILIZADOS NO MUNDO
DEVIDO À SUA ATIVIDADE ANTIMALÁRICA E, ATÉ HOJE, É UTILIZADA
PARA AS FORMAS RESISTENTES DA DOENÇA. A QUININA É UM
ALCALOIDE DA CLASSE DOS:
A) Quinolínicos
B) β-carbolinas
C) Quinazolínicos
D) Indolterpenoides
E) Benziltetrahidroisoquinolínicos
GABARITO
1. Morfina e codeína são dois alcaloides de grande valor comercial. Eles pertencem à
mesma classe de qual alcaloide?
A alternativa "E " está correta.
 
Heroína, codeína e morfina pertencem à classe dos alcaloides opioides.
2. A quinina foi um dos alcaloides mais utilizados no mundo devido à sua atividade
antimalárica e, até hoje, é utilizada para as formas resistentes da doença. A quinina é um
alcaloide da classe dos:
A alternativa "A " está correta.
 
A quinina possui um esqueleto característico da classe dos alcaloides quinolínicos.
MÓDULO 4
 Descrever os alcaloides de precursores não aminoácidos
CARACTERÍSTICAS GERAIS E ORIGEM
BIOSSINTÉTICA DOS ALCALOIDES DE
PRECURSORES NÃO AMINOÁCIDOS
Os alcaloides provenientes de percussores não aminoácidos são aqueles formados por meio
de reações entre o Acetil-CoA e o Malonil-CoA e a partir das bases púricas. Nesse grupo,
destacam-se os alcaloides mono-, sesqui-, diterpenoides, esteroidais e os alcaloides púricos.
Existem, ainda, os alcaloides imidazólicos, derivados da L-histidina – um aminoácido formado a
partir da glicólise e não pela via do acetato ou chiquimato.
 Foto: Orthosiphon aristatus L. Planta Medicinal com alcaloides utilizada na prevenção e
tratamento de infecções urinárias.
ALCALOIDES IMIDAZÓLICOS
Pilocarpina e pilosina são alcaloides imidazólicos encontrados nas folhas de Jaborandi
(Pilocarpus microphyllus e Pilocarpus jaborandi; Rutaceae) e derivados da L-histidina (figura
59).
 
Imagem: Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 59. Biossíntese da Pilocarpina.
 SAIBA MAIS
A pilocarpina é muito utilizada na oftalmologia. Ela é um agonista colinérgico, de ação
predominantemente muscarínica, sem efeito nos receptores nicotínicos, usada no tratamento
de glaucoma de ângulo aberto e, eventualmente, em glaucoma de ângulo fechado. Ela
aumenta a drenagem do humor aquoso do olho, diminuindo a pressão intraocular.
A pilocarpina pode aumentar a secreção de glândulas salivares, lacrimais, bronquiais,
gástricas, pancreáticas e intestinais, elevando a eliminação de água, ureia e cloreto de sódio.
Aumenta, ainda, o tônus e as contrações estomacais. Ela pode causar broncoespasmos e é
contraindicada para pacientes asmáticos. Também promove o aumento do tônus e motilidade
nos ureteres, bexiga, vesícula e canais biliares. Não deve ser usada quando há a suspeita de
cálculos.
Durante o tratamento, podem aparecer alterações da acomodação e dor no globo ocular, que
passa em alguns dias. Caso haja intoxicação, deve-se administrar Diazepam para controlar os
espasmos. Devido à sua capacidade de abrir os poros do cabeludo, o jaborandi, onde a
pilocarpina é encontrada, também é utilizado em cosméticos, principalmente em xampus.
 
DROGAS VEGETAIS CONTENDO ALCALOIDES
IMIDAZÓLICOS
 
Foto: Fabiano Gumier Costa/Wikimedia Commons.
 Figura 60. Pilocarpus microphyllus.
Nome popular
Nome científico
Droga vegetal
Preparação padrão
Composição química
Propriedades farmacológicas
Indicação farmacêutica
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NOME POPULAR
Jaborandi
NOME CIENTÍFICO
Pilocarpus microphyllus (figura 60)
DROGA VEGETAL
Folhas e folíolos.
PREPARAÇÃO PADRÃO
Deve conter no mínimo 0,3% de pilocarpina e no máximo 7% de impurezas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Alcaloides (0,5-1,0%): imidazólicos – pilocarpina (55%), pilocapidina, isopilocarpina,
pilosina, isopilosina, epiisopilosina etc.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Estimula as secreções glandulares.
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
Produtos cosméticos para estimular o crescimento dos cabelos.
ALCALOIDES DERIVADOS DAS REAÇÕES
DE AMINAÇÃO
A coniina é um alcaloide com estrutura piperidínica que não é derivada da L-lisina, e sim do
ácido cáprico, formado pelo acoplamento entre o acetato e o malonato (figura 61).
 
Imagem: Medicinal natural products: a biosynthetic approach, Paul M. Dewick, 2002, p. 381,
adaptada por Kassia Cristina Waldhelm Spindola.
 Figura 61. Biossíntese da coniina.
 VOCÊ SABIA
A coniina é encontrada na Cicuta (Conium maculatum) e foi isolada pela primeira vez em 1831.
Antigamente, usavam-se os frutos secos não maduros como analgésico e sedativo, mas,
atualmente, não há uso medicinal. A planta também era utilizada como veneno em execuções,
uma vez que causa paralisia muscular gradual seguida de convulsões e morte por paralisia
respiratória.
Todas as partes da planta são venenosas devido ao teor de alcaloides, embora a
concentração mais alta de alcaloides seja encontrada na fruta verde (até 1,6%). O principal
alcaloide (90%) é a coniina, com quantidades menores de outros alcaloides, como N -
metilconiina e γ-coniceina.
A coniina é um antagonista de acetilcolina em receptor

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