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resumo musculos

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Conceitos essenciais
Introdução
1.Movimento resulta da alternância de contração e relaxamento dos músculos, que constituem 40 a 50% do peso corporal total.
2.A função primária do músculo é transformar energia química em mecânica para realizar trabalho.
10.1Visão geral do tecido muscular
1.Os 3 tipos de tecido muscular são: esquelético, cardíaco e liso. O tecido muscular esquelético apresenta suas inserções principalmente nos ossos; é estriado e voluntário. O tecido muscular cardíaco forma a parede do coração; é estriado e involuntário. O tecido muscular liso está localizado principalmente nos órgãos internos; não é estriado (liso) e é involuntário.
2.Por meio da contração e do relaxamento, o tecido muscular realiza 4 funções importantes: produção de movimentos corporais; estabilização das posições do corpo; movimento de substâncias dentro do corpo e regulação do volume orgânico; e produção de calor.
3.As 4 propriedades especiais do tecido muscular são: (1) excitabilidade elétrica, a propriedade de responder aos estímulos por meio da produção de potenciais de ação; (2) contratilidade, a capacidade de gerar tensão para realizar trabalho; (3) extensibilidade, a capacidade de ser estendido (estirado) e (4) elasticidade, a capacidade de retornar à forma original depois da contração ou estiramento.
10.2Tecido muscular esquelético
1.A tela subcutânea separa a pele dos músculos, fornece uma via para os vasos sanguíneos e nervos penetrarem e saírem dos músculos, e protege os músculos de trauma físico. As fáscias revestem as paredes do corpo e membros que circundam e sustentam os músculos, possibilitam o movimento livre dos músculos, carreiam nervos e vasos sanguíneos e preenchem espaços entre os músculos.
2.Tendões e aponeuroses são extensões de tecido conjuntivo além das fibras musculares que prendem o músculo ao osso ou a outro músculo. Em geral, um tendão tem forma de cordão; a aponeurose é larga e plana.
3.Os músculos esqueléticos são bem supridos por nervos e vasos sanguíneos. Em geral, uma artéria e uma ou duas veias acompanham cada nervo que penetra no músculo esquelético.
4.Neurônios somáticos motores fornecem os impulsos nervosos que estimulam a contração do músculo esquelético.
5.Os capilares sanguíneos levam oxigênio e nutrientes e removem calor e escórias do metabolismo muscular.
6.As principais células do tecido muscular esquelético são chamadas fibras musculares esqueléticas. Cada fibra muscular apresenta 100 ou mais núcleos porque se originam da fusão de muitos mioblastos. Células-satélite são mioblastos que persistem depois do nascimento. Sarcolema é a membrana plasmática de uma fibra muscular; circunda o sarcoplasma. Túbulos transversos são invaginações do sarcolema.
7.Cada fibra (célula) muscular contém centenas de miofibrilas, que consistem nos elementos contráteis do músculo esquelético. O retículo sarcoplasmático (RS) circunda cada miofibrila. No interior da miofibrila se encontram os filamentos finos e grossos distribuídos em compartimentos chamados sarcômeros.
8.A sobreposição de filamentos finos e grossos produz estriações. As bandas A mais escuras se alternam com as bandas I mais claras.
9.As miofibrilas são compostas por 3 tipos de proteínas: contrátil, reguladora e estrutural. As proteínas contráteis são a miosina (filamento grosso) e a actina (filamento fino). As proteínas reguladoras são a tropomiosina e a troponina, ambas integrantes do filamento fino. As proteínas estruturais incluem a titina (liga a linha Z à linha M e estabiliza o filamento grosso), a miomesina (forma a linha M), a nebulina (ancora os filamentos finos às linhas Z e regula o comprimento dos filamentos finos durante o desenvolvimento) e a distrofina (liga os filamentos finos ao sarcolema). 
10.As cabeças de miosina projetadas contêm locais de ligação com a actina e com o ATP e são as proteínas motoras que ativam a contração muscular.
10.3Contração e relaxamento das fibras musculares esqueléticas
1.A contração muscular ocorre porque as pontes transversas se prendem e “andam” ao longo dos filamentos finos nas duas extremidades do sarcômero, puxando de maneira progressiva os filamentos finos em direção ao centro do sarcômero. Conforme os filamentos finos deslizam para dentro, as linhas Z se aproximam e o sarcômero encurta.
2.O ciclo da contração consiste na sequência repetida de eventos que promove o deslizamento dos filamentos: (1) a ATPase da miosina hidrolisa ATP e passa a ficar energizada; (2) a cabeça de miosina se fixa à actina, formando uma ponte cruzada; (3) a ponte transversa gera força conforme gira em direção ao centro do sarcômero (movimento de força); e (4) a ligação do ATP com a cabeça de miosina a desprende da actina. A cabeça de miosina mais uma vez hidrolisa ATP; volta a sua posição original e se liga a um novo local na actina com a continuidade do ciclo.
3.O aumento da concentração de Ca2+ no citosol começa o deslizamento do filamento; a diminuição desativa o processo de deslizamento.
4.O potencial de ação muscular que se propaga pelo sistema de túbulo T promove a abertura dos canais de liberação de Ca2+ na membrana do RS. Os íons cálcio se difundem do RS para o sarcoplasma e se combinam com a troponina. Essa ligação faz com que a tropomiosina se afaste dos locais de ligação com a miosina na actina.
5.Bombas de transporte ativo de Ca2+ continuamente removem Ca2+ do sarcoplasma para o RS. Quando a concentração de íons cálcio no sarcoplasma diminui, a tropomiosina desliza de volta e bloqueia os locais de ligação com a miosina e a fibra muscular relaxa.
6.Uma fibra muscular desenvolve sua maior tensão quando há uma boa zona de sobreposição entre os filamentos finos e grossos. Essa dependência é a relação comprimento–tensão.
7.A junção neuromuscular (JNM) consiste na sinapse entre um neurônio somático motor e uma fibra muscular esquelética. A JNM inclui as terminações axônicas e os botões sinápticos terminais de um neurônio motor, além da placa motora adjacente do sarcolema da fibra muscular.
8.Quando um impulso nervoso chega aos botões sinápticos terminais de um neurônio somático motor, desencadeia a exocitose das vesículas sinápticas, que liberam acetilcolina (ACh). A ACh se difunde pela fenda sináptica e se liga aos receptores de ACh, iniciando o potencial de ação muscular. Em seguida, a acetilcolinesterase rapidamente degrada a ACh em seus componentes.
10.4Metabolismo muscular
1.As fibras musculares apresentam 3 fontes de produção de ATP: creatina, respiração celular anaeróbica (glicólise) e respiração celular aeróbica.
2.A creatinoquinase catalisa a transferência de um grupo fosfato de alta energia do fosfato de creatina para o ADP a fim de formar novas moléculas de ATP. Juntos, o fosfato de creatina e o ATP fornecem energia suficiente para os músculos se contraírem ao máximo por cerca de 15 s.
3.A glicose é convertida em ácido pirúvico nas reações de glicólise, produzindo 2 ATPs sem usar oxigênio. A glicólise anaeróbica pode fornecer energia suficiente para 2 min de atividade muscular máxima.
4.A atividade muscular que ocorre ao longo de um período prolongado depende de respiração aeróbica, que consiste em reações mitocondriais que requerem oxigênio para a produção de ATP.
5.A incapacidade de um músculo de se contrair vigorosamente depois de atividade prolongada chama-se fadiga muscular.
6.O uso elevado de oxigênio depois do exercício é chamado de captação de oxigênio de recuperação.
10.5Controle da tensão muscular
1.Um neurônio motor e as fibras musculares que ele estimula formam uma unidade motora. Uma única unidade motora pode conter de 2 a 3.000 fibras musculares.
2.Recrutamento é o processo de aumento da quantidade de unidades motoras ativas.
3.Abalo muscular é a contração breve de todas as fibras musculares de uma unidade motora em resposta a um único potencial de ação.
4.Miograma é o registro de uma contração; consiste em um período de latência, um período de contração e um período de relaxamento.
5.Somação de onda é a força aumentada de uma contraçãoque ocorre quando um segundo estímulo chega antes que a fibra muscular tenha relaxado por completo após um estímulo prévio.
6.Estímulos repetidos podem provocar tétano incompleto, ou seja, contração muscular sustentada com relaxamento parcial entre os estímulos. Estímulos que se repetem com mais rapidez provocam tétano completo, contração sustentada sem relaxamento parcial entre os estímulos.
7.A ativação involuntária contínua de um pequeno número de unidades motoras produz o tônus muscular, essencial para a manutenção da postura.
8.Na contração isotônica concêntrica, o músculo se encurta para produzir movimento e para modificar o ângulo em uma articulação. Durante uma contração isotônica excêntrica, o músculo se alonga.
9.As contrações isométricas, nas quais a tensão é gerada sem mudança do comprimento muscular, são importantes porque estabilizam algumas articulações enquanto outras estão em movimento.
10.6Tipos de fibra muscular esquelética
1.Com base na estrutura e função, as fibras musculares esqueléticas são classificadas como oxidativas lentas (OL), oxidativo-glicolíticas rápidas (OGR) e glicolíticas rápidas (GR).
2.A maioria dos músculos esqueléticos contém uma mistura dos 3 tipos de fibras. Suas proporções variam com a ação típica do músculo.
3.As unidades motoras de um músculo são recrutadas na seguinte ordem: primeiro as fibras OL, depois as OGR e, por fim, as GR.
10.7Exercício e tecido muscular esquelético
1.Vários tipos de exercícios podem induzir alterações nas fibras de um músculo esquelético. Exercícios de resistência (aeróbicos) causam transformação gradual de algumas fibras glicolíticas rápidas (GR) em fibras oxidativo-glicolíticas rápidas (OGR).
2.Os exercícios que requerem muita força por curtos períodos produzem aumento de tamanho e força das fibras glicolíticas rápidas (GR). O aumento de tamanho é decorrente da síntese mais intensa de filamentos finos e grossos.
10.8Tecido muscular cardíaco
1.O músculo cardíaco é encontrado apenas no coração. As fibras musculares cardíacas apresentam a mesma distribuição de actina e miosina e as mesmas bandas, zonas e linhas Z que as fibras musculares esqueléticas. As fibras se conectam umas com as outras por meio de discos intercalados, que contêm tanto desmossomos quanto junções comunicantes.
2.O tecido muscular cardíaco permanece contraído por um tempo 10 a 15 vezes mais longo que o tecido muscular esquelético devido ao fornecimento prolongado de Ca2+ ao sarcoplasma.
3.O tecido muscular cardíaco contrai quando estimulado por suas próprias fibras autorrítmicas. Devido a sua atividade rítmica contínua, o músculo cardíaco depende fortemente da respiração aeróbica para gerar ATP.
10.9Tecido muscular liso
1.O músculo liso não é estriado e é involuntário.
2.As fibras de músculo liso contêm filamentos intermediários e corpos densos; a função dos corpos densos é similar àquela das linhas Z no músculo estriado.
3.O músculo liso visceral (unitário) é encontrado nas paredes das vísceras ocas e dos pequenos vasos sanguíneos. Muitas fibras formam uma rede que se contrai ao mesmo tempo.
4.O músculo liso multiunitário é encontrado nos grandes vasos sanguíneos, nas grandes vias respiratórias dos pulmões, nos músculos eretores de pelos e no olho, onde ajusta o diâmetro das pupilas e o foco da lente. As fibras operam de maneira independente e não em conjunto.
5.A duração da contração e do relaxamento do músculo liso é maior do que no músculo esquelético, visto que leva mais tempo para o Ca2+ alcançar os filamentos.
6.Fibras musculares lisas se contraem em resposta a impulsos nervosos, hormônios e fatores locais.
7.Fibras musculares lisas conseguem se alongar de maneira considerável e ainda manter sua função contrátil.
10.10Regeneração do tecido muscular
1.As fibras musculares esqueléticas não conseguem se dividir e apresentam capacidade limitada de regeneração; as fibras musculares cardíacas conseguem se regenerar em circunstâncias limitadas; e as fibras musculares lisas demonstram a melhor capacidade de divisão e regeneração.
10.11Desenvolvimento dos músculos
1.Com algumas exceções, os músculos se desenvolvem a partir do mesoderma.
2.Os músculos esqueléticos da cabeça e dos membros se desenvolvem a partir do mesoderma geral. Outros músculos esqueléticos se desenvolvem a partir do mesoderma dos somitos.
10.12Envelhecimento e tecido muscular
1.Com o envelhecimento, ocorre perda lenta e progressiva de massa muscular esquelética, que é substituída por tecido conjuntivo fibroso e gordura.
2.O envelhecimento também ocasiona diminuição da força muscular, retardo dos reflexos musculares e perda de flexibilidade.
Conceitos essenciais
11.1Como os músculos esqueléticos produzem movimento
1.Os músculos esqueléticos que produzem movimento o fazem tracionando os ossos.
2.A fixação ao osso mais estacionário é a origem; aquela ao osso mais móvel é a inserção.
3.Os ossos servem de alavancas e as articulações de fulcros. Duas forças diferentes atuam na alavanca: carga (resistência) e esforço.
4.As alavancas são categorizadas em 3 tipos: primeira classe, segunda classe e terceira classe (mais comum) – de acordo com as posições do fulcro, com o esforço e a carga na alavanca.
5.As disposições dos fascículos são paralela, fusiforme, circular, triangular e penada (ver Tabela 11.1). A organização fascicular afeta a potência do músculo e o arco de movimento.
6.O agonista produz a ação desejada; o antagonista realiza a ação oposta. Os sinergistas ajudam o agonista reduzindo os movimentos desnecessários. Os estabilizadores fixam a origem do agonista de forma que possa atuar de maneira mais eficiente.
11.2Como os músculos esqueléticos são chamados?
1.As características distintivas dos diferentes músculos esqueléticos são direção dos fascículos musculares; tamanho, forma, ação, número de origens (ou cabeças) e localização do músculo; e locais de origem e inserção do músculo (ver Tabela 11.2).
2.A maioria dos músculos esqueléticos é nomeada com base em combinações de características.
11.3Principais músculos esqueléticos
1.Os músculos da cabeça que produzem as expressões faciais movimentam a pele em vez de articulações quando se contraem e nos possibilitam expressar uma ampla variedade de emoções (ver Expo 11.A). Os músculos da cabeça que movimentam os bulbos dos olhos estão entre os músculos esqueléticos de mais rápida contração e mais precisamente controlados do corpo. Eles nos possibilitam elevar, abaixar, abduzir, aduzir e rodar medial e lateralmente os bulbos dos olhos. Os músculos que movimentam as pálpebras abrem os olhos (ver Expo 11.B).
2.Os músculos que movimentam a mandíbula desempenham funções essenciais na mastigação e na fala (ver Expo 11.C). Os músculos da cabeça que movimentam a língua são importantes na mastigação e na fala, bem como na deglutição (Expo 11.D).
3.Os músculos anteriores do pescoço que auxiliam a deglutição e a fala, chamados músculos supra-hióideos, estão localizados acima do hioide (Expo 11.E).
4.Os músculos do pescoço que movimentam a cabeça modificam sua posição e ajudam a equilibrá-la sobre a coluna vertebral (ver Expo 11.F).
5.Os músculos do abdome ajudam a conter e proteger as vísceras abdominais, movimentam a coluna vertebral, comprimem o abdome e produzem a força necessária para defecar, urinar, vomitar e dar à luz (ver Expo 11.G).
6.Os músculos do tórax usados na respiração modificam o tamanho da cavidade torácica de forma que a inspiração e a expiração possam ocorrer e ajudam o retorno venoso do sangue para o coração (ver Expo 11.H).
7.Os músculos do assoalho pélvico sustentam as vísceras pélvicas, resistem à pressão que acompanha os aumentos na pressão intra-abdominal e funcionam como esfíncteres na junção anorretal, uretra e vagina (ver Expo 11.I). Os músculos do períneo ajudam na micção, ereção do pênis e clitóris, ejaculação e defecação (ver Expo 11.J).
8.Os músculos do tórax que movimentam o cíngulo do membro superior estabilizam a escápula de forma a funcionar como um ponto de origem estávelpara a maioria dos músculos que movimentam o úmero (ver Expo 11.K).
9.A maior parte dos músculos do tórax que movimentam o úmero se origina na escápula (músculos escapulares); os músculos restantes se originam no esqueleto axial (músculos axiais) (ver Expo 11.L). Os músculos do braço que movimentam o rádio e a ulna estão envolvidos na flexão e na extensão na articulação do cotovelo e estão organizados em compartimento flexor e compartimento extensor (ver Expo 11.M).
10.Os músculos do antebraço que movimentam o punho, a mão, o polegar e os dedos são muitos e variados; os músculos que atuam nos dedos são chamados de músculos extrínsecos (ver Expo 11.N). Os músculos da palma da mão que movimentam os dedos (músculos intrínsecos) são importantes em atividades que exigem destreza e conferem aos seres humanos a capacidade de preensão e manipulação de objetos de maneira precisa (ver Expo 11.O).
11.Os músculos do pescoço e da coluna que movimentam a coluna vertebral são bastante complexos porque apresentam múltiplas origens e inserções e existe sobreposição considerável entre eles (ver Expo 11.P).
12.Os músculos da região glútea que movimentam o fêmur se originam, na maior parte, no cíngulo do membro inferior e se inserem no fêmur; esses músculos são maiores e mais potentes que seus comparativos no membro superior (ver Expo 11.Q). Os músculos da coxa que movimentam o fêmur, a tíbia e a fíbula são separados em compartimentos medial (adutor), anterior (extensor) e posterior (flexor) (ver Expo 11.R).
13.Os músculos da perna que movimentam os pés e os dedos estão divididos em compartimentos anterior, lateral e posterior (ver Expo 11.S).
14.Os músculos do pé que movimentam os dedos (músculos intrínsecos), diferentemente daqueles da mão, são limitados às funções de sustentação e locomoção (ver Expo 11.T).

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