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Sustentabilidade Construção Civil

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Faculdade Mauricio de Nassau
Campus João XXIII
Sustentabilidade (Construção Civil e o Meio Ambiente)
Teresina, Novembro de 2017
Faculdade Mauricio de Nassau
Campus João XXIII
Sustentabilidade (Construção Civil e o Meio Ambiente)
Djalma Alves
Guilherme Alves
Jonas Lima
José Carlos
Vinicius Sobral
Teresina, Novembro de 2017
Introdução
São cada vez mais evidentes os impactos negativos que o homem provoca na natureza. A poluição, a destruição de habitats, o acúmulo de resíduos sólidos e a diminuição rápida da biodiversidade são apenas alguns dos exemplos dos problemas ambientais gerados pela ação do homem na atualidade.
Uma das palavras mais utilizadas para se falar do meio ambiente e dos impactos causados pelos homens é sustentabilidade. Esse termo pode ser definido como a capacidade do ser humano de interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. Esse conceito é bastante complexo e capaz de integrar questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais. 
A sustentabilidade também pode ser usada em conjunto com a palavra desenvolvimento e, nesse caso, referir-se às maneiras de evitar o esgotamento dos nossos recursos naturais e conseguir atender as necessidades da população atual. De uma maneira geral, podemos falar que a sustentabilidade é a capacidade de manter-se. Quando utilizamos os recursos naturais de maneira sustentável, por exemplo, eles conseguem manter-se por vários anos, não se esgotando facilmente.
 É importante se discutir sustentabilidade, pois a cada dia que passa os problemas ambientais afetam a qualidade de vida da população. O desenvolvimento sustentável necessita de planejamento e participação de todas as esferas da população desde um único empreendimento, passando por uma pequena comunidade, até o planeta inteiro. 
O Surgimento do Conceito de Desenvolvimento Sustentável 
Nas décadas de 70 e 80 as empresas começaram a pensar em ações para suavizar impactos ambientais e sociais, iniciou-se o que conhecemos hoje por responsabilidade sociais corporativas. Nos últimos 10 anos as organizações corporativas enxergaram oportunidades nesse meio, fizeram com que a responsabilidade social se transformasse em sustentabilidade e entrasse no discurso e planejamento estratégico das empresas.
A sustentabilidade corporativa está atrelada ao conceito de desenvolvimento sustentável, lançado para o mundo no final dos anos 80, a partir de debates promovidos pela ONU no início da década. Na ocasião, a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, foi nomeada chefe da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
O objetivo da comissão, um grupo autônomo, era avaliar as questões de meio ambiente e desenvolvimento do planeta, formulando propostas realistas como solução aos problemas encontrados, assegurando que o progresso da humanidade acontecesse sem que a natureza entrasse em colapso. Esses debates acabaram, então, por gerar o famoso Relatório Brundtland ou Our Common Future.
O relatório, apresentado ao mundo em 1987, apontou a incompatibilidade entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes na época. O seu conteúdo já trazia um tom de alerta para que os governantes assumissem a responsabilidade pelos impactos ambientais e as decisões políticas que os originavam. 
Citado pela primeira vez no Relatório de Brundtland, o termo desenvolvimento sustentável foi denominado como “a satisfação das necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Ainda segundo o relatório, uma série de medidas deveria ser tomada pelos países para a promoção do desenvolvimento sustentável, entre eles:
- Limitação do crescimento populacional;
- Garantia de recursos básicos em longo prazo (água, energia, alimentos);
- Atendimento das necessidades básicas;
- Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
- Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores.
Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável transformou-se em referência para diversas causas sociais e ambientais em todo o mundo, transcendendo sua amplitude política e governamental, atingindo o mundo corporativo. Tendo como foco as premissas do desenvolvimento sustentável, diversas empresas, hoje, utilizam o badalado triple bottom line para condução de seus negócios.
Além da conhecida base econômica, social e ambiental, os pilares da cultura e da política também estão inseridos no conceito de sustentabilidade corporativa. A ampliação do tripé tornou-se fundamental, uma vez que, em maior ou menor grau, novos fatores acabam por impactar a cadeia de valores das empresas, independente da área de atuação ou da natureza dos produtos.
Quando se fala do aspecto político, estamos falamos da coerência entre o que é esperado e a prática adotada por uma organização, uma determinada sociedade ou mesmo um governo. É meio que a prática alinhada ao discurso. Já o aspecto cultural se refere a que tipo de sociedade a empresa está inserida, o comportamento, as limitações e suas peculiaridades. Com a globalização, as organizações multinacionais se proliferaram e estão em todos os lugares do mundo. Respeitar as diferenças e características locais é vista como vantagem competitiva e pode, dependendo do caso, até significar a sobrevivência em mercados regionais.
Cenário da Construção Civil e Conceito de Construção Sustentável
Das atividades humanas sobre a terra, a construção civil é a que mais causa danos ao meio ambiente. O Conselho Internacional da Construção (CIB) aponta a indústria da construção como o setor que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva. Além disso, estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerado pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção.
No final da década de 1980 e início da década de 1990, as questões de sustentabilidade chegaram à agenda da arquitetura e do urbanismo e também na construção civil de forma incisiva, trazendo novos paradigmas. As cidades e seu metabolismo são as grandes responsáveis pelo consumo de materiais, água e energia, sendo assim razoável pensar que, em um futuro próximo, continuarão a produzir grande impactos negativos sobre o meio natural. 
Muitos destes impactos negativos são gerados pelo setor da construção civil, que responde por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no mundo. De acordo com dados do Worldwatch Institute, a construção de edifícios consome 40% das pedras e areia utilizados no mundo por ano, além de ser responsável por 25% da extração de madeira anualmente. Naturalmente aos poucos a sustentabilidade assuma gradualmente uma posição de mais importância nesse cenário.
O conceito de Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos que permitam à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna tecnologia e a criação de edificações que atendam todas as necessidades de seus usuários. 
Certificação e Avaliação Ambiental
A questão ambiental vem sendo debatida em todo o mundo, e tornou-se necessário adequar a arquitetura a esta demanda. Diversos países criaram critérios de avaliação para construções sustentáveis. 
Os métodos para avaliação ambiental de edifícios surgiram na década de 1990 na Europa, EUA e Canadá com a intenção de encorajar o mercado a obter níveis superiores de desempenho ambiental. Pelo fato das agendas ambientais serem diferenciadas, os métodos empregados em outros países não devem ser utilizados sem as devidas adaptações, incluindo a definição dos requisitos de sustentabilidade que devam ser atendidos pelos edifícios no Brasil. 
Atualmente, cada país europeu, além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong, possui um sistema deavaliação de edifícios. No Brasil, o atestado de boa conduta ambiental e social mais difundido é a Certifcação LEED do USGreen Building Council (GBC) [Conselho Norte Americano de Prédios Verdes]. Mas outros sistemas de certificação estão começando a despontar. Em abril de 2008 foi lançada a certificação para empreendimentos sustentáveis Alta Qualidade Ambiental (AQUA) que foi adaptada para atender as características ambientais do país.
Vantagens e Desvantagens da Sustentabilidade
Tendo em vista um retorno que teremos em médio prazo, as vantagens são ilimitadas. As empresas devem ter atitudes de reaproveitamento de matéria-prima, havendo a diminuição da matéria virgem, tendo a visão de preservar a mata e a flora, mantendo também o desenvolvimento de uma melhor economia. Pontuando essas vantagens:
Preservação do meio ambiente;
Colaboração com a natureza;
Mantendo boas práticas de cidadania;
Melhorando a qualidade de vida;
Ganhos da adoção das práticas ambientais e sociais especificamente numa incorporadora ou construtora:
Estabelecimento da sustentabilidade como valor estratégico da empresa;
Difusão dos conceitos de sustentabilidade nos diversos níveis da organização, visando à motivação pessoal e profissional dos diversos agentes; 
Desenvolvimento de diretrizes de processos e produtos comprometidos social e ambientalmente, criando diferenciais competitivos a serem percebidos pelos seus clientes e partes envolvidas;
Detecção de oportunidades de otimização dos processos e redução de custos pela diminuição dos impactos ambientais e sociais e pelo compromisso com o desenvolvimento do capital humano e intelectual de seus colaboradores;
Desenvolvimento e seleção de fornecedores de materiais, serviços e equipamentos que atendam às diretrizes ambientais e critérios sociais;
Melhoria nas relações com as partes envolvidas (público interno, consumidores e clientes, fornecedores, meio ambiente, comunidade, governo e sociedade, vizinhança de empreendimentos, sindicatos, órgãos de controle ambiental, etc.);
Padronização e controle do desempenho econômico, ambiental e social da empresa e de seus processos e produtos;
Estruturação dos indicadores de monitoramento do desempenho e emissão de relatórios socioambientais;
Desenvolvimento e consolidação da cultura de sustentabilidade na empresa, permitindo sua inserção entre as organizações que atendem aos indicadores de sustentabilidade definidos por várias entidades envolvidas com o assunto, entre elas o ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA;
Melhoria da imagem corporativa da empresa pelas práticas sociais e ambientais aplicadas e comunicação desse diferencial aos clientes e partes interessadas.
Já as desvantagens são pouquíssimas, porém existem, e o principal dela é o custo, dependendo do investimento, podem chegar a ter um aumento de 5 a 15% no valor total da obra.
Aplicações
A aplicação da sustentabilidade está em alta, os projetos já são feitos pensando no futuro, embora quando falamos em obra sustentável já vem logo em nossa mente o custo, pois dependendo do tamanho do seu investimento, técnica e produtos utilizados na sua obra podemos ter um aumento de 5 a 15% no custo da obra. Porém é um investimento com retorno garantido no de médio a longo prazo. Todas as soluções de sustentabilidade voltada a construções são importantes, mas sempre devemos pensar na sustentabilidade de uma forma ampliada pois ela tem embasamento no tripé ambiental, social e econômico. O maior interesse deve ser em reduzir os impactos causados no meio ambiente.
Atualmente está se tornando cada vez mais comum de diversos recursos na tentativa de minimizar o impacto das construções no meio ambiente, os mais comuns são uso de placas de energia solar, reaproveitamento da água da chuva, sombreamento, utilização de ventilação e luz natural, áreas verdes, entre outros... Isso mostra o empenho e a mudança de mentalidade da sociedade em relação a sustentabilidade, assim contribuindo para as futuras gerações.
Conclusão
Podemos ver como o conceito Sustentabilidade foi amplamente discutido nas últimas décadas e os comprometimentos de diversos órgãos com esse tema. No entanto estamos apenas no início de um processo que ainda não é unanimidade nos canteiros de obras Brasil a fora. Podemos encontrar ainda no meio urbano muitos casos de descompromisso com a sustentabilidade.
Porem os processos da engenharia não podem ser isolados, devemos contar com vários setor da sociedade, principalmente a apelação para a conscientização das pessoas, principalmente com o uso de uma educação ambiental, buscando sempre o desenvolvimento do tripé para conseguirmos chegar aos objetivos.
Fontes
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=23&Cod=1827
https://www.sienge.com.br/blog/10-dicas-de-sustentabilidade-na-construcao-civil/
http://www.dicyt.com/viewNews.php?newsId=19499
http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/92/artigo283594-1.aspx
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade

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