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Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil Os primeiros pensadores, a

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Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil: Os primeiros pensadores, a 
padronização contábil e os congressos brasileiros de contabilidade 
 
Ivam Ricardo Peleias * 
 João Bacci** 
 
Resumo 
Este trabalho oferece uma retrospectiva 
histórica sobre o desenvolvimento da 
Contabilidade no Brasil, entre os séculos 
XIX e XX, e contemplou: para o século 
XIX, os movimentos iniciais para a 
regulamentação e consolidação da 
profissão contábil, a criação dos primeiros 
cursos de ensino comercial, as obras 
pioneiras editadas e a implantação de um 
sistema de Contabilidade Pública em São 
Carlos, Estado de São Paulo. Para a 
primeira metade do século XX, abordou os 
esforços pelo reconhecimento da profissão, 
as primeiras discussões e ações para a 
padronização contábil, e os Congressos 
Brasileiros de Contabilidade. A pesquisa é 
exploratória e descritiva, baseada em 
fontes primárias e secundárias, trabalhos 
acadêmicos, periódicos editados por 
órgãos de classe e obras históricas. Busca 
ilustrar a evolução da Contabilidade no 
Brasil, apresentando cronologicamente as 
primeiras ações para a regulamentação da 
profissão e para o ensino comercial, as 
contribuições de alguns pensadores 
contábeis do século XIX e início do século 
XX, as discussões e esforços na busca da 
padronização contábil, e as contribuições 
obtidas com os primeiros Congressos 
Brasileiros de Contabilidade, oferecendo 
um melhor entendimento sobre o 
desenvolvimento histórico da profissão 
contábil em nosso País. 
Palavras-Chaves: profissão contábil no 
Brasil, desenvolvimento contábil no Brasil, 
padronização contábil e congressos 
brasileiros de contabilidade. 
Abstract 
This work offers a historical retrospect on 
the development of the Accounting in 
Brazil, between centuries XIX and XX, 
and contemplated: for century XIX, the 
initial movements for the regulation and 
consolidation of the countable profession, 
the creation of the first courses of 
commercial education, the pioneering 
workmanships edited and the implantation 
of a system of Public Accounting in Are 
Carlos, State of São Paulo. For the first 
half of century XX, it approached the 
efforts for the recognition of the 
profession, the first quarrels and action for 
the accounting standardization, and the 
Brazilian Congresses of Accounting. The 
research is exploratória and descriptive, 
based in primary and secondary sources, 
academic, periodic works edited by 
classroom agencies and historical 
workmanships. Search cronologicamente 
to illustrate the evolution of the 
Accounting in Brazil, presenting the first 
actions for the regulation of the profession 
and commercial education, the 
contributions of some countable thinkers 
of century XIX and beginning of century 
XX, the quarrels and efforts in the search 
of the accounting standardization, and the 
contributions gotten with the first Brazilian 
Congresses of Accounting, offering one 
better agreement on the historical 
development of the countable profession in 
our Country. 
 Key Words: accouting profession in 
Brazil, countable development in Brazil, 
accounting standardization and Brazilian 
congresses of accounting. 
* Professor Doutor do Curso de Mestrado 
de Contabilidade e Controladoria da 
Unifecap. 
** Mestre em Contabilidade e 
Controladoria pela Unifecap. 
 
 
 
Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
1 - Introdução 
O desenvolvimento da Contabilidade sempre esteve associado à evolução da 
humanidade. Esta associação é ressaltada e abordada por estudiosos, sob distintas 
perspectivas. A opinião de alguns pensadores, e os aspectos por estes identificados são a 
seguir apresentados: 
Melis (1950:3) destaca que: 
A Contabilidade, e sua principal e mais característica manifestação – a conta – é 
tão antiga quanto é a civilização construída pelos homens ... A história da 
Contabilidade é, em certo ponto, uma conseqüência da história da civilização, 
tanto em suas vicissitudes como nas mais altas manifestações da referida 
civilização, sobretudo no campo econômico. 
Da mesma forma, Vlaemminck (1961:XIII) analisa o desenvolvimento histórico da 
Contabilidade, estabelecendo uma correlação de sua evolução com a Economia: 
A Contabilidade é indubitavelmente uma técnica auxiliar da Economia. Como 
conseqüência aparece, se expande e se degenera ou se retrai ao compasso da 
evolução econômica das civilizações, nas diversas regiões e distintas épocas de 
sua história. Trataremos de nos manifestar sobre o paralelismo entre a evolução 
econômica geral e a evolução de um dos métodos a serviço da economia das 
empresas: a técnica das contas. 
Para Iudícibus (1993:31): 
em termos de entendimento da evolução histórica da disciplina, é importante 
reconhecer que raramente o “estado da arte” se adianta muito em relação ao grau 
de desenvolvimento econômico, institucional, e social das sociedades analisadas, 
em cada época. O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas 
práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de 
desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou 
nações. 
Em obra de sua autoria, Sá (1997:16) informa que “A Contabilidade nasceu com a 
civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase 
sempre tenham coincidido com aqueles que caracterizam os da própria evolução do ser humano”. 
Em trabalho de cunho histórico, Schmidt (2000:12) assevera que: 
dentro de um aspecto arqueológico, a Contabilidade manifestou-se há quase dez 
séculos, portanto, muito antes do próprio homem ter desenvolvido o espírito de 
civilidade. Assim como o homem progrediu, a Contabilidade, como uma 
ferramenta indispensável para o progresso da humanidade, perseguiu esse 
progresso. A epítome do enredo evolutivo da Contabilidade leva ao desfecho de 
que, assim como qualquer ramo do conhecimento intimamente relacionado com o 
contexto social, a História do Pensamento Contábil (HPC) é produto do meio 
social em que o usuário está inserido, tanto em termos de espaço como em termos 
de tempo. 
 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 
 
40
Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil: Os primeiros 
pensadores, a padronização contábil e os congressos brasileiros de contabilidade 
Provas do desenvolvimento da Contabilidade associado á evolução da sociedade são 
as primeiras preocupações com o ensino comercial, o surgimento e a atuação dos pensadores 
contábeis, os esforços e a necessidade de padronização (cuja conseqüência natural é 
formulação de regras e a padronização das demonstrações contábeis), a criação dos órgãos de 
classe e os eventos realizados por estes organismos. 
Estes movimentos ocorreram também no Brasil, de forma embrionária nos séculos 
XVI, XVII e XVIII1, e com maior intensidade a partir do século XIX2, principalmente pela 
vinda da Família Real e como conseqüência de diversos acontecimentos históricos ocorridos 
no País, em seus estágios políticos de Reino Unido, Império e República. Este artigo se 
propõe a identificar cronologicamente as primeiras ocorrências no ensino comercial3 no 
século XIX, o surgimento de pensadores contábeis brasileiros, as discussões pioneiras e as 
primeiras ações para a padronização contábil e a realização dos Primeiros Congressos 
Brasileiros de Contabilidade. 
2 - Breve retrospectiva sobre o desenvolvimento profissional contábil no Brasil – do 
século XIX à década de 20 do século XX 
Os resultados obtidos com esta pesquisa indicam que os primeiros grandes 
movimentos para a profissão contábil no Brasil ocorreram, no início do século XIX, com a 
chegada da Família Real. Algumas ocorrências havidas neste século, julgadas relevantes para 
este trabalho, serão a seguir apresentadas,em ordem cronológica4. 
Os primórdios do estudo comercial no Brasil datam de 1804, quando José da Silva 
Lisboa, intitulado Visconde de Cairu, faz publicar a obra “Princípios de Economia Política”. 
Este autor forneceria ainda outra contribuição no início do século XIX, a ser apresentada 
seguindo a cronologia adotada. 
Por meio de alvará publicado em 23 de agosto de 1808, cria-se a Real Junta de 
Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. Este documento determinou a adoção do 
sistema de partidas dobradas, para controle dos bens. A adoção deste sistema teve como causa 
principal o reconhecimento de seu uso pelos países da Europa. 
O ano de 1809 apresenta dois fatos relevantes: 
• o primeiro, a promulgação do Alvará de 15 de julho, criando oficialmente o ensino de 
Contabilidade no país, por meio das aulas de comércio, intituladas “aulas práticas”; 
• o segundo, a apresentação, pelo Visconde de Cairu, de um sistema de Direito Comercial, 
juntamente com a realização dos primeiros estudos sobre Economia Política no Brasil. 
Em 1833, Estevão Rafael de Carvalho escreve a obra “A Metafísica da Contabilidade 
Comercial”, na qual divulgava o método das partidas dobradas, e propunha a elevação da 
Contabilidade à condição de Ciência5. Segundo Ericeira (2003:54) esta obra teve ampla 
divulgação; entretanto, não houve interessados em sua aquisição. A publicação em formato de 
livro viria a ocorrer em 1837, ano no qual seu autor cumpria mandato como deputado federal. 
Em 1846, por meio do Decreto no. 456, de 23 de julho, foi fixado o regulamento das 
“aulas de comércio”, com duração estabelecida em dois anos, e cujos exames finais 
abordavam as disciplinas de Matemática, Geografia, Economia Política, Direito Comercial, 
Prática das Principais Operações e Atos Comerciais. Este diploma legal alterou a 
denominação das “aulas práticas” para “aulas de comércio”. 
A promulgação do primeiro Código Comercial Brasileiro por meio da Lei no. 556, de 
25 de junho de 1850, trouxe a obrigatoriedade de as empresas manterem a escrituração 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 41
Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
contábil, seguirem uma ordem uniforme para os registros contábeis e o levantamento, ao final 
de cada ano, dos balanços gerais.A determinação do uso das partidas dobradas reforça a 
necessidade do ensino comercial, e em 1856 surge o Instituto Comercial do Rio de Janeiro, 
que a partir e 1863 passou a oferecer a disciplina “Escrituração Mercantil”, buscando 
qualificar seus alunos ao exercício da escrituração contábil. 
Em 22 de agosto de 1860 é promulgada a Lei no. 10836, que corrigiu alguns problemas 
do Código Comercial de 1850, e determinou para as empresas da época, a obrigatoriedade de 
publicar e de remeter ao governo, nos prazos e pelo modo estabelecido em seus regulamentos, 
os balanços, demonstrações e documentos por este determinados. Esta lei foi regulamentada 
pelo Decreto no. 2679, de 03 de novembro do mesmo ano, que definiu as datas máximas para 
a publicação de balanços e para quais órgãos as empresas deveriam enviar as referidas 
demonstrações contábeis. De acordo com Iudícibus e Ricardino Filho (2002:7) a Lei no. 1083 
é de fato a primeira Lei das Sociedades por Ações no Brasil, e tornou públicos os padrões 
contábeis nacionalmente adotados, até que a Lei no. 2627/40 apresentasse outras disposições. 
Em 1870, o Decreto Imperial no. 4.475 reconheceu oficialmente a Associação dos 
Guarda-Livros da Corte, tornando o guarda-livros uma das primeiras profissões liberais 
regulamentadas no Brasil. Em 1890, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro passa a oferecer a 
disciplina “Direito Administrativo e Contabilidade”, relacionada à escrituração mercantil, 
associando, pela primeira vez no Brasil, a Contabilidade ao Direito. 
Em 1884, em São Carlos, interior de São Paulo, o Cel. Paulino Carlos de Arruda 
Botelho contrata o Engenheiro Estanislau Kruszynski, polonês de nascimento, para professor 
de seus filhos. Kruszynski era um estudioso de Ciências Econômicas e profundo conhecedor 
de Contabilidade, e coube a ele a primazia de iniciar nesta cidade cursos de Contabilidade 
Agrícola, Mercantil e Industrial, baseados no método das partidas dobradas, e na teoria de 
personalização das contas, conhecida como “Logismografia7” de Giuseppe Cerboni e 
Giovanni Rossi. 
Nesta cidade instalou-se em 1892, um sistema de Contabilidade pública8, de 
característica patrimonial, financeira e orçamentária, usando o método das partidas dobradas, 
delineado por Kruszynki para a Prefeitura Municipal, e executado por Carlos de Carvalho, 
que primeiramente atuou como guarda–livros e posteriormente Contador da Municipalidade. 
Mancini (1978:4) destaca este fato, relatado no “Almanaque de São Carlos” de 1894, 
folhas 42 e 43, em artigo escrito pelo advogado e economista Cincinato Braga, ex-presidente 
do Banco do Brasil, Promotor Público de São Carlos e deputado federal em várias 
legislaturas. Parte do artigo é transcrita a seguir: 
Até fins de setembro de 1.892 não tinha a nossa Câmara escrituração feita de 
acordo com os preceitos da Contabilidade mercantil. Até esse tempo eram 
apresentados mensalmente balancetes que davam tão somente conta da entrada e 
saída de dinheiro no correr de cada mês, sendo, conseqüentemente, impossível 
fazer-se idéia clara ou exata do movimento total da recebedoria. 
Atendendo o grande desenvolvimento a que atingiu esta repartição, o Dr. Eugênio 
de Andrade Egas, na qualidade de Intendente, resolveu organizar aí a 
Contabilidade apropriada, na qual se desse conta de todos os negócios públicos. 
Foi nomeado, pois, guarda-livros dessa importantíssima repartição o Sr. Carlos de 
Carvalho, o qual, depois de haver prestado o devido compromisso, começou a 
escriturar os livros hoje ali existentes, seguindo o método de partidas dobradas, e 
apresentando mensalmente um balancete no qual figuram o ativo e passivo da 
Municipalidade e do qual se vê claramente a marcha dos negócios públicos, isto 
é, como se emprega o dinheiro do contribuinte. 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 
 
42
Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil: Os primeiros 
pensadores, a padronização contábil e os congressos brasileiros de contabilidade 
Convém dizer que não havendo antes um método regular de escriturar livros, o 
Sr. Carlos de Carvalho tomou como base um bem elaborado esquema 
apresentado pelo hábil contabilista Ten. Estanislau Kruszynski, o qual calculara a 
receita e a despesa da Municipalidade no primeiro trimestre do exercício de 
1.892, adotando para esse importante e bem feito trabalho, o belo sistema de 
escrituração usada na Itália, nas repartições públicas e conhecido pelo nome de 
Logismografia de Cerboni, nome do seu inventor. 
Em seu texto, Mancini relata que o método implantado por Kruszynski e 
operacionalizado por Carvalho em São Carlos obteve pleno êxito e, no início do século XX 
(por volta de 1905) foi implantado no Tesouro do Estado, por meio da reforma da escrituração 
estadual. O mesmo sucesso ocorrido em São Carlos deu-se no Estado de São Paulo, e o 
método tornou-se o padrão adotado no Brasil, com a criação da Contadoria Central da 
República, em 1922. 
A regulamentação da profissão contábil, a criação das primeiras instituições de ensino 
comercial, e a aplicação da escrituração contábil nos negócios privados e públicos ofereceram 
as condições para o surgimento de mais obras impressas sobre Contabilidade no País. Em 
1897 surge “Curso de Escrituração Mercantil”, editada por Antonio Tavares da Costa, citada 
em diversos jornais do Rio de Janeiro, conforme apresentado por Mancini (1978:2): 
Gazeta Comercial e Financeira – 24-07-1.897: sendo o primeiro trabalho neste 
gênero que se apresenta no Brasil, não podemos deixar de lê-lo coma mais 
religiosa atenção ....; 
Jornal do Comércio – 15-08-1897: sôbre escrituração mercantil não existia obra 
propriamente didática, mas um montão de coisas preparadas e amassadas para 
guarda-livros feitos. Saber ensinar esta matéria, por meio de palavras é difícil, e 
escrevê-lo, mais difícil ainda ...; ... é sabido que não existe em língua vernácula 
livro algum sobre escrituração mercantil, por meio do qual possa qualquer 
indivíduo preparar-se para o difícil e complicado cargo de livros ...; 
Jornal do Comércio – 11-09-1897: o nosso comércio constituindo aliás uma 
classe numerosa e respeitável, sofre muitas vezes a falta de competência de seus 
auxiliares e estes por sua vez prejudicam-se individualmente pela ausência de um 
preparo teórico-prático da escrituração mercantil e das matérias que mais 
diretamente entendem com as operações mercantis. A causa deste estado é, 
primeiramente, a falta de professores e, em segundo lugar, a de compêndios 
próprios àquele fim .... 
Merecem destaque outros divulgadores e defensores do pensamento contábil, a seguir 
apresentados, que entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX 
empenharam-se para o desenvolvimento e a consolidação da Contabilidade no Brasil: 
• Sebastião Ferreira Soares9, escritor e defensor da Contabilidade como uma ciência exata e 
de informação, que em 1852 fez publicar, segundo ele próprio, a primeira obra nacional 
sobre Contabilidade Pública no Brasil, intitulado “Tratado de Escripturação Mercantil por 
Partidas Dobradas Aplicado às Finanças do Brasil”; 
• Carlos de Carvalho, de tendências contistas, discípulo de Estanislau Kruszynski, autor da 
obra “Estudos de Contabilidade”, composta de quatro volumes, cuja segunda edição data 
de 1915, foi um dos precursores do estudo da Contabilidade e divulgador de seus 
aspectos práticos e científicos. “Estudos de Contabilidade” procurava demonstrar os 
problemas relativos à escrituração contábil e da implantação do sistema de partidas 
dobradas. Estas preocupações de Carvalho podem ser corroboradas pela afirmação de 
Schmidt (2000:219): 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 43
Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
percebe-se a tendência contista de Carlos de Carvalho, pois sua principal 
preocupação estava centrada no problema da escrituração contábil, especialmente 
no que se refere à implantação do sistema de partidas dobradas. 
• Frederico Hermann Jr.10, de tendência patrimonialista, divulgava o pensamento 
econômico-contábil, defendeu o patrimônio como objeto de estudo da Contabilidade e 
propôs sua inclusão no quadro geral das Ciências11. Foi professor, membro fundador do 
Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, autor de diversas obras, atuou em grandes 
empresas de sua época e fundou uma empresa de serviços contábeis nas áreas de 
Contabilidade, Auditoria e Organização; 
• Francisco D'Auria, autor de várias obras, foi professor, escritor, membro fundador do 
Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, serviu aos governos estadual e federal, 
participou da criação a FEA/USP. Defendeu filosoficamente a Contabilidade como 
Ciências Pura, e possuía tendências patrimonialistas, o que pode ser atestado por meio da 
citação de Masi (1958:8), apud Schmidt (2000:220): 
sempre foi patrimonialista, não há dúvida, como se verifica pela leitura de sua 
obra principal, denominada Primeiros Princípios de Contabilidade Pura12 que em 
sua parte central, na sua opinião, revela-se patrimonialista. 
Também em Mancini (1978:59) é possível verificar a tendência patrimonialista de 
D’Áuria: 
Francisco D'Auria, afirma que os elementos patrimoniais ativos, alem de 
constituírem riqueza da administração, podem ser fonte de renda. Por esta razão 
estão ligados à parte financeira da administração. A falta de vigilância destes 
elementos pode ocasionar diminuição de riqueza ou renda, ou aumento de 
despesa para os restituir à sua integralidade. 
3 - Os esforços pioneiros pelo reconhecimento da profissão 
3.1 – Os primeiros esforços 
D’Áuria e Herrmann Jr. participaram ativamente no reconhecimento da profissão 
contábil no País. Em suas obras, entendiam ambos ser a Contabilidade uma ciência. Além 
deste posicionamento, contribuíram para a criação da “Revista Brasileira de Contabilidade” 
em 16 de dezembro de 1911. O primeiro número do periódico foi editado em 01 Janeiro de 
1912, trazendo na sua página 18 a seguinte observação13: 
Sociedade Anonyma “Revista Brasileira de Contabilidade” - Em 16 do mez de 
dezembro último, constituiu-se legalmente, nesta capital, uma Sociedade 
Anonyma com o titulo acima. O objetivo dessa sociedade é a publicação desta 
Revista. A sociedade é administrada por três directores e quatro administradores. 
Esses cargos ficaram assim distribuídos: Diretores Carlos de Carvalho, Horacio 
Berlinck e José da Costa Sampaio. Administradores: Francisco D’Auria, Carlos 
Levy Magano, Raymundo Marchi e Emilio de Figueiredo e como redator o Sr. 
Carlos de Carvalho. 
Em seu editorial é apresentado o seguinte objetivo para a publicação: 
Se a ordem deve preponderar na organisação technica de uma empresa, deve 
também existir na sua administração; se a contabilidade não é uma causa directa 
da riqueza, constitue, entretanto, um considerável elemento de absoluto successo 
das empresas em geral. 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 
 
44
Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil: Os primeiros 
pensadores, a padronização contábil e os congressos brasileiros de contabilidade 
O primeiro número da revista trouxe, à página 2, um ensaio de classificação científica 
sobre contas comerciais, escrito por José da Costa Sampaio, aqui considerado um dos 
primeiros estudos científicos sobre Contabilidade produzido no Brasil. 
Herrmann Jr. e D’Áuria participaram ativamente na criação das primeiras entidades de 
classe dos contabilistas: o Instituto Paulista de Contabilidade (atual Sindicato dos 
Contabilistas de São Paulo), da Academia Paulista de Contabilidade e da Revista Paulista de 
Contabilidade com seu primeiro número editado em junho de 1922, substituindo a Revista 
Brasileira de Contabilidade14, com o objetivo de publicar não só artigos técnicos, mas também 
defender as causas nobres que redundarem em benefício dos contadores e guarda livros 
brasileiros. 
Em seu primeiro número às paginas 3, 4, 5 e 6 foi publicado um artigo escrito por 
Raul Vaz, em prol dos contabilistas, do ensino e da luta pela regulamentação da profissão, do 
qual alguns trechos são a seguir transcritos: 
...o que devemos fazer não é contractar profissionais extrangeiros, mas sim, tratar 
de amparar o ensino commercial dando-lhe o verdadeiro molde, e que no presente 
é sem rodeios, a legalização da classe. 
Legalisada a profissão de contadores e guarda-livros teremos amparado o ensino 
commercial e serão favorecidos: 
a) os contadores formados por escolas, cujo programma seja o mais conveniente 
possível para formar rapazes para o commércio; 
b) os governos, que terão nessa classe, independente de remuneração, os seus 
fiscaes, porque havendo penalidades, como sejam multa, annulacão de titulo e 
prisão, os profissionaes, toda a vez que o commerciante procurar insinua-los para 
praticarem um acto que viesse prejudicar o fisco, recusariam categoricamente 
receiosos de serem punidos; 
os Srs. Commerciantes, que assim sabiam perfeitamente que tinham auxiliares de 
responsabilidade e que portanto o seu patrimônio estava em boas mãos. 
Portanto, o único remédio efficaz para a remodelação do ensino commercial do 
paiz está na legalisacão da classe, sem o que nada se conseguirá. 
.... convém ponderarmos que já existe projecto de lei para legalisacão dos guarda-
livros ...” 
Desta forma temos a luta pelo reconhecimento, pela regulamentação e pelavalorização da Contabilidade como ensino e como profissão como numa batalha 
sem tréguas para ser vencida. 
À mesma época, em 1920, tramitava no Senado Federal projeto de lei de autoria do 
Senador Raymundo de Miranda, determinando que toda a escrituração comercial fosse 
realizada pelo sócio autorizado pelo contrato social ou por guarda-livros habilitados. 
Os movimentos até aqui relatados tiveram como conseqüência a fundação de órgãos 
de classe por todo o Brasil, que viessem a defender os interesses da profissão contábil, então 
em franco desenvolvimento. Apresenta-se a seguir uma cronologia dos esforços para o 
reconhecimento e regulamentação da profissão até a edição do Decreto-Lei nº 9295/46, 
refletidos na criação de diversos órgãos de classe e na ocorrência dos primeiros congressos 
brasileiros de Contabilidade: 
• 1916 – criação do Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais e a Associação dos 
Contadores em São Paulo; 
• 1916 - criação do Instituto Brasileiro de Contabilidade no Rio de Janeiro; 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 45
Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
• 1919 – fundação do Instituto Paulista de Contabilidade; 
• 1924 – ocorre o I Congresso Brasileiro de Contabilidade; 
• 1927 - fundação do Instituto Mineiro de Contabilidade; 
• 1928 – criação do Instituto Fluminense de Contabilidade; 
• 1929 – fundação em São Paulo da Associação Internacional de Contabilidade; 
• 1931 – fundação da Câmara dos Peritos Contadores no Instituto Brasileiro de 
Contabilidade; 
• 1931 – fundação da Associação Pernambucana de Contabilidade; 
• 1931 – fundação do Instituto Matogrossense de Contabilidade; 
• 1932 – fundação da Associação Mineira de Contabilidade; 
• 1932 – ocorre o II Congresso Brasileiro de Contabilidade; 
• 1933 – fundação do Instituto Riograndense de Contabilidade; 
• 1934 – ocorre o III Congresso Brasileiro de Contabilidade; 
• 1937 – ocorre o IV Congresso Brasileiro de Contabilidade. 
3.2 – Os esforços do Senador João Lyra – década de 20 do século XX 
No esforço para o reconhecimento da profissão, algumas personalidades atuaram para 
que isto ocorresse. Merecem destaque o Senador João Lyra, Francisco D’Auria, Raul Vaz e 
Frederico Hermann Junior, cuja luta foi registrada em manifestações por meio de discursos e 
pronunciamentos. Apresenta-se a seguir um resumo sobre a personalidade que empreendeu os 
maiores esforços para a regulamentação da profissão, e que viria a ser o patrono da classe: o 
Senador João Lyra Tavares, nascido em 23 de novembro de 1871, em Goiana, Pernambuco, e 
falecido em 1939, cujo “curriculum vitae” foi publicado no Boletim do CRC-SP, no. 116, do 
primeiro trimestre de 1997, à página 20: 
Foi guarda-livros e chefe de escritório da firma em que trabalhava. Como 
comerciante, teve uma atuação destacada em Pernambuco. Fundou em seu Estado 
uma Associação de Guarda-livros e foi membro da Associação Comercial de 
Recife. 
Atuou na política, foi historiador e economista, autor de obras didáticas e 
estudioso de geografia. Em 1.914, a convite do então Ministro Rivadavia Corrêa, 
esteve pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro, Capital da República, onde 
tomou parte da comissão escolhida para estudar a reorganização da contabilidade 
do Tesouro nacional. No ano seguinte, João Lyra Tavares foi eleito Senador pelo 
Rio Grande do Norte, cargo que ocupou até o fim de sua vida. No Senado foi 
membro eminente da Comissão de Finanças e, sempre ressaltou os benefícios que 
a sociedade brasileira teria com o reconhecimento de uma classe de contadores 
públicos. 
Lyra foi convidado para assumir a Presidência do Conselho Perpétuo de Contadores, 
eleito em 27 de dezembro de 1925. Foi homenageado em cerimônia realizada no Hotel 
Terminus, em São Paulo, em 25 de abril de 1926, como prova do reconhecimento da classe 
contábil paulista ao seu trabalho junto ao Senado em prol da profissão contábil. Em certo 
momento de seu discurso, no qual mencionou Carlos de Carvalho, afirmou: 
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Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil: Os primeiros 
pensadores, a padronização contábil e os congressos brasileiros de contabilidade 
trabalhemos, pois, bem unidos, tão convencidos de nosso triunfo, que desde já 
consideramos 25 de abril o dia dos Contabilistas Brasileiros. 
3. 3 – As primeiras discussões sobre padronização contábil – 1926 
A padronização e a harmonização contábeis são preocupações mundiais, que buscam 
dentro do contexto da economia global um entendimento único dos termos, princípios, 
normas e formas de apresentação das Demonstrações Contábeis, para que os diversos usuários 
possam realmente entendê-las e interpretá-las, em um contexto de transparência, mensuração 
e “disclosure15” comum a todos. 
Segundo Castro Neto (1998:58): 
A Harmonização Contábil pode ser conceituada como o processo de padrões 
contábeis internacionais para algum tipo de acordo tal que as Demonstrações 
Contábeis de diferentes países sejam preparadas segundo um conjunto comum de 
princípios de mensuração e disclosure. 
No Brasil estas ações são empreendidas pelos órgãos de classe e entidades contábeis: 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
(IBRACON), juntamente com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em sintonia com 
órgãos internacionais. 
A primeira exigência legal brasileira sobre padronização veio com a Lei no. 1083 e o 
Decreto no. 2679, ambos de 1860 e já abordados neste trabalho. Entretanto, a primeira 
discussão sobre harmonização e padronização contábil no Brasil com a participação da classe 
contábil ocorreu em 1926, e as primeiras alterações na regulamentação ocorreram em 1940, 
com os Decretos- Leis nos. 2.416/40 e 2627/4016, com inovações significativas: o primeiro 
com normas sobre a Contabilidade Pública dos Estados e Municípios, e segundo tratando das 
sociedades anônimas. 
Os benefícios desta padronização foram fundamentais na análise comparativa das 
demonstrações contábeis das empresas, pois permitiriam a construção de séries históricas, 
evidenciando os resultados da atividade empresarial ao longo do tempo. Outro benefício 
importante seria com relação ao estudo da Contabilidade, contribuindo para que as 
instituições de ensino superior pudessem oferecer à sociedade profissionais com maiores 
qualificações técnicas. 
3.4 – As décadas de 30 e de 40 do século XX – a exigência da assinatura dos livros e 
documentos contábeis por profissional da Contabilidade, a equiparação de direitos e a 
criação do sistema CFC/CRC’s 
As décadas de 30 e 40 do século XX foram palco de ações relativas à exigência da 
assinatura do profissional contábil em livros e documentos das empresas, de novas ações 
governamentais que buscassem a padronização contábil, da equiparação de direitos em função 
da regulamentação exigida pelo novo cenário e da criação dos principais órgãos de classe da 
profissão contábil no País. 
O Decreto Lei no. 21.033/32 estabeleceu as novas condições para o registro de 
contadores e guarda-livros e tornou obrigatória a assinatura dos livros comerciais, cumprindo 
determinações do Código Comercial e da Lei de Falências vigentes à época. Determinou 
ainda outras regalias e exigências para o exercício da profissão contábil. Este diploma legal 
proporcionou o reconhecimento dos mesmos direitos e títulos concedidos pelo Decreto no. 
20.158,17 de 30 de junho de 1931, aos que: 
• prestaram exames de habilitação nos moldes deste decreto: 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 47
Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
• foram professores de contabilidade em ensino comercial, oficial ou oficializado, que 
publicaram obras de contabilidade julgadas de mérito pelo ConselhoConsultivo do Ensino 
Comercial, e que exerceram antes de 09/07/31 o cargo de guarda-livros, ou contadores em 
repartições públicas, tendo assinado antes da mesma data balanços de bancos, 
companhias, empresas, sociedades, cooperativas ou instituições de caridade, e outras, 
publicados em órgãos oficiais de imprensa da União ou dos Estados; 
• tenham assinado laudos periciais, que sejam possuidores de atestado de idoneidade 
profissional, ou exercido, por no mínimo cinco anos, a profissão em estabelecimentos 
organizados e registrados na Junta Comercial dos Estados e outras equiparações. 
As ações citadas, regulamentadas e equiparadas pelo Decreto Lei no. 21.033/32, 
permitiram a diversos profissionais atuantes antes de sua promulgação o direito de exercerem 
a profissão regulamentada de Contador. 
O ano de 1940 teve duas ações governamentais, que contribuíram para a padronização 
contábil no País: 
• O Decreto-Lei no. 2416, de 17 de julho, que estabeleceu as normas sobre a Contabilidade 
para os Estados e Municípios, definiu o modelo padrão de balanço orçamentário, e as 
normas financeiras aplicáveis à gestão dos recursos públicos; 
• O Decreto-Lei no. 2627, de 01 de outubro, que tratou das empresas de capital aberto, cujas 
ações eram negociadas na Bolsa de Valores da então capital federal, a Cidade do Rio de 
Janeiro. Dentre outros aspectos, este diploma legal apresentou os critérios de avaliação do 
ativo, do uso do custo histórico, da amortização, da constituição de fundos para a 
desvalorização do imobilizado, de forma pioneira os critérios aplicáveis ao ativo diferido, 
e também da formação da reserva legal, como forma de preservação do capital das 
empresas. De acordo com a pesquisa realizada por Iudícibus e Ricardino Filho, 
mencionada nas referências bibliográficas, esta foi a segunda Lei das Sociedades 
Anônimas no Brasil. 
Em 27 de maio de 1946 é promulgado o Decreto Lei no. 9295/46, criando o CFC – 
Conselho Federal de Contabilidade, e os CRC’s – Conselhos Regionais de Contabilidade. 
Estes órgãos, operando sob a coordenação do CFC, atuam na fiscalização do exercício da 
profissão contábil, colaboram na definição de normas e procedimentos contábeis, por meio da 
promulgação das Normas Brasileiras de Contabilidade, funcionam como tribunais de ética e 
definem, regulamentam e baixam normas e padrões de interesse da profissão contábil, além de 
definirem e efetuarem o recolhimento das taxas relativas ao registro e exercício profissional. 
4 – Os primeiros congressos brasileiros de contabilidade e sua colaboração no 
desenvolvimento da profissão 
Serão a seguir destacadas as principais ações ocorridas nestes eventos da classe 
contábil brasileira18, ocorridos na primeira metade do século XX, que contribuíram para o 
desenvolvimento e aperfeiçoamento da profissão, e para a valorização dos profissionais de 
contabilidade. 
4.1 - I congresso brasileiro de contabilidade 
O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade ocorreu na cidade do Rio de 
Janeiro, então Distrito Federal, de 16 a 24 de agosto de 1924, liderado pelo Senador João de 
Lyra Tavares, presidente do evento, tendo como Secretário do Congresso Carlos Setúbal e 
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Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil: Os primeiros 
pensadores, a padronização contábil e os congressos brasileiros de contabilidade 
Presidente de Honra Raphael de Abreu Sampaio Vidal, foi organizado pelo Instituto 
Brasileiro de Contabilidade. 
O objetivo deste evento foi estudar todos os assuntos atinentes à Contabilidade e à 
profissão, para aperfeiçoamento técnico e evolução da classe, procurando definir a 
Contabilidade e sua forma de escrituração.Foi dividido em quatro temários e quatro 
comissões: 1ª. Comissão: Contabilidade; 2ª. Comissão: Ensino Técnico; 3ª. Comissão: 
Exercício Profissional e 4ª. Comissão: Comércio e Legislação. Os temas foram discutidos em 
sete sessões ordinárias, assim distribuídos: 
• 1a Sessão Ordinária: discutiu a tese: “Definição de Contabilidade”, de João Luiz dos 
Santos, e foi relatada por Francisco D’Auria; 
• 2ª. Sessão Ordinária: proposta de Ubaldo Lobo de reestruturação do tribunal de Contas 
com o trabalho “Código de Contabilidade, o empenho de despesa e a eficiência dos 
órgãos de Contabilidade”; 
• 3ª. Sessão Ordinária: discutiu a utilidade do Razão, do Diário e do Copiador; 
• 4ª. Sessão Ordinária: discutiu teses sobre as cinco contas gerais19; 
• 5ª. Sessão Ordinária: apresentou e discutiu trabalhos voltados ao ensino da Contabilidade, 
da regulamentação da profissão, dos temas voltados ao comércio e a legislação cujas 
teses eram: 
o O ensino e sua discriminação; Introdução do esperanto na Contabilidade; 
Regularização da Profissão do Guarda-livros; Exercício profissional; Deveres do 
negociante em relação à sua escrita; Cálculos dos direitos da Importação; Reforma do 
Sistema Monetário Brasileiro; Reforma do Código Comercial e Contabilidade das 
Falências. 
• 6ª. Sessão Ordinária: palestra proferida por Horácio Berlinck sobre os pontos principais 
que se relacionam com o seguro social, com o título Da Acturia; 
• 7ª. Sessão Ordinária: aprovou proposta para que o Instituto Brasileiro de Contabilidade 
organizasse os anais do congresso e a Federação Brasileira de Contabilidade. 
Durante o evento foi desenvolvida grande campanha para a regulamentação da 
atividade contábil, capitaneada pelo Senador João Lyra, e pela reforma do ensino comercial, 
que viria a ocorrer por meio do Decreto no. 20.158, de 30 de junho de 193120, já mencionado 
neste trabalho. Ainda durante o Congresso foram formuladas algumas definições que 
enriqueceram e valorizaram o evento, a seguir apresentadas: 
• ESCRITURACÃO: o registro metódico dos fatos administrativos de ordem econômica; 
• CONTABILIDADE: é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle 
e de registro, relativos aos atos e fatos de administração econômica; 
• CONTABILISTA: versado nos estudos de Contabilidade; o que executa trabalhos de 
Contabilidade; 
• CONTABILIZAR: organizar de acordo com os princípios de Contabilidade; 
• UNIGRAFIA: escrituração por partidas simples; 
• DIGRAFIA: escrituração por partidas dobradas; 
• DIGRAFISTA: o que faz lançamentos por partidas dobradas. 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 49
Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
4.2 – Os congressos subseqüentes 
O sucesso alcançado com o I Congresso Brasileiro de Contabilidade motivou a 
realização de outros eventos, nos quais continuaram a discussão e os esforços para o 
aperfeiçoamento da profissão, para a valorização dos profissionais da área, e para a 
consolidação da regulamentação aplicável à profissão e à prática contábil. Um breve resumo 
dos eventos ocorridos até o final da década de 50 do século XX21 é apresentado a seguir: 
• II congresso - 1932: realizado novamente na cidade do Rio de Janeiro, com discussões 
em torno de uma maior unidade da classe em prol de um crescimento e evolução da 
atividade e na busca de novas conquistas; 
• III congresso - 1934: ocorreu em São Paulo, e se notabilizou pela organização, 
importância das teses apresentadas na busca da especialização, na luta pela 
regulamentação e pela elevação do ensino da Contabilidade ao nível superior, foi liderado 
por Frederico Hermann Junior; 
• IV congresso - 1937: foi realizado na cidade do Rio de Janeiro, e buscou estudar as 
modernas aplicações da Contabilidade, reforçar a luta pela melhoria do ensino técnico, a 
reivindicação de direitos considerados inerentes à profissão Contábil, e contribuir para 
elevar e melhorar a Legislação Comercial, a Contabilidade e a profissão. Seu temário foi 
o seguinte: 
1. Definição de Contabilidade como Ciência, estudar a padronização dos Balanços;2. Ensino Técnico: Integração do curso de Contador nas Universidades Brasileiras e 
criação de Faculdades de Contabilidade; 
3. Exercício Profissional, Regulamentação Profissional; 
4. Comércio e Legislação: criadas quatro comissões a saber: 
• 1ª Comissão: Contabilidade; 
• 2ª Comissão: Ensino Técnico; 
• 3ª Comissão: Exercício Profissional; 
• 4ª Comissão: Comércio e Legislação. 
• V congresso - 1950: realizado em Belo Horizonte – MG, objetivou votar o código de 
ética, instalar a Academia Brasileira de Ciências Contábeis, perpetuando a memória de 
grandes vultos da Contabilidade; promover o estudo de problemas ligados à Doutrina 
Contábil, ao exercício profissional, ao ensino técnico e superior, à legislação fiscal e 
fazendária. Pela primeira vez, o evento contou com trabalhos de origem estrangeira, entre 
eles de Portugal, pela Sociedade Portuguesa de Contabilidade e pela França pelo Dr. 
Henri Dubuisson. Neste Congresso pela primeira vez foi concedido o título de Contador 
Emérito, ao professor Ubaldo Lobo, pelos relevantes trabalhos em favor da Contabilidade 
e pela excepcional cultura. 
Durante o evento foi apresentada Moção pelo Sindicato dos Contabilistas do Rio de 
Janeiro, aprovada pelos congressistas, indicando o Senador João Lyra como “Patrono dos 
Contabilistas Brasileiros”, cujas justificativas foram os relevantes serviços prestados à 
classe, seu prestígio profissional e pessoal, moral e saber. 
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Pequena cronologia do desenvolvimento contábil no Brasil: Os primeiros 
pensadores, a padronização contábil e os congressos brasileiros de contabilidade 
Outro fator que tornou este evento dos mais importantes da década de 50 do século XX 
foi a aprovação do Código de Ética Profissional cuja matéria a respeito e o próprio código 
foram publicados no Jornal Tribuna Contábil nº 2 de agosto de 1950, cuja notícia é a 
seguir apresentada: 
O ponto alto do certame contábil foi, sem dúvida, a elaboração do Código de 
Ética Profissional dos Contabilistas do Brasil, considerado pela classe como 
conquista de suma importância e que, de há longos anos, desde o III Congresso 
de Contabilidade vem sendo ventilado em todas as reuniões de Contabilistas, sem 
nunca ter chegado a uma solução. Finalmente, no Congresso de Belo Horizonte, 
chegou-se a um resultado, concluindo-se pela aprovação definitiva do mesmo. 
Foram apresentadas ainda algumas moções reivindicando: 
• a promoção de Convenções Nacionais de Contabilistas; 
• a criação de Associações Profissionais, Sindicatos e Federações Regionais; 
• recomendação de que os Conselhos Regionais limitem sua ação ao campo da 
Fiscalização do Exercício Profissional; 
• de que os Conselhos suprimam o Registro e a Fiscalização dos escritórios de 
Contabilidade, passando a registrar e fiscalizar unicamente os profissionais (esta 
moção foi rejeitada pelo plenário) e 
• recomendações e pleno acolhimento a respeito da participação dos Contabilistas na 
vida nacional. 
• VI congresso - 1953: ocorreu em Porto Alegre – RS, tinha como objetivo normalizar os 
Balanços das empresas, para dotar os estudos e a sociedade de instrumentos adequados à 
medição da venda e da fortuna nacional. O tema principal foi a Padronização de 
Balanços. 
Outros temas relevantes debatidos durante o evento foram: Composição dos Conselhos 
Consultivos das entidades públicas e privadas e a obrigatoriedade de Contadores nos 
Conselhos Fiscais das entidades. 
O Relatório final da Comissão Especial de Padronização de Balanços definiu os 
princípios básicos de padronização, com validade até a instituição da Lei nº 6404/76 – 
atual Lei das S/As.. 
Houve outras edições deste evento, sem uma regularidade cronológica definida. A 
partir de 1988, o Congresso Brasileiro de Contabilidade passou a ocorrer a cada quatro anos, 
em cidades de diferentes Estados brasileiros. 
Considerações finais 
A evolução da contabilidade sempre esteve atrelada ao desenvolvimento da 
humanidade, e tal fato histórico também ocorreu no Brasil, com maior vigor a partir do século 
XIX, como este trabalho pretendeu demonstrar. A pesquisa identificou obras que mencionam 
o uso de rudimentos contábeis na então colônia durante o século XVIII. Entretanto, ainda não 
foram encontrados registros históricos que indiquem grande desenvolvimento contábil no País 
até o início do século XIX. 
A partir da mudança econômica, política e social desencadeada com a vinda da 
Família Real para o Brasil, e a conseqüente evolução da então Colônia, que depois se tornou 
Reino Unido, Império e finalmente República, à Contabilidade foram apresentados vários 
Revista Administração On Line – FECAP - Volume 5 Nº 3, p 39-54 jul/ago/set 2004 51
Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
desafios, superados de acordo com os fatos relatados. É possível identificar que as primeiras 
regulamentações criaram as necessidades iniciais para o ensino comercial, e a demanda por 
profissionais melhor qualificados foi o ponto de partida para as primeiras ações rumo à 
organização da profissão e criação dos órgãos de classe. 
Observou-se que, à medida que o desenvolvimento se intensificou com os passar dos 
anos e, principalmente, a partir do século XX, novas situações se apresentaram, exigindo 
respostas mais rápidas e consistentes da Contabilidade e de seus profissionais. 
Este processo continua nos dias atuais, cuja intensidade é ainda maior, em função da 
velocidade e do impacto que as mudanças atualmente causam. Na verdade, o desafio de 
adaptação à realidade é permanente e cada vez maior, e o sucesso da Contabilidade e de seus 
profissionais em grande parte está ligado à capacidade de percepção e de oferecimento de 
respostas aos desafios que lhes forem apresentados. Este dinamismo marca o 
desenvolvimento da sociedade, e por conseqüência da Contabilidade e de seus profissionais. 
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1 O Brasil foi colônia de Portugal durante os séculos XVI, XVII, XVIII e início do século XIX, sendo possível 
inferir que o lento desenvolvimento da Contabilidade no País durante este período esteve fortemente associado a 
esta condição política. 
2 A obra “Aspectos Contábeis no Período da Inconfidência Mineira”, citada nas referências bibliográficas, 
contém exemplos sobre o uso da escrituração contábil na Província de Minas Gerais durante o século XVIII. 
Entretanto, o material coletado, analisado e usado para este trabalho aponta para um maior vigor no 
desenvolvimento da Contabilidade no Brasil a partir do século XIX. 
3 Este artigo não aborda o desenvolvimento do ensino comercial e de Contabilidade no País, apesar de este 
aspecto ser uma das primeiras manifestações no início do século XIX, que serviu como ponto de partida para 
outros fatos históricos no desenvolvimento da Contabilidade brasileira. 
4 Os eventos e sua cronologia foram colhidos em diversas obras, cuja referência bibliográfica ao longo do texto 
comprometeria a descrição da seqüência dos acontecimentos. Por isto, optou-se por mencionar todos os trabalhos 
consultados nas referências bibliográficas, e usar no texto apenas as citações indispensáveis. Durante a pesquisa 
foram identificadas outras obras que realizaram levantamentos semelhantes; entretanto, para este trabalho foram 
considerados relevantes os eventos apresentados ao longo do texto 
5 Uma análise mais minuciosa de alguns trechos de “A Metafísica da Contabilidade Comercial” pode ser 
encontrada nas páginas 53 a 62 da dissertação de mestrado de Ericeira, citada nas referências bibliográficas. 
6 O trabalho de Iudícibus e Ricardino Filho, citado nas referências bibliográficas, traz pesquisa completa sobre a 
Lei no. 1083, de 22 de agosto de 1860. 
7 Mais informações sobre a Logismografia e os trabalhos de Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi podem ser 
obtidos nas obras de Melis, Vlaemminck, Sá e Schmidt, citadas nas referências bibliográficas. 
8 Apesar de os trabalhos de Sebastião Ferreira Soares serem anteriores aos esforços de Estanislau Kruszynski e 
de Carlos de Carvalho, é de supor que o trabalho desenvolvido em São Carlos tenha sido o primeiro sistema de 
Contabilidade pública implantado no Brasil. Esta hipótese pode ser levantada pela leitura da obra de Pinheiro e 
Pinheiro, na qual há a transcrição de diversos trechos dos trabalhos realizados por Ferreira, identificando a 
desordem no controle das contas públicas durante o século XIX. 
9 O trabalho de Pinheiro e Pinheiro, citado nas referências bibliográficas, traz um resumo sobre a vida e obra 
deste pioneiro da prática e da literatura contábil no Brasil. 
10 Frederico Herrmann Jr. foi o fundador da Editora Atlas S/A. 
11 Esta proposição está na obra “Contabilidade Superior”, 8a. Edição, p. 28, citada nas referências bibliográficas. 
12 O original desta obra, escrito à mão, e consultado para esta pesquisa, encontra-se na biblioteca do Centro 
Universitário Álvares Penteado – UNIFECAP – São Paulo - SP. Esta biblioteca possui outros originais escritos 
por D’Áuria. 
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Ivam Ricardo Peleias - João Bacci 
 
13 O exemplar original da primeira edição, consultado para esta pesquisa, encontra-se na biblioteca do Sindicato 
dos Contabilistas de São Paulo, e foi doado por Francisco D´Áuria, conforme dedicatória anotada na capa, 
datada de 1922. 
14 O primeiro exemplar da Revista Brasileira de Contabilidade foi publicado em 1912, e sua publicação foi 
suspensa em 1920. Vou a ser publicada em 1929, e foi novamente suspensa em 1932. Era editada pelo Sindicato 
dos Contabilistas de São Paulo, e a partir de 1971 passou a ser editada pelo Conselho Federal de Contabilidade. 
15 O disclosure refere-se à evidenciação das demonstrações contábeis. Este assunto pode ser mais bem estudado 
nas obras de IUDÍCIBUS e HENFRIKSEN & VAN BREDA, citadas nas referências bibliográficas. 
16 Segundo Iudícibus & Ricardino Filho, o Decreto Lei no. 2627/40 foi a segunda lei das Sociedades Anônimas 
no Brasil. 
17 Este decreto objetivou reorganizar o ensino Comercial, criando o título de Bacharel em Ciências Econômicas, 
e regulamentou a profissão de Contador, ainda em nível técnico. 
18 Exemplares de anais do I, II e III Congressos Brasileiros de Contabilidade podem ser encontrados na 
biblioteca do Centro Universitário Álvares Penteado – UNIFECAP – São Paulo – SP. 
19 A discussão desta tese foi baseada na Teoria Contista de Edmond Degranges (pai). Mais informações sobre 
Degranges e sua obra podem ser obtidas nas obras de Melis, Vlaemminck, Sá e Schmidt, citados nas referências 
bibliográficas. 
20 O trabalho de Saes e Cytrinowicz, citado nas referências bibliográficas, faz uma análise mais detalhada do 
Decreto no. 20.158/31, e do desenvolvimento do ensino comercial no Brasil. 
21 A obra “A História dos Congressos Brasileiros de Contabilidade”, citado nas referências bibliográficas, 
contém o resumo de todos os Congressos Brasileiros de Contabilidade realizados. 
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