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Prévia do material em texto

Contabilidade Atuarial 
e Ética Profissional
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Maria do Socorro de Souza
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
História da Contabilidade
• A História da Contabilidade;
• As Escolas Italiana e Norte-Americana de Contabilidade;
• A Contabilidade no Brasil.
 · Apresentar ao discente a história e a evolução da Contabilidade 
do ponto de vista internacional, focando o desenvolvimento da 
Contabilidade brasileira.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade conheceremos a história da Contabilidade.
Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o Material 
complementar. Não se esqueça: a leitura é um momento oportuno para for-
mular suas dúvidas, por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao tutor.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais 
interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará 
a Avaliação, uma Atividade reflexiva e a Videoaula. Cada material 
disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por isso, estude 
todos com atenção!
ORIENTAÇÕES
História da Contabilidade
UNIDADE História da Contabilidade
Contextualização
Estudar a origem e a evolução da Contabilidade no mundo nos proporciona 
entender e buscar, por meio de pesquisas e campos teóricos, a base para o estudo 
de normas, disciplinas e procedimentos relacionados à Contabilidade.
Dessa forma, desde o Renascimento vários autores pesquisaram e escreveram 
sobre a teoria da Contabilidade.
Não obstante a esses estudos, nos últimos anos, a Contabilidade passou 
por mudanças relacionadas a normas e procedimentos necessários para o 
acompanhamento da economia no mundo dos negócios, proporcionando, assim, 
uma linguagem única, universal e objetivando, através de técnicas e demonstrativos 
contábeis, fornecer informações relevantes e confiáveis para o processo de tomada 
de decisões nas organizações públicas e privadas.
Para um melhor entendimento dessa evolução, nesta Unidade acompanha-
remos a história da Contabilidade.
6
7
A História da Contabilidade
Para entendermos a evolução do pensamento contábil é necessário que se 
busque através de revisão bibliográfica informações sobre o estudo da Disciplina, 
visto se tratar de tema bastante antigo, provedor da preocupação do ser humano 
em controlar o seu patrimônio, entendido pelos primeiros pesquisadores da área 
somente como “riqueza”.
A partir do momento em que o homem primitivo adquiriu seus instrumentos 
de caça e pesca e contava seus rebanhos, já praticava uma forma rudimentar de 
contabilidade (IUDÍCIBUS, 2010).
O comércio já era intenso há mais de seis mil anos, exigindo grande quantidade 
de fatos a registrar, sendo estes reconhecidos por meio da escrita contábil. 
“No início, os registros eram realizados através de pequenas peças de argila” (SÁ, 
1998, p. 19).
No Egito, há milhares de anos, “[...] o papiro deu origem aos livros contábeis 
e já se faziam registros sofisticados, inclusive utilizando-se o sistema das matrizes 
(como na lógica matemática)” (SÁ, 1998, p. 19).
A evolução da Contabilidade sempre esteve atrelada ao desenvolvimento da 
humanidade. Tal fato leva em consideração períodos como a Renascença, a 
Revolução Industrial e a globalização, os quais inevitavelmente proporcionaram 
várias mudanças no mundo dos negócios.
“O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está 
diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, 
social e institucional das sociedades, cidades ou nações” (IUDÍCIBUS, 2010).
A troca de mercadorias de uma forma simplista pelos negociantes que anotavam 
as obrigações, direitos e bens, já era considerada um mero elenco de inventário 
físico, sem avaliação monetária (IUDÍCIBUS, 2010).
Na medida em que as atividades comerciais foram se desenvolvendo e ficando 
mais complexas, tornou-se necessário um acompanhamento e controle mais 
rigoroso do patrimônio pessoal empresarial.
Tais mudanças foram registradas por teóricos ao escreverem sobre a origem 
da Contabilidade na Itália, citando as cidades de Veneza, Genova, Florença, Pisa 
e outras. Estas cidades e outras da Europa fervilhavam de atividade mercantil, 
econômica e cultural, isso a partir do século XIII até o início do século XVII 
(HENDRIKSEN; BREDA, 1999; IUDÍCIBUS, 2010). 
A história da Contabilidade remonta ao século XIII, quando começaram a surgir 
os primeiros estudos relacionados à escrituração por partidas dobradas, sendo seu 
berço o comércio da Itália (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
7
UNIDADE História da Contabilidade
Os primeiros estudos e documentos encontrados foram em uma empresa de 
mercadores de Florença, em 1299-1300, e em feiras de negociação na região de 
Champagne, na França (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
Nessa cronologia, Hendriksen e Breda (1999) afirmam que achados sobre 
registros de um sistema completo de escrituração foram encontrados nos arquivos 
municipais da cidade de Gênova, Itália, cobrindo o ano de 1340.
O marco inicial desse período foi a primeira literatura contábil escrita por um 
frei franciscano, chamado Irmão Luca Pacioli, em 1494, consolidando o método 
das partidas dobradas e analisando as causas e efeitos do patrimônio através dos 
termos de “débito” e “crédito” (MARION, 2011). 
Segundo Melis (1950), a teoria da Contabilidade divide-se em quatro períodos 
distintos, a saber:
• Primeiro período: História Antiga ou da Contabilidade empírica, que vai de 
cerca de oito mil anos atrás até 1202 de nossa Era;
• Segundo período: História Média ou da sistematização da Contabilidade, que 
vai de 1202 até 1494;
• Terceiro período: História Moderna ou da literatura da Contabilidade, que vai 
de 1494 a 1840;
• Quarto período: História Contemporânea ou científica da Contabilidade, que 
vai de 1840 até os nossos dias.
Nesse sentido, é oportuno apresentar os principais e mais relevantes trabalhos 
desenvolvidos dentro da Ciência contábil e que contribuíram para a evolução da 
disciplina e profissão reconhecidas internacionalmente.
O Quadro 1 apresenta as principais obras escritas por autores renomados no 
mundo contábil:
Quadro 1 – Principais obras escritas sobre a teoria da Contabilidade
1202
Leonardo Fibonacci publica seus Liber abaci, um compêndio sobre cálculo comercial que demarca, de acordo 
com Federigo Melis (1950), o limite entre a Era da Contabilidade Antiga e a Era da Contabilidade Moderna.
Melis (1950) delimitou até metade do século XIII o uso de partidas simples e, a partir daí, começam a 
aparecer novos exemplos de partidas dobradas apenas nos grandes empreendimentos, continuando os 
menores a adotar a partida simples, mesmo bastante tempo após o trabalho de Paccioli, datado de 1494. 
1494
Luca Pacioli publica, em Veneza, a Summa de aritmética geometria, proportioni et porgionalitá, na qual 
se distingue, para a história da Contabilidade, o Tractatus de computis et scripturis, marco na evolução da 
Contabilidade. Nesse tratado, talvez pela primeira vez, o método contábil é explicado integralmente a partir 
do inventário. Pacioli é considerado, portanto, o “pai dos autores de Contabilidade”.
1586
Ângelo Pietra publica seu Indirzzo degli economi o sia ordinatissima instruttione da regolatamenta formare 
qualunque scrittura in un libro doppio. O interesse especial na obra de Pietra é a aplicação do método 
contábil na administração de seu convento e a referência às aplicações bancárias, mercantis e patrimoniais. 
Foi, talvez, o primeiro autor a escrever sobre previsões orçamentárias.
8
9
1840
Início da Contabilidade científica, em que Francesco Villa publicou La contabilità applicata alle 
amministrazioni private e publiche. Esse tratado é considerado pelos autores italianos como o demarcador do 
início da fase em que a Contabilidade se afirmou como Ciência. Francesco Villa é também considerado o “pai 
da Contabilidade italiana”. Escreveu outros importantes trabalhos após 1840.
1891
Fábio Besta publicou o primeirovolume e parte do segundo de seu ciclópico trabalho La ragioneria, que 
apareceu em sua edição completa, de três volumes, pela primeira vez entre 1909 e 1910. Com Fábio 
Besta, vulto insuperado e talvez insuperável da Contabilidade, iniciou-se a Era do controle. Para Besta, a 
Contabilidade é a Ciência do controle econômico. Além de autor inspirado, foi um pesquisador histórico e 
indutivo. Além da Ciência do controle, Besta desenvolveu a teoria materialística das contas, destruindo o 
trabalho personalístico de Marchi e de Cerboni. Besta, juntamente com Pacioli, é, em nossa opinião, o maior 
vulto da Contabilidade, até o momento, em todos os tempos.
Fonte: adaptado de Iudícibus (2010).
Importante!
Que os primeiros impostos na Inglaterra eram arrecadados sobre uma mesa coberta por 
um pano dividido em quadrados?
Fichas eram colocadas em um quadrado, indicando o dinheiro devido; já mercadorias 
e dinheiro pago eram colocados em um quadrado adjacente, em uma forma visual 
primitiva de partidas dobradas. O pano, sendo xadrez, levou ao similar inglês do 
internal revenue service ao norte-americano denominado exchequer. Mais tarde, ao 
serem emitidos títulos públicos, tornaram-se conhecidos como letras de exchequer, ou 
cheques, abreviadamente – escritos como checks nos Estados Unidos.
Existem registros de transações fi nanceiras de quatro mil anos atrás, mas foi apenas na 
Itália do século XIV que surgiu o sistema de partidas dobradas que utilizamos atualmente 
(HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
Você Sabia?
As Escolas Italiana e Norte-Americana 
de Contabilidade
A Escola Italiana de Contabilidade
Após o século XII, com o desenvolvimento social e econômico do Norte da Itália, 
promovido pelo aumento da população e oportunidades econômicas, surgiram os 
primeiros sistemas de contabilização utilizando partidas dobradas.
A partir do século XIII ocorreu a disseminação da Escola italiana por toda a 
Europa, surgindo, no século XIX, um período que muitos denominam de científico 
(IUDÍCIBUS, 2010).
Acompanhando a evolução dos padrões comerciais, o método espalhou-se pela 
Alemanha, França, Império Britânico, entre outros países.
9
UNIDADE História da Contabilidade
Investimentos britânicos em seguros e ferrovias colaboraram com a industriali-
zação da América do Norte, esta que levou adiante a expansão do uso das partidas 
dobradas. Dito de outra forma, o método das partidas dobradas surgiu na Itália, 
expandiu-se pela Europa e foi disseminado à América do Norte.
Embora a Escola Italiana tenha seu espaço na história da Contabilidade, seu 
envolvimento limitou-se a trabalhos teóricos sem fundamentação nas práticas 
contábeis, tendo seu grau de importância reduzido no mundo dos negócios.
Iudícibus (2010) elencou alguns problemas – ou falhas – na Escola Italiana, os 
quais contribuíram para uma redução do grau de importância da referida Escola:
• Falta de pesquisas indutivas voltadas ao estudo da Contabilidade;
• Excessiva preocupação em considerar a Contabilidade uma Ciência, quando 
o mais importante era conhecer bem as necessidades informativas dos vários 
usuários da informação contábil e contribuir para a implementação de um 
modelo adequado de sistema contábil de informação;
• Ênfase na teoria das contas, utilizando-se do método das partidas dobradas, 
mas inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, 
na Contabilidade gerencial;
• As teorias conhecidas não eram colocadas em prática ou aplicadas nos negócios;
• Ausência de pesquisa de campo e de grupo por parte dos alunos que lotavam 
as principais faculdades nos cursos voltados à Contabilidade. Soma-se ao 
evento professores mal remunerados, que não dedicavam seu tempo para a 
construção do pensamento na área contábil.
A Escola Norte-Americana de Contabilidade
Os Estados Unidos da América (EUA), com a sua grande ascensão econômica 
aliada ao desenvolvimento do mercado de capitais, constituíram um arsenal para o 
avanço das teorias e práticas contábeis.
Nesse momento, passaram a existir duas escolas de Contabilidade: a Escola 
Italiana e a Escola Norte-Americana.
Segundo Iudícibus (2010), a evolução da Contabilidade nos EUA apoiou-se 
no compartilhamento, na participação e nas ocorrências de pessoas e órgãos 
envolvidos nos negócios, a saber:
• O surgimento de empresas de grande porte, concomitante ao avanço e 
refinamento das instituições econômicas e sociais;
• A participação do investidor nos negócios e sua exigência quanto a informações 
disponibilizadas em demonstrativos financeiros, objetivando as evidências e 
tendências quanto aos investimentos aferidos;
10
11
• A participação ativa do governo e das universidades que empregavam grandes 
quantias para pesquisas sobre princípios contábeis; 
• A participação do Instituto dos Contadores Públicos Americanos, atuando em 
pesquisas contábeis e sendo destaque na economia norte-americana, haja vista 
que o mesmo não ocorria em outros países;
• A criação do Financial Accounting Standard Board (FASB) e, há muitos anos, 
da Comissão de Valores Mobiliários nos Estados Unidos (SEC), propiciando 
grandes avanços na pesquisa sobre procedimentos contábeis.
Como na Escola Italiana, a Escola Norte-Americana também possuía falhas que 
foram evidenciadas por Iudícibus (2010):
Pouca importância atribuída à sistematização dos planos de contas, pelo 
menos nos livros-texto; Apresentação dos tópicos dos livros de forma 
não ordenada, dificultando distinguir, às vezes, os de maior importância; 
e pouca consideração – por parte dos reguladores na edição de normas 
contábeis pelo menos até a década de 70 – para o tratamento do 
problema inflacionário, embora algumas das melhores obras teóricas 
sobre Contabilidade e flutuações de preços tenham sido escritas por 
autores norte-americanos e alemães.
Marion (2011) apresentou razões pelas quais ocorreram a queda da Escola 
Italiana e a ascensão da Escola Norte-Americana. Vamos acompanhar o que o 
autor encontrou sobre o assunto?
Quadro 2 – Queda da Escola Italiana versus ascensão da Escola Norte-Americana
Algumas razões da queda 
da Escola Italiana
Algumas razões da ascensão 
da Escola Norte-Americana
Excessivo culto à personalidade: grandes mestres 
e personalidades da Contabilidade ganharam 
tanta notoriedade que passaram a ser vistos como 
“oráculos” da verdade contábil.
Ênfase ao usuário da informação contábil: 
Contabilidade apresentada como algo útil para 
a tomada de decisões, evitando-se endeusar 
demasiadamente a Contabilidade; atender aos 
usuários é o grande objetivo.
Ênfase a uma Contabilidade teórica: as mentes 
privilegiadas produziam trabalhos excessivamente 
teóricos, apenas pelo gosto de serem teóricos, 
difundindo-se ideias com pouca aplicação prática.
Ênfase à Contabilidade aplicada: principalmente a 
Contabilidade gerencial. Ao contrário dos europeus, 
não havia uma preocupação com a teoria das contas, 
ou a necessidade de provar que a Contabilidade é 
uma Ciência.
Pouca importância à auditoria: principalmente na 
legislação italiana, o grau de confiabilidade e a 
importância da auditagem não eram enfatizados.
Bastante importância à auditoria: como herança 
dos ingleses e transparência para os investidores 
das sociedades anônimas – e outros usuários – nos 
relatórios contábeis, a auditoria é muito enfatizada.
Queda do nível das principais faculdades: 
principalmente as faculdades italianas, 
superpovoadas de alunos.
Universidades em busca de qualidade: grandes 
quantias para as pesquisas no campo contábil, com 
professores em dedicação exclusiva e alunos em 
período integral, ambos valorizando o ensino nos 
Estados Unidos.
Fonte: Marion (2011, p. 13).
11
UNIDADE História da Contabilidade
Importante!
Origem das palavras na Contabilidade
Débitos, créditos, lançamentos de diário, razão, contas, balancetes, balanços e 
demonstrações de resultado remontam à Renascença. A Contabilidade, portanto, pode 
reivindicar uma linhagem tão nobre quanto muitas das profissões liberais.
Dívidas,devedores, debêntures e débitos, são palavras que resultam da base debere, 
ou dever, cuja contração dr, nos lançamentos de diários. Crédito vem da mesma raiz da 
palavra credo, ou seja, algo em que se acredita, como a profissão de fé cristã enunciada 
no Credo dos Apóstolos. Também pode referir-se a pessoas nas quais se acredita, 
como credores – depositamos nelas nossa confiança, emprestando-lhes dinheiro 
(HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
Trocando ideias...
A Contabilidade no Brasil
Para Peleias (2004) o histórico da Contabilidade envolve também o Brasil, com 
maior vigor a partir do século XIX; segundo o autor, com os primeiros registros 
encontrados no século XVIII.
A partir da mudança econômica, política e social desencadeada com a 
vinda da Família Real para o Brasil, e a consequente evolução da então 
Colônia, que depois se tornou Reino Unido, Império e finalmente 
República, à Contabilidade foram apresentados vários desafios, superados 
de acordo com os fatos relatados (PELEIAS, 2004).
A legislação contábil, no que se refere às demonstrações contábeis que devem 
ser publicadas todo ano, principalmente para as sociedades de capital aberto, é 
uma das mais aperfeiçoadas do mundo (MARION, 2011).
Vários autores destacam-se no panorama contábil brasileiro, entre os quais: 
Carlos de Carvalho; Francisco D’Auria; Frederico Hermann Junior; Hilário 
Franco; Antonio Lopes de Sá; Américo Mateus Florentino e, mais recentemente, 
professores da Universidade de São Paulo (USP) (MARION, 2011).
Provavelmente, a primeira instituição especializada no ensino da Contabilidade 
foi a Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902. 
Ademais, foi com a Fundação de Ciências Econômicas e Administrativas da 
USP, em 1946, e com a instalação do curso de Ciências Contábeis e Atuariais que 
o Brasil ganhou o primeiro núcleo efetivo, embora modesto, de pesquisa contábil 
nos moldes norte-americanos, isto é, com professores dedicando-se em tempo 
integral ao ensino e à pesquisa, produzindo artigos de maior conteúdo científico e 
escrevendo teses acadêmicas de alto valor (IUDÍCIBUS, 2010).
A partir da década de 1990, o Brasil, através da reformulação da Lei das 
S.A. (Lei n.º 6.404/76), da criação do Comitê de Pronunciamentos Contá-
beis (CPC), trabalhando em estrita colaboração com a Comissão de Valores 
12
13
Mobiliários (CVM), tomou uma decisão de caráter político, aderindo à internacio-
nalização das normas contábeis do International Accounting Standards Board 
(Iasb), sediado em Londres.
Em 2007, as primeiras alterações efetuadas na Lei n.º 6.404/76 se deram por 
meio da Lei n.º 11.638, de 28 de dezembro de 2007, introduzindo mudanças 
significativas no contexto da Contabilidade empresarial. Na referida legislação 
ocorreram alterações e revogações de dispositivos da Lei n.º 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976, e da Lei n.º 6.385, de 7 de dezembro de 1976, estendendo 
às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de 
demonstrações financeiras.
Em 2009 foi sancionada a Lei n.º 11.941, que substituiu a Lei n.º 6.404/76, 
referente à Lei das sociedades por ações.
As Entidades Contábeis no Brasil
As entidades atuantes no campo contábil do Brasil formam uma estrutura 
sólida e capaz de atuar em vários negócios financeiros de forma eficaz, a fim 
de proporcionar aos usuários e investidores informações de caráter financeiro e 
econômico das empresas.
Destacam-se entre essas entidades: O Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC), o Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon) e a CVM, que assinam, talvez, 
os melhores pronunciamentos e contribuições mais recentes à Contabilidade, 
como a Deliberação CVM n.º 29, de 5 de fevereiro de 1986, reconhecendo o 
pronunciamento do Ibracon sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade; 
ou a Instrução CVM n.º 64/87, instituindo a correção integral.
Conselho Federal de Contabilidade
Autarquia especial de caráter corporativo, que apresenta como finalidades a 
orientação, a normatização e a fiscalização do exercício da profissão contábil, por 
intermédio dos conselhos regionais de Contabilidade.
A entidade visualiza como sua missão a promoção do desenvolvimento da 
profissão contábil, primando pela ética e qualidade na prestação de serviços, 
realizando o registro e a fiscalização de profissionais e  organizações contábeis, 
atuando como fator de proteção da sociedade e ser reconhecido como Conselho 
atuante e representativo da profissão contábil.
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
Fundado em 13 de dezembro de 1971 e vigorado através de novas regras 
estatutárias de 1 de julho de 1982, esse instituto visa ajudar na criação e divulgação 
das normas e procedimentos de auditoria e de Contabilidade que são sancionados 
pelo CFC, CVM e Banco Central do Brasil.
13
UNIDADE História da Contabilidade
O Ibracon atua direcionando sua ênfase em três propósitos específicos:
• Discussão, desenvolvimento e aprimoramento de questões éticas e técnicas 
da profissão de auditor e de contador e, ao mesmo tempo, na atuação como 
porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos e privados e da 
sociedade em geral;
• Auxílio na difusão e na correta interpretação das normas que regem a profissão, 
possibilitando aos profissionais conhecê-las e aplicá-las de forma apropriada, 
contribuindo para a criação e manutenção de um mercado sadio, regido pela 
ética profissional;
• Atuação, também, no conjunto das entidades de ensino, colaborando para 
o aprimoramento da formação profissional, por meio da divulgação das 
atribuições, do campo de atuação e da importância do trabalho do auditor 
independente em nossa sociedade.
O Ibracon é o órgão responsável em representar o Brasil perante algumas 
entidades internacionais, tais como:
• International Accounting Standards Commitee (Iasc): Comitê Internacional 
de Normas Contábeis: é um conjunto de medidas internacionais sobre 
Contabilidade, editadas e analisadas pelo International Accounting Standards 
Board (Iasb);
• International Federation of Accountants (Ifac): Federação Internacional 
de Contadores: é uma entidade internacional que patrocina os congressos 
internacionais de Contabilidade e anuncia guias de orientação sobre o exer-
cício profissional;
• Associação Interamericana de Contabilidade (AIC): é uma entidade 
continental que reúne os profissionais da área contábil das Américas do Sul, 
Norte e Central, com o intuito de elevar o intercâmbio dos contabilistas, 
estabelecer comunicação entre as normas internacionais e desenvolver a 
profissão contábil.
Comissão de Valores Mobiliários
Trata-se de uma autarquia federal, que surgiu por meio da Lei n.º 6.385, de 
7 de dezembro de 1976, determinada a regulamentar e fiscalizar as companhias 
abertas, estabelecendo critérios sobre relatórios e pareceres de auditoria, visando o 
fortalecimento do mercado de capitais.
Uma de suas principais competências é proteger o pequeno acionista. Por meio 
de seu poder de fiscalização, a CVM constata irregularidades e pode aplicar multa, 
advertência, suspensão ou incapacitação do profissional para exercício do cargo ou 
mesmo anular o seu registro.
14
15
Comitê de Pronunciamentos Contábeis
Foi criado em 2005 como principal órgão normatizador da Contabilidade no Brasil.
O CPC é um órgão formado por entidades da área privada, do mundo acadêmico 
e do setor governamental que, dentro de um escopo de questões regulamentares, 
busca, por meio de uma profunda e intensa atualização, a modernização das 
normas e preceitos contábeis, no intuito da harmonização das normas contábeis.
A criação do CPC se deu com o propósito de atender às necessidades de 
convergência internacional das normas contábeis, de centralização na emissão 
das referidas normas e de representação e processos democráticos na produção 
dessas informações.
Segundo o Artigo 3º da Resolução CFC n.º 1.055, de 7 de outubro de 2005, 
que cria o CPC, a entidade tem por objetivo:
[...] o estudo, o preparo e a emissão de PronunciamentosTécnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa 
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de 
produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade 
brasileira aos padrões internacionais.
Além dos institutos e órgãos relacionados, instituições da área financeira e educa-
cional também estão envolvidas na estrutura conceitual da Contabilidade no Brasil.
Bolsa Mercantil e de Futuros (BM&F) – Bolsa de Valores 
de São Paulo (Bovespa)
Instituição privada, sem fins lucrativos, pertencente às sociedades corretoras, 
atuando sob a supervisão da CVM, quem lhe confere o poder de autorregulação.
Tem como principais funções a promoção do desenvolvimento do mercado de 
ações brasileiro, o financiamento do setor produtivo e a oferta de uma forma de 
poupança de longo prazo ao investidor.
Em seu ambiente de negociação, são transacionadas ações, cotas de fundos e 
investimentos fechados, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e debêntures.
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais 
e Financeiras (Fipecafi )
Órgão de apoio institucional ao Departamento de Contabilidade e Atuária da 
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São 
Paulo (FEA/USP).
15
UNIDADE História da Contabilidade
Seus principais objetivos são: realizar pesquisas, desenvolver e promover a 
divulgação de conhecimentos da área contábil, financeira e atuarial; incentivar 
a participação de professores e estudantes em congressos e seminários com 
trabalhos científicos; produzir e incentivar a produção de livros, artigos, papers 
e material científico no seu campo; financiar laboratórios de pesquisa nas áreas 
de contabilidade, finanças, atuária, logística, tecnologia da informação e outros 
correlatos; implementar bolsas de estudo para a formação de docentes dessas áreas 
nos níveis de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado; promover a internacionalização 
da Pós-Graduação em Contabilidade da USP; promover cursos e consultorias.
Ademais, o Banco Central do Brasil e a Receita Federal têm atuação nas 
legislações contábeis, bem como outras entidades em suas esferas de atuação nas 
legislações contábeis, sem esquecer a legislação comercial propriamente dita, com 
a Lei n.º 6.404/76, sobre a sociedade por ações que, em sua parte contábil, 
mostrou grande avanço.
As Leis que Regem a Contabilidade no Brasil
Lei n.º 6.404
Criada no ano de 1976 para normatizar os princípios contábeis no Brasil e 
disciplinar as companhias abertas, apresenta-se para:
[...] criar estrutura jurídica necessária ao fortalecimento do mercado de 
capitais de risco no País, imprescindível à sobrevivência da empresa 
privada na fase atual da economia brasileira. A mobilização da poupança 
popular e seu encaminhamento voluntário para o setor empresarial 
exigem, contudo, o estabelecimento de uma sistemática que assegure 
ao acionista minoritário o respeito a regras definidas e equitativas, as 
quais, sem imobilizar o empresário em suas iniciativas, ofereçam atrativos 
suficientes de segurança e rentabilidade (Lei n.º 6.404, p. 20).
Essa Lei sofreu grande influência norte-americana, havendo também importantes 
contribuições brasileiras, como a correção monetária e reserva de lucros a realizar. 
Quanto às suas contribuições, destacam-se: separação entre a Contabilidade 
comercial e fiscal; aperfeiçoamento da classificação das contas no balanço e 
do mecanismo de correção monetária; implantação da reavaliação de valor de 
mercado, do método de equivalência patrimonial e origem da reserva de lucros.
Em atendimento às necessidades da sociedade brasileira, foi publicada a Lei n.º 
11.638, de 28 de dezembro de 2007, introduzindo mudanças significativas no 
contexto da Contabilidade empresarial. Na referida legislação, ocorrem alterações 
e revogações de dispositivos da Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da 
Lei n.º 6.385, de 7 de dezembro de 1976, estendendo às sociedades de grande 
porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.
Em 2009, foi sancionada a Lei n.º 11.941, que substituiu a Lei n.º 6.404/76, 
referente às sociedades por ações.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Teoria da Contabilidade
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. cap. 2.
 Vídeos
HISTÓRIA da Contabilidade
https://youtu.be/qw5wbbPwXTg
 Leitura
A nova visão contábil a partir da Lei 11.638/07
MOLIGA, M. A nova visão contábil a partir da Lei 11.638/07. 30 maio 2012.
https://goo.gl/NxEXfm
Impactos da Lei 11638/07 e Lei 11941/09
OLIVEIRA, S. B. de. Impactos da Lei 11638/07 e Lei 11941/09. 18 ago. 2009.
https://goo.gl/ha1lZ9
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UNIDADE História da Contabilidade
Referências
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