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Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 3 Aula 01 – INTRODUÇÃO À TERMODINÂMICA A descoberta de meios para utilização de fontes de energia diferentes da que os animais forneciam foi o que determinou a possibilidade da revolução industrial. A energia pode se apresentar na natureza sob diversas formas, mas, exceto no caso da energia hidráulica e dos ventos, deve ser transformada em trabalho mecânico por meio de máquinas, para ser utilizada pelo homem. A termodinâmica nasceu justamente dessa necessidade, e foi o estudo de máquinas térmicas que desenvolveu seus princípios básicos. A termodinâmica é o ramo da física que estuda as relações entre calor, temperatura, trabalho e energia. Abrange o comportamento geral dos sistemas físicos em condições de equilíbrio ou próximas dele. Qualquer sistema físico, seja ele capaz ou não de trocar energia e matéria com o ambiente, tenderá a atingir um estado de equilíbrio, que pode ser descrito pela especificação de suas propriedades, como pressão, temperatura ou composição química. Se as limitações externas são alteradas (por exemplo, se o sistema passa a poder se expandir), então essas propriedades se modificam. A termodinâmica tenta descrever matematicamente essas mudanças e prever as condições de equilíbrio do sistema. No estudo da termodinâmica, é necessário definir com precisão alguns conceitos básicos, como sistema, fase, estado e transformação. Sistema é qualquer parte limitada do universo passível de observação e manipulação. Em contraposição, tudo o que não pertence ao sistema é denominado exterior e é dele separado por suas fronteiras. A caracterização de um estado do sistema é feita por reconhecimento de suas propriedades termodinâmicas. Chama-se fase qualquer porção homogênea de um sistema. O estado depende da natureza do sistema e, para ser descrito, necessita de grandezas que o representem o mais completamente possível. Denomina-se transformação toda e qualquer mudança de estado. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 4 Quando formada por uma sucessão de estados de equilíbrio, a transformação é dita reversível. No estudo da termodinâmica, consideram-se alguns tipos particulares de transformações. A transformação isotérmica é a que se processa sob temperatura constante, enquanto a isobárica é aquela durante a qual não há variação de pressão do sistema. A transformação isométrica se caracteriza pela constância do volume do sistema, a adiabática pela ausência de trocas térmicas com o exterior e a politrópica pela constância do quociente entre a quantidade de calor trocado com o meio externo e a variação de temperatura. Conhecem-se ainda mais dois tipos de transformação — a isentálpica e a isentrópica — nas quais se observa a constância de outras propriedades termodinâmicas, respectivamente a entalpia (soma da energia interna com o produto da pressão pelo volume do sistema) e a entropia (função associada à organização espacial e energética das partículas de um sistema). Existem muitas grandezas físicas mensuráveis que variam quando a temperatura do corpo se altera. Em princípio, essas grandezas podem ser utilizadas como indicadoras de temperatura dos corpos. Entre elas citam-se o volume de um líquido, a resistência elétrica de um fio e o volume de um gás mantido a pressão constante. A termodinâmica confirma nossa experiência cotidiana do fluir do tempo: existe passado, presente e futuro, e os fenômenos na natureza, que presenciamos durante nossa vida, são irreversíveis. Por exemplo, se deixo cair um copo de vidro no chão, ele se quebra. Este fenômeno não é reversível, isto é, na natureza não é possível acontecer como num filme rodado ao contrário, onde o copo quebrado no chão pode, no final da cena, acabar inteiro na minha mão. Para discutir a irreversibilidade dos fenômenos, introduziu-se o conceito de equilíbrio termodinâmico. De acordo com a termodinâmica, todos os sistemas tendem para o equilíbrio. De fato, o equilíbrio é por definição o último estado atingido por um sistema livre de perturbações; é uma raridade universal. É importante apenas como um guia de comportamento, isto é, como uma indicação da direção em que Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 5 caminham os fenômenos naturais. Esta direção é realmente o problema fundamental da termodinâmica. Dado certo conjunto de condições iniciais e se soubermos que o sistema caminhará espontaneamente para o equilíbrio, poderemos prever o estado de equilíbrio. O equilíbrio de um sistema está sempre associado a uma medida ou a um conjunto de medidas feitas no sistema em estudo. Se, por exemplo, não há nenhum movimento, devido ao completo equilíbrio de forças, foi atingido o equilíbrio mecânico. Se a composição química em todos os pontos não se modifica com o tempo, o sistema estará em equilíbrio químico. O equilíbrio térmico está associado à ausência de fluxo térmico, devido ao fato de que a temperatura é a mesma, em todos os pontos do sistema. Quando todas as variáveis que especificam o estado termodinâmico permanecem inalteradas, isto é, não muda com o tempo, o sistema atingiu equilíbrio termodinâmico. No equilíbrio nada muda, é a imobilidade completa do sistema. Daí a dificuldade de conseguirmos um sistema deste tipo no universo em que vivemos. O universo é, portanto, longe do equilíbrio. Está longe do equilíbrio termodinâmico porque, por toda nossa experiência de vida, a regra é a mudança. O desafio da termodinâmica reside exatamente neste ponto, pois, se desejarmos que as nossas medidas do estado, de qualquer sistema, não contenham incertezas embaraçosas, será necessário que o estado considerado seja um estado de equilíbrio. Observações feitas “em trânsito” provavelmente dependem do lugar em que nós estivemos e não do lugar onde nós estamos. Esta dependência da história anterior é comum nas situações longe do equilíbrio, que, sem dúvida, são as que encontraremos na natureza. ESTUDO DAS VARIÁVEIS Esse tópico cobre um amplo campo e inclui o estudo de muitos sistemas, por exemplo, aqueles que se ocupam com forças e potenciais químicos, térmicos, mecânicos e elétricos. Neste trabalho haverá uma limitação na amplitude dos estudos decorrente do público ao qual se destina. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 6 Figura 1: Fluxo de Calor do Maior para o Menor A quantidade de matéria sob consideração é chamada de sistema e tudo que está em volta dela é o ambiente, a vizinhança. Em um sistema fechado não há trocas de matéria com o ambiente, enquanto em sistema aberto tais trocas são possíveis. Qualquer mudança pela qual possa passar um sistema é chamada processo. Qualquer processo ou conjunto de processos em que o sistema volta às condições iniciais é chamado um ciclo. Em termodinâmica, calor é energia em trânsito de uma massa a outra devido à diferença de temperatura entre essas massas. Quando uma força de qualquer natureza atua ao longo de um percurso, é realizado um trabalho. Da mesma forma que o calor, trabalho também é energia em trânsito. Trabalho deve ser distinguido da capacidade de uma quantidade de energia de realizar trabalho. Figura 2: Análise de Variáveis O estudo da termodinâmica se baseia em dois princípios fundamentais: · Energia não pode ser criada e nem destruída; Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 7 · É impossível realizar qualquer mudança ou séries de mudanças onde o únicoresultado é a transferência de energia na forma de calor de uma temperatura mais baixa para outra mais alta. Em outras palavras, calor por si só não pode fluir de temperaturas mais baixas para temperaturas mais altas. TRANSFORMAÇÕES Para caracterizar as condições em que um corpo se encontra é necessário fornecer algumas variáveis físicas tais como: temperatura, pressão, volume ocupado, massa, estado elétrico e magnético e, em certas circunstâncias, o próprio estado cinemático do corpo. No caso de sólidos é ainda necessário especificar sua estrutura cristalina e a qual processos mecânicos ele foi submetido, aqui incluindo processos de conformação e processos de tratamento térmico. Os valores e qualidades que essas variáveis assumem definem o estado do corpo. Quando alguma dessas variáveis muda, diz-se que o corpo sofre uma transformação ou um processo. Quando ao final de uma transformação o corpo volta ao estado original, diz-se que a transformação foi cíclica ou um ciclo. O estudo a seguir limita-se a considerar que o estado de um corpo de massa m é definido por três variáveis: temperatura (t), volume (v) e pressão (p), supostos iguais em todo ponto do corpo considerado. Essas variáveis bastam para caracterizar corpos sólidos, líquidos e gasosos que sejam homogêneos e confinados em um espaço limitado. Caso não se tenha homogeneidade será usada a massa específica ou densidade (d = m/v) no lugar de volume, e essa variável pode mudar de ponto a ponto no corpo considerado. Ao inverso da densidade chama-se volume específico (w = v/m). A densidade mede quanta matéria cabe numa unidade de volume. O volume específico mede qual o volume de uma unidade de massa. EXEMPLOS DE TRANSFORMAÇÕES ISOTÉRMICA Se dá a temperatura constante, como por exemplo o derretimento lento de um bloco de gelo em pressão constante. A temperatura pode ser mantida Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 8 constante por um dispositivo chamado termostato. São exemplos de termostatos: · Um recipiente de paredes condutoras rodeado por gelo em fusão em pressão normal é um termostato para 0O C (FONTE FRIA). · Um recipiente de paredes condutoras rodeado por água em ebulição a pressão normal é um termostato para 100O C (FONTE QUENTE). Tais termostatos podem ser facilmente construídos em sua casa ou laboratório utilizando uma garrafa de vidro bem tampada imersa em gelo e água ou a "banho maria" sobre uma panela de água em ebulição. Figura 3: Transformação Isotérmica Para manter temperaturas mais elevadas ou mais baixas da temperatura ambiente, utilizam-se sistemas elétricos que ligam ou desligam fontes de calor ou fontes de refrigeração (geladeira, ar condicionado). Um sistema de controle de temperatura simples é constituído por uma lâmina bimetálica (por exemplo, cobre e aço) que ao ser aquecido além de certo valor abre ou fecha um contato elétrico alimentando ou desligando uma resistência elétrica de aquecimento. ISOBÁRICA Realiza-se em pressão constante. Para a pressão atmosférica, qualquer transformação realizada em ambiente aberto é isobárica, com exceção de transformações explosivas ou extremamente rápidas. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 9 Figura 4: Transformação Isobárica ADIABÁTICA É toda transformação que se realiza sem que haja perda ou ganho de calor entre o sistema em transformação e o meio onde ele se encontra. Uma garrafa térmica (vaso de Dewar) é um bom exemplo de um recipiente onde em seu interior se realiza uma transformação adiabática. Essa garrafa é constituída por um vaso espelhado em sua parte interna envolvido por outro vaso, separados por um espaço onde se tem vácuo. Calor não entra, pois deveria atravessar, por condução ou convecção, o espaço de vácuo que não permite passagem de calor, a não ser por irradiação. O calor não sai, pois a superfície espelhada do vaso interno feito de material isolante não permite passagem de calor por nenhuma das formas anteriores. Fenômenos muito rápidos, como uma explosão, são, em boa aproximação, adiabáticos. Figura 5: Transformação Adiabática É fácil verificar isto, por exemplo, jogando gelo em fusão em água a uma temperatura conhecida e verificando que as quantidades de calor total antes e depois são iguais. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 10 TRANSFORMAÇÃO REVERSÍVEL Uma transformação reversível é aquela em que tanto o sistema quanto o meio que o contém podem ser levados de volta ao estado original. Nenhuma transformação onde haja a presença do atrito é reversível. Da mesma forma a transferência de calor de um corpo mais quente para um mais frio é irreversível. Em uma transformação reversível não há perda de trabalho em calor, ao contrário de um processo irreversível. Numa transformação reversível de um estado A para um estado B o trabalho e a quantidade de calor tem mesmo valor absoluto e sinais opostos do que na transformação do estado B para o estado A, conforme mostra a figura 6 abaixo. Figura 6: Trabalho em uma Transformação Elementar Reversível Adiabática Em qualquer caso, se uma transformação for representada no plano de Clapeyron (plano p, v), o trabalho executado é medido pela área compreendida abaixo do diagrama e acima do eixo dos volumes, por ser a soma dos trabalhos elementares ∆L = p ∆v, conforme ilustrado na Figura 7 abaixo. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 11 Figura 7: Trabalho em uma Transformação Toda sequência de transformações, que inicie em um estado e termine no mesmo estado, é chamada de ciclo reversível. São reversíveis, todas as transformações, constituídas de por uma sucessão de estados de equilíbrio térmico na ausência de atrito. Figura 8: Expansão Irreversível de um Gás Por exemplo, uma transformação que passa do estado p0, v0, T0 para o estado p0/2, 2v0, T0 pode ser reversível ou não. Será irreversível quando for uma expansão sem trabalho externo ao sistema ou reversível por meio de uma expansão isotérmica com trabalho externo ao sistema, aumentando o volume inicial do sistema por meio de um levantamento muito lento de um êmbolo de um cilindro, desprezando o atrito entre êmbolo e paredes (Figura 9). Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 12 Figura 9: Expansão Reversível de um Gás O primeiro princípio da termodinâmica, uma das mais importantes leis da natureza, é o princípio da conservação da energia. Apesar desse princípio puder assumir várias formas, todas têm essencialmente o mesmo significado. A hipótese dessa conservação foi aventada por vários pesquisadores, mas coube a Joule a sua verificação definitiva (James Prescott Joule, Físico Inglês, 1818-1889). Esse princípio tem sido usado para tratar problemas envolvendo calor e trabalho, interpretando-o como segue: "Calor e trabalho são mutuamente convertíveis, ou, a energia total associada a uma conversão de energia permanece constante". O conceito introduzido por Joule foi o da energia interna de um sistema, algo associado a quantidades microscópicas da matéria e relacionado com o estado do sistema definido macroscopicamente pela sua temperatura, seu volume e sua pressão, conforme será visto na Teoria Cinética dos Gases. Será demonstrado que, para um gás cuja molécula tem N átomos (N<3), a energia interna é dada aproximadamente pela relação U = [(2N+1)/2] nRT, onde n é o número de mols, R a constante universal dos gases perfeitos e T a temperatura absoluta.EXEMPLO Qual a energia interna de 1 kg de oxigênio na temperatura T = 100o C? Neste caso, tem-se que n = 1000/32 = 31,25 e T = 273 + 100 = 373 K. Como R = 8,31 J/mol.K, resulta U = 242158 Joule aproximadamente. Como 1 Joule é equivalente a 0,239 calorias, então, nessa unidade, a energia interna é de 58 kcal aproximadamente. Matematicamente, para um sistema aberto, sem mudança de massa, esse princípio assume a formulação: Q - L = Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 13 Figura 10: Conservação de Energia No caso da Máquina Térmica da figura 10, a máquina retira o calor Q1 de uma fonte quente (por exemplo, combustível em combustão), rejeita calor Q2 para uma fonte fria (por exemplo, água de refrigeração), absorve por atrito e por aquecimento interno, o calor equivalente ao aumento de energia interna ∆U e realiza um trabalho externo. Segue-se que o calor líquido que foi absorvido pela máquina é Q = Q1 - Q2, o calor dissipado e/ou armazenado é ∆U e o trabalho realizado é L = Q - ∆U. Em uma máquina ideal a variação de energia interna é suposta igual a zero. O rendimento da máquina é a relação entre o trabalho realizado e a energia absorvida. Como sempre há perdas de calor recebido o rendimento é sempre menor que a unidade, ou seja, menor que 100%. Para realizar essa tarefa a máquina realiza um ciclo. RENDIMENTO DE UMA MÁQUINA TÉRMICA O rendimento de uma máquina térmica é a razão entre a potência útil, trabalho produzido pela máquina térmica, e a potência total calor fornecido a máquina térmica pela fonte quente: Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 14 EXEMPLO Uma máquina a vapor recebe em seu ciclo de trabalho uma quantidade de calor equivalente a 2500 J. Ela absorve por atrito e aquecimento interno uma quantidade de calor equivalente a 120 J e perde em água de refrigeração uma quantidade de calor equivalente a 860 J. Qual o trabalho realizado pela máquina e qual seu rendimento? O trabalho realizado é L = Q1 - Q2 - DU = 2500 - 860 - 120 = 1520 J O rendimento é h = L / Q1 = (1520 / 2500)x 100 = 60,8% VARIÁVEIS DE ESTADO No desenvolvimento da Termodinâmica, é importante se ter uma ideia bem clara do que sejam as variáveis de estado de um sistema. Para um gás perfeito, as variáveis de estado mais utilizadas são: pressão, volume, temperatura. Imagine-se a transformação reversível de um gás de massa constante, desde um estado inicial A1(p1, v1, T1) a outro estado final A2(p2, v2, T2). Como p, v e T são relacionadas pela equação característica, apenas duas dessas variáveis de estado são independentes. Considerem-se as variáveis independentes p e v. A figura 11 ilustra a transformação no plano das variáveis p e v. Figura 11: Transformação de A1 para A2 A seta azul mostra o caminho percorrido (os valores de v e p) ao longo da transformação [1] do estado A1 ao estado A2 e transformação alternativa [2] entre Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 15 esses mesmos estados. Ambas as transformações são supostas reversíveis, ou seja, o sistema é ausente de atrito. Ao final da transformação de A1 para A2, o Primeiro Princípio fornece Q(1 para 2) = L(1 para 2) + ∆U Onde Q é o calor líquido recebido pelo sistema, L o trabalho realizado e ∆U o aumento de energia interna. Seja a transformação inversa de [2] possível de A2 para A1, ao longo do outro caminho inverso daquele representado pela seta vermelha na figura 11. Na transformação inversa, o calor líquido corresponde a um calor cedido, o trabalho corresponde a um trabalho recebido e a energia interna sofre uma diminuição exatamente igual e contrária ao acréscimo antes sofrido. Assim, tem-se que Q(2 para 1) = L(2 para 1) - ∆U Resulta que Q(1 para 2) - L(1 para 2) = - Q(2 para 1) + L(2 para 1) Como a transformação é suposta reversível, tem-se que Q(2 para 1) = - Q(1 para 2) L(2 para 1) = - L(1 para 2) ou seja, [Q(1 para 2) - L(1 para 2)]ao longo do ramo direito = = [Q(1 para 2) - L(1 para 2)]ao longo do ramo esquerdo CONCLUSÃO "A variação total de calor e o trabalho realizado ou recebido não dependem do caminho percorrido para se ir de um estado inicial a outro final, desde que a transformação seja reversível". Pode-se, assim, afirmar que "Em uma transformação não cíclica, a diferença entre o calor trocado Q e o trabalho realizado L é, em geral, diferente de zero e independente da transformação, dependendo apenas dos estados inicial e final". Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 16 A diferença entre o calor líquido recebido (cedido) e o trabalho realizado (recebido) é a variação de energia interna do sistema, dada por ∆U = Q - L. Em um gás perfeito monoatômico a diferença é dada por ∆U =(3/2)nR(T2 - T1) = (3/2)(p2v2 -p1v1) Figura 12: Trocas de Calor e Trabalho são iguais ao longo de Caminhos Reversíveis e Diferentes Para uma transformação finita (Figura 12), de um estado (1) a outro estado (2), tem-se que: Q(1 para 2) - L(1 para 2) = U2 - U1 Onde Q é o calor recebido (cedido) pelo sistema, L é o trabalho realizado (recebido) pelo sistema, U1 é a energia interna inicial e U2 a energia interna final. "Se o calor líquido recebido pelo sistema for maior que o trabalho realizado, há um aumento de energia interna". EXEMPLO 1 kg de gás hélio, inicialmente a 30o C e pressão normal, recebem, por aquecimento, uma quantidade de calor equivalente a 85000 J. Qual a temperatura do gás após esse aquecimento, sabendo que o volume foi mantido constante? Como não há variação de volume o trabalho externo é nulo. Logo toda a energia recebida foi transformada em energia interna. O peso molecular do Hélio é igual a 2, logo 1000 g de Hélio correspondem a 500 mols. Considerando o gás Hélio como sendo ideal (certamente é mono atômico), a variação de energia interna é dada por ∆U =(3/2)nR(T2 - T1) Logo, sendo ∆U = 85000 J, n = 500 mols, R = 8,31 J/mol.K, resulta que Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 17 T2 - T1= 2 x 85000 / 3 x 500 x 8,31 = 13,64 K. A temperatura final é de 30 + 13,64 = 43,64 oC. Como o volume é constante, aplicando a lei dos gases perfeitos, a aplica- se a relação p2 / p1 = T2 / T1, ou seja, a pressão final do gás é p2 = 1 x (43,64 + 273) / (30 + 273) = 1,045 atmosferas. APLICAÇÕES DO PRIMEIRO PRINCÍPIO O Primeiro Princípio da Termodinâmica permite calcular os valores numéricos de certas grandezas termodinâmicas em função de outras grandezas de valor conhecido ou que podem ser medidas de forma mais simples. São apresentadas aplicações importantes para qualquer fluido e, no capítulo seguinte, aplicações relevantes aos gases perfeitos. a) Transformações a volume constante Essas transformações são conhecidas como transformações isocóricas ou isométricas. Correspondem a transformações que se dão em um vaso hermeticamente fechado. Neste caso, a única interação possível com o meio exterior é a troca de calor, desde que as paredes do vaso não sejam isolantes térmicos. Quando o volume é constante, o trabalho externo é nulo, pois ele somente é possível se houver dilatação ou contração do corpo, figura 13 abaixo. Figura 13: Transformação a Volume Constante o Trabalho é Nulo A aplicação do Primeiro Princípio a uma transformação finita , de um estado (1) a outro estado (2), fornece Q - L = U2 - U1 = ∆U Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 18 Onde Q é o calor líquidorecebido (cedido) pelo sistema, L é o trabalho realizado (recebido) pelo sistema, U1 é a energia interna inicial e U2 a energia interna final. Se o corpo recebe uma quantidade líquida de calor Q e o trabalho realizado é nulo, há um aumento de energia interna exatamente igual ao calor recebido U2 - U1 = Q Por essa razão, a energia interna costuma ser medida em calorias ou em Joules. Na realidade o resultado é válido sempre que o trabalho externo total for nulo, mesmo que o volume não seja constante. b) Transformações isobáricas As transformações são supostas suficientemente lentas para que se possa ter o trabalho externo expresso por ∆L = p. ∆v. Como a pressão é constante, o Primeiro Princípio fornece ∆Q = ∆U + p. ∆v = ∆U + ∆ (pv) = ∆ (U + pv) As transformações são supostas suficientemente lentas para que se possa ter o trabalho externo expresso por . Como a pressão é constante, o Primeiro Princípio fornece ∆Q = ∆U + p. ∆v = ∆U + ∆ (pv) = ∆ (U + pv) Como U + pv é função apenas do estado do corpo, a troca de calor pode ser expressa por: Q = (U2 + pv2) - (U1 + pv1) A quantidade de calor Q absorvida durante uma transformação isobárica depende unicamente dos estados inicial e final e mede a variação da função H = U + pv (entre esses estados). Figura 14: Transformação a Pressão Constante o Trabalho externo é medido por L = p (v2 - v1). Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 19 A função H = U + pv é chamada entalpia do corpo e é definida, da mesma forma que U, a menos de uma constante aditiva arbitrária. Dessa forma, somente faz sentido em se falar em variação da energia interna U e da entalpia H. c) Entalpia Aqui o estudo se limita a transformações sofridas por uma massa m de substância homogênea. É suposto, ainda, que os únicos trabalhos externos executados por essa substância são os que se devem a variações de volume. Em um de seus estados, definido pelos valores das variáveis de estado p, v, ∆ (oC) ou p, v, T (K), tal substância possui uma certa energia interna U (referida a um nível arbitrário U0 = 0 e uma energia interna específica u = U/m bem determinadas a menos de uma constante aditiva. Da mesma forma, essa substância possui uma entalpia H = U + pv e uma entalpia específica h = H/m, também determinada a menos de uma constante aditiva. Tanto a energia interna quanto a entalpia fornecem, de acordo com o Primeiro Princípio, os conceitos de energia e de calor contidos em um corpo. TRANSFORMAÇÕES DE VOLUME CONSTANTE A quantidade de calor cedida a um corpo mede a variação U2 - U1 da energia interna. O calor específico a volume constante, mede a variação de energia interna do corpo, por unidade de massa e de variação de temperatura. A capacidade calorífica a volume constante mede a variação de energia interna do corpo na unidade de temperatura. TRANSFORMAÇÃO PRESSÃO CONSTANTE A quantidade de calor cedida a um corpo mede a variação H2 - H1 de entalpia; o calor específico a pressão constante é a variação de entalpia referida à unidade de massa e de temperatura. A capacidade calorífica a pressão constante mede a variação de entalpia do corpo referida à unidade de temperatura. Como os calores específicos se definem normalmente supondo a pressão constante, eles exprimem também as variações de entalpia específica, referidas à unidade de massa e de temperatura, para cada substância. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 20 Por essa razão a entalpia é às vezes chamada de calor total ou conteúdo térmico de um corpo. Esses nomes devem ser evitados, pois causam ambiguidades. TRANSFORMAÇÕES ADIABÁTICAS Nessas transformações Q = 0 e o trabalho de expansão L, desde um estado inicial p1, v1 até um estado final p2, v2, que pode ser obtido, é dado pela variação de energia interna U1 - U2 do corpo, ou seja, L = U1 - U2. Além disso, tem-se que, em uma transformação elementar, ∆Q = ∆U + p∆v + v∆p -v∆p = = ∆ (U + pv) - v∆p = ∆H + ∆Ltec ∆Ltec é chamado trabalho técnico, conceito utilizado em máquinas térmicas de fluxo (bombas, turbinas). Em uma transformação finita entre os estados 1 e 2 tem-se pois que Q(1 para 2) = H2 - H1 +Ltec(1 para 2) Se a transformação for adiabática, a quantidade de calor trocada é nula e o trabalho técnico corresponde à variação (diminuição) de entalpia H1 - H2 do sistema. Entre os procedimentos que permitem obter trabalho a partir da expansão de um gás comprimido, há também o que consiste em dotar de energia cinética o gás que escoa. Nesse caso, a diminuição da entalpia do gás em expansão coincide com o valor da energia cinética adquirida pelo gás. Para se entender melhor o conceito de trabalho técnico, considere-se um dispositivo que forneça um gás comprimido a pressão constante p1. Por meio de operações sucessivas alimenta-se uma máquina capaz de utilizar a expansão desse gás. Por exemplo, vapor de água de uma caldeira que alimenta uma máquina a vapor ou ar comprimido fornecido por um compressor que alimenta um martelete pneumático. Esse dispositivo, ao final da utilização de cada operação do gás comprimido, deve voltar ao estado inicial, ou seja, a máquina terá percorrido um ciclo. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 21 O gás, ao contrário, não terá percorrido um ciclo, pois ele constitui um elemento externo de alimentação da máquina. Pode-se considerar a máquina como constituída por um cilindro no qual pode deslizar sem atrito um êmbolo, figura 15 abaixo. Um registro R estabelece a comunicação do cilindro com a fonte de alimentação do gás a pressão constante p1 e com o exterior que atua como um tanque sempre vazio. O ciclo se inicia abrindo o registro R. (a) O êmbolo, cujo peso, juntamente com a carga aplicada, equilibra a pressão p1, se eleva até ocupar um volume v1, quando o registro é fechado (b) Após isso, diminui-se a carga sobre o êmbolo e a expansão continua até atingir (c) Um voluma v2 em pressão p2, certamente menor que p1. Finalmente o registro é aberto para o exterior (d) Voltando o sistema ao estado inicial (a). Representa-se o que aconteceu em um diagrama p versus v, chamado plano de Clapeyron, figura 16 a seguir. Figura 15: Máquina Realizando Trabalho As sucessivas fases do ciclo citado correspondem, em valor e sinal, aos seguintes trabalhos: 1) de (a) para (b): L1 = p1v1 = área A1 do retângulo de base v1 e altura p1 2) de (b) para (c): L2 = área A2 sob a curva de A até B 3) de (c) para (d): L3 = - p2v2 = área A3 do retângulo de base v2 e altura p2. O trabalho total é pois dado por: L = L1+L2+L3 = p1v1 + área A2 sob a curva de A até B - p2v2 Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 22 O resultado é a área grifada entre a curva AB e as ordenadas p1 e p2. Essa área é obtida somando as áreas elementares v. ∆p indicada. Esse é o trabalho externo total executado pelo sistema em seu ciclo completo e é o trabalho técnico realizado pela máquina esquematizada como um êmbolo e um cilindro que realiza trabalho ao longo do processo de sobe e desce. Figura 16: Ciclo da Máquina da Figura 15 Do lado esquerdo atua uma pressão p1 resultado da pressão atmosférica e do peso P sobre o êmbolo. Do lado direito atua apenas a pressão atmosférica p2. O motor M gira em decorrência do fluxo provocado pela diferença de pressão estabelecida entre os dois ramos da máquina. É claro que o sistema é aberto, e o trabalho realizado é feito à custa do peso maior ou menor de P colocado sobre o êmbolo. TEORIA CINÉTICA DOS GASESA teoria cinética dos gases relaciona os conceitos de temperatura, volume e pressão com as leis e princípios da mecânica clássica. Nesta teoria admite-se um gás confinado. O volume é simplesmente o espaço ocupado pelas moléculas de um gás, confinado ou não, ou seja, o volume de que as moléculas de um gás dispõem em seu movimento no espaço. A pressão é o resultado do choque das moléculas com as paredes do recipiente que as aloja ou, mais geralmente, com qualquer barreira interposta em seus movimentos, ou, ainda, com o peso total do gás sobre uma superfície, como Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 23 é o caso da pressão atmosférica. Durante o choque com paredes as moléculas transferem quantidade de movimento, provocando a pressão sobre estas paredes. A temperatura do gás é uma medida macroscópica da energia cinética das moléculas do gás: quanto maior a agitação das moléculas, maior é sua pressão nas paredes e maior é sua temperatura. Deve ser lembrado que o número de Avogadro é dado pelo valor N = 6,023.1023 e é o número de moléculas de um gás contido em uma molécula- grama, ou seja, a massa em gramas igual ao peso molecular do gás. Foi definido também um gás perfeito como aquele que obedece à Lei de Boyle, ou seja, em temperatura constante é constante o produto da pressão pelo volume de um gás. Os gases reais satisfazem a essa lei quando se encontram suficientemente rarefeitos e longe das condições de liquefação. Experimentalmente conclui-se que todos os gases reais têm, nessas condições, o mesmo coeficiente de dilatação volumétrica quando submetidos à dilatação de Joule - expansão rápida de um frasco a outro vazio - se dilatam adiabaticamente, sem esfriar. Dessa forma pode-se definir uma temperatura absoluta T independente da natureza do gás e se obter a equação característica dos gases perfeitos. pv = nRT Onde R é a mesma para todos os gases perfeitos (R = 8,31 J/mol.K) e n é o número de moléculas-gramas (mols) que constituem a massa de gás considerada. Do ponto de vista molecular, define-se gás perfeito um gás cujas moléculas são comparáveis a pequenas esferas elásticas em contínuo movimento, com as seguintes propriedades: 1 - têm um volume desprezível em relação ao volume ocupado pelo gás; 2 - não se exercem nenhuma ação mútua, exceto durante seus choques, comparáveis aos choques entre esferas elásticas. Um gás assim caracterizado obedece, realmente à equação característica dos gases perfeitos, acima definida, desde que se adote uma definição conveniente para a temperatura. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 24 É fácil ver porque então um gás real, para se comportar como perfeito, tem que se bastante rarefeito, ou seja, ocupar um volume muito maior de que o volume de uma sua molécula. Por exemplo, no caso do Hélio, a 0o C e a 1 atm de pressão (condições normais), a relação entre esses volumes é cerca de 0,0001. Conforme a conceituação de um gás perfeito, as relações a seguir se aplicam aproximadamente, a um gás real monoatômico (hélio, vapor de mercúrio, neônio, etc.). Caso o gás for diatômico (oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, monóxido de carbono, etc.), triatômico (gás carbônico, por exemplo), podem-se aplicar, aproximadamente, as relações abaixo fornecidas, apenas alterando o fator 3, que aparece nas fórmulas, para o fator 5 (diatômicos) e 6 (triatômicos). Acima desses casos esse fator aumenta, mas seu valor torna-se mais complexo. PRESSÃO Considere-se um cubo de volume v, contendo n moléculas-gramas de um gás perfeito e, portanto, nN moléculas. Se m é a massa molecular, a massa total do gás contido no cubo é m = m.n.N Pode-se mostrar, utilizando a teoria do choque elástico, que a força exercida por unidade de superfície das paredes do cubo pelo choque das moléculas, ou seja a pressão, é dada por onde é a velocidade quadrática média das moléculas do gás, ou seja a média dos quadrados das velocidades das nN moléculas contidas no volume v, igual a , A soma sendo tomada sobre todas as moléculas do gás, em número de nN. Pode-se calcular a velocidade média das moléculas de um gás monoatômico (hélio, vapor de mercúrio, neônio, por exemplo) pela relação Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 25 Onde p é a pressão, v o volume ocupado e m = n.m é a massa do gás. Para um gás diatômico, as relações acima tornam-se, respectivamente, e TEMPERATURA Quando se misturam dois gases, a temperatura de equilíbrio é igual para os dois. Deduz-se das leis da Mecânica Estatística, aplicadas a um grande número de pequenas esferas elásticas, que, quando se atinge o equilíbrio estatístico (em média), em virtude dos choques mútuos, a energia cinética média se distribui igualmente entre todas as esferas (Teorema da equipartição da energia). Assim, a energia cinética média, nas condições de equilíbrio térmico, deve ser igual para os dois gases, ou seja, Esta relação conduz à hipótese de que a energia cinética molecular média seja uma indicação da temperatura do gás. Toma-se, então, como definição de temperatura, na teoria cinética dos gases, a expressão onde k é uma constante universal independente da natureza do gás, chamada Constante de Boltzman e mmol a massa de uma molécula do gás mmol = eN é o número de Avogadro. Isto equivale a supor que a energia cinética molecular média é proporcional à temperatura absoluta e que a constante de proporcionalidade é a mesma para todos os gases. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 26 O fator 3 aparece em virtude do fato de que uma esfera elástica pode se mover em três direções independentes, correspondentes aos três eixos cartesianos x, y, z. EQUAÇÃO CARACTERISTICA DOS GASES PERFEITOS A equação característica dos gases perfeitos pode agora ser deduzida dos dois resultados anteriores. De fato, das duas relações e conclui-se facilmente que pv = nN.kT, ou seja, pondo, Nk = R (constante universal) resulta que pv = nRT. Assim, a constante de Boltzmann é calculada como k = R/N = 1,38 . 10-23 J/mol.K A equação mostra que a velocidade média de uma molécula de um gás perfeito depende apenas de sua massa molecular e da temperatura, ou seja Essa expressão mostra bem que a "agitação" das moléculas de um gás é tanto maior quanto maior for sua temperatura. No caso de gases diatômicos, resultaria ENERGIA INTERNA As considerações anteriores mostram que a energia interna U contida em um gás é apenas a energia cinética molecular. Assim, tem-se que a soma sendo efetuada sobre todas as moléculas do gás. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 27 Vê-se que a energia interna é simplesmente proporcional à temperatura do gás e ao número de mols contidos em um dado volume. Na temperatura zero absoluto, a energia interna é nula. Essa definição elimina, em um gás, o nível arbitrário de uma constante aditiva para a energia interna. Para gases diatômicos e triatômicos resultariam as relações e APLICAÇÃO DO PRIMEIRO PRINCÍPIO AOS GASES PERFEITOS ENERGIA INTERNA DE UM GÁS PERFEITO Uma massa de gás perfeito, contida em um recipiente, está nas condições (p1, v1, T1). Abrindo um registro para um outro recipiente onde há vácuo, se dá uma expansão brusca e a pressão p, varia de forma não definida até atingir um valor final p2. A variação é muito rápida, de forma que não há troca de calor com o exterior. Nesse processo o gásnão realizou trabalho algum pois sempre pressionou parede fixas e de um modo indeterminado. Tem-se assim uma expansão sem trabalho externo (Experiência de Joule). Aplicando o Primeiro Princípio a essa experiência, resulta uma expansão adiabática sem trabalho externo. Como o calor cedido e o trabalho externo são nulos, a energia interna do gás não varia. Por outro lado, a experiência mostra que nos gases perfeitos sem trabalho externo a temperatura não varia, de forma que a experiência de Joule é isotérmica e adiabática. Conclui-se que a energia interna não varia quando apenas o volume variar e, portanto, é independente do volume ocupado por um gás. Conclui-se, de acordo com o deduzido na Teoria Cinética dos Gases, que a energia interna de um gás perfeito depende apenas da temperatura. Em seu Laboratório Virtual é possível realizar a experiência de Joule. Basta colocar um gás sob pressão em um cilindro e um conduto com registro para outro Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 28 cilindro com vácuo. Se os cilindro tiverem o mesmo volume, após abrir o cilindro verifica-se que a temperatura não varia e a pressão baixou para a metade do valor inicial, sem haver aquecimento e nem resfriamento dos cilindros. O primeiro princípio permite, ainda, calcular a energia interna de um gás perfeito em função da única variável de que depende: a temperatura. De fato, pode-se calcular a variação de energia interna quando um gás passa do estado (v1, p1, T1) para o estado (p2, v2, T2). Seja v1 < v2. Do Primeiro Princípio resulta que U2 - U1 = Q (de 1 a 2) - L (de 1 a 2) uma variação que depende apenas dos estados inicial e final. Pode-se realizar a transformação da seguinte forma: 1) aquecimento do gás em volume constante v1, desde a temperatura T1 até a temperatura T2 se for T2 > T1; caso contrário será realizado um resfriamento; 2) expansão adiabática sem trabalho externo desde o volume v1 até o volume v2. Essa última expansão é também isotérmica de acordo com a experiência de Joule. Dessa forma é atingido o estado final v2, T2. A equação característica fornece o valor p2 pré fixado. É claro que durante as duas transformações não houve realização de trabalho externo, de modo que foi dada ao gás certa quantidade de calor Q, positiva ou negativa. Se a massa do gás for m e cv for seu calor específico a volume constante (primeira transformação), aquele calor é igual à variação de energia interna, ou seja, Q = U2 - U1 = m cv (T2 - T1). Desde que o calor específico a volume constante seja considerado independente da temperatura. Este é o fato, conforme mostra a experiência, desde que a temperatura se mantenha afastada da temperatura absoluta. Fica assim definida a energia interna U2 a menos da constante aditiva U1. Realizando a transformação inversa, conclui-se o mesmo resultado no caso de ser v1 > v2. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 29 EXPANSÃO ISOTÉRMICA Se for realizada uma expansão isotérmica de um gás perfeito com trabalho externo, por exemplo, movimentando o êmbolo de um cilindro contendo um gás, a variação de energia interna é nula, pois só depende da temperatura. Pelo Primeiro Princípio resulta que o calor absorvido pelo gás é equivalente ao trabalho realizado pela movimentação do êmbolo. EXEMPLO Em uma expansão isotérmica a 60oC o volume de 10 mols de um gás varia de 100%. Qual a variação porcentual da pressão? Se a pressão inicial era de 10atm, qual o trabalho externo realizado durante a expansão? Durante uma transformação isotérmica o produto pv é constante, ou seja, p1v1 = p2v2. Desta resulta que (p1- p2)/p2 = (v2 - v1)/v1 = 1 (cresce 100%). Assim, (p1- p2)/p2 = 1. Logo 2p2 = p1. Desta obtém-se que (p2 - p1)/p1 = -0,5 (decresce 50%). A pressão do gás diminui em 50%. Se a pressão inicial era de 10atm a final é de 5atm. O trabalho em uma expansão isotérmica é dado por L = nRTln(v2/v1) = 10 x 8,31 x 333 x ln(p1/p2) = = 27672.3 x ln(2) = 19181 J (equivalente a se levantar um peso de 198N - massa de 20kg - a cerca de 10m). CALORES ESPECÍFICOS DOS GASES PERFEITOS Quando um gás, ao ser aquecido, varia de volume de forma bastante lenta e, portanto, realizando um trabalho externo elementar , como acontece nas transformações reversíveis, tem-se, em geral, que ∆Q =∆ U +∆ L = mcv∆T + p∆v Se, por outro lado, o gás sofrer uma transformação em pressão constante recebendo a mesma quantidade de calor ∆Q, pela definição de calor específico a pressão constante, tem-se ∆Q = mcp∆T ou seja, levando em conta a relação anterior Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 30 mcp∆T = mcv∆T + p∆v TRANSFORMAÇÃO ADIABÁTICA REVERSÍVEL DE UM GÁS PERFEITO Considere-se um mol de gás perfeito. Em uma transformação reversível tem-se o trabalho externo elementar p∆v. Na prática basta que a transformação adiabática não seja muito rápida. Pode-se mostrar que essa relação entre as variações elementares ∆T e ∆v, corresponde à relação finita T = C v-(k-1) onde C é uma constante. A equação acima é a "equação de uma transformação adiabática reversível de um gás perfeito". Utilizando a equação de estado dos gases perfeitos, outras formas da equação de uma transformação adiabática reversível são: e Figura17: A Adiabática Reversível é mais inclinada que a Isotérmica A última forma mostra que uma adiabática reversível no plano de Clapeyron (p,v) é semelhante a uma isotérmica POLITRÓPICAS DE UM GÁS PERFEITO Suponha-se um mol de um gás perfeito ou real em condições de ser considerado perfeito, no estado inicial (p0, v0), representado por um ponto no plano de Clapeyron. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 31 A partir desse estado são possíveis infinitas transformações reversíveis, correspondentes à s infinitas curvas que passam por esse ponto com diferentes inclinações. As mais interessantes são: · Isométrica (v = v0 = constante): durante essa transformação reversível o gás possui um calor específico constante cv > 0. A curva que representa essa transformação é uma reta vertical pelo ponto inicial. O trabalho externo durante uma expansão isométrica é nulo, enquanto o calor trocado é Q = m cv ∆T = ∆U. · Isobárica (p = p0 = constante): aqui o gás possui um calor específico cp > 0 e constante. A curva que representa essa transformação é uma reta horizontal que passa pelo ponto inicial. O trabalho externo durante uma expansão isobárica é dado por L = p (v2 - v1) e o calor trocado é Q = m cp ∆T. · Isotérmica (pv = p0v0 = constante): durante essa transformação reversível, na expansão se fornece calor ao gás com a finalidade de manter constante sua temperatura; o gás se comporta como se tivesse um calor específico de valor arbitrariamente grande (+ aumento de temperatura se torna impossível. A curva que representa essa transformação é uma hipérbole equilátera que passa pelo ponto inicial. O trabalho externo durante uma expansão isotérmica é dado por L = n R T ln(v2/v1) = - Q. A variação da energia interna é nula. · Adiabática reversível (pvk = p0v0k = constante): durante essa transformação resultam variações de temperatura sem que se forneça calor ao gás, ou seja, o calor específico é cadi = 0. A curva que representa essa transformação é uma hipérbole mais inclinada que a hipérbole equilátera da isoterma. O trabalho externo durante uma expansão adiabática é dado por L = m cv ∆T e o calor trocado é nulo. Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica MasterPágina 32 Figura 18: Transformação Isobárica (verde), Isométrica (violeta), Isotérmica (vermelha), Adiabática (azul), por um ponto p0, v0. A questão é encontrar a equação de uma transformação reversível, com calor específico constante e igual a c, de um gás perfeito, que represente todas as transformações reversíveis possíveis a partir de um estado inicial. Tal transformação é chamada politrópica. Uma politrópica deve satisfazer a equação ∆c ∆T = ∆cv ∆T + p ∆v onde c é constante, por hipótese. As variações são infinitésimas. Figura 19: Variação de c em função de r Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 33 Conforme se visualiza na figura 19, dando valores crescentes de r, a partir do valor k até o valor + , o valor de c cresce de 0 até cv e a curva num plano de Clapeyron que representa a politrópica aumenta sua inclinação até se tornar vertical. Por outro lado, ao diminuir o valor de r a partir do valor k até o valor + 1, o valor de c é negativo e decresce de 0 até - , passando da curva adiabática até a isotérmica. O trabalho externo durante uma expansão politrópica é dado por L = (p1 v1 - p2 v2)/(r-1) = nR (T1 - T2)/(r - 1) > 0 A quantidade de calor fornecida ao gás durante uma expansão politrópica é dada por Q = m c (T2 - T1) = m cv (T2 - T1)(k - r)/(1 -r) > 0 A relação entre o calor cedido e o trabalho externo realizado é Q/L = (k - r)/(k- 1) a) Durante uma expansão isotérmica, a energia interna não se altera; o trabalho de expansão é equivalente ao calor fornecido. b) Durante uma expansão adiabática reversível, o trabalho externo equivale à diminuição de energia interna. c) Durante uma expansão politrópica, o trabalho de expansão se dá às custas CICLO DE CARNOT Nas aplicações técnicas, o Ciclo de Carnot (Nicolas Leonard Carnot, físico francês, 1796-1832) tem hoje uma importância meramente histórica. Sua descrição é útil para introduzir a ideia de um ciclo termodinâmico, do trabalho realizado ao longo das diversas etapas que o compõem e o conceito de rendimento de uma máquina térmica. Praticamente, é impossível construir uma máquina que opere segundo o ciclo de Carnot. Considere-se a Figura 20, onde um cilindro de paredes adiabáticas é fornecido de um êmbolo de peso variável e, na sua base, de um termostato (fonte de calor em temperatura regulável) ou uma parede adiabática. Dessa forma: Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 34 a) Coloca-se o cilindro sobre o termostato na temperatura T1 (FONTE QUENTE), a temperatura inicial do gás. Sua pressão e volume são respectivamente p1 e v1. b) Coloca-se o cilindro sobre a parede adiabática A e se faz expandir o gás com trabalho externo, diminuindo gradativamente a carga sobre o êmbolo, até equilibrar a pressão. O gás se esfria (devido à expansão) e atinge a temperatura T2, sendo a nova pressão e o novo volume p2 e v2, respectivamente. Tem-se que T2 < T1, p2 < p1, v2 > v1. Figura 20: Fases do Ciclo de Carnot c) Coloca-se o cilindro sobre o termostato na temperatura T2 < T1 (FONTE FRIA) e se aumenta gradativamente a carga sobre o êmbolo para comprimir o gás isotermicamente até um terceiro estado T2, p3, v3. d) Coloca-se o cilindro sobre a parede adiabática A e continua a compressão do gás. Essa é acompanhada de um aquecimento que prossegue até obter de novo a temperatura T1. O gás está no estado T1, p4, v4. e) Coloca-se novamente o cilindro sobre a fonte fria (termostato na temperatura T1) e se leva o gás isotermicamente ao volume v1. Certamente, pela equação de estado, a nova pressão é p1. O estado final é igual ao estado inicial. O gás percorreu um ciclo. As transformações pelas quais o gás passou são: (a) p1, v1, T1 Þ (b) p2, v2, T2 (ADIABÁTICA) (b) p2, v2, T2 Þ (c) p3, v3, T2 (ISOTÉRMICA, cede calor) (c) p3, v3, T2Þ (d) p4, v4, T1 (ADIABÁTICA) (d) p4, v4, T1 Þ (a) p1, v1, T1 (ISOTÉRMICA, recebe calor) Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 35 Nas transformações isotérmicas, o gás recebe ou cede calor ao exterior e nas adiabáticas não há troca de calor com o exterior. O dispositivo é pois uma máquina térmica, capaz de realizar trabalho às custas da energia térmica recebida. Durante o ciclo, o gás recebeu calor da fonte quente (T1) e cedeu calor à fonte fria (T2). As várias fases do ciclo de Carnot estão ilustradas na figura 21 abaixo. Nessa figura foi traçado o log(p) em função do log(v) de modo que as hipérboles se tornam retas. A inclinação das isotérmicas é de 135o e a das adiabáticas é de arctg(k) < 135o, isto é, mesmo nessa escala as adiabáticas são mais inclinadas que as isotérmicas. Figura 21: Ciclo de Carnot O rendimento teórico do ciclo de Carnot é dado pela relação entre a energia mecânica (trabalho) realizada e a energia térmica recebida, ou seja, Segue-se, ainda, que Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 36 A primeira dessas relações mostra que "o rendimento de uma máquina que opere segundo o ciclo reversível de Carnot depende apenas das temperaturas extremas do ciclo". A segunda dessas relações mostra que "a relação entre as quantidades de calor cedido (-Q2) e recebida (Q1) durante o ciclo é simplesmente a relação entre a temperatura menor (T2) e a temperatura maior (T1) do ciclo". CICLO FRIGORÍFICO Considere-se novamente o Ciclo de Carnot, reversível, seguido no sentido inverso àquele ilustrado na figura 20 A sequência inversa é a seguinte: (a) p1, v1, T1 Þ (d) p4, v4, T1 (ISOTÉRMICA) (d) p4, v4, T1 Þ (c) p3, v3, T2 (ADIABÁTICA) (c) p3, v3, T2 Þ (b) p2, v2, T2 (ISOTÉRMICA) (b) p2, v2, T2 Þ (a) p1, v1, T1 (ADIABÁTICA) O gás retira da fonte fria (termostato em temperatura Tf) uma quantidade de calor Qf, recebe um trabalho externo total L e cede à fonte quente (termostato em temperatura Tq) uma quantidade de calor Qq. A eficiência térmica da máquina frigorífica é a relação entre o trabalho recebido e o calor retirado da fonte fria, ou seja, E = L / Qf. Essas trocas estão esquematizadas na figura 22 Figura 22: Trocas de Calor e Trabalho em um ciclo frigorífico Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 37 Figura 23: Ciclo frigorífico de Carnot A prática mostra que é bem simples a transferência de calor de um corpo mais quente para outro corpo mais frio. O contrário disso é impossível, a menos que se forneça trabalho externo ao corpo. Isto é, basicamente, o sentido do Segundo Princípio da Termodinâmica a ser discutido no próximo parágrafo e constitui o Postulado de Clausius: "É impossível que o único resultado de uma transformação seja a passagem de calor de um corpo em temperatura mais baixa para um outro corpo em temperatura mais alta". Foi visto, entretanto, que essa transferência é possível (máquina frigorífica) desde que se forneça trabalho ao sistema. TEOREMA DE CARNOT Admitido o Postulado de Clausius, segue-se que o rendimento do ciclo de Carnot reversível não depende da natureza do corpo que sofre o ciclo (gás perfeito, gás real, vapor, líquido, sólido, homogêneo, heterogêneo), isto é: "Os rendimentos de todos os ciclos de Carnot reversíveis, que operam nas temperaturas extremas T1 e T2<T1 são iguais e dados por h = (T1 - T2) / T1". Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 38 Não só para os gases perfeitos o rendimento do ciclo de Carnot reversível é igual ao indicado acima, mas para outra substância qualquer. Para respeitar a reversibilidade de um ciclo é necessário que asfontes quentes e frias sejam adiabaticamente isoladas, durante os tempos em que se encontra em temperaturas diferentes. Em termos práticos, não se deve colocar o evaporador em contato com o condensador em uma geladeira! De um ciclo de Carnot irreversível tampouco pode-se esperar um rendimento maior ao do ciclo reversível que opere entre as mesmas temperaturas, pois, novamente, seria violado o Postulado de Clausius. A experiência indica que, entre outras, são irreversíveis as seguintes transformações: a) Qualquer transformação com atrito b) Expansão sem trabalho externo c) Propagação de calor de um corpo quente a um corpo frio Além dessas, há fenômenos tipicamente irreversíveis, tais como: difusão mútua de gases, difusão mútua de dois líquidos miscíveis, dissolução de um corpo em outro, condensação de um vapor supersaturado, cristalização de uma solução supersaturada, solidificação de um líquido superfundido, a maioria das reações químicas. Para as três transformações acima, o rendimento de um ciclo de Carnot irreversível é certamente menor que o rendimento de um ciclo de Carnot reversível. De fato: a) o atrito impede que todo o trabalho externo seja utilizado efetivamente em uma quantidade de calor equivalente. b) A expansão sem trabalho externo que, no ciclo de Carnot, poderia substituir a expansão térmica reversível, anula a única fase útil do ciclo para efeito de produção de trabalho externo, pois no caso, seria ou seja, o trabalho total seria negativo, pois Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 39 e, assim, negativo seria o rendimento, com valor absoluto sem limite. c) Se a irreversibilidade fosse devida ao fato da troca de calor entre as fontes quente e fria e o gás se desse com saltos de temperatura, durante o ciclo se daria uma passagem de calor por condução da fonte fria para a fonte quente. A substância não percorreria, no caso, um ciclo de Carnot entre as temperatura pré-fixadas. O Teorema de Carnot pode ser expresso como segue: "O rendimento de um ciclo de Carnot reversível depende apenas das temperaturas extremas em que opera e é maior que qualquer outro ciclo de Carnot, operando entre essas mesmas temperaturas, e onde se verifique irreversibilidade". QUADRO RESUMO A seguir é fornecido um quadro resumo das quantidades termodinâmicas acima introduzidas e das principais relações entre elas. Temperatura absoluta: T Pressão absoluta: p Volume: v Número de mols: n Massa molecular: Massa total: m Constante universal dos gases perfeitos: R = 8,31 J/mol.K Energia interna: U Quantidade de calor: Q Trabalho externo: L Entalpia: H = U + pv Entropia: 1 kcal = 4186 J cp = calor específico em pressão constante cv= calor específico em volume constante k = cp / cv c = calor específico em transformação politrópica de um gás perfeito r = (cp - c)/(cv - c) (substitui k da adiabática de um gás perfeito) Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 40 PRIMEIRO PRINCÍPIO CONSERVAÇÃO DE ENERGIA TOTAL DE UM CORPO OU SISTEMA. Q - L = U2 - U1 Q - L líquido = U2 - U1 + p2v2 - p1v1 = H2 - H1 Q + ∆ v ∆p = H2 - H1 (se todo o trabalho for aproveitado na forma mecânica) ∆ v ∆p = trabalho técnico SEGUNDO PRINCÍPIO O único resultado de uma transformação não pode ser a retirada de calor de uma fonte fria e sua transferência para uma fonte quente Consequências: Nenhum ciclo pode ter maior rendimento que um ciclo reversível operando entre as mesmas temperaturas limites O rendimento de todos os ciclos reversíveis absorvendo calor (Q1) a uma alta temperatura T1 e rejeitando calor (Q2) a uma baixa temperatura T2 deve ser o mesmo e para todos os ciclos desse tipo o trabalho realizado é dado por L = Q1 + Q2 TRANSFORMAÇÕES DE SUBSTÂNCIAS QUAISQUER Isobárica (p = constante): Q = H2 - H1, L = p(v2 - v1) Isométrica (v = constante): Q = U2 - U1, L = 0 Adiabática: Q = 0, L = U2 - U1, S2 = S1 TRANSFORMAÇÕES DE GASES PERFEITOS U = mcvT + U0 H = mcpT + H0 ∆Q = mcv∆T + p∆v = mcp∆T - v∆p (variações elementares infinitésimas) TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA (p = constante): T2 / T1 = v2 / v1 Q = mcp (T2 - T1) = [k/(k-1)]L Apostila EAD – Técnico em Mecânica Escola Técnica Master Página 41 L = p (v2 - v1) = nR (T2 - T1) S2 - S1 = mcp ln(T2/T1) TRANSFORMAÇÃO ISOMÉTRICA (v = constante): T2 / T1 = p2 / p1 Q = U2 - U1 = mcv (T2 - T1) = v (p2 - p1)/(k-1) S2 - S1 = mcv ln(T2 / T1) L = 0 TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA (T = constante): p1v1 = p2v2 = nRT U2 - U1 = 0 EXERCÍCIOS 1. O que é termodinâmica? 2. O que é equilíbrio térmico? 3. O que é transformação: Isotérmica, Isobárica, Isométrica e Politrópica? 4. O que é rendimento de máquina térmica? 5. O que é ciclo de CARNOT? Explique. 6. O que é ciclo frigorífico de CARNOT? 7. Pesquisar na Internet: Equipartição da energia. 8. Aula presencial (4 horas): Análise gráfica das transformações.
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