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Teoria Geral dos Recursos

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Teoria Geral dos Recursos
O recurso pode ser entendido como o direito que a parte possui de, na mesma relação jurídica processual (o que o difere das ações autônomas de impugnação, que inauguram uma nova relação jurídica processual), atacar decisão judicial que lhe contrarie, pleiteando sua revisão, total ou parcial (NUCCI, 2008, p. 85 1).
Recurso: é um instrumento processual voluntario de impugnação de decisões judiciais, previsto em lei, utilizado antes da preclusão (perda de uma oportunidade processual) e na mesma relação jurídica processual, objetivando a reforma, a invalidação, ou o esclarecimento da decisão judicial anterior.
Fundamentos:
a) Falibilidade Humana (juiz): A própria natureza falível do ser humano, e do juiz enquanto tal, não estando isento de equívocos. 
b) Inconformismo: A necessidade psicológica do homem de ver reapreciada uma decisão desfavorável. 
c) Duplo grau de jurisdição: (art. 5º, LV, CF/88), (art. 8°, §2º, “H”, CADH) Certa coação psicológica sobre o juiz de grau inferior, que o levaria a “julgar melhor”, sabedor da possibilidade de sua decisão ser reexaminada por um órgão superior. A possibilidade da causa ser julgada por um órgão colegiado, formado por juízes de maior experiência e saber jurídico.
Natureza Jurídica: mero desdobramento do direito de ação, pois a matéria continua a ser discutida na mesma relação jurídica processual.
Princípios recursais:
-Taxatividade: os recursos são taxativos, ou seja, devem está descritos em lei. 
- Unirrecorribilidade ou singularidade: Para cada tipo de decisão judicial cabe um único e específico recurso, competindo à parte a escolha do recurso adequado. Excepcionalmente, "uma mesma decisão pode com portar mais de um recurso. É o que ocorre, por exemplo, com a possibilidade do manejo simultâneo do recurso especial ao STJ e do extraordinário ao STF, quando uma mesma decisão ofenda a Constituição Federal e a legislação infraconstitucional". (TÁVORA; ALENCAR, 2009, p. 751).
- Voluntariedade: nos recursos sua interposição depende exclusivamente do desejo da parte de contrariar a decisão proferida (art. 574, primeira parte, do CPP). Há, porém, exceções: A primeira delas diz respeito aos chamados recursos de ofício ou duplo grau de jurisdição obrigatório (art. 574, incisos I e lI, do CPP). A segunda envolve a extensão subjetiva do efeito devolutivo do recurso ou efeito extensivo dos recursos, que é a possibilidade de extensão dos efeitos do recurso de um recorrente ao corréu, em hipótese de concurso de agentes, desde que tais efeitos o beneficiem, extensão que não se aplica apenas em relação aos benefícios de caráter exclusivamente pessoal (art. 580 do CPP).
- Conversão: A conversão significa correção do endereçamento do recurso manejado dentre dos parâmetros legais, isto é, caso o recorrente interponha o recurso escorreito, todavia, o encaminhe a órgão judicante errado, este deverá encaminhá-lo ao correto.
- Fungibilidade: significa que o recurso pode ser conhecido e provido mesmo que a parte tenha se equivocado na interposição da espécie recursal desde que tenha operado de boa-fé, ex vi do art. 579 do CPP.
- Tempestividade: constitui um pressuposto de admissibilidade do recurso. Entende-se que não se deve permitir que a parte possa exercer seu inconformismo por período indeterminado. Essa é uma das maiores diferenças entre os recursos e as ações autônomas de impugnação, como o habeas corpus e a revisão criminal, ações estas que não estão sujeitas a prazos exíguos.
- Vedação da reformatio in pejus ou ne reformatio in pejus (art. 617 CPP): É a "proibição de que a parte que recorreu tenha contra si prolatada uma nova decisão, em virtude da reforma do julgado recorrido, que venha a piorar sua situação" (TÁVORA; ALENCAR, 2009, p. 751). É a chamada ne reformatlo in pejus direta, por meio da qual se entende que se "só a defesa recorre, tendo a acusação se conformado com o provimento jurisdicional, a situação do réu não poderá ser piorada". 
Classificação dos Recursos:
a) Quanto ao conteúdo:
- Total ou pleno: quando se questiona toda a decisão. O órgão ad quem (tribunal ou turma recursal) reexaminará toda a decisão;
- Parcial ou restrito: quando se questiona apenas parte da decisão. Será reexaminada pelo tribunal apenas a parte impugnada.
b) Quanto às fontes informativas:
- Constitucionais: previstos pela Constituição Federal com a finalidade de levar aos tribunais superiores o conhecimento ou a defesa dos direitos fundamentais do indivíduo, v. g., o recurso especial e extraordinário;
- Legais: previstos no Código de Processo Penal e nas leis processuais especiais;
- Regimentais: instituídos nos regimentos dos tribunais.
c) Quanto à motivação
- Ordinário: é o recurso que visa à defesa de um direito subjetivo. Baseia-se no mero inconformismo;
- Extraordinário: é o recurso que possui requisitos próprios, como, por exemplo, protesto por novo júri.
Pressupostos Recursais:
Os pressupostos de admissibilidade dos recursos são analisados pelo próprio órgão prolator da decisão contra a qual se recorreu; excepcionalmente são analisados pelo órgão superior isso ocorre em duas hipóteses: 
I - quando o órgão a quo deixa de dar indevidamente seguimento ao recurso e a parte reclama, pelos instrumentos próprios (também recursos), diretamente ao Tribunal superior; 
lI - por ocasião do julgamento do mérito do recurso. De qualquer forma, o juízo de admissibilidade feito pelo órgão jurisdicional a quo é sempre precário, não vinculando o segundo juízo de admissibilidade a ser feito pelo órgão ad quem (tribunal), que, por isso mesmo, é definitivo.
Pressupostos recursais são os requisitos de admissibilidade que o recurso deve possuir, são divididos em pressupostos objetivos (atinentes ao recurso em si) e subjetivos (referentes às partes).
Pressupostos objetivos ou extrínsecos:
a) Cabimento e adequação: É previsão legal para a interposição do recurso. Há, pois, decisões que não comportam o oferecimento de recurso, a exemplo da que recebe a denúncia ou queixa, passível, entretanto, de impugnação por meio de habeas corpus. A decisão que admite ou não o assistente de acusação é também irrecorrível (art. 273 do CPP), com portando, no entanto, o manejo do mandado de segurança em matéria criminal.
b) Regularidade formal (adequação): O art. 578 do CPP estabelece a forma segundo a qual o recurso deve ser interposto. São formalidades legais para o recurso ser recebido. 
c) Tempestividade: O recurso deve ser interposto no prazo legal. Os prazos começam a correr a partir do primeiro dia útil após a intimação, e, conforme prevê a Súmula n° 310 do Supremo Tribunal Federal: “quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir”.
d) Ausência de fatos impeditivos do direito de recorrer: Fatos impeditivos são aqueles que impedem a interposição do recurso ou seu recebimento, quais sejam:
- Renúncia: é ato de disposição, ou seja, abre-se mão do direito de recorrer. É diferente de deixar escoar o prazo sem interpor recurso. 
Sumulas nº 705 do STF: A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.
Sumula nº 708 do STF: É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.
_ Não recolhimento à prisão nos casos previstos em lei (art. 594 e art. 408, § 2º, ambos do CPP), Sumula nº 347 STJ: O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.
e) Ausência de fatos extintivos do direito de recorrer: Fatos extintivos são fatos supervenientes à interposição do recurso:
- Desistência: é ato de disposição, porém sempre posterior à interposição do recurso. O Ministério Público não pode desistir dos recursos interpostos (art. 576 do CPP). Odefensor só pode fazê-lo se tiver poderes especiais;
- Deserção: ato de abandonar o recurso. Equivale à desistência tácita ou presumida. Pode ocorrer pelo não pagamento das custas processuais (art. 806, § 2º, do CPP); ou pela fuga do réu no caso de apelação, sempre quando for negada a possibilidade de apelar em liberdade. A recaptura não torna sem efeito a deserção.
Pressupostos subjetivos ou intrínsecos:
a) Legitimidade: A legitimidade refere-se às partes legítimas para interposição do recurso: Ministério Público, assistente, querelante, réu ou seu defensor (art. 577 do CPP). Devem ser intimados o réu e seu defensor, iniciando-se o prazo após a última intimação. A legitimidade é concorrente (dupla).
Assistente de Acusação pode recorrer de (Sumula nº 210):
- Impronuncia: (art. 414, CPP);
- Contra absolvição: (arts. 386 e 397, CPP)
- Contra decisão extintiva de punibilidade (arts. 107 e 109, CP)
Inicio do prazo para o assistente de acusação recorrer (art 598, CPP e Sumula nº 448 do STF): O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público (15 dias).
Sumula nº 208 do STF: o assistente do MP não pode recorrer da sentença que conceder HC.
b) Interesse jurídico: O interesse deriva da sucumbência. A sucumbência ocorre sempre que a parte teve frustrada alguma expectativa legítima. Estabelece o parágrafo único do art. 577 do CPP: “não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão”.
Efeitos recursais:
- Efeito devolutivo: É aptidão que têm os recursos de levar a decisão a reexame pelo juízo ou tribunal ad quem, ou seja, a interposição recursal entrega ao órgão superior toda a matéria objeto do recurso.
Em consectário desse efeito, PAULO RANGEL leciona que o órgão de reexame se limitará ao objeto da impugnação que é limitado pela petição ou termo do recurso. Dessa forma os recursos podem ser de instância reiterada ou de instância iterada, estes ocorrem quando se devolve ao tribunal apenas o conhecimento da decisão de cunho processual e, aqueles existem quando a matéria será analisada pelo tribunal em sua inteireza.
Realce-se que é corolário do efeito devolutivo a vedação da reformatio in pejus, prevista no art. 617 do CPP, verbis:
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos artigos 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
O princípio do tantum devolutum quantum appellatum é manifestação do princípio devolutivo. Assim, pelo princípio dispositivo, a parte dispõe do seu direito para apelar somente daquilo que desejar (evidentemente, no limite do que perdeu) e o Tribunal, em atenção ao princípio da inércia, somente poderão conhecer daquilo que a parte recorreu.
- Efeito suspensivo: O efeito suspensivo decorre de lei e é exceção ao sistema, pois caso não exista previsão legal não há este efeito para espécie recursal agitada. Ele significa que em consequência de recurso que possua este efeito a decisão atacada não produzirá efeitos jurídicos até o julgamento do recurso. São exemplos de recursos que possuem o efeito suspensivo:
- Recurso de ofício da absolvição sumária (art. 411 do CPP);
- Recurso em sentido estrito da decisão que julgar perdido o valor da fiança e daquela que denegar a apelação ou julgá-la deserta (art. 584, caput do CPP);
- Recurso em sentido contra decisão de pronúncia (art. 584, § 2º do CPP);
- Apelação de sentença condenatória (art. 594), salvo exceções do art. 393, I.
Obs.: O resp (recurso especial) e o RE (recurso extraordinário), conforme o art. 27, §2º da lei nº 8.038/90 e art. 637 do CPP, não possui efeito suspensivo.
Efeito regressivo: Alguns recursos permitem a reanálise do próprio órgão julgador, ensejando o juízo de retratação antes da remessa ao juízo de reexame. Na sistemática somente no recurso em sentido estrito (art. 589 do CPP) e no agravo de execução, e na carta testemunhável, há o efeito em comento.
Efeito extensivo: Decorre do art. 580 do CPP: “No caso de concurso de agentes (Código Penal, artigo 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros”.
Destarte, caso haja provimento do recurso por motivo não exclusivamente pessoal haverá extensão dos efeitos favoráveis ao co-réu que não tenha atacado a decisão.
Erro de julgamento (error in judicando) e erro de procedimento (error in procedendo):
Com efeito, no mérito recursal o juízo de reexame poderá anular a decisão guerreada, quando existir error in procedendo e, por conseguinte o feito retornará ao seu status quo a fim de velar pela regularidade processual. O juízo ad quem poderá, ainda, substituir a decisão quando ocorrer error in judicando, aqui haverá substituição da decisão recorrida.
Recurso em Sentido Estrito
O famoso RESE, disciplinado nos art. 581 a 592 do CPP, segue um rol taxativo de cabimento (no entanto, ainda há outras decisões contra as quais cabe RESE e não estão previstas no art. 581). De uma maneira geral, pode-se dizer que o recurso cabe contra:
- Decisões Definitivas (absolvição sumária do procedimento do jurí);
- Decisões com Força de Definitiva (que reconhece a decadência);
- Terminativas (que não recebe a denúncia - da que recebe só cabe HC);
- Decisões em Questões Incidentais de Natureza Processual (declaração de incompetência).
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV - que pronunciar ou impronunciar o réu;
IV - que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, ou indeferir requerimento de prisão preventiva, no caso do artigo 312;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva, ou relaxar prisão em flagrante. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; (Redação dada pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989)
VI - que absolver o réu, nos casos do art. 411;
(Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; (Caberá agravo de execução)
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; (Caberá agravo de execução)
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; (Caberá agravo de execução)
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; (Caberá agravo de execução)
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; (Caberá agravo de execução)
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; (Caberá agravo de execução)
XXII - que revogar a medida de segurança; (Caberá agravo de execução)
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; (Caberá agravo de execução)
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. (Caberá agravo de execução)
Importante ressaltarque todas aquelas hipóteses previstas nos incisos XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII e XXIV, devem ser atacadas por meio de agravo em execução (art. 197, da LEP) (quanto ao inciso XI, só cabe RESE se a decisão sobre o SURSIS for antes do processo de execução. Se a decisão for parte da sentença, cabe apelação. Já se for durante o processo de execução, cabe agravo.
O prazo para interposição do recurso é de 5 dias (art. 586), depois mais um prazo de 2 dias pra juntar as razões e outros 2 dias para as contra-razões.
Este recurso comporta juízo de retratação, ou seja, o juiz pode voltar atrás antes de enviar para o tribunal ou a turma recursal (no caso de JECrim) decidir (art. 589).
Art. 585, CPP: O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a admitir. (revogação tácita).
Legitimados para interpor o RESE:
O réu;
O querelante;
O Ministério Público;
O ofendido (em casos específicos - só quando fundamentado nos incisos IV, VIII e XV);
Qualquer pessoa (mas só pra tirar alguém da lista de jurados);
O jurado que foi excluído.
O ponto de maior discussão, no entanto, é o art. 585 que obriga o réu a se recolher à prisão para recorrer de decisão de pronúncia. É claro que a constituição de 88 não recepcionou este artigo, que bate de frente com o princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF).
Para ser constitucional, qualquer medida cautelar deve apresentar alguns requisitos como a necessidade, a instrumentalidade, a proporcionalidade etc., isto para evitar a execução provisória da pena.
No entanto, a prisão decorrente de decisão de pronúncia, por não apresentar qualquer aparência de cautelaridade (apenas de pena antes do trânsito em julgado), deveria ser abolida (e é o que deve acontecer se o Projeto de Lei 4.208/01, que reforma em parte o CPP, for promulgado). 
Apelação (artigos 593 a 606, CPP) 
a) Conceito: recurso interposto da sentença definitiva ou decisão definitiva ou com força de definitiva proferida pelo juiz singular ou pelo Tribunal do Júri, para a segunda instância, com o fim de que esta proceda a novo exame do assunto, apreciando toda a matéria impugnada e, assim, se o caso, modifique total ou parcialmente a sentença, ou, ainda, anule o processo. 
Importante: o legislador não foi feliz ao prever no CPP o cabimento de recurso em sentido estrito para impugnar decisões extintivas do processo (por exemplo: extinção da punibilidade) e o cabimento de apelação para impugnar decisões interlocutórias (por exemplo: homologatória de laudo de insanidade mental ou a que autoriza o levantamento do seqüestro). O ideal seria reservar o recurso em sentido estrito para as decisões interlocutórias não terminativas e a apelação para as decisões terminativas, com ou sem julgamento de mérito.
Prazo: cinco dias para interposição e 08 dias para razões e contrarrazões. Artigo 593 do CPP. 
Não obstante as disposições do artigo 392 do CPP é pacífico na jurisprudência, face ao princípio constitucional da ampla defesa, que o réu e seu defensor devem ser intimados da sentença, pessoalmente ou por edital, conforme o caso, seja o réu preso, revel, foragido ou em liberdade provisória e seja o defensor constituído ou dativo. É indiferente a ordem das intimações (réu-defensor ou defensor-réu), mas se considera que o prazo recursal flui da última intimação realizada. 
Prazo do edital. Artigo 392, § 1º do CPP. 90 dias para pena igual ou superior a um ano e de 60 dias nos demais casos. 
Perda do prazo para apelar pelo MP: o ofendido ou qualquer das pessoas do artigo 31 do CPP podem apelar. Apelação supletiva (ou secundária). 
Artigo 598 do CPP. “Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no artigo 31 do CPP, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo”.
Prazo na apelação supletiva do ofendido: prazo de 05 dias, se o ofendido já estava habilitado nos autos como assistente; 15 dias, se não estava habilitado.
Apelação plena e apelação limitada. Em regra, a apelação devolve ao tribunal toda a matéria decidida em primeira instância: apelação plena ou ampla. Artigo 599 do CPP. No processo penal vigora a regra do tantum devolutum quantum appellatum, inviabilizando o julgamento ultra petitum. Todavia, no caso de recurso da defesa vigora a regra da maior devolutividade.
Nas apelações oferecidas no procedimento do Tribunal do Júri, o recurso se restringe ao que consta na petição de interposição, por força da Súmula n° 713 do STF ("O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos d e sua interposição"). Ademais, em qualquer espécie de procedimento, as nulidades absolutas podem ser conhecidas mesmo que não arguidas pelas partes (salvo na hipótese da Súmula no 160 do STF).
Extensão: Segundo a jurisprudência, a extensão da apelação se mede pela interposição e não pelas razões recursais.
Interesse em apelar:
Interesse do réu apelar de sentença absolutória:
a) para modificar o fundamento da absolvição e afastar a responsabilidade civil. Por exemplo, foi absolvido por insuficiência probatória e apela para o reconhecimento da inexistência do fato, visando evitar efeitos indenizatórios na esfera cível; 
b) absolvição imprópria, com imposição de medida de segurança. 
- O defensor de um dos co-réus não pode recorrer da sentença que absolve ou condena outro, por falta de gravame. 
- Não há interesse daquele que recorre da sentença que extinguiu a punibilidade pela prescrição, visando à absolvição, pois declarado extinto o direito de punir do Estado, o mérito da causa foi julgado.
Legitimidade para apelar:
1) O MP não pode apelar da sentença absolutória em ação penal privada, mas pode apelar da sentença condenatória, como fiscal da lei. 
2) O MP pode apelar da sentença absolutória do querelado proferida em ação penal privada subsidiária da pública. 
3) O MP pode apelar em favor do réu condenado, mas não se conhece de sua apelação se o condenado também recorreu.
Hipóteses de cabimento da apelação:
- Apelação de sentença do juiz singular. Artigo 593, incisos I e II do CPP.
Inciso I: sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular.
Inciso II: (CUIDADO) a apelação neste caso é residual, somente cabe se não for o caso de recurso em sentido estrito. “Das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior”.
Decisões definitivas (decisões interlocutórias mistas terminativas): sentença que resolve o incidente de restituição de coisas apreendidas; que homologa ou não o laudo pericial de pedido de busca e apreensão em crimes contra a propriedade imaterial; que indefere pedido de justificação; que autoriza levantamento de seqüestro; que indefere pedido de explicações em juízo, que homologa o laudo no incidente de insanidade mental etc. 
Importante: quando o juiz extingue, de ofício, o processo, por reconhecer a exceção da coisa julgada, cabe apelação. 
Se reconhecer a mesma exceção interposta pela parte, o Código elegeu o recurso em sentido estrito.
Apelação das decisões do Tribunal do Júri: Artigo 416 do CPP, na redação da Lei n. 11.689/2008: cabe apelação da sentença de impronúncia e de absolvição sumária. Hipóteses: Artigo 593, inciso III, letra “a” do CPP: ocorrência de nulidade posterior à pronúncia. Há que se distinguir as nulidades absolutas das relativas. Podem ser argüidas, na apelação, as nulidades absolutas, independentemente de terem ocorrido antes ou depois da pronúncia, pois são insanáveis. As relativas poderão ser argüidas na apelação quando ocorrentes depois da pronúncia e desde que não tenham precluído por falta de argüição no tempo oportuno, isto é, logo no início do julgamento, depois de apregoadas as partes (artigo 571, inciso V, CPP). Caso providaesta apelação a consequência é a invalidação do ato processual e dos seguintes, inclusive o próprio julgamento pelo júri. Importante: no novo julgamento não pode participar jurado que compôs o Conselho de Sentença anterior (Súmula n. 206, STF).
Letra “b”: sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados. Neste caso não há anulação, o próprio tribunal ajusta a decisão à lei ou ao veredicto dos jurados (§ 1º). Exemplo: condenado o réu por homicídio qualificado, fixa-lhe o juiz, na sentença, pena de 12 anos de reclusão em regime semiaberto. Esta sentença contraria o artigo 33, § 2º, letra “a”, do Código Penal, que prevê regime fechado para pena de prisão superior a oito anos.
Letra “c”: erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança. Exemplo: o juiz se equivoca na quantificação da pena imposta, fixando-a ou em patamar muito elevado ou muito reduzido. Nesta hipótese, se o caso, o tribunal retifica a sanção penal (§ 2º). 
Letra “d”: decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. Somente é manifestamente contrária à prova dos autos a decisão dos jurados que se dissocia, integralmente, de todos os segmentos probatórios aceitáveis dentro do processo. Assim, se houver provas que amparem a decisão do Conselho de Sentença, não se anula o julgamento com base nesta letra “d” , não importando o fato de existir número maior de elementos apoiando a tese rejeitada pelos jurados. Provida a apelação, o tribunal sujeita o réu a novo julgamento (§ 3º). Segunda apelação com base na letra “d”: impossibilidade. Isto significa que, se anulado o julgamento, repetir-se o mesmo veredicto em um segundo júri, não poderá ter nova apelação com base na mesma letra “d”. O recurso com apoio neste dispositivo somente pode ser interposto, no processo, uma única vez, seja pela acusação, seja pela defesa.
Recurso vinculado: a apelação das decisões do tribunal do júri, em qualquer de seus fundamentos é um recurso vinculado, pois se julgamento se condiciona aos motivos de sua interposição. Súmula 713 do STF: o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição. Exemplo: o MP apela e na interposição do recurso (petição) indica, como fundamento, o artigo 593, inciso III, letra “a” do CPP. Não poderá o apelante, quando apresentar as razões do recurso, ampliar a interposição para nela inserir fundamento da letra “d”, por exemplo.
Processamento: A apelação pode ser interposta por termo ou petição, no prazo de cinco dias. Artigo 600 do CPP. Interposta a apelação, o apelante e depois dele o apelado terão oito dias para apresentarem, respectivamente, razões e contra-razões. No caso de contravenções, o prazo é de três dias.
Intimação. É obrigatória a intimação do apelante para que passe a correr o prazo para o oferecimento de razões de apelação. O apelado deve ser intimado sobre a interposição do recurso e para oferecer contra-razões. 
Artigo 600, § 4º do CPP. Razões e contra-razões no tribunal.
Desmembramento: Se apenas um co-réu apelou deve haver uma extração de traslado dos autos.
Ausência de razões. Segundo o STF, o não-oferecimento de razões do recurso não impede o conhecimento e julgamento da apelação, salvo se houver prejuízo para a defesa. O STJ entende que não é possível o julgamento da apelação sem as razões. O réu deve ser intimado para constituir novo defensor, não o fazendo, o juiz deve nomear um defensor para apresentar as razões.
Renúncia do defensor. Súmula n. 708 do STF: É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro. 
Efeitos: Artigo 597 do CPP. A apelação da sentença condenatória, em regra, tem efeito suspensivo. Isto significa que, se o réu estava solto durante o processo, não estando presentes os requisitos de prisão cautelar, não poderá ser preso se apelar da sentença, pois não se admite a execução provisória da pena, ou seja, a prisão antes do trânsito em julgado. De outro lado, se estão presentes os requisitos da prisão cautelar, quando da prolação da sentença, o juiz mantém a prisão ou a decreta, sendo que a apelação do réu, neste caso, não vai resultar na suspensão de sua prisão.
Guia de execução provisória. 
Súmula n. 716 do STF: a ausência de trânsito em julgado da sentença condenatória não impede a progressão de regime de cumprimento de pena ou a imediata observância do regime menos severo que nela tenha sido fixado. O réu que está preso após a sentença condenatória
A apelação da sentença absolutória: não há efeito suspensivo, porque o réu deve ser colocado imediatamente em liberdade, se estiver preso provisoriamente. Artigo 596 do CPP.
Embargos de Declaração
Regulamentados pelos art. 382 (para sentença de juiz singular) e art. 619 e 620 (para acórdão), todos do CPP, os embargos servem para corrigir contradições, ambigüidades, omissões ou obscuridades em sentenças e acórdãos.
No entanto, apesar de só estarem legalmente previstos contra estas duas decisões, Grinover, Magalhães e Scarance afirmam que “os embargos podem ser interpostos contra qualquer decisão judicial” (Recursos no Processo Penal, p. 225). Assim, são embargáveis todas as decisões que apresentem um dos requisitos acima exposto (inclusive outros Embargos de Declaração).
Assim, se o juiz não sabe se fazer interpretar e a sua decisão não for muito clara (seja porque escreve mal, porque sofre de juizite e quer ser pomposo demais, porque se enrola ou porque é ruim mesmo) cabe embargos para que ele explique o que quis dizer em sua decisão (velha história do escreveu não leu o pau comeu...).
E por último quando o juiz ou desembargador não analisa todos os pontos levantados pelas partes. O juiz é obrigado a responder todas as questões levantadas pela defesa e pela acusação (claro que se ele decide pra um dos lados fundamentadamente, não precisa explicar porque não adotou a posição diversa).
E sobre última questão, é importante entrar com embargos porque o STF, para analisar um recurso, exige que todos os pontos tenham sido abordados no acórdão recorrido (súmula 283).
Todas as partes são legítimas para interpor os embargos (inclusive assistente da acusação) no prazo de 2 dias após a publicação da decisão (no STF é prazo é de 5 dias). Só há resposta aos embargos caso a decisão decorrente deles possa alterar substancialmente a decisão (só não se aceita que a pena seja alterada para mais, daí só com outro recurso).
A interposição dos embargos faz com que se interrompam os prazos para interposição de recursos (ou seja, eles param de correr e depois de decididos os embargos voltam do zero, assim inicia-se novamente a contagem do prazo). No JECrim, no entanto, o efeito é suspensivo (o prazo volta a correr de onde parou).

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