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2 
Olá, Alunos! 
 
Sejam bem-vindos! 
 
Esse material foi elaborado com muito carinho para que você 
possa absorver da melhor forma possível os conteúdos e se 
preparar para a sua 2ª fase, e deve ser utilizado de forma 
complementar junto com as aulas. 
 
Qualquer dúvida ficamos à disposição via plataforma 
“pergunte ao professor”. 
 
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! 
Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação! 
 
Com carinho, 
Equipe Ceisc ♥ 
 
 
 
 
 
3 
 
2ª FASE OAB | PENAL | 41º EXAME 
Direito Penal 
 
 SUMÁRIO 
Recurso em Sentido Estrito
1.1. Introdução ......................................................................................................5
1.2. Hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito ..................................5
1.3. Prazo ............................................................................................................13
1.4. Legitimidade .................................................................................................14
1.5. Efeito Regressivo ou Juízo de Retratação ...................................................15
1.7. Peça resolvida ..............................................................................................18
1.8. Questões ......................................................................................................22
Padrão Resposta..................................................................................................................... .24
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório 
para a 2ª Fase do 41º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas 
aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação 
pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em julho de 2024. 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Recurso em Sentido Estrito 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
 
1.1. Introdução 
É o recurso cabível contra decisões interlocutórias, quando se tratar de hipótese 
expressamente prevista em lei (CPP, arts. 581 a 592). 
O rol de hipóteses do recurso em sentido estrito é taxativo, sendo cabível, portanto, 
somente nos casos do art. 581 do CPP, podendo, eventualmente, ser adotada interpretação 
extensiva, que não desborde sobremaneira da natureza da decisão recorrida, por exemplo, 
recurso em sentido estrito contra decisão que rejeitou o aditamento próprio da denúncia ou 
queixa. 
Algumas decisões que constam no rol do art. 581 do CPP não mais comportam 
recurso em sentido estrito, passando a ser cabível agravo em execução 
a) concessão, negativa ou revogação da suspensão condicional da pena (inc. XI), 
lembrando que, quando a concessão ou negativa se der na sentença condenatória, cabe 
apelação; 
b) concessão, negativa ou revogação do livramento condicional (XII); 
c) decisão sobre unificação de penas (XVII); 
d) decisões relativas a medidas de segurança (XIX, XX, XXI, XXII e XXIII); 
e) conversão da multa em detenção ou prisão simples (art. 581, XXIV); 
A hipótese de conversão deixou de existir após a Lei 9.268/1996, que modificou o art.51 
do CP. 
1.2. Hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito 
As hipóteses de cabimento estão previstas no art. 581 do CPP: 
I) Da sentença que não receber/rejeitar a denúncia ou queixa 
Cabe recurso em sentido estrito da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa, por conta 
da incidência de uma das hipóteses do art. 395 do CPP. 
Da decisão que recebe a denúncia não cabe qualquer recurso, apenas impetração de 
habeas corpus, diante da absoluta falta de previsão legal. 
6 
O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento, por meio da Súmula nº 707, no 
sentido de que: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer 
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de 
defensor dativo”. 
 
 DICA MISSIONEIRA 
 
No caso das infrações penais de competência do juizado especial criminal, não cabe 
recurso em sentido estrito da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa, mas apelação, com 
prazo de 10 dias (Lei 9.099/1995, art. 82, caput). 
 
 
II) Da decisão que concluir pela incompetência do juízo 
É o caso do reconhecimento ex officio da incompetência pelo próprio juiz, que 
determina a remessa dos autos ao juízo competente, nos termos do art. 109 do CPP. 
Se a incompetência foi arguida por meio de exceção (procedimento que corre em 
apartado ao processo principal), sendo julgada procedente a exceção (caso de incompetência 
relativa), aplica-se o inciso III do art. 581 do CPP.
No procedimento do júri, da decisão de desclassificação do fato para crime não doloso 
contra a vida (CPP, art. 419) cabe recurso em sentido estrito com base neste inciso, pois o juiz 
estará, em última análise, concluindo pela incompetência do Tribunal do Júri para julgar a 
causa. 
Da decisão do juiz dando-se por competente não cabe qualquer recurso, podendo a 
defesa impetrar apenas habeas corpus. 
 
III) Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição 
Recurso voltado para a acusação.
O art. 95 do CPP enumera as cinco exceções oponíveis, a saber: suspeição, 
incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade da parte e coisa julgada. 
Note-se que o cabimento do recurso em sentido estrito está restrito à decisão que 
acolher a exceção oposta pelo réu, ou seja, julgar procedente a exceção. Se rejeitada a 
exceção, a decisão é irrecorrível, podendo ensejar eventual habeas corpus. 
7 
Acolhida ou rejeitada a exceção de suspeição, não cabe qualquer recurso, pois não se 
pode forçar o juiz que se considera suspeito a julgar a causa. 
IV) Da decisão que pronunciar 
A decisão de pronúncia trata-se de uma decisão interlocutória mista não terminativa, 
que encerra uma fase do procedimento, sem julgar o mérito, isto é, sem declarar o réu culpado. 
Como, em relação à peça, a probabilidade de cair recurso em sentido estrito contra 
decisão de pronúncia é maior, estudaremos essa hipótese em apartado. 
A decisão de impronúncia, com a edição da Lei 11.689/2008, passou a comportar o 
recurso de apelação (art. 416 do CPP). 
 
V) Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, 
indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória 
ou relaxar a prisão em flagrante 
Nesse inciso, a lei prevê tanto situação favorável ao réu quanto desfavorável. Assim, 
concedida a fiança ou fixado um valor muito baixo, pode o Ministério Público recorrer. Negada, 
cassada ou considerada inidônea, cabe ao acusado apresentar o seu inconformismo, com a 
interposição do recurso em sentido estrito. 
Por outro lado, quando o juiz conceder liberdade provisória, pode o Ministério Público 
recorrer, mas não cabe RESE para o réu que tem o seu pedido de liberdade provisória negado, 
sendo possível o habeas corpus. 
Finalmente, quando a prisão, por ser ilegal, mereça ser relaxada, caso o juiz o faça, 
proporciona ao Ministério Público a interposição de recurso em sentido estrito. Quando houver 
a negativa ao relaxamento, pode-se impetrar habeas corpus. 
 
VI) Absolvição sumária (REVOGADO) 
Essa decisão era impugnada por recurso em sentido estrito. Com a edição da Lei nº 
11.689/2008, o recurso cabível passou a ser apelação (CPP, art. 416). 
VII) Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor 
São situações desfavoráveis ao réu, sendo-lhe permitido o recurso em sentido estrito, 
porque, realmente, são decisões interlocutórias, merecedoras do duplo grau de jurisdição. 
Entretanto, quando houver o quebramento, implicando a obrigação de se recolher à 
prisão, pode-se dar ensejo à impetração de habeas corpus. 
8 
VIII) Da decisão que decreta aprescrição ou julga, por outro modo, extinta a 
punibilidade do acusado 
Caberá recurso em sentido quando a decisão que decretar a prescrição ou julgar extinta 
a punibilidade for proferira no curso da ação penal, fora do âmbito da sentença. 
 
EXEMPLO: 
 
 
 
 
Note-se que se trata de recurso para a acusação, já que a decisão é favorável ao réu. 
E, nesse caso, ganha importância a figura do assistente da acusação, que é o ofendido ou seu 
representante legal, ou, na falta, o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, conforme prevê 
o artigo 268 do CPP. Em outras palavras, é a vítima, que, por meio de advogado(a), irá se 
habilitar no processo para atuar ao lado do MP na acusação. 
O inciso VIII do artigo 581 trata da única hipótese prevista expressamente em lei de 
legitimidade de o assistente de acusação interpor recurso em sentido estrito, na hipótese de 
inércia do MP, conforme se extrai do artigo 584, § 1º, do CPP. Assim, se, por exemplo, o MP 
não recorrer contra a decisão que decretou a prescrição, caberá ao assistente de acusação 
interpor o recurso. Logo, a legitimidade do assistente da acusação surge somente na hipótese 
de o Ministério Público não recorrer. 
Se ocorrer a extinção da punibilidade no corpo da sentença penal, o recurso cabível 
será o de apelação, conforme dispõe o art. 593, § 4º, do CPP. Ex.: imagine que o réu esteja 
sendo processado por dois delitos. O Juiz absolve o réu pela prática de um deles e declara a 
prescrição em relação ao outro. Nesse caso, o recurso do Ministério Público ou assistente à 
acusação (no caso de o Ministério Público não recorrer) será o de apelação, com base no art. 
593, I, do CPP, inclusive em relação à decisão que decretou a prescrição. 
Quando a decisão for proferida no curso da execução criminal, o recurso cabível é o 
agravo da execução, previsto no art. 197 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984). 
Imaginemos que, ao longo da execução da pena, a defesa formule pedido de prescrição 
executória ou outra causa de extinção da punibilidade, como, por exemplo, indulto. Se o juiz da 
Vara de Execução Penal acolher o pedido, e declarar a prescrição executória, ou extinção da 
Imaginemos que a defesa, por mera petição, durante a tramitação da ação penal, 
formule pedido de prescrição ou outra causa de extinção da punibilidade. Se o juiz acolher 
o pedido e decretar a prescrição ou, julga, por outro modo, extinta a punibilidade do 
acusado, contra essa decisão caberá recurso em sentido estrito. 
9 
punibilidade pelo indulto, caberá ao MP interpor recurso de agravo em execução, com base no 
artigo 197 da LEP. 
• Absolvição sumária pela extinção da punibilidade (art. 397, IV, do CPP) 
Diante da previsão legal atípica no sentido de considerar a possibilidade de sentença 
absolutória na hipótese de causa extintiva da punibilidade, parte da doutrina passou a aventar 
a possibilidade de interposição do recurso de apelação contra tal decisão. 
Assim, diante do paradoxo criado pelo legislador, o entendimento doutrinário prevalente 
é no sentido de que o juiz deverá, simplesmente, declarar a causa extintiva de punibilidade, 
independentemente do veredicto absolutório, ou seja, declara a causa extintiva de punibilidade 
e simplesmente absolve o réu, com base no artigo 397, inciso IV, do CPP, cabendo, contra essa 
decisão, recurso em sentido estrito. 
IX) Da decisão que indeferir pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra 
causa extintiva de punibilidade 
É a contraposição do inciso anterior. Negada a extinção da punibilidade, o processo 
seguirá seu curso normal. Trata-se, portanto, de decisão interlocutória simples. Diante da 
previsão expressa da lei, caberá recurso em sentido estrito. 
 EXEMPLO: 
 
 
 
Da mesma forma do inciso anterior, o recurso em sentido estrito contra decisão que 
indeferir pedido de extinção de punibilidade somente poderá ser manejado de forma residual, 
ou seja, quando a decisão não ocorrer na própria sentença condenatória (cabendo apelação) 
ou em sede de execução criminal (quando será cabível agravo em execução). Logo, se, no 
corpo da sentença penal condenatória, o juiz indeferir pedido de extinção da punibilidade, e 
condenar o réu, com a fixação da pena, contra essa decisão caberá apelação, inclusive na parte 
que trata da prescrição. 
Isso porque, quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido 
estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra, conforme dispõe o artigo 593, § 4º, 
do CPP. 
X) Da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus 
Imaginemos que a defesa, por mera petição, durante a tramitação da ação penal, 
formule pedido de prescrição ou outra causa de extinção da punibilidade. Se o juiz indeferir 
o pedido e não decretar a prescrição ou não declarar qualquer causa de extinção da 
punibilidade do acusado, contra essa decisão caberá recurso em sentido estrito. 
10 
Quando a decisão denegatória do habeas corpus for proferida por juiz de 1º grau, 
caberá recurso em sentido estrito. Imaginemos que o Delegado de Polícia determine 
instauração de inquérito policial sem qualquer justa causa, baseado exclusivamente em 
denúncia anônima, sem qualquer mínimo ato prévio investigatório. Nesse caso, o investigado 
poderá impetrar habeas corpus contra o ato do Delegado de Polícia, perante o juiz de 1º grau, 
visando o trancamento do inquérito policial. Se o juiz denegar o habeas corpus, caberá recurso 
em sentido estrito, nos termos do artigo 581, X, do CPP. 
No caso de decisão denegatória proferida em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais e pelos tribunais dos Estados, caberá recurso ordinário 
para o Superior Tribunal de Justiça (art. 105, II, a, da CRFB/1988). 
 EXEMPLO: 
 
 
 
Se a decisão denegatória for proferida em única instância (somente em única instância) 
pelos tribunais superiores, caberá recurso ordinário ao Supremo Tribunal Federal (art. 102, II, 
a, da CRFB/1988). 
 XI) Da decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena 
(PREJUDICADO) 
Esse dispositivo tem aplicação prejudicada. 
A decisão que não concede o sursis invariavelmente integra a própria sentença 
condenatória, comportando, por isso, apelação, por conta do disposto no artigo 593, § 4º, do 
CPP. 
Após o trânsito em julgado da condenação, se a decisão que negar ou revogar o sursis 
for proferida pelo juízo da execução penal, caberá agravo em execução (art. 197 da LEP). 
XII) Da decisão que conceder, negar ou revogar livramento condicional 
(REVOGADO) 
Uma pessoa é presa em flagrante. A defesa formula requerimento de relaxamento da 
prisão perante o juiz de 1º grau, que indefere e converte em prisão preventiva. Contra essa 
decisão, a defesa impetra habeas corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado, que é 
denegado. Nesse caso, caberá recurso ordinário constitucional para o STJ. 
 
11 
Cabe agravo em execução, estando o dispositivo em questão revogado (Lei nº 
7.210/1984, art. 197). 
 XIII) Da decisão que anular a instrução criminal no todo ou em parte 
Reconhecida essa hipótese, que é típica decisão interlocutória, cabe à parte 
inconformada em ter que reiniciar a instrução ou reproduzir determinados atos impugnar a 
decisão anulatória pelo recurso em sentido estrito. 
De outro lado, se condenado, nada impede que o interessado argua a nulidade em 
preliminar de eventual recurso de apelação. 
Por interpretação extensiva ao art. 581, XIII, do CPP, é cabível o recurso em sentido 
estrito contra decisão que declarar ilícita a prova juntada aos autos. 
 XIV) Da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral 
Tendo em vista a imparcial formação da lista de jurados, o procedimento deve ser de 
conhecimento geral, publicando-se o resultado na imprensa e afixando-se no fórum. Logo, é 
possível que qualquer pessoa questione a idoneidade de um jurado, incluído na lista (CPP, art. 
426, § 1º). 
Nesse caso, pode o juiz,acolhendo petição da parte interessada, excluí-lo da lista, o 
que dá margem ao inconformismo daquele que foi extirpado. Por outro lado, a inclusão de 
alguém, impugnada e mantida pelo magistrado, dá lugar à interposição de recurso em sentido 
estrito. Nesse caso, em caráter excepcional, segue o recurso ao Presidente do Tribunal. 
Excepcionalmente, em relação a essa decisão, o prazo para interpor o recurso é de 20 
(vinte) dias, devendo ser dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça. 
XV) Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta 
 No caso da apelação, o juízo de prelibação (admissibilidade) deve ser feito tanto na 
primeira instância quanto na instância superior. Assim, o juiz a quo (juiz de 1º grau) pode deixar 
de receber a apelação (o que equivale a denegá-lo), se entender não preenchido algum 
pressuposto recursal objetivo ou subjetivo. 
Nessa hipótese, cabe recurso em sentido estrito contra o despacho denegatório da 
apelação. Note-se que o recurso não se volta contra a sentença apelada, mas exclusivamente 
contra o despacho que negou seguimento à apelação. 
XVI) que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial 
As questões prejudiciais estão previstas nos artigos 92 e 93 do CPP. Questão 
prejudicial é aquela que deve ser decidida antes do julgamento da questão principal de forma 
definitiva, no mesmo ou em outro processo com ela relacionado. 
12 
Exemplo de prejudicialidade obrigatória: ação de anulação de casamento no crime 
de bigamia. Deve-se primeiro definir a questão da anulação de um dos casamentos, para depois 
resolver o mérito do delito de bigamia. 
Exemplo de prejudiciais facultativa: a verificação do direito de propriedade nos 
crimes de furto, estelionato; da posse, no de esbulho e invasão de domicílio etc., entre outras 
hipóteses. 
Se o juiz determinar a suspensão do processo para solução da questão prejudicial, 
obrigatória ou facultativa, cabe recurso em sentido estrito. 
 XVII) que decidir sobre a unificação de penas 
Cabe agravo em execução, estando o dispositivo em questão revogado (Lei nº 
7.210/1984, art. 197). 
XVIII) que decidir o incidente de falsidade 
O incidente de falsidade está previsto nos arts. 145 a 148 do CPP. 
XIX) que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em 
julgado 
Cabe agravo em execução, estando o dispositivo em questão revogado (Lei nº 
7.210/1984, art. 197). 
XX) que impuser medida de segurança por transgressão de outra 
Cabe agravo em execução, estando o dispositivo em questão revogado (art. 197 da Lei 
nº 7.210/1984). 
 
XXI) que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774 
Cabe agravo em execução, estando o dispositivo em questão revogado (art. 197 da Lei 
nº 7.210/1984). 
 
XXII) que revogar a medida de segurança 
Cabe agravo em execução, estando o dispositivo em questão revogado (art. 197 da Lei 
nº 7.210/1984). 
 
XXIII) que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei 
admita a revogação 
Cabe agravo em execução, estando o dispositivo em questão revogado (art. 197 da Lei 
nº 7.210/1984). 
13 
 
XXIV) que converter a multa em detenção ou em prisão simples. 
Esse inciso está revogado, pois não cabe a conversão da pena de multa em detenção 
ou prisão simples, mas em dívida ativa, para ser a multa será executada perante o juiz da 
execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa 
da Fazenda Pública, nos termos do artigo 51 do CP. 
 
XXV) que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, 
previsto no art. 28-A desta Lei. 
A Lei 13.964/2019 incluiu mais uma hipótese de cabimento de recurso em sentido 
estrito. 
Na hipótese de o juiz recusar o acordo de não persecução penal, porque não atendeu 
aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação por parte do Ministério Público 
(CPP, art. 28-A, § 7º), caberá à parte interessa interpor recurso em sentido estrito, com base 
no artigo 581, XXV, do CPP. 
 
1.3. Prazo 
 
Trata-se de peça bipartida. O recurso em sentido estrito (RESE) se procede em dois 
momentos distintos, um para interposição (fundamental para atestar a tempestividade) e outro 
para apresentação das razões. Ou seja, primeiro o recorrente interpõe o recurso, o juiz recebe 
e, após, determina a intimação para oferecimento das razões. 
No entanto, para fins do Exame da OAB, a FGV exige que o candidato interponha o 
recurso de apelação, com as razões inclusas. Ou seja, o candidato deverá interpor o recurso e 
já oferecer as razões, no prazo de 5 dias, previsto no artigo 586 do CPP. 
 
 
 
 
Interposição
5 dias
Razões
2 dias
14 
1.4. Legitimidade 
Ministério Público 
 
Querelante 
 
Defesa 
 
Próprio réu 
 
Assistente de acusação 
O Ministério Público, o querelante (no caso de ação penal privada), a defesa, o próprio 
réu e, ainda, o assistente de acusação podem interpor recurso em sentido estrito. 
O assistente de acusação poderá recorrer em sentido estrito somente da decisão que 
“decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade”, nos termos do art. 584, 
§ 1º, c/c art. 581, VIII, ambos do CPP, já que tal decisão impede a formação de título executivo 
para eventual reparação do dano. 
O assistente de acusação pode ser habilitado nos autos, hipótese em que, nessa 
condição, será intimado de todos os atos e poderá recorrer, caso não o faça o Ministério Público, 
no prazo de 5 (cinco) dias. 
No caso de assistente de acusação não habilitado, considerando que ainda não tinha 
tomado ciência dos atos praticados no processo e, portanto, não foi intimado das decisões, terá 
o prazo de 15 (quinze) dias para interpor o recurso em sentido estrito (art. 584, § 1º, c/c art. 
598, par.ún., do CPP). 
A contagem do prazo para o assistente de acusação interpor recurso segue a regra 
disposta na Súmula nº 448 do STF: “O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, 
começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público”. 
 
15 
1.5. Efeito Regressivo ou Juízo de Retratação 
O recurso em sentido estrito possui efeito regressivo, uma vez que a interposição do 
recurso obriga o juiz que prolatou a decisão recorrida a reapreciar a questão, mantendo-a ou 
reformando-a, conforme dispõe o art. 589, caput, do CPP. É o chamado juízo de retratação. 
Se o juiz mantiver o despacho, remeterá os autos à instância superior; se reformá-la, o 
recorrido, por simples petição, e dentro do prazo de 5 (cinco) dias, poderá requerer a subida 
dos autos. O recorrido deverá ser intimado, no caso de retratação do juiz. 
 
1.6. Estruturação 
a) peça de interposição: endereçada ao juízo de 1º grau; 
b) Razões: endereçada ao tribunal competente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
AO JUÍZO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ... (se 
crime da competência da Justiça Estadual) 
AO JUÍZO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA 
DE... (se crime da competência da Justiça Federal) 
 
Processo nº... 
 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, inconformado com a decisão de fls., interpor, o presente RECURSO EM 
SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, (indicar o inciso), do Código de 
Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal 1. Se mantida a 
decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao 
Tribunal de Justiça do Estado... ou Tribunal Regional Federal da... Região, para o devido 
processamento. 
O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5 dias, 
previsto no artigo 586 do Código de Processo Penal. 
 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
17 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... (se da competência da Justiça 
Estadual); ou 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO (se da competência da Justiça 
Federal). 
 
Recorrente: Fulano de Tal 
Recorrido: Ministério Público 
 
Processo nº 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado... ou Egrégio Tribunal Regional Federal da... 
Região 
Colenda Câmara Criminal (Justiça Estadual) ou Colenda Turma (Justiça Federal) 
 
I) DOS FATOS1 
II) DO DIREITO2 
III) DO PEDIDO3
 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO E PROVIDO o presente recurso, com 
a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que (formular os pedidos específicos). 
 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
1Fazer breve relato dos fatos ocorridos, conforme os dados do enunciado (não inventar nada nem simplesmente transcrever o enunciado). 
2 Deve-se buscar no enunciado preliminares e mérito. As preliminares envolvem invariavelmente teses relacionadas a nulidade, rejeição da 
denúncia. Ou seja, vícios processuais e procedimentais decorrentes da inobservância de exigências legais que podem levar à nulidade do ato 
e dos que dele derivam e, até mesmo, do processo. Nos memoriais do júri e no RESE contra decisão de pronúncia (art. 581, IV, do CPP), a 
estratégia é buscar no enunciado informações que permitam desenvolver testes voltadas à impronúncia (art. 414 CPP), absolvição sumária 
(art. 415 CPP) e/ou desclassificação (art. 419 do CPP). Em sede e subsidiariedade, deve-se buscar informações no enunciado para afastar 
qualificadora ou causa de aumento de pena, a fi m de que, se for a júri, o agente seja submetido a julgamento por crime mais brando (Exemplo: 
denunciado pelo crime de homicídio qualificado. Buscar informações, para se pronunciado, seja submetido a julgamento por homicídio simples). 
Trata-se de mero checklist para saber o que buscar no enunciado. A FGV nunca exigiu do candidato dispor fielmente a peça em preliminares 
e mérito. Assim, conclui-se ser possível discorrer sobre as teses de forma numericamente sequencial, sem a necessidade de dividi-las em 
preliminar e mérito. 
3 Conforme o enunciado da peça ou da questão, os pedidos podem ser cumulativos. Formular pedidos específicos em relação a cada tese 
invocada. 
18 
1.7. Peça resolvida 
PEÇA PRÁTICO–PROCESSUAL – AUTORAL: 
Carlos, nascido em 15 de fevereiro de 2000, foi flagrado, no dia 10 de março de 2019, praticando 
o crime de furto consumado. Após conclusão do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu 
denúncia, imputando a Carlos a prática do delito do artigo 155, “caput”, do Código Penal, perante 
a 2ª Vara Criminal da Comarca de Salvador/BA. A denúncia foi recebida no dia 18 de maio de 
2019, sendo Carlos regularmente citado, apresentando, na sequência, resposta à acusação. 
Considerando não existir fundamento para absolvição sumária, o magistrado designou audiência 
de instrução de julgamento, determinando a intimação do réu e das testemunhas arroladas na 
denúncia e resposta à acusação. Carlos, no entanto, conseguiu emprego fixo em cidade diferente 
daquela em que o processo tramitava, para onde se mudou, deixando de comunicar tal fato ao 
juízo respectivo, não sendo encontrado no endereço constante nos autos para ser intimado para 
audiência, razão pela qual a solenidade foi cancelada. O processo tramitou lentamente, diante 
das sucessivas paralisações do Poder Judiciário, em decorrência das greves dos servidores, 
bem como pelo fato de não haver juiz titular na Vara Criminal, já que o anterior obteve remoção 
para outra comarca. No dia 20 de junho de 2023, um novo magistrado assumiu a titularidade da 
Vara Criminal, e, ao analisar o processo, designou audiência de instrução e julgamento, tendo o 
advogado de Carlos sido intimado da data. De imediato, o advogado de Carlos, compulsando os 
autos do processo, verificou a hipótese de prescrição, e postulou o reconhecimento da extinção 
da punibilidade. O Magistrado, por sua vez, indeferiu o pedido, sob o fundamento de que não 
teria incidido a prescrição, mantendo a data para a realização da audiência. Carlos e sua defesa 
técnica foram intimados da decisão em 03 de julho de 2023, segunda-feira. Considerando apenas 
as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Carlos, a peça jurídica 
cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas as teses jurídicas 
de direito material e processual aplicáveis. A peça deverá ser datada do último dia do prazo para 
interposição, devendo ser considerado que segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. 
(Valor: 5,00). 
 
 
 
 
19 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE SALVADOR/BA 
 
Processo nº 
 
 
CARLOS já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor 
o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, inciso IX, do 
Código de Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a 
decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao 
Tribunal de Justiça do Estado de Bahia, para o devido processamento. 
 O presente recurso é tempestivo, já que interposto dentro do prazo de 5 
dias, previsto no artigo 586 do Código de Processo Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
Local..., 10 de julho de 2023. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
20 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA 
Recorrente: CARLOS 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Processo nº 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de furto consumado, nos 
termos do artigo 155, “caput”, do Código Penal. 
A denúncia foi recebida em 18 de maio de 2020, sendo o réu citado e 
apresentada resposta à acusação. 
Após designação de audiência, a defesa formulou pedido de extinção da 
punibilidade, que foi indeferido pelo Magistrado. 
A defesa foi intimada da decisão no dia 03 de julho de 2023, segunda-feira. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA PRESCRIÇÃO 
O réu foi denunciado pelo crime de furto consumado, tendo a defesa formulado 
pedido de extinção da punibilidade, sendo indeferido pelo Magistrado, sob fundamento de 
que não teria incidido a prescrição. 
Todavia, incidiu a prescrição da pretensão punitiva em abstrato. Isso porque o 
réu foi denunciado pelo crime de furto consumado, que prevê pena máxima de 04 anos. 
Logo, o prazo prescricional é de 08 anos, nos termos do artigo 109, IV, do Código Penal. 
Considerando pela metade, sendo, portanto, de 04 anos. 
21 
Nesse sentido, entre a data do recebimento da denúncia, 18 de maio de 2019, 
e a data que ainda não há publicação da sentença condenatória, pelo menos até o dia 03 de 
julho de 2023, passaram-se mais de 04 anos, incidindo, portando, a prescrição da pretensão 
punitiva. 
Logo, deve ser declarada extinta a punibilidade do réu, com base no artigo 107, 
IV, do Código Penal. 
 
I) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recuso, com 
a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que: 
a) Seja reconhecida e declarada extinta a punibilidade do réu, com base no 
artigo 107, IV, do Código Penal. 
 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 10 de julho de 2023. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
1.8. Questões 
1) QUESTÃO 4 – XXV EXAME – 2018-1 
Vitor efetuou disparos de arma de fogo contra José, com a intenção de causar sua morte. 
Ocorre que, por erro durante a execução, os disparos atingiram a perna de seu inimigo e não o 
peito, como pretendido.Esgotada a munição disponível, Vitor empreendeu fuga, enquanto José 
solicitou a ajuda de populares e compareceu, de imediato, ao hospital para atendimento médico. 
Após o atendimento médico, já no quarto com curativos, enquanto dormia, José vem a ser 
picado por um escorpião, vindo a falecer no dia seguinte em razão do veneno do animal, 
exclusivamente. Descobertos os fatos, considerando que José somente estava no hospital em 
razão do comportamento de Vitor, o Ministério Público oferece denúncia em face do autor dos 
disparos pela prática do crime de homicídio consumado, previsto no art. 121, caput, do Código 
Penal. Após regular prosseguimento do feito, na audiência de instrução e julgamento da 
primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, quando da oitiva das testemunhas, o 
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23 
magistrado em atuação optou por iniciar a oitiva das testemunhas formulando diretamente suas 
perguntas, sem permitir às partes complementação. Após alegações finais orais das partes, o 
magistrado proferiu decisão de pronúncia. Apesar da impugnação da defesa quanto à 
formulação das perguntas pelo juiz, o magistrado esclareceu que não importaria quem fez a 
pergunta, pois as respostas seriam as mesmas. Com base apenas nas informações narradas, 
na condição de advogado(a) de Vitor, responda aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível da decisão proferida pelo magistrado e qual argumento de 
direito processual pode ser apresentado em busca da desconstituição de tal decisão? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Existe argumento de direito material a ser apresentado, em momento oportuno, para 
questionar a capitulação jurídica apresentada pelo Ministério Público? Justifique. (Valor: 
0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação 
2) QUESTÃO 3 – IX EXAME – 2012-3 
Mário está sendo processado por tentativa de homicídio uma vez que injetou substância 
venenosa em Luciano, com o objetivo de matá-lo. No curso do processo, uma amostra da 
referida substância foi recolhida para análise e enviada ao Instituto de Criminalística, ficando 
comprovado que, pelas condições de armazenamento e acondicionamento, a substância não 
fora hábil para produzir os efeitos a que estava destinada. Mesmo assim, arguindo que o 
magistrado não estava adstrito ao laudo, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Mário 
nos exatos termos da denúncia. Com base apenas nos fatos apresentados, responda 
justificadamente. 
A) O magistrado deveria pronunciar Mário, impronunciá-lo ou absolvê-lo sumariamente? 
(Valor: 0,65) 
B) Caso Mário fosse pronunciado, qual seria o recurso cabível, o prazo de interposição 
e a quem deveria ser endereçado? (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
24 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) QUESTÃO 4 – XXV EXAME – 2018-1 
Vitor efetuou disparos de arma de fogo contra José, com a intenção de causar sua morte. 
Ocorre que, por erro durante a execução, os disparos atingiram a perna de seu inimigo e não o 
peito, como pretendido. Esgotada a munição disponível, Vitor empreendeu fuga, enquanto José 
solicitou a ajuda de populares e compareceu, de imediato, ao hospital para atendimento médico. 
Após o atendimento médico, já no quarto com curativos, enquanto dormia, José vem a ser 
picado por um escorpião, vindo a falecer no dia seguinte em razão do veneno do animal, 
exclusivamente. Descobertos os fatos, considerando que José somente estava no hospital em 
razão do comportamento de Vitor, o Ministério Público oferece denúncia em face do autor dos 
disparos pela prática do crime de homicídio consumado, previsto no art. 121, caput, do Código 
Penal. Após regular prosseguimento do feito, na audiência de instrução e julgamento da 
primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, quando da oitiva das testemunhas, o 
magistrado em atuação optou por iniciar a oitiva das testemunhas formulando diretamente suas 
perguntas, sem permitir às partes complementação. Após alegações finais orais das partes, o 
magistrado proferiu decisão de pronúncia. Apesar da impugnação da defesa quanto à 
formulação das perguntas pelo juiz, o magistrado esclareceu que não importaria quem fez a 
pergunta, pois as respostas seriam as mesmas. Com base apenas nas informações narradas, 
na condição de advogado(a) de Vitor, responda aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível da decisão proferida pelo magistrado e qual argumento de 
direito processual pode ser apresentado em busca da desconstituição de tal decisão? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Existe argumento de direito material a ser apresentado, em momento oportuno, para 
questionar a capitulação jurídica apresentada pelo Ministério Público? Justifique. (Valor: 
0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
GABARITO COMENTADO: 
A) O recurso cabível da decisão de pronúncia é o Recurso em Sentido Estrito, nos termos do 
Art. 581, inciso IV, do CPP. Em relação ao argumento de direito processual, deveria o candidato 
alegar que houve nulidade durante a instrução probatória, tendo em vista que o magistrado 
formulou diretamente perguntas às testemunhas, sendo que o Código de Processo Penal prevê 
26 
o sistema de cross examination para oitiva das testemunhas, cabendo as partes formularem as 
perguntas diretamente para as testemunhas, podendo ser complementados pelo magistrado, 
na forma do Art. 411 e do Art. 212, ambos do CPP. No caso, o magistrado formulou diretamente 
as perguntas, não oportunizou às partes a complementação e houve devida impugnação em 
momento adequado. A conduta do juiz configura cerceamento de defesa, de modo que devem 
ser anulados todos os atos desde a instrução. 
 
B) Em relação ao argumento de direito material, deveria a defesa de Vitor questionar a 
capitulação jurídica realizada pelo Ministério Público. De fato, Vitor, ao efetuar disparos de arma 
de fogo contra José, em direção ao seu peito, tinha a intenção de matá-lo, como o enunciado 
deixa claro. Todavia, os disparos de Vitor não foram suficientes para causar a morte de seu 
inimigo por circunstâncias alheias à sua vontade, já que os projéteis atingiram a perna de José. 
José recebeu atendimento médico e já estava no quarto com curativos. Posteriormente, José 
veio a ser mordido por escorpião, sendo que o veneno do animal causou, exclusivamente, sua 
morte. Certo é que José só estava no hospital em razão dos disparos de Vitor, mas houve causa 
superveniente, relativamente independente, que por si só causou a morte de José. Diante disso, 
o resultado fica afastado, mas responde Vitor pelos atos já praticados, conforme previsão do 
Art. 13, § 1º, do Código Penal. Assim, por mais que José tenha falecido, Vitor deveria responder 
pelo crime de tentativa de homicídio. 
 
2) QUESTÃO 3 – IX EXAME – 2012-3 
Mário está sendo processado por tentativa de homicídio uma vez que injetou substância 
venenosa em Luciano, com o objetivo de matá-lo. No curso do processo, uma amostra da 
referida substância foi recolhida para análise e enviada ao Instituto de Criminalística, ficando 
comprovado que, pelas condições de armazenamento e acondicionamento, a substância não 
fora hábil para produzir os efeitos a que estava destinada. Mesmo assim, arguindo que o 
magistrado não estava adstrito ao laudo, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Mário 
nos exatos termos da denúncia. Com base apenas nos fatos apresentados, responda 
justificadamente. 
A) O magistrado deveria pronunciar Mário, impronunciá-lo ou absolvê-lo sumariamente? 
(Valor: 0,65) 
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B) Caso Mário fosse pronunciado, qual seria o recurso cabível, o prazo de interposição 
e a quem deveriaser endereçado? (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
GABARITO COMENTADO 
A) Deveria absolvê-lo sumariamente, por força do Art. 415, III, do CPP. O caso narrado não 
constitui crime, sendo hipótese de crime impossível. 
B) É cabível recurso em sentido estrito (Art. 581, IV, do CPP); deve ser interposto no prazo de 
cinco dias (Art. 586 CPP); a petição de interposição deve ser endereçada ao juiz a quo e as 
razões deverão ser endereçadas ao Tribunal de Justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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