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Alguns aspcetos polemicos do Ressarcimento ao SUS

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1 
 
Alguns aspectos polêmicos do Ressarcimento ao Sistema Único de Saúde 
(SUS) 
 
JÚLIO CESAR DIAS1 
Orientador: Prof. Ms. Marco Antônio Lopes Campos2 
 
Resumo: O presente trabalho tem a intenção de demonstrar a criação do atendimento à saúde 
do cidadão brasileiro, tanto a pública com a privada, que são prevista em nosso ordenamento 
constitucional. A iniciativa privada assumiu um papel importante na assistência à saúde diante 
das dificuldades enfrentadas pelo sistema público, tendo seu marco regulatório a lei 
9.656/1998, que em seu artigo 32 criou o ressarcimento ao SUS, que é a cobrança realizada 
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) as operadoras de planos de saúde, pelos 
serviços realizados pelos beneficiários de plano de saúde a estas vinculados, quando este é 
atendido pelo entes contratados ou pertencentes ao SUS. Sendo assim, o presente trabalho 
demonstrará alguns aspectos polêmicos envolvendo tal determinação legal, como a legalidade 
da cobrança do Ressarcimento ao SUS, valor cobrado das operadoras de planos de saúde e a 
forma de interpretação extensiva no julgamento do processo administrativo de ressarcimento 
ao SUS. 
 
Palavras Chave: Ressarcimento ao SUS. Aspectos polêmicos. 
 
Abstract: This paper aims to demonstrate the creation of health care Brazilian citizen, both 
the public with the private, that are provided in our constitutional system. The private sector 
has assumed an important role in health care in the face of difficulties faced by the public 
system, with its regulatory law 9.656/1998, which in its Article 32 created the reimbursement 
to SUS, which is the collection held by the National Health (ANS) operators of health plans 
for services performed by health plan beneficiaries to these bound when it is served by entities 
owned or contracted to SUS. Thus, this paper will demonstrate some controversial aspects 
involving such legal determination as to the legality of the SUS reimbursement, the amount 
billed health insurance providers and how broad interpretation in the judgment of the 
administrative process of reimbursement to SUS. 
 
Keywords: Reimbursement to the SUS. Controversial aspects. 
 
 
1
 Bacharel em Direito pelo Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Basto (UNIFEOB), aluno do 
Curso de Especialização lato sensu em Gestão Pública, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 
do Sul de Minas Gerais - Campus Muzambinho (IFTMUZ ) - e-mail: jcdias.adv@gmail.com 
2
 Mestre em Direito pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL). Especialista em Direito 
Público pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Graduado em Direito pela Faculdade de 
Direito de Varginha (FADIVA). Professor titular junto ao Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS-MG) e 
Faculdade Três Pontas (FATEPS). Professor convidado em cursos de pós-graduação lato sensu. Ministra 
disciplinas nas áreas do Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Prática Trabalhista (Estágio 
Supervisionado), Ética geral e profissional - Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, Direito 
Constitucional, Fundamentos de Direito e Legislação Social. Autor de vários artigos científicos. Membro do 
Conselho Nacional de Pesquista e Pós-Graduação em Direito (CONPEDI). Assessor jurídico da Fundação de 
Ensino e Pesquisa do Sul de Minas (FEPESMIG). Advogado trabalhista. Professor do Curso de Especialização 
lato sensu em Gestão Pública, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - 
Campus Muzambinho (IFTMUZ ) - e-mail: marcoalcampos@hotmail.com / Endereço para acessar o Currículo 
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4249631A1 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho tem como objetivo analisar o surgimento e coexistência de dois 
sistemas de assistência à saúde no Brasil, um público, denominado de Sistema Único de 
Saúde (SUS), e outro privado, que teve como marco regulatório a lei nº. 9.656, de 3 de junho 
de 1998, que em seu artigo 32 criou o ressarcimento ao SUS, que é forma de cobrar os 
atendimentos realizados pelos usuários de planos privados de assistência à saúde, no sistema 
público, das operadoras de planos de saúde de todo o Brasil. 
 Portanto, constitui o presente artigo analisar alguns aspectos polêmicos desse 
ressarcimento, com relação a sua legalidade, valor cobrado das operadoras de planos de saúde 
e a interpretação extensiva no julgamento desses processos administrativos pela Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que impactam financeiramente essas empresas de 
planos de saúde. 
 
 
2 ANÁLISE 
 
 
Após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o 
Direito à Saúde passou a ser tratado como um direito social que é, como sendo também um 
direito difuso, pois não há como determinar quem são os titulares do direito à saúde, afinal, 
toda a coletividade o é, razão pela qual o Estado deve garantir o acesso à saúde a todos, 
indistintamente. 
 Conforme o artigo 196 da referida Constituição, “a saúde é direito de todos e dever do 
Estado” (BRASIL, 1988), o que impõe ao Estado obrigações em relação à assistência à saúde, 
conferindo ao cidadão o direito de exigir as prestações que lhe são devidas. 
 
 
2.1 O Sistema Único de Saúde (SUS) 
 
 
 Nessa linha de direitos sociais, foi criado pelo constituinte de 1988, o SUS. O SUS 
está expresso no artigo 198 da referida Carta Magna (Ibid.), que, posteriormente, foi 
3 
 
organizado e estruturado pela lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, denomina Lei Orgânica da 
Saúde (LOS) (Id., 1990). 
Segundo João Batista Lazzari: 
 
O SUS foi concebido como um sistema integrado por instituições das várias esferas 
do governo e, também, pelo setor privado contratado e conveniado como se fosse 
uma estrutura única. Ou seja, o serviço privado, quando contratado pelo SUS, deve 
atuar como se fosse público, sujeito às mesmas normas do serviço público. 
(LAZARI, 2003, p. 22 apud REIS, 2012, p. 26). 
 
Essa prestação única de assistência à saúde foi disponibilizada para toda a população, 
sendo uma assistência pública (garantida a todos os indivíduos, trabalhadores ou não), integral 
(serviços de prevenção e assistencialistas) e gratuita (financiada pelo Estado). 
O SUS é caracterizado por ser um sistema único, regionalizado e hierarquizado (op. 
cit., 1988). 
É único, pois nele estão conciliadas as atividades sanitárias e assistencialistas, que 
eram separadas durante todo o século XX, como sendo do Estado o sistema sanitarista, e das 
entidades privadas, o sistema médico-assistencialista. Sendo também único pela ligação de 
toda rede pública (REIS, 2012, p. 26). 
Regionalizado, porque considera as particularidades de cada região do Brasil, 
portanto, devendo ser desenvolvido de acordo com as necessidades locais, tornando o sistema 
mais eficaz. 
Já a denominação hierarquizada relaciona-se com a divisão dos serviços de saúde, de 
acordo com a complexidade dos serviços. Ou seja, o cidadão tem o primeiro acesso aos 
serviços de menor complexidade, caso necessário, será referenciado a serviços de maior 
complexidade (ibid., p. 27). 
 
 
2.1.1 Fonte de financiamento do SUS 
 
 
Conforme § 1º do artigo 198 da Constituição da República Federativa do Brasil 
(BRASIL, 1988), o SUS será financiado de acordo com o que determina o artigo 195 também 
do referido diploma constitucional, por toda a sociedade, de forma direta e indireta; com 
recursos do orçamento do Sistema de Seguridade Social; com recursos orçamentários da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Ibid.); além de outras fontes, 
especificadas no artigo 32 da lei 8.080/90 (Id., 1990). 
4 
 
De acordo com a Emenda Constitucional nº 29, os gastos da União como SUS devem 
ser iguais ao do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do Produto Interno Bruto 
(PIB). Já os Estados devem garantir 12% de suas receitas, e os Municípios precisam aplicar 
pelo menos 15% de suas receitas (Op. cit., 1988). 
Com relação ao Distrito Federal, somam-se as receitas estaduais e as municipais. (Id., 
2006). 
Uma das fontes de suma importância para o SUS é o repasse de 50% do valor bruto do 
Seguro Obrigatório de Veículos Automotores Terrestres (DPVAT), previsto pela Lei 
6.194/1974. (Id., 1974). 
Portanto, pode-se afirmar que a fonte de receita do SUS é proveniente de dotações 
orçamentárias dos entes federados, pelas contribuições sociais do sistema de seguridade, pelo 
DPVAT, e por outras fontes expressas no artigo 32 da lei do SUS, como por exemplo: 
contribuições, doações, donativos, taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados 
no âmbito do SUS. 
 
 
2.2 A saúde suplementar no Brasil 
 
 
Mesmo sendo um dever do Estado, a constituição também permite que a iniciativa 
privada preste assistência à saúde, coexistindo, nestes termos, no Brasil, os serviços públicos 
e privados de assistência à saúde. 
Coaduna com a previsão acima, o fato de que o Estado não consegue prestar um 
serviço digno a todos os seus cidadãos, tendo em vista a precariedade do seu Sistema Público 
de Saúde, sendo importante para ele mesmo, a prestação de serviços de assistência à saúde 
pelas instituições privadas, para não superlotar o já enfraquecido sistema, o que levou a 
criação e expansão dessas operadoras de planos de saúde, conforme será demonstrado. 
 
 
2.2.1 Origem das operadoras de planos de saúde 
 
 
 Os serviços de assistência à saúde privado, surgiram no Brasil no final da década de 
60. Porém, até o final da década de 70, essas empresas possuíam uma clientela ainda pequena 
5 
 
e mantinha alto grau de dependência em relação ao sistema público, estando fortemente 
integrada ao modelo de assistência médico-previdenciário então vigente (FIGUEIREDO, 
2006, p. 135). 
 Este sistema funcionava da seguinte forma: uma empresa ou indústria Y, a Previdência 
Social e a empresa prestadora de serviços de assistência médica. A empresa médica recebia da 
Previdência um valor global pelo convênio, calculado com base no número de funcionários da 
empresa Y, e aquela, em contra partida, responsabilizava-se integralmente pelo atendimento 
médico do grupo segurado. Mas, esta não era a única forma de organização deste tipo de 
convênio, o empregador contratava e pagava diretamente a empresa médica, a qual ficava 
responsável pela assistência à saúde de seus funcionários e dependentes, cabendo desta forma 
a Previdência reembolsar uma dada quantia ao empregador, baseando-se, como no primeiro, 
no número de funcionários da empresa (FARIAS, 2003). 
 Mas, no início dos anos 80, essas empresas médicas, seguindo uma estratégia de 
autonomização, começaram a estabelecer relações diretas de vendas de seus serviços às 
empresas de setores mais dinâmicos da economia e a consumidores individuais que quisessem 
e pudessem contratar, passando a absorver um grande número de profissionais de saúde, 
clínicas e hospitais do setor privado, alterando o quadro que esses prestadores encontravam-se 
submetidos, deixando o Estado de ser o comprador exclusivo desses serviços (Op. cit., 2006, 
p. 136). 
 Mas, somente em 1998, os fornecedores de planos ou seguros, oferecedores de 
serviços privados de assistência à saúde receberam a denominação de Operadoras de Planos 
de Saúde, pela lei 9.656, de 3 de junho de 1998 (BRASIL, 1998). Esta lei foi a divisora de 
águas no sistema de saúde suplementar. 
 
 
2.2.2 O marco regulatório da saúde suplementar no Brasil 
 
 
A formulação de políticas de saúde e seu respectivo controle são de responsabilidade 
do ente público. 
No que se refere ao mercado de saúde suplementar em saúde, a ação regulatória se 
reveste de importante relevância em virtude da concorrência no mercado e do interesse 
público no que se refere à assistência suplementar à saúde, onde o Estado atua como 
regulamentador. 
6 
 
 Esta iniciativa governamental teve como principal alavanca os abusos praticados na 
área de comercialização de planos de saúde, pelas instituições privadas, e também pela falta 
de legislação específica e da relevância da matéria, que direta ou indiretamente, afetam a 
saúde, a qualidade de vida e, portanto, a própria existência da população. A sociedade passou 
a pleitear e exigir regulamentação específica para o setor. 
 Após vários anos de estudos, análises, sugestões, discussões e intensa participação de 
vários ramos da sociedade, como: Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), Fundação de 
Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), Ministério Público, Ministério da Saúde, 
Ministério da Fazenda, Poder Legislativo, entidades de representação de médicos, como 
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina e dos hospitais (Federação 
Brasileira dos Hospitais), foi sancionada a lei nº. 9.656, que dispõe sobre planos e seguros 
privados de assistência à saúde (SALAZAR, et al, 2002, p. 9-10). 
 Essa norma imperativa, em suma, determinou alterações importantes que alteraram 
profundamente os costumes do mercado dos contratos de planos de saúde, como: ampliação 
de cobertura contratual; a implantação de um rol de procedimentos como cobertura mínima; o 
impedimento de que as operadoras vetem em seus planos o ingresso de clientes com idade 
avançada ou portando deficiência; a proibição de limite de prazo e de valor máximo de 
internação hospitalar; a limitação dos prazos de carências; a exigência de clareza nos termos 
do contrato; o ressarcimento pelas operadoras, de acordo com normas definidas pela ANS, 
dos serviços de atendimento à saúde prevista nos respectivos contratos, prestados as seus 
consumidores e respectivos dependentes, em instituições públicas ou privadas, conveniadas 
ou contratadas, integrantes do SUS; entre outras (Op. cit., 1998). 
O Governo, através desta regulamentação, definiu uma estrutura normativa e de 
referência capaz de estabelecer fronteiras e limites aos procedimentos dos agentes que 
ofertam à assistência privada à saúde. 
Posteriormente a esse normativo, criou-se também, em 2000, para regular, normatizar, 
controlar e fiscalizar as atividades assistenciais, a ANS, que passamos a entender. 
 
 
2.2.3 A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 
 
 
Diante da necessidade de fiscalizar a aplicabilidade da lei dos planos de saúde, foi 
instituída a ANS, autarquia controladora do setor. 
7 
 
Autarquia, segundo Silva (2004), em seu Vocabulário Jurídico: 
Palavra derivada do grego autosarkhé, com a significação de autonomia, 
independência, foi trazida para a linguagem jurídica, notadamente do Direito 
Administrativo, para designar toda organização que se gera pela vontade do Estado, 
mas a que se dá certa autonomia ou independência, organização esta que recebeu 
mais propriamente a denominação de autarquia administrativa, Assim, o vocábulo 
designa toda espécie de organização econômica, a que se atribui determinada soma 
de atividades, mesmo de ordem privada, constituindo uma personalidade autônoma; 
sob o ponto de vista patrimonial, com uma subordinação administrativa aos poderes 
públicos [...]. (Ibid., p. 172). 
 
O artigo 37, inciso XIX, da Lei Maior, determina que “somente por lei específica 
poderá ser criada a autarquia e autorizada à instituição de sociedade de economia mista, 
empresas públicas e fundações públicas, [...]”. (BRASIL, 1988). 
Seguindo a este preceito constitucional, posterior a lei dos planos de saúde, foi editada 
a lei nº. 9.961, de 28 de janeiro de 2000, que criou a ANS. 
 A ANS é vinculada ao Ministério da Saúde, encarregada da regulação, normatização, 
controle e fiscalização das atividades de assistênciasuplementar à saúde e de qualquer 
modalidade de produto, serviço e contrato que apresente, com sede e foro na cidade do Rio de 
Janeiro - RJ, prazo de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional 
(BRASIL, 2000). 
 A natureza de autarquia especial conferida à ANS é caracterizada por autonomia 
administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos, autonomia nas suas 
decisões técnicas e mandato fixo de seus dirigentes (Ibid.). 
 A ANS tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na 
assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas 
relações com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de 
saúde no País. 
 Foi a partir desta lei que todos os ofertantes de contratos de assistência à saúde ficaram 
adstrito a esta autarquia. 
Entre as principais competências da ANS, está a de estabelecer normas para 
ressarcimento ao SUS, o que se passa agora a conhecer. 
 
2.3 O ressarcimento ao SUS 
 
 
Criado também pela lei 9.656, o Ressarcimento ao SUS está disposto no artigo 32 
desta norma, que assim estabelece: 
8 
 
Art. 32. Serão ressarcidos pelas operadoras dos produtos de que tratam o inciso I e o 
§ 1º do art. 1º desta Lei, de acordo com normas a serem definidas pela ANS, os 
serviços de atendimento à saúde prevista nos respectivos contratos, prestados a seus 
consumidores e respectivos dependentes, em instituições públicas ou privadas, 
conveniadas ou contratadas, integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS. 
§ 1º O ressarcimento a que se refere o caput será efetuado pelas operadoras à 
entidade prestadora de serviços, quando esta possuir personalidade jurídica própria, 
e ao SUS, mediante tabela de procedimentos a ser aprovada pela ANS. 
§ 2º Para a efetivação do ressarcimento, a ANS disponibilizará às operadoras a 
discriminação dos procedimentos realizados para cada consumidor. 
§ 3º A operadora efetuará o ressarcimento até o décimo quinto dia após a 
apresentação da cobrança pela ANS, creditando os valores correspondentes à 
entidade prestadora ou ao respectivo fundo de saúde, conforme o caso. 
§ 4º O ressarcimento não efetuado no prazo previsto no § 3º será cobrado com os 
seguintes acréscimos: 
I - juros de mora contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de um por 
cento ao mês ou fração; 
II - multa de mora de dez por cento. 
§ 5º Os valores não recolhidos no prazo previsto no § 3º serão inscritos em dívida 
ativa da ANS, a qual compete a cobrança judicial dos respectivos créditos. 
§ 6º O produto da arrecadação dos juros e da multa de mora serão revertidos ao 
Fundo Nacional de Saúde. 
§ 7º A ANS fixará normas aplicáveis ao processo de glosa ou impugnação dos 
procedimentos encaminhados, conforme previsto no § 2º deste artigo. 
§ 8º Os valores a serem ressarcidos não serão inferiores aos praticados pelo SUS e 
nem superiores aos praticados pelas operadoras de produtos de que tratam o inciso I 
e o § 1º do art. 1º desta Lei. (Id., 1998). 
 
Pela leitura do artigo 32 acima transcrito conclui-se que, toda vez que um usuário é 
atendido pelo SUS, e o serviço prestado pelo Sistema Público, pelas instituições públicas ou 
privadas, conveniadas ou contratadas, integrantes do SUS, faz parte da cobertura do contrato 
do plano de saúde deste beneficiário de plano de saúde3, o gasto será cobrado da operadora de 
plano de saúde, a qual este está vinculado. 
Com base no mencionado dispositivo legal, a ANS editou inúmeras Resoluções e 
Instruções Normativas, visando instituir o referido ressarcimento a ser cobrado das 
Operadoras de Plano de Saúde. 
O atual modelo de ressarcimento ao SUS é restrito aos casos de internações clínicas e 
cirúrgicas, mas, há previsão para cobrança de qualquer atendimento realizado pelo 
beneficiário de plano de saúde, veja o que expressa o artigo 2º, da Resolução Normativa (RN) 
n° 253, de 5 de maio de 2011, que regula hoje o processo físico de ressarcimento ao SUS, 
comitantemente com a Instrução Normativa (IN) n° 47, de 5 de maio de 2011, da Diretoria de 
Desenvolvimento Setorial (DIDES) da ANS (ANS, 2011a). 
Art. 2° Denomina-se atendimento a ser ressarcido pela operadora de plano privado 
de assistência à saúde, a utilização de serviços de atendimento à saúde por 
beneficiário em prestador público ou privado, conveniado ou contratado, integrante 
do SUS, desde que cobertos pelo plano privado de assistência à saúde ao qual está 
 
3
 Denominação dada pela lei 9.656/1998 àquele cidadão que possui plano de assistência à saúde contratado com 
uma operadora de plano de saúde. 
9 
 
vinculado o beneficiário, ainda que o prestador não integre a rede assistencial da 
OPS. (Id., 2011c). 
 
 
3 DISCUSSÃO 
 
 
Inúmeras polêmicas envolve o ressarcimento ao SUS, mas, como não há possibilidade 
de esgotarmos os assuntos neste trabalho, pautaremos algumas particularidades desta forma 
de restituição dos gastos realizados pelo beneficiário de plano de saúde, quando atendido pelo 
sistema público de saúde, iniciando pela possível ilegalidade do artigo 32 da lei dos planos de 
saúde. 
 
 
3.1 Ilegalidade do artigo 32 da lei 9.656/1998 
 
 
Como já informado, a saúde é um direito assegurado constitucionalmente ao cidadão, 
não havendo como as operadoras de plano de saúde disponibilizar meios de impedir que seu 
beneficiário faça a opção pela rede pública de saúde, o que também a ANS não permite. Veja 
abaixo o que dispõe o artigo 7º da RN n° 253, de 5 de maio de 2011: 
 
Art. 7º A unidade prestadora de serviços ao SUS que comprovadamente utilizar 
mecanismos próprios para identificação de beneficiários de planos privados de 
assistência à saúde, em prejuízo da universalidade de acesso de seus usuários, será 
representada aos órgãos de controle e avaliação do SUS. (Ibid.). 
 
 No entendimento do referido artigo, não há como a operadora conseguir que seu 
beneficiário utilize seu plano na forma que contratou, pois, o prestador do serviço que poderia 
ajudar-lhe pode ser penalizado, caso pratique esta conduta. 
 Também, não há como obrigá-lo a realizar o procedimento pelo plano de saúde, uma 
vez que este possui o direito ao SUS. Cabe única e exclusivamente ao cidadão que também é 
beneficiário de plano de saúde, escolher qual atendimento quer ter, um público ou um 
privado, sendo que este cidadão, que também é beneficiário de plano de saúde privado, paga 
pelos dois tipos de atendimento. O público através da obrigatoriedade de pagamentos de 
impostos, e o privado, por uma liberalidade, pelo pagamento de uma mensalidade a uma 
operadora. 
10 
 
O cidadão que adere a um plano privado de assistência à saúde não renuncia ao seu 
direito constitucional de ser atendido pela rede pública de saúde. A opção pelo uso da rede 
pública ou privada é exclusivamente dele. 
Nesse mesmo sentido, entende parte da doutrina: 
 
Cabe a cada pessoa, diante da disponibilidade do serviço estatal e sempre que 
mantiver concomitantemente contrato com ente privado – a seu exclusivo critério e 
interesse – optar por um ou outro serviço, até porque a contratação junto a uma 
operadora de plano privado de assistência à saúde não implica e nem significa 
renúncia ao serviço público posto e dotado de disponibilidade universal, como assim 
estabelece a Constituição Federal. (ESMERALDI, 2011, p. 14). 
 
 O Estado não pode se eximir da responsabilidade que lhe cabe em função de possuir o 
cidadão um plano de saúde privado. Quando o usuário de um plano de saúde procura 
assistência à saúde junto à rede pública, está ele no exercício regular de um direito, não 
havendo que se falar em ressarcimento dessa despesa ao SUS. 
 Mesmo assim, entende a maioria da doutrina e jurisprudência, quando o beneficiário 
de planode saúde utiliza o SUS, está locupletando a Operadora de Plano de Saúde, pois esta 
não está prestando o serviço a qual foi contratada, não havendo dispêndio por parte desta. 
Neste diapasão, entendeu Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar um pedido de 
liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 1931-8, ajuizada pela 
Confederação Nacional de Saúde (CNS), rebatendo alguns artigos da lei 9.656, como o artigo 
32. Os ministros entenderam que o ressarcimento tem natureza civil, e não tributária, como 
alegava a entidade. Não criando nenhum novo tributo, só exigindo a restituição dos gastos 
realizados pela SUS com beneficiários de planos de saúde, o que entenderam ser legal, ao 
menos em juízo de cognição sumária (BRASIL, 2003). 
Diante da decisão do STF, os Tribunais Federais passaram a decidir: 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. EXISTENCIA DE 
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AS PARTES. RESSARCIMENTO AO SUS 
PELAS OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE PRIVADO. ART. 32 DA LEI N. 
9.656/98. CONSTITUCIONALIDADE. LEGALIDADE. COBRANÇA 
REGULAR. 1. À vista da previsão estatutária reconhece-se que a apelante está 
subordinada às normas aplicáveis às entidades que desempenham atividade de 
assistência suplementar de saúde, pela modalidade de autogestão. 2. O art. 32 da Lei 
n. 9.656/98 teve sua constitucionalidade reconhecida pelo Tribunal Pleno do 
Supremo Tribunal Federal, no julgamento liminar da Medida Cautelar em Ação 
Direta de Inconstitucionalidade n. 1931/DF. 3. O ressarcimento de que trata a Lei nº 
9.656/98 é devido dentro dos limites de cobertura contratados, e não tem natureza 
tributária, pois visa, além da restituição dos gastos efetuados, impedir o 
enriquecimento da empresa privada às custas da prestação pública de saúde, 
indenizando o Poder Público pelos custos dos serviços não prestados pela operadora 
privada, os quais tem cobertura no contrato em favor do usuário. 4. Nega-se 
provimento ao recurso de apelação. (AC 0008983-35.2001.4.01.3800 / MG, Rel. 
11 
 
JUIZ FEDERAL RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA, 5ª TURMA 
SUPLEMENTAR, e-DJF1 p.977 de 17/02/2012) 
 
Quem sofre prejuízo por que efetuou opção pelo atendimento estatal, é o próprio 
beneficiário, pois é este que não quis utilizar um serviço que contratou, que, na maioria das 
vezes não há demora e o atendimento é diferenciado, com melhores aparelhos e profissionais. 
O suposto enriquecimento sem causa, a nosso ver existe em relação ao SUS a quem 
indistintamente incumbe prestar assistência integral a toda pessoa, sem ônus algum e como 
legítima expressão de um direito constitucional. Como já informado, o SUS recebe para 
prestar esses serviços. 
[...] o SUS que tem destinação constitucional de garantir cobertura assistencial sem 
ônus algum para qualquer pessoa não tem causa jurídico-constitucional válida e 
legítima que permita reclamar ressarcimento principalmente de uma operadora que a 
ele é totalmente estranha e com a qual não mantém vinculação jurídica alguma. (Op. 
cit., 2011, p. 53). 
 
 
3.2 O valor a ser ressarcido ao SUS 
 
 
Por oportuno, além da operadora não ter qualquer ingerência sobre a vontade do seu 
cliente, os valores cobrados pela ANS, através da Tabela Única Nacional de Equivalência de 
Procedimentos (TUNEP), instituída pela Resolução do Conselho de Saúde Suplementar 
(CONSU) nº. 09, de 3 de novembro de 1998 (CONSU,1998), atualizada periodicamente e 
utilizada na cobrança de todos os atendimentos realizados até dezembro de 2007, a título de 
ressarcimento ao SUS, são superiores aos valores pagos por aquela a sua rede credenciada 
para prestação dos mesmos serviços. 
Conforme § 8º do artigo 32 da lei nº. 9.656, os valores a serem ressarcidos não serão 
inferiores aos praticados pelo SUS e nem superiores aos praticados pelas operadoras, fato este 
que, caso não cumpridos, importa na ilegalidade da cobrança do referido ressarcimento. 
 Vejamos alguns exemplos conseguidos em um processo administrativo de uma 
operadora, contra a cobrança do SUS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Tabela 1 
Dados de um processo administrativo de uma operadora 
 
Procedimentos Valor pago 
pelo SUS 
Valor cobrado 
da operadora 
(TUNEP) 
Tabela da 
operadora 
Diferença 
TUNEP x SUS 
Diferença 
TUNEP x 
operadora 
Cesariana R$ 514,86 R$ 1522,25 R$ 942,48 R$ 1.007,39 R$ 579,77 
Cirurgia de 
colecistectomia 
R$ 608,20 R$ 1.396,45 R$ 1.089,12 R$ 788,25 R$ 307,33 
FONTE: ANS. Processo Administrativo 33902177756/2010-11 (2010). 
 
Constata-se, nos dados acima, que os valores constantes na TUNEP são muito 
superiores àqueles fixados na Tabela SUS (ANS, 2008) e os praticados pela operadora, 
estando caracterizada a ilegalidade da cobrança do ressarcimento pela TUNEP. 
Deixando de lado as discussões sobre a legalidade do ressarcimento, seria crível pelo 
menos, que as operadoras de planos de saúde restituissem o valor gasto pelo SUS as suas 
entidades conveniadas pela prestação de assitência à saúde. Não pode o Estado ficar com 
essas diferenças. Assim fazendo, evidente está o enriquecimento do ente público. 
Passemos agora a forma de cobrança e decisão no processo de ressarcimento ao SUS. 
 
 
3.3 Decisões no processo administrativo de cobrança do ressarcimento ao SUS 
 
 
Como todo processo que se inicia, primeiramente são identificadas as partes do 
processo, no caso do ressarcimento ao SUS, são conhecidos os prováveis beneficiários de 
planos de saúde atendidos pelo SUS e as operadoras a quais estes possuem contrato de 
assistência à saúde firmado. 
A identificação dos beneficiários que utilizaram o SUS é resultado do cruzamento dos 
dados relativos aos atendimentos realizados pelo SUS, com as informações cadastrais das 
operadoras de planos privados de assistência à saúde4, constante do banco de dados da ANS. 
Desse cruzamento de informações, nasce o Aviso de Beneficiários Identificados 
(ABI). No ABI é identificado cada atendimento realizado pelos beneficiários, denominados de 
Autorização de Internação Hospitalar (AIH), que contem cada uma as seguintes informações: 
identificação, natureza e endereço de cada unidade prestadora de serviço; número e mês de 
 
4
 Todo mês a Operadora de Plano de Saúde é obrigada a enviar para ANS, através de um aplicativo on line, o 
denominado de Sistema de Informação de Beneficiários (SIB), as informações sobre o cadastro de beneficiários 
de planos de saúde a ela vinculado, como novas inclusões, exclusões e alterações dos beneficiários já vinculados. 
13 
 
competência lançados no documento do SUS de autorização ou registro de atendimento; 
código de identificação e data de nascimento, tal como cadastrados pela operadora, de cada 
beneficiário atendido pelo SUS; data, mês ou período de cada atendimento; caráter de cada 
atendimento, conforme classificação do SUS5, caso aplicável; código, descrição, quantidade e 
valor de cada procedimento (Id., 2011a). 
Esse ABI é disponibilizado para operadora via correios com aviso de recebimento, e 
também no site da ANS, em diretório específico, podendo ser acessado por senha exclusiva 
que a operadora recebeu da Agência. 
Após o recebimento do ABI via correios, a operadora tem o prazo improrrogável de 30 
dias para impugnar a cobrança de cada AIH, caso entenda que existe alguma incorreção na 
identificação dos beneficiários e/ou no atendimento realizado. As impugnações podem ser 
tanto de caráter técnica como administrativo, ou técnica/administrativa. 
Entende-se por motivo cuja natureza é classificada de caráter técnica, quando a defesa 
for fundamentada por laudo decorrente de auditoria realizada in loco ao prontuário do 
beneficiário identificado, assinada por um auditor da operadora devidamente habilitado junto 
ao Conselho Profissional e cadastradoperante a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério 
da Saúde (SAS/MS) (Ibid.). Neste caso o auditor analisa a efetiva urgência do procedimento6, 
a necessidade do procedimento, entre outros motivos técnicos. Na tentativa de impugnar a 
necessidade e tecnicismo do procedimento que ora se cobra. 
As impugnações de caráter técnico serão encaminhadas à análise e deliberação da 
SAS/MS. Na hipótese de ser apresentada impugnação administrativa e técnica, a solicitação 
será analisada primeiramente quanto à motivação administrativa. Decidindo esta pelo 
indeferimento da motivação administrativa, o processo será encaminhado para apreciação e 
deliberação da SAS/MS. 
Já as impugnações de caráter meramente administrativo serão julgadas em primeira 
instância, pelo Diretor da Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES). Entre os motivos 
de impugnação administrativa estão: beneficiário em carência (é o caso em que o atendimento 
identificado foi realizado durante o prazo de carência do beneficiário); usuário atendido não é 
beneficiário de produto da operadora (homônimo); produto não cobre procedimento (é o caso 
em que o plano do beneficiário da operadora identificado não cobre o procedimento que está 
sendo cobrado e que foi realizado pelo SUS); atendimento fora da abrangência geográfica do 
 
5
 Se o atendimento é de urgência/emergência ou eletivo, por exemplo. 
6
 Existem planos de saúde que dão direito a atendimento em Hospitais de todo o Brasil credenciado, quando 
caracterizada a urgência/emergência. Sendo assim, caso o auditor verifique que o procedimento informado como 
urgência/emergência na AIH é na verdade eletivo descabido, portanto, será a cobrança. 
14 
 
produto (é a hipótese em que o estabelecimento onde foi realizado o atendimento identificado 
se localiza fora da abrangência geográfica delimitada pelo plano do beneficiário identificado); 
produto não cobre internação (é o caso em que o produto da operadora ao qual está vinculado 
o beneficiário identificado é exclusivamente ambulatorial e/ou odontológico, não cobrindo 
internação); quantidade de procedimento não coberta pelo produto (é o caso em que a 
quantidade do procedimento realizado no atendimento identificado ultrapassa a quantidade 
máxima coberta pelo produto); atendimento já pago pela operadora (é o caso em que a 
operadora já realizou pagamento do mesmo procedimento, realizado na mesma data do 
atendimento pelo SUS e no mesmo paciente); entre outros motivos (Ibid.). 
Da decisão de indeferimento da impugnação caberá recurso à Diretoria Colegiada da 
ANS no prazo de 10 dias, ocasião em que a operadora poderá alegar novamente seus motivos 
técnicos e/ou administrativos, conforme acima especificado. A Diretoria Colegiada é 
considerada a última instância do processo administrativo de Ressarcimento ao SUS (Ibid.). 
 As AIHs indeferidas seguem o curso normal do rito processual, gerando ao final a 
cobrança com emissão da Guia de Recolhimento da União (GRU), onde constam os valores a 
serem ressarcidos. A ANS acompanha os prazos e o processo de recebimento de valores, 
solicitando inscrição de operadoras em dívida ativa e execução judicial, caso a operadora não 
pague seu débito (Id., 2011c). 
Outro aspecto controvertido deste processo administrativo está nas decisões 
interpretativas do órgão regulador. De acordo com o caput do artigo 32 da lei 9.656, somente 
serão ressarcidos aqueles atendimentos acobertados no plano de assistência à saúde do 
beneficiário atendido pelo SUS. Ou seja, se o beneficiário fez o atendimento pelo SUS por 
liberalidade, mesmo havendo cobertura em seu plano de saúde, neste caso haverá a efetiva 
cobrança. 
Acontece, não está agindo o órgão regulador conforme determina lei, haja vista que 
em algumas de suas decisões pauta-se por uma análise extensiva, o que não é legítimo, pois 
não possui poder de interpretar a lei, típico do poder judiciário. Veja abaixo os fatos: 
Unimed Guaxupé Cooperativa de Trabalho Médico, operadora de plano de saúde 
registrada na ANS sob o nº 31803-5, recebeu um ABI contendo a cobrança de uma internação 
clínica realizada pelo SUS de um de seus beneficiários de plano de saúde, pelo período de 
23.09.2007 a 18.10.2007, computando-se no total 25 dias de internação (Id., 2011b). 
A operadora impugnou a cobrança tendo como um dos argumentos que o plano do 
beneficiário cobre somente 15 dias de internação por ano, conforme determina a Cláusula 
III.2, letra “b” do contrato: “b) Os usuários tem direito a internações hospitalares para 
15 
 
tratamento clínico ou cirúrgico, limitados a 15 dias/ano/usuário.” Sendo, portanto, indevida o 
ressarcimento de 10 dias aos SUS (Ibid.). 
Em resposta a impugnação da operadora, a Diretoria de Desenvolvimento Setorial da 
ANS indeferiu tal alegação com a seguinte fundamentação: 
A operadora alega a existência de limite de cobertura de internação hospitalar com 
base na cláusula III.2, letra “b”, do contrato apresentado. A alegação não é 
procedente, tendo em vista que a referida cláusula caracteriza-se como abusiva. Com 
efeito, o art. 1º, IV, da Portaria nº 5 de 2002 da Secretaria de Direito Econômico, 
com fulcro no Decreto 2181/1997, considera abusiva a cláusula que ‘imponha em 
contratos de seguro-saúde, firmados anteriormente à lei nº 9.656, de 3 de junho de 
1.998, limite temporal para internações hospitalares’. Ressalta-se que as cláusulas 
abusivas são nulas de pleno direito, nos termos do art. 51 do Código de Defesa do 
Consumidor, aplicável tanto aos contratos posteriores a Lei 9.656/1.998 quanto aos 
anteriores. Devido, portanto, o ressarcimento ao SUS (Ibid., grifo nosso). 
 
A fundamentação da abusividade da cláusula alegada, com fulcro na Portaria nº 5 do 
Ministério da Justiça, Secretaria de Direito Econômico, no Decreto 2.181/1997 e no Código 
de Defesa do Consumidor é abusiva, pois o contrato é ato jurídico perfeito, protegido 
constitucionalmente. 
Conforme já informado anteriormente, o STF, guardião da constituição, em sede de 
decisão liminar, ADIN 1931-8, decidiu também que os contratos firmados antes da lei nº 
9.656, devem ser respeitados, pois, se assim não forem, estará contrariando a Constituição 
Federal, em específico ao inciso XXXVI do artigo 5º (BRASIL, 1998). A decisão proferida 
em sede cautelar encontra-se assim ementada: 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
ORDINÁRIA 9656/98. PLANOS DE SEGUROS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA 
À SAÚDE. MEDIDA PROVISÓRIA 1730/98. PRELIMINAR. ILEGITIMIDADE 
ATIVA. INEXISTÊNCIA. AÇÃO CONHECIDA. INCONSTITUCIONALIDADES 
FORMAIS E OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. OFENSA AO 
DIREITO ADQUIRIDO E AO ATO JURÍDICO PERFEITO. 1. Propositura da 
ação. Legitimidade. Não depende de autorização específica dos filiados a 
propositura de ação direta de inconstitucionalidade. Preenchimento dos requisitos 
necessários. 2. Alegação genérica de existência de vício formal das normas 
impugnadas. Conhecimento. Impossibilidade. 3. Inconstitucionalidade formal 
quanto à autorização, ao funcionamento e ao órgão fiscalizador das empresas 
operadoras de planos de saúde. Alterações introduzidas pela última edição da 
Medida Provisória 1908-18/99. Modificação da natureza jurídica das empresas. Lei 
regulamentadora. Possibilidade. Observância do disposto no artigo 197 da 
Constituição Federal. 4. Prestação de serviço médico pela rede do SUS e instituições 
conveniadas, em virtude da impossibilidade de atendimento pela operadora de Plano 
de Saúde. Ressarcimento à Administração Pública mediante condições 
preestabelecidas em resoluções internas da Câmara de Saúde Complementar. Ofensa 
ao devido processo legal. Alegação improcedente. Norma programática pertinente à 
realização de políticas públicas. Conveniência da manutenção da vigência da norma 
impugnada. 5. Violação ao direito adquirido eao ato jurídico perfeito. Pedido de 
inconstitucionalidade do artigo 35, caput e parágrafos 1º e 2º, da Medida Provisória 
1730-7/98. Ação não conhecida tendo em vista as substanciais alterações neles 
promovida pela medida provisória superveniente. 6. Artigo 35-G, caput, incisos I a 
IV, parágrafos 1o, incisos I a V, e 2º, com a nova versão dada pela Medida 
Provisória 1908-18/99. Incidência da norma sobre cláusulas contratuais 
16 
 
preexistentes, firmadas sob a égide do regime legal anterior. Ofensa aos princípios 
do direito adquirido e do ato jurídico perfeito. Ação conhecida, para suspender-lhes 
a eficácia até decisão final da ação. 7. Medida cautelar deferida, em parte, no que 
tange à suscitada violação ao artigo 5º, XXXVI, da Constituição, quanto ao artigo 
35-G, hoje, renumerado como artigo 35-E pela Medida Provisória 1908-18, de 24 de 
setembro de 1999; ação conhecida, em parte, quanto ao pedido de 
inconstitucionalidade do § 2º do artigo 10 da Lei 9656/1998, com a redação dada 
pela Medida Provisória 1908-18/1999, para suspender a eficácia apenas da 
expressão "atuais e". Suspensão da eficácia do artigo 35-E (redação dada pela MP 
2177-44/2001) e da expressão "artigo 35-E", contida no artigo 3o da Medida 
Provisória 1908-18/99. (ADI 1931 MC, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, 
Tribunal Pleno, julgado em 21/08/2003, DJ 28-05-2004 PP-00003 EMENT VOL-
02153-02 PP-00266). 
 
Excelentíssimos Senhores Ministros do STF entenderam que as normas posteriores ao 
firmamento do contrato, só podem incidir sobre os contratos aperfeiçoados após a sua entrada 
em vigor. 
Veja-se parte do voto do eminente Relator, Ministro Maurício Corrêa: 
 
60. Nesse ponto, entendo patente e indébita a ingerência do Estado no pacto 
celebrado entre as partes. De fato, os dispositivos acima transcritos interferem na 
órbita do direito adquirido e do ato jurídico perfeito, visto que criam regras 
completamente distintas daquelas que foram objeto da contratação. 61. A 
retroatividade determinada por esses preceitos faz incidir regras da legislação nova 
sobre cláusulas contratuais preexistentes firmadas sobre o regime legal anterior, que, 
a meu ver, afrontam o direito já consolidado das partes, de tal modo que violam o 
princípio consagrado no inciso XXXVI do artigo 5º da Constituição Federal e põem-
se em contraste com a jurisprudência desta Corte de que é exemplo o julgamento 
proferido na ADI nº 493-DF, MOREIRA ALVES, publicada na RTJ 143/724. ‘A lei 
não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada’. Apesar 
de imposta pela lei certas cláusulas como obrigatórias num contrato, uma vez 
apostas a ele passam a integrá-lo como fruto de ato de vontade inclusive da parte 
que a ele adere, e, consequentemente, daí resulta que esse contrato, como ato 
jurídico perfeito, tem os seus efeitos futuros postos a salvo de modificações que lei 
nova faça com relação a tais cláusulas, as quais somente são imperativas para os 
contratos que vierem a celebrar-se depois de sua entrada em vigor. [...]. (Ibid.). 
 
Conclui-se então que a lei não pode retroagir atingindo o ato jurídico perfeito, sob 
pena de enfraquecer as relações contratuais, deixando-as frágeis e com pouca ou nenhuma 
credibilidade e segurança para as partes contratantes. 
Além é claro, está o ente público vinculado ao princípio da legalidade, não podendo 
agir fora das determinações contidas no artigo 32 da lei de planos de saúde. 
Veja o conceito amplo do princípio da legalidade dado pela ilustre professora e 
doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2010): 
Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer o que a lei 
permite. No âmbito das relações entre particulares, o princípio aplicável é o da 
autonomia da vontade, que lhes permite fazer tudo o que a lei não proíbe. Essa é a 
ideia expressa de forma lapidar por Hely Lopes Meirelles (2003:86) e corresponde 
ao que já vinha explícito no artigo 4º da Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, de 1789: ´a liberdade consiste em fazer tudo aquilo que não prejudica a 
outrem; o exercícios dos direitos naturais de cada homem não tem outros limites que 
17 
 
os que asseguram aos membros da sociedade o gozo desses mesmos direitos. Esses 
limites somente podem se estabelecidos em lei´. 
No direito positivo brasileiro, esse postulado, além de referido no art. 37, está 
contido no art. 5º, inciso II, da Constituição Federal que, repetindo preceito de 
Constituições anteriores, estabelece que ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei’. 
Em decorrência disso, a Administração Pública não pode, por simples ato 
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações, ou impor 
vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei. (Ibid., p. 64). 
 
Portanto, não há como o ente público interpretar as cláusulas contratuais para seu 
favorecimento, pois, não é típico de sua função. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Como sabemos, a saúde pública é um direito de todos os cidadãos, que o poder 
público tem o dever de promover, é direito constitucional. 
A contratação de um plano de assistência à saúde privado, supre a necessidade não 
prestada ao cidadão, complementando a assistência prestada pelo Estado, de acordo com a 
necessidade do cidadão. Sendo assim, embora o cidadão tenha um plano de saúde que lhe 
assegure alguma assistência, ou toda assistência relativa à saúde, também possui o direito de 
usufruir do serviço público. 
O Ressarcimento ao SUS pelas operadoras de planos de saúde está se sobrepondo a 
Constituição Federal, face ao fato da prestação à saúde pelo Estado ser seu dever, é um direito 
universal e igualitário a todos, não renunciando este direito o cidadão, ao contratar um plano 
de saúde privado. E também, por ser o cliente de plano de saúde custeador da saúde pública. 
Além das cobranças de alguns procedimentos serem superiores ao que as operadoras 
de planos praticam e pagam a hospitais conveniados, e superiores também a tabela praticada 
pelo SUS, no pagamento de seus hospitais ou conveniados. O que leva a crer que o Estado 
está se enriquecendo ilicitamente, tanto pela cobrança de valores maiores que o seus gastos, 
como pelas decisões no processo administrativo de ressarcimento ao SUS que só lhe favorece. 
 Neste contexto, responsabilizar as operadoras pelo irrisório repasse de verbas para a 
área de saúde é, no mínimo, incongruente. Elas não podem ser responsáveis pela ineficiência 
das políticas estabelecidas nesta área. 
No mesmo sentido, é bem esclarecedora a observação de dois magistrados, Bottesini e 
Machado (2005): 
18 
 
As empresas privadas não podem ser vistas como instituições complementares da 
ação estatal na saúde, e não estão posicionadas ao lado do Estado, nem obrigadas a 
substituir e suprir a inoperância do Pode Público no desempenho do Dever 
constitucional. (Ibid., p. 278). 
 
Deve-se assegurar uma existência digna a todos, observando os ditames da justiça 
social, mas não se pode esquecer do princípio da livre iniciativa que também é basilar e 
fundamental ao bom funcionamento da ordem econômica. Bom funcionamento da ordem 
econômica deve ser compreendido como crescimento equilibrado de todos os setores da 
economia, sem que a balança penda apenas para um lado, em detrimento do outro. 
Portanto, o fato da saúde não ser um serviço exclusivamente Estatal, não quer dizer 
que o particular que possua autorização para prestá-la deva fazer o atendimento 
igualitariamente, suprindo a deficiência do Estado. Se assim fosse, todas operadoras estariam 
obrigadas a atenderem a todos indistintamente, mesmo os não conveniados. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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maio de 2011, da Diretoria de Desenvolvimento Setorial.Dispõe sobre o procedimento de 
ressarcimento ao SUS, previsto no art. 32 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, e na 
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Oficial da União nº 86, de 6 de maio de 2011 – seção 1, pág. 48. 
 
______. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Processo Administrativo de 
Ressarcimento ao SUS nº 33902177756/2010-11. 2010. Operadora: Unimed Guaxupé 
Cooperativa de Trabalho Médico. 
 
______. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Processo Administrativo de 
Ressarcimento ao SUS nº 33902376285/2011-11. 2011. Operadora: Unimed Guaxupé 
Cooperativa de Trabalho Médico. 
 
______. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Resolução Normativa – RN n° 177, de 3 
de novembro de 2008, da Diretoria Colegiada. Dispõe sobre a Tabela Única Nacional de 
Equivalência de Procedimentos – TUNEP para fins de Ressarcimento dos atendimentos 
prestados aos beneficiários de planos privados de assistência à saúde, por instituições públicas 
ou privadas, integrantes do Sistema Único de Saúde – SUS. Diário Oficial da União nº 214, 
de 4 de novembro de 2008 – seção 1, pág. 46. 
 
______. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Resolução Normativa – RN n° 253, de 5 
de maio de 2011, da Diretoria Colegiada. Dispõe sobre o processo físico de ressarcimento 
19 
 
ao SUS, previsto no art. 32 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, e estabelece normas sobre 
o repasse dos valores recolhidos a título de ressarcimento ao SUS. Diário Oficial da União nº 
86, de 6 de maio de 2011 – seção 1, pág. 44. 
 
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20 
 
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NETO, Egberto Miranda Silva. Manual sobre a regulamentação dos planos de saúde e 
coletânea legislativa. Rio de Janeiro: Gráfica e Editora Unimed – Central de Bens e Serviços, 
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NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Constituição Federal Comentada 
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SALAZAR, Andréa; RODRIGUES, Karina; SILVER, Lynn; DOLCI, Maria Inês R. Landini. 
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SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Revista e atualizada por: Nagib Slaibi Filho 
(Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), Gláucia Carvalho 
(Advogada, Membro do Conselho Editorial da Editora Forense e Mestre em Direito Penal). 
Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus pelo dom especial da vida. 
A minha família que sempre foi meu alicerce e a minha esposa Cássia, que foi e é um presente 
de Deus na minha vida. 
Agradeço ao meu orientador Marco Antônio Lopes Campos, pela paciência, apoio, sugestões 
e correções no meu trabalho. 
À todos os professores que foram ferramenta crucial na conclusão desta especialização.

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