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teorias e fundamentos da constituição

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Direito Constitucional
Ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza as normas fundamentais do Estado.
Conhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental do Estado.
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Direito Constitucional
Princípios e regras sobre estrutura do Estado, forma de governo, modo de aquisição e exercício do poder, estabelecimento de seus órgãos, limites de sua atuação, direitos e garantias fundamentais do ser humano.
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Constitucionalismo e Estado de Direito
 Constitucionalismo
	- Revoluções liberais;	 
	- contra o absolutismo;	 
	- Ideia de Constituição; 
	- Limitação de poder; 
	- Enunciado de direitos e garantias individuais. 
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Constitucionalismo e Estado de Direito
ESTADO DE DIREITO (LIBERAL) 
	ideia principal = “império da Lei”. 
.	Características: 
-	os direitos fundamentais correspondem aos direitos da burguesia (liberdade e propriedade);
- a limitação do Estado pelo Direito se estende ao Soberano (Princípio da legalidade da administração pública);
- a atuação do Estado limita-se a defesa da ordem e segurança pública (Estado Mínimo).
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Constitucionalismo e Estado de Direito
ESTADO SOCIAL DE DIREITO
	(Estado Intervencionista)
Características: 
-	Intervenção no âmbito social, econômico e laboral;
-	Papel decisivo na produção e distribuição de bens;
-	Garantia de um mínimo de bem-estar.
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Constitucionalismo e Estado de Direito
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
	(Estado Constitucional de Direito)
	busca superar as deficiências e sintetizar as conquistas das experiências anteriores.
Características:
-	Consagração de institutos que introduzem o povo no governo do Estado;
-	Preocupação com a efetividade dos direitos fundamentais;
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Constitucionalismo e Estado de Direito
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
	Características:
Limitação material e formal do Poder Legislativo;
Aplicação direta da Constituição;
Jurisdição constitucional (visa assegurar a supremacia da Constituição e a concretização dos direitos fundamentais)
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Constitucionalismo e Estado de Direito
Neoconstitucionalismo
	- Pós 2ª Guerra Mundial;
	- Força normativa da Constituição: a Constituição não é programática. É norma e tem que ser aplicada. Não precisa do legislador ordinário para sua aplicação; 
	- Normatividade dos Princípios: princípios são espécies normativas; 
	
	 
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Constitucionalismo e Estado de Direito
Neoconstitucionalismo
Centralidade dos direitos fundamentais: impuseram uma transformação no âmbito da articulação do direito;
Expansão da jurisdição constitucional: aprimoramento do controle de constitucionalidade;
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Constitucionalismo e Estado de Direito
Neoconstitucionalismo
	- desenvolvimento de novos horizontes na interpretação constitucional: 
	. Papel criativo da jurisdição – magistrado não é só aplicador. Interpreta, cria;
	. Distinção entre texto e norma – a norma jurídica é resultado da interpretação de um texto normativo. 
	. Princípio da proporcionalidade/razoabilidade – a interpretação/aplicação de qualquer norma exige que seja de maneira proporcional.
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Constituição
Sentidos/acepções
- Sociológico (Ferdinand Lassale): não é um documento escrito, não é uma folha de papel. É a soma dos fatores reais de poder que emanam da sociedade. Todo país tem uma Constituição. 
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Constituição
Sentidos/acepções
- Político (Carl Schmitt): é uma decisão política fundamental tomada pelo povo. Posição decisionista.
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Constituição
Sentidos/acepções
- Jurídico (Hans Kelsen): é uma lei. É a lei mais importante de todo o ordenamento jurídico. É o pressuposto de validade de todas as leis. Para que uma lei seja válida, precisa ser compatível com a Constituição.
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Constituição
Elementos
- Orgânicos: organizam a estrutura do Estado (arts. 2º, 18, 92, da CF/88).
Limitativos: limitam o Poder do Estado fixando direitos a população (art. 5º, da CF/88).
Socioideológicos: fixam uma ideologia para o Estado (art. 3º).
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Constituição
Elementos
Formais de aplicabilidade: são elementos que auxiliam na aplicação de outros dispositivos constitucionais (art. 5, § 1º, da CF/88).
Estabilização Constitucional: buscam a estabilidade em caso de abalo institucional (art. 34, da CF/88).
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Constituição
Classificação
Quanto ao conteúdo:
. Material – possui apenas matéria constitucional
. Formal – além de possuir matéria constitucional, possui outros assuntos.
Quanto à forma:
. Escrita – documento solene
. Não escrita (costumeira) – fruto dos costumes da sociedade
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Constituição
Classificação
Quanto ao modo de elaboração
. Dogmática – fruto de um trabalho legislativo específico. Reflete os dogmas de um momento histórico.
. Histórica – fruto de uma lenta evolução histórica.
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Constituição
Classificação
Quanto à origem:
. Promulgada – democrática, feita pelos representantes do povo.
. Outorgada – imposta ao povo pelo governante.
. Cesarista – feita pelo governante e submetida à apreciação do povo mediante consulta.
. Pactuada ou dualista – fruto de um acordo entre duas forças políticas de um país. 
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Constituição
Classificação
Quanto à rigidez/ estabilidade:
. Rígida – possui um procedimento de alteração mais rigoroso que o destinado às outras leis.
. Flexível – possui o mesmo procedimento de alteração que o destinado às outras leis.
. Semirrígida – parte rígida e parte flexível.
. Superrígida – rígida + cláusulas pétreas.
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Constituição
Classificação
 - Quanto à extensão:
. Sintética – resumida, concisa, que se limita a tratar dos temas principais.
. Analítica – extensa, prolixa.
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Constituição
Classificação
- Quanto à correspondência com a realidade:
. Normativa – a limitação do poder se implementa na prática.
. Nominalista – contém dispositivos de limitação do poder, mas não consegue uma concreta normatização do processo real do poder.
. Semântica – não há limitação do poder. Busca apenas legitimidade formal aos detentores do poder.
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Constituição
Classificação
Garantia – fixa direitos e garantias fundamentais.
Balanço – descreve um estágio das relações de poder. 
Dirigente – além de fixar direitos e garantias, fixa metas estatais.
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Poder Constituinte
Noção: é o poder de criar ou alterar uma Constituição.
Titular = povo (art. 1, parágrafo único, da CF)
 obs: Sieyés (1789)
Formas de exercício: outorga e assembléia nacional constituinte.
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Poder Constituinte
Espécies
originário: instaura uma nova ordem jurídica.
Derivado
. Reformador – modifica uma Constituição já existente (Emendas Constitucionais).
. Decorrente – poder de estruturar a Constituição do estados-membros.
. Revisor – revisão constitucional; art. 3º do ADCT; não pode mais ser feita no Brasil.
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Poder Constituinte
Características
- Do poder constituinte originário:
. Inicial – instaura uma nova ordem jurídica.
. Ilimitado – não precisa respeitar as balizas do direito anterior.
 Obs: parte da doutrina prevê certos limites: padrões de conduta espiritual, cultural, ético, social; princípios de justiça (suprapositivos); princípios de direito internacional (direitos humanos). 
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Poder Constituinte
Características
. Incondicionado – não tem uma maneira prefixada para ser exercido.
Do poder constituinte derivado
. Limitado - encontra limites na Constituição.
. Condicionado – formas prefixadas de manifestação. 
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Poder Constituinte
Mutação constitucional
Processo informal de mudança da Constituição, por intermédio do qual são atribuídos novos sentidos até então não ressaltados à letra da Lei Maior. 
Reinterpretação da norma sem, contudo, modificar o texto constitucional.
O texto permanece inalterado.
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Aplicabilidade das normas constitucionais no tempo
Nova constituição e ordem jurídica
anterior
 - Recepção: elaborada uma nova Constituição, as normas infraconstitucionais anteriormente editadas, desde compatíveis (materialmente), continuam em vigor. As incompatíveis serão revogadas, por ausência de recepção. 
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Aplicabilidade das normas constitucionais no tempo
Nova constituição e ordem jurídica anterior
 - desconstitucionalização: as normas da Constituição anterior são recepcionadas com status de norma infraconstitucional pela nova ordem jurídica. Não é regra, mas pode ocorrer se expressamente previsto. 
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Aplicabilidade das normas constitucionais no tempo
Nova constituição e ordem jurídica anterior
 - repristinação: instituída uma nova ordem, as normas revogadas pela Constituição anterior voltariam a produzir efeitos, se compatíveis com a nova Constituição. Não se admite, salvo disposição em contrário.
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Normas Constitucionais
Classificação quanto à eficácia e aplicabilidade
De eficácia plena e aplicabilidade imediata: produz todos seus efeitos sem precisar de um complemento/regulamentação.
 Ex: art. 2º, 14, § 2º, da CF.
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Normas Constitucionais
. Classificação quanto à eficácia e aplicabilidade
- De eficácia contida (redutível ou restringível) e aplicabilidade imediata: produz todos seus efeitos, mas lei infraconstitucional pode reduzir sua abrangência. 
 EX: art. 5º, XIII, da CF.
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Normas Constitucionais
Classificação quanto à eficácia e aplicabilidade
 - De eficácia limitada e aplicabilidade mediata: não produz todos seus efeitos, precisando de lei integrativa infraconstitucional.
 . De princípio institutivo – contém esquemas gerais de estruturação de instituições, órgãos ou entidades. Ex: art. 18, § 2º, CF.
. De princípio programático – fixam programas a serem implementados pelo Estado. Ex: 196, CF.
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Hermenêutica Constitucional
Métodos de interpretação constitucional
Método jurídico ou hermenêutico clássico: adotam-se os métodos tradicionais interpretativos (gramatical, lógico, histórico, sistemático).
Método tópico-problemático: o intérprete parte do problema para chegar a norma.
 
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Hermenêutica Constitucional
Métodos de interpretação constitucional
método hermenêutico-concretizador: o intérprete sai da Constituição para chegar ao problema, a partir de uma pré-compreensão da norma, fazendo um círculo hermenêutico entre fato e norma.
Método normativo estruturante: a norma jurídica é bem mais que o texto normativo. Este é apenas a “ponta de um iceberg” .
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Hermenêutica Constitucional
Métodos de interpretação constitucional
- método comparativo: deve comparar as Constituições de ordenamentos jurídicos distintos.
- Método científico-espiritual: para além da literalidade da norma, o intérprete deve buscar os valores da Constituição. 
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Hermenêutica Constitucional
Princípios da interpretação constitucional
P. da unidade da constituição: a interpretação constitucional deve ser realizada de modo a evitar contradições entre suas normas.
P. da concordância prática ou harmonização: os bens jurídicos em conflito deverão ser coordenados, evitando assim, sacrifício total de um em relação ao outro.
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Hermenêutica Constitucional
Princípios da interpretação constitucional
 
P. do efeito integrador: havendo conflito de normas, deve-se prestigiar aquela que favoreça a integração política e social.
P. da justeza ou conformidade funcional: o intérprete não pode mudar as competências (esquema organizatório-funcional) definidas na Constituição.
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Hermenêutica Constitucional
Princípios da interpretação constitucional
P. da eficiência ou máxima efetividade: o intérprete deve buscar em cada norma a maior eficácia possível (abrangência e alcance).
P. da força normativa da Constituição: o intérprete deve atribuir à norma o sentido que lhe garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência.
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Hermenêutica Constitucional
Princípios da interpretação constitucional
- P. da Proporcionalidade/Razoabilidade: havendo conflito, deve-se prestigiar a norma mais importante para o caso concreto. As normas e atos do Poder Público que não são razoáveis, são inconstitucionais.
- P. da presunção de constitucionalidade: em regra, as leis e atos normativos presumem-se constitucionais. 
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Hermenêutica Constitucional
Princípios da interpretação constitucional
- P. da interpretação conforme à Constituição: diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas, deve-se privilegiar a interpretação que mais se aproxime dos ditames da Constituição.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	TERMINOLOGIA DOS DIREITOS:
.	Direitos do homem: utilizada para designar, de maneira mais abstrata e com contornos mais amplos e imprecisos, aqueles direitos naturais ainda não positivados; 
Direitos humanos: representa aqueles direitos já positivados na esfera internacional;
Direitos fundamentais: engloba aqueles direitos cujo reconhecimento e proteção estão assegurados em sede constitucional. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	EVOLUÇÃO HISTÓRICA: 
“geração” x “dimensão”;
Ideia de sucessão cronológica x complementariedade;
Caducidade dos direitos das gerações antecedentes x permanência da eficácia dos direitos;
Substituição x interpretação mútua/concordância prática.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
.	1ª Dimensão (liberdade): direitos civis e políticos (individuais);
 
2ª Dimensão (igualdade material): direitos sociais, econômicos e culturais (coletivos);
3ª Dimensão (solidariedade/fraternidade): direito ao desenvolvimento, à autodeterminação dos povos, ao meio ambiente saudável e equilibrado, a utilização do patrimônio comum da humanidade (transindividuais);
4ª Dimensão (pluralidade): democracia, informação e pluralismo/ “direito à diferença” (direitos de minoria); engenharia genética; 
5ª Dimensão: paz. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Relação entre DPH e DF: 
	Art. 1º, III, CF (fundamento da República Federativa do Brasil). Art. 170, CF (existência digna).
	P/ a doutrina, DPH é valor supremo da Constituição. DPH não é só direito; é atributo de todo ser humano, independente de qualquer condição. 
	Não é o ordenamento jurídico que confere dignidade às pessoas. Logo, DPH não é apenas direito fundamental. 
	Na lição de Humberto Ávila, DPH é postulado normativo. Pois, como valor supremo, deve-se interpretar a CF visando a DPH, o que a torna baliza estrutural das demais normas.
	
	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Relação entre DPH e DF: 
	a) Decorre da norma DPH, o dever do Estado de proteção, respeito e promoção do ser humano; 
	b) Os direitos fundamentais são direitos criados para proteger, respeitar e promover a DPH, a partir dos valores da liberdade e igualdade; 
	c) A DPH é núcleo comum dos direitos fundamentais, o que tem o condão de lhes atribuir caráter sistemático.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	CF/88, Título II: direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º), direitos sociais (arts. 6º/11), direitos de nacionalidade (arts. 12-13, direitos políticos (arts. 14/16), partidos políticos (art. 17).
	
Art. 60, § 4º, IV – cláusula pétrea: trata-se de direitos e garantias individuais, e não de direitos e garantias fundamentais. 
	obs: p/ o STF, assim como os direitos e garantias fundamentais não se restringem ao Título II, os direitos e garantias individuais não se restringem ao art. 5º. Ambos se encontram espalhados por todo o texto constitucional ou, ainda, em tratados e convenções internacionais.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Tratados Internacionais:
entendimento do STF.
	a) art. 5º, § 3º: direitos humanos (caráter material) + 3/5, 2T, 2C = EC;
	b) se tratar de direitos humanos e for aprovado com quórum de LO (art. 47) = status supra-legal (Pacto San José da Costa Rica);
	c) recepcionado como Lei Ordinária.
 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Art. 5º, § 1º, CF/88: aplicação imediata – princípio da máxima efetividade – invocado no âmbito dos direitos fundamentais, impõe lhe seja dado sentido que confira a maior efetividade possível com vistas a realização concreta de sua função social.
.	Eficácia – aptidão da norma p/ produzir os efeitos que lhe são próprios.
	Efetividade – produção concreta dos fins p/ os quais a norma foi criada.
.	Eficácia positiva: aplicável ao caso concreto diretamente.
	Eficácia negativa: aptidão da norma p/ invalidar outras normas que lhe são contrárias
	obs: toda norma tem pelo menos eficácia negativa.
.	Validade: uma norma só será válida se produzida de acordo com seu fundamento de validade. O fundamento de validade da lei é a Constituição.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Classificação dos direitos fundamentais (Jellinek)
	a) de defesa (direitos civis): exige dever de abstenção do Estado, logo, é um direito de caráter negativo. Direito da pessoa contra o Estado – liberdade e propriedade;
	b) a prestação (direitos sociais): exige do Estado prestações materiais ou jurídicas, logo, é um direito de caráter positivo;
	c) de participação (direitos políticos): permitem a participação do indivíduo na vida política do Estado. Exigem dever de agir e abstenção do Estado ao mesmo tempo. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Características dos direitos fundamentais
	* Universalidade: ligação com o valor da DPH. Significa que existe um núcleo essencial desses direitos que precisa ser protegido nos diversos países, a despeito da peculiaridade local cultural;
	*Inalienabilidade: inegociáveis, indisponíveis, intransferíveis, visto que não têm caráter patrimonial;
	*Imprescritibilidade: por mais que a pessoa não exerça o direito, jamais prescreverá;
	*Historicidade: surgem em determinados momentos históricos e vão se modificando. Afastam, portanto, a idéia de que são direitos naturais, uma vez que, p/ os jusnaturalistas, estes são eternos, universais e imutáveis;
		
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Características dos direitos fundamentais
	* Irrenunciabilidade: ninguém pode abrir mão de forma definitiva desses direitos, nem renunciar ao seu núcleo essencial. O não exercício pode ocorrer.
	*Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente;
	*Relatividade/limitabilidade: não são absolutos, pois todos encontram limites em outros direitos fundamentais.
 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Dupla dimensão dos direitos fundamentais: 
	norma – dimensão objetiva – orientam a criação de outras normas.
	direitos – dimensão subjetiva: são direitos titularizados pelos indivíduos.
.	Eficácia vertical dos Direitos Fundamentais: protege o indivíduo em face do Estado. 	 Estado
			 x
			 indivíduo
.	Eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais: aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre particulares. Particular - Particular	 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Destinatários dos direitos consagrados no art. 5º da CF:
	Interpretação literal = brasileiros natos ou naturalizados / 				 estrangeiros residentes no Brasil
	Obs: José Afonso da Silva diz que estrangeiros não residentes no Brasil não podem invocar esses direitos, tendo que invocar um Tratado Internacional de direitos humanos (interpretação literal); 
	Já p/ o STF, com base na DPH, podemos fazer interpretação extensiva do art. 5º também englobando os estrangeiros não residentes no Brasil, mas que estão em solo brasileiro. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	Direitos Fundamentais na Constituição: aspectos introdutórios
.	Destinatários dos direitos consagrados no art. 5º da CF:
	Pessoa jurídica pode invocar tais direitos;
	Pessoa jurídica de direito público (ex: Estados, Municípios) também pode invocar, v.g, contraditório, devido processo legal. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
. 	Direitos são bens e vantagens prescritos na norma constitucional. Garantias são os instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos direitos (preventivamente) ou prontamente os repara, caso violados.
#	Direito à vida (art. 5º, caput) + DPH (art. 1º, III)
	dupla acepção: 1ª) permanecer vivo; 2ª) existência digna (art. 170)
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	Irrenunciabilidade: o direito à vida é irrenunciável – protege o direito à vida contra o seu próprio titular.
	Ex: eutanásia, transfusão de sangue (testemunhas de Jeová)
	Inviolabilidade: protege este direito contra sua violação por parte de terceiros.
	Obs: não há direito absoluto.
	EX: aborto necessário (p/ preservar a vida da gestante)
		 direito à vida da mãe x direito à vida do feto;
		 aborto em caso de estupro (direito à vida x autonomia da 	 	 vontade/privacidade/liberdade sexual);
		 direito à vida x outros direitos (art. 5º, XLVII);
		 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
.	Legalização do aborto
	Argumentos contrários: 
	1º) o direito à vida começa a partir da concepção (fecundação óvulo + espematozóide). Logo, é inviolável a partir deste momento;
	2º) qualquer outra medida que não fosse a criminalização do aborto seria “proteção insuficiente”;
	3º) a legalização aumentaria o número de abortos;
	4ª) a preocupação é com relação à vida do feto.		 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
.	Legalização do aborto
	Argumentos a favor:
	1º) leva-se em consideração o direito fundamental da gestante (autonomia reprodutiva e liberdade de escolha);
	2º) direito à igualdade – mulheres com condição sócio-econômica favorável fazem aborto com segurança x outras mulheres fazem aborto em condições degradantes;
	3º) Teoria do impacto desproporcional: homens x mulheres – Poder Judiciário pode reconhecer a inconstitucionalidade de atos que, apesar de aparentemente legítimos, causem um impacto (ônus) desproporcional a determinados grupos. Assim, feministas norte-americanas afirmam que pelo fato de só as mulheres engravidarem, isso causaria um ônus desproporcional às mulheres se comparadas aos homens. 
		 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
.	Legalização do aborto
	Argumentos a favor:
	4º) direito à privacidade (Suprema Corte Norte-americana; 1º trimestre de gravidez) – a prática ou não do aborto diz respeito à intimidade da gestante. Logo, o Estado não poderia intervir.
	5º) saúde pública (utilizado na França p/ que a legislação não criminalizasse o aborto durante os primeiros dias de gestação) – o aborto não seria questão penal-criminal, e sim, questão de saúde pública. A criminalização não impede a ocorrência. 		 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
.	ADI 3510 (STF) – discute a constitucionalidade da Lei de Biossegurança (células-tronco).
	- O STF não disse a partir de quando a vida é inviolável;
	- O STF afirmou que como os embriões seriam descartados, o melhor seria utilizá-los para fins terapêuticos;
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
.	ADPF 54 – Acrania ou Anencefalia (má formação do cérebro).
	- Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde / advogado Luiz Roberto Barroso / Nestes casos, não é crime de aborto, e sim, antecipação terapêutica.
	- argumentos: 
	1º) atipicidade da conduta = não haveria vida humana em termos jurídicos a ser protegida. O feto morreria no máximo em 24h ou 48h ou já viria ao mundo morto. Paralelo com a Lei nº 9.434/97 – Lei de transfusão de órgãos diz que pode haver transfusão a partir da morte encefálica. Portanto, a vida começaria com o cérebro. 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
.	ADPF 54 – Acrania ou Anencefalia (má formação do cérebro).
	2º) ainda que fosse considerado aborto, a conduta não seria punível. Deve-se fazer interpretação evolutiva do CP (1940). Nova hipótese de excludente de punibilidade. 
	Questão de ordem: 7 x 4 = entenderam que o STF não estaria legislando, e sim, interpretando a Constituição.
	3º) DPH / analogia à tortura / interpretação conforme à constituição
	- carregar 9 meses um feto com a certeza da morte seria violação da DPH.
	Argumentos contrários à ação: direito à vida do feto / DPH 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
#	Princípio da Isonomia (art. 5º, caput) : deve-se analisar se o elemento discriminador está em harmonia com o fim constitucionalmente protegido.
	Critério – justificável, objetivo, razoável e proporcional.
	- Concurso público: p/ o STF, podem ser estabelecidos critérios de admissão em edital, somente se: a) lei anterior trouxer previsão; e b) o critério exigível for em razão da natureza das atribuições do cargo. (Súmula 683, STF) (art. 7º, XXX, CF) 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
Igualdade formal (civil / jurídica / perante a lei): consiste em tratamento isonômico conferido a todos os integrantes/membros de uma mesma categoria essencial.
Critério de justiça p/ Aristóteles: “tratar os iguais de forma igual, e os diferentes de forma diferente, na medida de sua desigualdade”. P/ José Afonso da Silva, tal critério está relacionado com igualdade formal (e não material).
Igualdade material (art. 5º + art. 3º, III + direitos sociais): tem por fim a igualização dos desiguais por meio da concessão de direitos sociais substanciais.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
Ações afirmativas: não são sinônimos de sistema de cotas. Este é apenas um dos tipos de ações afirmativas.
	Ex: bolsa de estudo, cursinhos pré-vestibulares p/ pessoas carentes, cursos profissionalizantes, determinadas isenções etc.
	Obs: podem ser promovidas tanto pelo poder público, quanto pelo particular (Ex: empresas e presos; instituições de ensino particulares e vagas p/ pessoas carentes).
	Finalidade: reduzir as desigualdades existentes, advindas de hipossuficiência econômica, física, de grupos minoritários. A concessão de algumas vantagens funciona como mecanismo de compensação da hipossuficiência.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	. Cotas
	Argumentos contrários:
	- viola o mérito, que, por sua vez, é um critério republicano (art. 208, V);
	- trata-se de uma medida inapropriada e imediatista;
	- tais ações afirmativas geram discriminação reversa: excluem pessoas que não fazem parte do grupo minoritário.
	- Quanto aos negros: fomentariam mais o racismo; favoreceria negros de classe média alta; critério subjetivo. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	. Cotas
	Argumentos favoráveis:
	- justiça compensatória: trata-se de um argumento baseado na retificação de injustiças ou falhas cometidas no passado, seja pelo governo ou por particulares;
	- justiça distributiva: consiste na promoção de oportunidades p/ aqueles que não conseguem se fazer representar de forma igualitária.
	Ex: Dworkin – 2% de médicos negros nos EUA.
	- promover a diversidade: estas ações são constitucionais na medida em que podem contribuir p/ o surgimento de uma sociedade mais diversificada, aberta, tolerante, miscigenada e multicultural. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	
	Igualdade – na lei: significa que o princípio tem como destinatários os aplicadores (P. Executivo e P. Judiciário) e os elaboradores (P. Legislativo); perante a lei: p/ aqueles que aplicam a lei (P. Executivo e P. Judiciário)
	Obs: não faz sentido no Brasil, porque a Constituição diz expressamente “perante a lei”. É claro que o P. Legislativo está vinculado. 
	- os particulares também tem o dever de respeitar o princípio da isonomia, porém com reservas em virtude da autonomia da vontade. Não é aplicado o princípio da isonomia com a mesma intensidade em relação aos particulares.
	Ex: art. 5º, I – homens e mulheres – a Lei infraconstitucional pode estabelecer distinções desde que seja p/ atenuar desníveis. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	
	# Liberdade de Manifestação de Pensamento (art. 5º, IV e V)
	IV – finalidade: evitar manifestações abusivas do pensamento (veda o anonimato).
	V – trata do direito de resposta; indenização (moral, material, imagem).
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	
	Disque-denúncia e bilhete/carta apócrifos podem servir como prova?
	Não servem como prova processual, mas são aptos a levar informação ao conhecimento da autoridade.
	P/ o STF, a investigação pela autoridade competente é autônoma em relação à denúncia. O que será utilizado como prova são os elementos oriundos da investigação, e não a denúncia. Isto não ofende a teoria dos frutos envenenados.
	STF – regra: bilhete/carta apócrifos não são admitidos como prova. Exceção: são admitidos quando produzidos pelo próprio acusado; quando constituírem o próprio corpo de delito. EX: carta ofendendo a honra alheia; bilhete pedindo recompensa no sequestro.
	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	
	# Liberdade de Consciência, Crença e Culto (art. 5º, VI).
	- liberdade de consciência: filosófica, política, religiosa (crença e não-crença). A liberdade de crença envolve a liberdade de culto, que não se restringe, por exemplo, ao templo de uma igreja. Vale p/ onde quer que se manifeste, seja na praça ou na rua.
	- Estado laico: o Estado brasileiro não é contra religião (art. 19, I). A separação entre Estado e Igreja pressupõe neutralidade daquele entre as várias concepções religiosas	
	- República = “governo da razão”. Só são legitimados na esfera pública os argumentos que possam ser racionalmente justificados (Habermas). Portanto, tem que ser realizada uma tradução institucional. 	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	
	CNJ – foram feitos quatro pedidos de providência no que tange aos crucifixos em Tribunais.
	Relator votou pela retirada; os demais votaram pela manutenção com a justificativa de que seriam símbolos da cultura brasileira, e não religiosos.
	Obs: na Alemanha, o Tribunal entendeu o contrário.
	Art. 5º, VIII = “imperativo de consciência” ou “escusa de consciência”
	Ex: serviço militar
	Prestação alternativa: não tem cunho sancionatório. Serve p/ assegurar liberdade de consciência.
	Obs: se não cumprir a obrigação legal, nem a prestação alternativa = sanção do art. 15, IV, CF (suspensão ou perda dos direitos políticos)
	
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	# Privacidade e Liberdade
	- Gravação clandestina: consiste na gravação ambiental, pessoal ou telefônica
feita por um dos interlocutores sem o conhecimento dos demais. 
	P/ o STF, em princípio viola o art. 5º, X, da CF (privacidade); salvo se houver justa causa p/ sua utilização.
	Ex: gravação feita pelo réu utilizada p/ sua defesa em processo penal (liberdade + ampla defesa); gravação feita em legítima defesa (excludente de antijuricidade) contra chantagista, seqüestrador, estelionatário; gravação feita contra agentes públicos no exercício funcional (moralidade administrativa + publicidade); gravação p/ documentar uma conversa visando o exercício futuro do direito de defesa.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	# Privacidade e Liberdade
	- Quebra de sigilo: bancário, fiscal, informático, telefônico.
	Sigilo bancário – quem pode determinar a quebra?
	Poder Judiciário, CPI (art. 58, §3º), autoridade fazendária (ADI), MP em regra não diretamente (obs: STF admitiu a requisição direta do MP em caso no qual havia dinheiro público envolvido – MS 21729/DF), TCU não pode. 
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	- Interceptação das comunicações (art. 5º, XII): consiste na interrupção de uma comunicação por parte de terceiros sem o conhecimento de um ou de ambos os interlocutores. Protege-se principalmente a liberdade de comunicação entre as pessoas.
	- A liberdade de comunicação protegida no art. 5º, XII, não depende do conteúdo transmitido. 
	- A correspondência pode ser violada quando outros valores justificarem esta violação (segurança pública, integridade das pessoas). P/ STF, o sigilo epistolar não pode servir como escudo protetivo p/ salvaguardar práticas ilícitas.
	- O que a CF protege no art. 5º, XII, não são os dados em si, mas apenas sua comunicação.
	- a interceptação telefônica só pode ser determinada pelo juiz (Lei nº 9296/96).
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	- Inviolabilidade do domicílio (art. 5º, XI)
	. “casa” abrange escritórios, consultórios, estabelecimentos comerciais e industriais, quarto de hotel.
	. “dia” – critérios: cronológico (das seis horas às dezoito horas); físico-astronômico (período entre a aurora e o crepúsculo).
	Obs: p/ o STF, autoridade tributária não pode utilizar da força p/ invadir o estabelecimento sem autorização judicial.
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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
	# Direito de propriedade
	
	- O regime jurídico do direito de propriedade é de direito público, haja vista sua previsão constitucional.
	- Art. 5º, XXII e XXIII = função social. Propriedade urbana (182, § 2º). Propriedade rural (186).
	- Limites: desapropriação (art. 5º, XXIV), requisição (civil – art. 5º, XXV, militar- 139, VII), confisco (243), usucapião (183 e 191). 
	- desapropriação-sanção: imóvel urbano (182, § 4º, III); imóvel rural (184).

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