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Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 120 UNIDADE 4 -TRABALHO E ENERGIA 4.1- INTRODUÇÃO A unidade anterior abordou os conceitos de força e massa, os quais fundamentam as leis de Newton que descrevem os movimentos de nosso cotidiano. O conceito de energia se apresenta em um grande número de formas diferentes, e há uma equação para o cálculo de cada uma delas. Cada uma das formas em que a energia se manifesta está associada a um fenômeno físico que lhe dá nome: Energia gravitacional, energia cinética (associada ao movimento), energia elástica, energia térmica, energia radiante, energia química e a energia nuclear. Em todas as transformações que sofre, a energia sempre se conserva, e há uma equivalência entre trabalho e energia, isto é, o trabalho pode ser convertido em energia e a energia pode ser convertida em trabalho. Interessa-nos, em especial, esta relação entre trabalho e energia, porque os corpos, ou sistemas, que possuem energia são capazes de produzir trabalho, e os seres humanos têm buscado, ao longo de séculos, inventar máquinas que multipliquem a sua força e a capacidade de realizar trabalho. Máquinas que transformam uma forma de energia em outra, convertem energia em trabalho e que estão presentes em nossas casas, nos edifícios, nas indústrias, nas usinas de geração de energia elétrica, nos meios de transporte, etc. Assim, os conceitos físicos de trabalho, potência e energia estão intimamente relacionados, fazem parte do nosso cotidiano e, por isso, iremos começar o nosso estudo introduzindo o conceito da grandeza física trabalho. 4.2- TRABALHO REALIZADO POR UMA FORÇA. Na linguagem cotidiana, palavras como trabalho e energia são usadas num sentido muito amplo e, muitas vezes, distinto do seu uso em Física. Em Física, o significado da palavra trabalho é mais restrito e bem preciso: “dizemos que uma força realiza trabalho sobre um corpo quando é responsável pelo deslocamento do mesmo ao longo de uma certa distância”. O conceito de trabalho foi introduzido pelo General Jean Victor Poncelet (matemático francês), em 1826, associado ao produto da força que atua em um corpo pelo deslocamento por ela produzido sobre o mesmo. A seguir, abordaremos o trabalho realizado por uma força em duas situações distintas: trabalho realizado por uma força constante e trabalho realizado por uma força variável. 4.2.1- TRABALHO REALIZADO POR UMA FORÇA CONSTANTE. Consideremos o bloco representado na figura 4.1 sendo arrastado por uma distância x sobre uma superfície plana horizontal devido a ação da força constante F → . Seja θ o ângulo formado entre a força e o deslocamento r →∆ . Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 121 F → F → θ θ r →∆ Figura 4.1 – Bloco apoiado sobre uma superfície horizontal submetido a ação de uma força F → . Neste caso, definimos o trabalho realizado por uma força constante como sendo igual ao produto escalar da força F → pelo deslocamento, r →∆ conforme a equação 4.1. W F →= . r→∆ (4.1) A equação 4.1 pode ser reescrita a partir das componentes da força e do deslocamento na direção do movimento, ou seja, na direção x, conforme a equação 4.2. cosxW F x θ= ∆ (4.2) onde xF é o módulo da força F → na direção do deslocamento, ao longo da direção x; x∆ é o módulo do deslocamento r→∆ ao longo da direção x; θ é o ângulo formado entre F→ e r→∆ . As unidades de trabalho estão representadas na tabela 3.1. Sietema Força Deslocamento Trabalho S.I. N M N.m = J [Joule] C.G.S. dyn Cm dyn.com = erg Caloria (cal) Tabela 3.1- Fonte: David Halliday, Robert Resnick e Jearl Walker (Vol. 1-1996) As unidades de trabalho têm as seguintes equivalências: 71. 10J erg= , 1. 9,239J cal= e 1 4,19cal J= . Algumas considerações importantes em relação ao trabalho realizado por uma força. ¾ O trabalho é uma grandeza escalar, pois é resultado do produto entre duas componentes escalares dos vetores força e deslocamento. ¾ O trabalho será nulo se não houver deslocamento, 0x∆ = . ¾ O trabalho depende do ângulo entre a força e o deslocamento, e dessa forma, teremos três situações: Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 122 I. Se 0 00 90θ< < o trabalho será positivo, 0W > , e a força aplicada ao corpo fará com que a velocidade do mesmo aumente. II. Se 090θ = o trabalho será nulo, 0W = . III. Se 090º < < 180θ o trabalho será negativo, 0W < , e a força aplicada ao corpo fará com que a velocidade do mesmo diminua. ¾ Podemos representar em um gráfico a intensidade da força constante na direção do movimento em função do valor do deslocamento do corpo, ou seja, ( XF x x∆ ), e a área sob o reta é numericamente igual ao trabalho realizado ( N A W= ). ( )F N F N A W= x∆ EXEMPLO 4.1- Determine o trabalho realizado pela força F → para deslocar verticalmente, com velocidade constante, por 2 m, a partir do solo, um bloco com massa 50 kg. F → h EXEMPLO 4.2- Um bloco cuja massa é 100 kg, se movimenta, em M.R.U, sobre um plano inclinado sem atrito, que forma coma horizontal, um ângulo de 040 , conforme mostra a figura abaixo. O movimento do bloco ocorre plano acima devido a ação da força → F sobre o bloco, conforme a figura (a). Dados:( 77,040cos 0 = ; 64,0400 =sen ). d = 15 m → F → F h = 9,6 m h = 9,6 m (a) (b) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 123 a) Qual o valor da força → F que o cabo deve exercer sobre o bloco? b) Qual o trabalho realizado pela força → F sobre o engradado? c) Se levantarmos o bloco verticalmente até a mesma altura h, conforme a figura (b) qual será o trabalho realizado pela força → F sobre o bloco?d) Qual o trabalho realizado pelo peso do bloco para deslocá-lo ao longo do plano e também, para deslocá-lo verticalmente do solo até o topo do plano? 4.2.2- TRABALHO REALIZADO POR UMA FORÇA VARIÁVEL Vamos considerar, agora, o trabalho de uma força cujo módulo é variável, deslocando um corpo ao longo de uma trajetória retilínea. Para definirmos o trabalho realizado por uma força de módulo variável, adotaremos a mesma direção para o deslocamento usado para definir o trabalho realizado por uma força constante. Dessa forma, vamos considerar a trajetória retilínea na direção x. Inicialmente, vamos fazer uma análise unidimensional para obtermos o trabalho realizado por uma força variável. Na figura 4.2(a) o gráfico de uma força variável F(x) em função do deslocamento do corpo sobre o qual é exercida. Nesta figura, a força desloca o corpo desde a posição inicial ix até uma posição final fx . Para calcularmos o trabalho realizado pela força variável F(x), vamos dividir o deslocamento total da partícula em vários intervalos com largura x∆ , conforme mostra a figura 4.2(b). Na figura 4.2(b), a largura dos intervalos permite considerarmos a força praticamente constante durante o mesmo. Assim, podemos chamar de ( )F x o valor médio da força F(x) no intervalo x∆ . Temos, então, a partir dessas definições, uma pequena quantidade de trabalho realizado pela força durante qualquer intervalo x∆ . A pequena quantidade de trabalho pode ser obtida pela equação 4.3. ( ).W F x x∆ = ∆ (4.3) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 124 ( )F x ( )F x W∆ ( )F x 0 ix fx x 0 ix x∆ fx x 4.2(a) 4.2(b) A pequena quantidade de trabalho W∆ é igual, em módulo, à área da partição (retângulo), a qual tem altura ( )F x e largura x∆ . Assim, temos que a área desse retângulo é dada por ( ).W F x x∆ = ∆ conforme a equação (4.3). O trabalho total realizado ela força F(x) é obtido pela soma de todas as pequenas quantidades de trabalho W∆ , que podemos representar pela equação 4.4. ( ).W W F x x= ∆ = ∆∑ ∑ (4.4) À medida que vamos diminuindo a largura do retângulo, x∆ , estamos obtendo uma melhor aproximação para o valor do trabalho realizado pela força F(x), conforme mostra a figura 4.2(c). Com a redução da largura do retângulo, fazendo-o tender a zero, lim[ 0]x∆ → , podemos reescrever a equação 4.4 conforme a equação 4.5. 0 lim ( ). x W F x x∆ →= ∆∑ (4.5) A equação 4.5 pode ser escrita na forma integral da função F(x) com limites inferior, ix , e superior, fx , os quais compreendem o deslocamento total do corpo submetido à ação da força F(x), conforme a equação 4.6. O resultado da integração é o trabalho total realizado pela força variável, o qual é equivalente a área sob a curva, conforme mostra a figura 4.2(d). ( ) f i x x W F x dx= ∫ (4.6) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 125 ( )F x ( )F x W 0 ix fx x 0 ix fx x x∆ 4.2(c) 4.2(d) Obtida a expressão para o cálculo do trabalho realizado por uma força variável em uma dimensão, podemos, da mesma forma, obter o trabalho realizado para as demais direções. Para isso, vamos considerar que o corpo está submetido, agora, à ação de uma força tridimensional, isto é, X Y ZF F i F j F k → → → →= + + . Como sabemos, para que haja trabalho tridimensional realizado pelas componentes da força F → , o corpo deverá sofrer deslocamentos devidos a cada uma das componentes da força, ou seja, d r dx i dy j dz k → → → →= + + , é claro, com exceção dos ângulos de 90º e 270º, entre a força e deslocamento, onde o co-seno é nulo. O trabalho diferencial, realizado por cada uma das componentes, ao deslocar o corpo por deslocamentos infinitesimais, pode ser obtido pela equação 4.7, ou representado tridimensionalmente pela equação 4.8. dW F →= .d r→ (4.7) x y zdW F dx F dy F dz= + + (4.8) O trabalho total, W , realizado pela força F → durante o deslocamento do corpo que parte de uma posição inicial ir , com coordenadas ( , ,i i ix y z ), para uma posição final fr , cujas coordenadas são( , ,f f fx y z ), obtido pela equação 4.9. ( ) ( ) ( ) f f f i i i x y z x y z W F x dx F y dy F z dz= + +∫ ∫ ∫ (4.9) O trabalho realizado por uma força variável pode ser obtido mediante o cálculo da área sob a curva. Num gráfico ( XF x x∆ ), a área sob a(as) reta(as), conforme mostra a figura 4.3, é numericamente igual ao trabalho realizado ( N A W= ) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 126 . ( )F N W W 0 1x 2x 3x x 0 1x 2x x Figura 4.3- (a) Força variável crescente em função do deslocamento. (b) Forças constante e decrescente em função do deslocamento. EXEMPLO 4.3. Determine o trabalho realizado por uma força [(3 ) (4) ]F x i j N → → →= + , com x em metros, a qual age sobre um corpo enquanto ele se desloca das coordenadas (2 ,3 )m m para as coordenadas (3 ,0 )m m . 4.2.2.1- TRABALHO REALIZADO PORUMA MOLA. O trabalho realizado por uma mola é um exemplo de trabalho realizado por uma força variável. Na expressão definida para obter o trabalho, conforme mostra a equação 4.6, a força F(x) é dada pela lei de Hooke, F k d → →= − . Substituindo a força, dada pela lei de Hooke, na equação 4.6, obtemos a equação 4.10. ( )f i x x W kx dx= −∫ (4.10) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 127 A integral (Equação 4.10) pode ser resolvida, considerando que k é a constante elástica da mola e x, a deformação sofrida pela mesma, o trabalho realizado pela força elástica é dado pela equação 4.11. 2 21 1 2 2i f W kx kx⎡ ⎤ ⎡ ⎤= −⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦ (4.11) EXEMPLO 4.4- Uma força de 6 N é aplicada a um bloco ligado a uma mola (sistema massa- mola), distendendo-a de 15 mm em relação a sua posição de equilíbrio, conforme mostra a figura abaixo. ELF → EXTF → 0 X (posição de equilíbrio) a) Qual o valor da constante elástica da mola? b) Qual o trabalho realizado pela mola sobre o bloco considerando que a mesma foi deslocada desde o equilíbrio até 15 mm? c) Qual o trabalho realizado pela mola sobre o bloco considerando que a mesma foi deslocada desde 15 mm até 18 mm? 4.3- POTÊNCIA. A grandeza potência foi definida em Física a partir da necessidade de relacionarmos o trabalho e tempo gasto na realização do mesmo, isto é, para medir a rapidez com que o trabalho é realizado. Em 1783, James Watt (1736-1819-Engenheiro escocês) introduziu o conceito de potência ao definir a unidade horse-power (hp) para comparar o trabalho realizado por uma máquina a vapor com o trabalho realizado por um cavalo na mesma unidade de tempo. Hoje, em sua homenagem, a unidade de potência, no S.I. é denominada watt (W). A potência média de um sistema (homem ou máquina) pode ser definida como sendo a razão entre o trabalho (W) realizado e o tempo (∆t) gasto na sua realização, ou seja, conforme a equação 4.12. WP t = ∆ (4.12) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 128 onde: W é o trabalho realizado; (Atenção: Não confundir com a unidade de potência) t∆ é o intervalo de tempo em que o trabalho é realizado. As unidades de potência são: 1. 1. 1.J watt W s = = , no S.I. Outras unidades de potência são muito usadas: horsepower (hp): 1. 746.hp W= cavalo-vapor (cv):1. 735,5.cv W= A potência média (Equação 4.12) pode ser reescrita conforme a relação .dW F dxP dt dt = = , e reescrita como .P F v= , a qual representa a potência instantânea dada pela equação 36.. P F →= . v→ (4.13) EXEMPLO 4.5- Na construção de um edifício, um elevador cuja massa é 1000 kg, transporta uma carga máxima de 800 kg. Uma força de atrito de atrito constante de 4000 N (aplicada nas laterais do elevador para garantir a sustentação do mesmo) retarda o movimento para cima, conforme mostra a figura abaixo. Motor v → a) Qual é a potência máxima fornecida pelo motor para o elevador subir com velocidade escalar constante de 3,00 m/s? b) Qual é a potência que o motor tem que fornecer em qualquer instante se ele está projetado para fornecer uma aceleração para cima de 21,00 /m s ? Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 129 4.4- ENERGIA CINÉTICA. Para entendermos o conceito de energia, vamos inicialmente considerar alguns exemplos de nosso cotidiano. Uma bola em movimento atinge os pinos num jogo de boliche, derrubando-os. Uma aeronave pode colidir com uma edificação e derrubá-la também. Uma pedra que se encontra em repouso, no cume de uma elevação pode rolar encosta abaixo e derrubar uma casa, assim como a água que é liberada de uma represa é capaz de mover as pás da turbina de uma usina hidrelétrica. Em todas essas situações houve uma realização de trabalho e, por isso, consideramos que a bola, a aeronave, a pedra e a água no alto da represa possuíam energia. Podemos dizer, então, que um corpo possuí energia quando tem capacidade de realizar trabalho. A bola do jogo de boliche e a aeronave em pleno vôo podem realizar trabalho devido ao seu movimento, por isso dizemos que eles possuem energia cinética. Por outro lado, a pedra no cume da elevação e a água no alto da represa têm uma capacidade latente de realizar trabalho em função da posição que ocupam. Esses corpos têm uma energia potencialmente disponível e, por isso, a denominamos de energia potencial, a qual será abordada posteriormente. O movimento de um corpo ou partícula está relacionado quantitativamente ao trabalho de uma força ou resultante das forças que agem sobre esse corpo ou partícula. A quantidade de trabalho realizado sobre o corpo é igual à energia transferida ao corpo, e denomina-se energia cinética. É uma grandeza escalar e sempre será positiva, pois depende do quadrado da velocidade, dada pela equação 4.14. 21 2C E mv= (4.14) onde: m é a massa do corpo; v é o módulo da velocidade. A unidade de energia cinética, no S.I. é igual a unidade de trabalho, ou seja, o Joule, conforme mostra a relação a seguir: 2 2 2 2 . . m m mkg kg kg m N m J s s s ⎛ ⎞ = = = =⎜ ⎟⎝ ⎠ Se uma força ou a resultante de forças realizar trabalho sobre um corpo fazendo-o variar sua velocidade, logo a energia cinética desse corpo também varia desde um valor inicial até outro valor final. Essa variação de energia cinética é numericamente igual ao valor do trabalho realizado sobre o corpo, ou seja, CW E= ∆ , a qual é conhecida como o teorema do trabalho- energia cinética, o qual é dado pela equação 4.15. CF CIW E E= − (4.15) ou 2 21 1 2 2F I W mv mv= − (4.16) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 130 A seguir, demonstraremos esse teorema, considerando unidimensional o deslocamento do corpo. Inicialmente, resgatamos as equações de Torricelli (Equação.4.17) e segunda lei de Newton (Equação 4.18). 2 2 2. .F Iv v a d= + (4.17)Fa m = (4.18) Substituindo a equação 4.17 na 4.18 temos: ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2 2 2 2 . 2 . 2 2 F I F I F I Fv v d m m v v F d mv mv F d ⎛ ⎞− = ⎜ ⎟⎝ ⎠ − = − = Como F.d = trabalho realizado pela força F, chagamos a forma final do teorema trabalho-energia cinética, conforme mostra a equação 4.19. ( ) ( )2 2 2 2 F Imv mvW = − (4.19) EXEMPLO 4.6- Um carro com massa m = 1000 kg, passa por um ponto A de uma estrada plana horizontal, com velocidade de 82,8. /km h . a) Se a velocidade do carro, ao passar por um outro ponto B da estrada for 93,6 /km h , qual foi o trabalho total realizado sobre o carro? b) Se a força resultante atuasse sobre o carro, em sentido contrário ao movimento, realizando um trabalho negativo de 73500J− , qual seria a energia cinética do carro ao chegar em B? Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 131 4.5-ENERGIA POTENCIAL Na seção anterior, vimos que a energia cinética, CE , de um corpo está associada a seu movimento. Agora, veremos que a energia potencial do corpo está associada à sua configuração ou posição, em relação a um referencial. A energia potencial, PU , pode ser: - Energia Potencial Gravitacional, PGU . - Energia Potencial Elástica, PEU . Se uma única força atue sobre o sistema, alterando suas posições relativas, ocorrerá uma variação da energia potencial do mesmo. Podemos considerar que a variação da energia potencial do sistema é numericamente igual ao trabalho realizado pela força, porém com o sinal negativo. Podemos, então representar essa variação de energia potencial de acordo com a equação 4.20. PU W∆ = − (4.20) Conforme a relação estabelecida pela equação 4.20, podemos representar as variações nas duas formas de energias potencial gravitacional e potencial elástica. 4.5.1-ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL A energia potencial gravitacional está associada ao estado de separação entre dois corpos os se atraem devido à ação da força gravitacional. Nessa forma de energia, a força que realiza trabalho sobre o corpo é a sua força peso, que desloca-o desde uma posição inicial, Iy até uma posição final, Fy , conforme mostra a equação 4.21. PF PI F IU U mgy mgy− = − (4.21) Adotando 0Iy = , tem-se que 0IE = nesse ponto. Assim, a energia potencial gravitacional de um corpo a uma determinada altura (coordenada vertical) é dada pela equação 4.22. PGU mgy= (4.22) onde: m é a massa do corpo; g é a aceleração da gravidade local; y é a posição ocupada pelo corpo em relação a um nível de referência. Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 132 EXEMPLO 4.7- Um menino, situado no alto de uma casa cuja altura é 8,0m, deixa cair um tijolo cuja massa é 1,5 kg. Determine: A P → h A B h B a) A energia potencial gravitacional do tijolo no alto da casa. b) A energia potencial gravitacional do tijolo ao passar por um ponto B, situado a uma altura 2By m= acima do solo. c) O trabalho realizado pelo peso do corpo no deslocamento de A para B? 4.5.2-ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA A energia potencial elástica de um corpo está associada à deformação sofrida por esse corpo. Essa deformação consiste num deslocamento, a partir da posição de equilíbrio (deformação nula), que pode ser uma compressão ou alongamento (ou distensão). A força associada a deformação sofrida pela mola(ou corpo com propriedade elástica) é dada pela lei de Hooke, F kX= − , onde k é a constante elástica da mola e X, a deformação sofrida pela mesma. Resgatando o conceito de trabalho, o qual é definido pela equação W F →= . d→ , podemos representar a relação entre o trabalho realizado pela força elástica e a variação de energia potencial elástica através da equação 4.23, e representado pela figura 4.4. 2 21 1 2 2F I W kX kX⎛ ⎞ ⎛ ⎞= − − −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ (4.23) Prof.: Altamiro Quevedo Schervenski 133 Considerando que PU W∆ = − , a variação de energia potencial elástica para a mola é dada pela equação 4.24. 2 21 1 2 2PE F I U kX kX⎛ ⎞ ⎛ ⎞∆ = − − −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ (4.24) ou 2 21 1 2 2PE I F U kX kX⎛ ⎞ ⎛ ⎞∆ = −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ (4.25) F 0 X A X x B 0 B A Figura 4.4- Sistema massa-mola. Se a deformação inicial da mola for nula, 0IX = , a energia potencial elástica nessa posição também é nula, 0PEU = , e a equação 4.25 define a energia potencial elástica da mola dada pela equação 4.26. 21 2PE U kX= (4.26) EXEMPLO 4.8- Suponha que, para provocar uma deformação de 30 cm em uma mola, fosse necessário exercer sobre ela uma força de módulo F = 15N. a) Qual a constante elástica da mola. b) Determine, com base na figura acima, em que 20.AX cm= e 10.BX cm= , os valores da energia potencial elástica para as deformações em A e B. c) Qual o trabalho que a mola realizou ao empurrar o corpo de A para B?
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