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Mariana B. Grimm e Luísa Conte 10 EPIDEMIOLOGIA: Aula II: Conceito e medidas de frequência de doença. - Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde". - As aplicações da epidemiologia: * Descrever o aspecto clínico das doenças e sua história natural; * Identificar fatores de risco de uma doença e grupos de indivíduos que apresentam maior possibilidade de serem atingidos por determinado agravo; * Prever tendências; * Avaliar o quanto os serviços de saúde respondem aos problemas e necessidades das populações; * Testar a eficácia e o impacto das estratégias de intervenção, assim como a qualidade, acesso e disponibilidade dos serviços de saúde para controlar, prevenir e tratar os agravos na comunidade. - Objetivos da Epidemiologia: * Identificar o agente ou fatores relacionados à causa dos agravos; * Entender a causa dos agravos à saúde; * Definir os modos de transmissão; * Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças; * Estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde; * Estabelecer medidas preventivas; * Auxiliar o planejamento e desenvolvimento de serviços de saúde; * Prover dados para a administração e avaliação de serviços de saúde. - Aplicações da epidemiologia: * Analise da situação da saúde; * Identificação de perfis e fatores de risco; * Avaliação epidemiológica de serviços; * Vigilância em saúde pública. - Medidas de Frequência: INCIDÊNCIA: Frequência de casos novos de uma doença ou problema de saúde, ao longo de um determinado período de tempo; O indivíduo dever ser observado, no mínimo, por duas vezes; Incidência é medida dinâmica, e a ocorrência do primeiro episódio da doença. Exemplo: doenças infecciosas, doenças crônicas incuráveis. Tx de incidência em um determinado tempo= PREVALÊNCIA: É a frequência de casos existentes de uma doença, em uma população, em um determinado momento. Tx de prevalência = OBS: - A incidência alimenta a prevalência; - Incidência quanto mais elevada e/ou a duração de uma doença, maior tende ser a sua prevalência; - Elevadas taxas de incidência não necessariamente são altas proporções de prevalência. Ex doenças infecciosa duração da doença é curta - cura ou óbito; - Fatores que aumentam a prevalência: melhoria do tratamento e aumento da incidência. - Fatores que diminuem a prevalência: redução do número de casos novos e redução no tempo de duração dos casos. AULA III: - Tríade epidemiológica: * Agente; * Hospedeiro; * Ambiente. O desequilíbrio de algum deles podem resultar em doença processo epidêmico. Ao estudo das relações entre o agente etiológico e os demais componentes do ecossistema denomina-se história natural da doença. CARACTERISTICAS DO AGENTE ETIOLÓGICO: - Infectividade: É a capacidade que tem o agente etiológico de penetrar e multiplicar-se em determinado organismo, ou seja, de causar infecção, independentemente da ocorrência ou não de agravos à saúde. - Patogenicidade: É a capacidade do agente de produzir lesões específicas no organismo do hospedeiro. A patogenicidade é identificada pela frequência da manifestação clínica da doença na população. - Virulência: É o grau de severidade da reação patológica que o agente etiológico provoca no hospedeiro. A virulência independe da infectividade e pode variar tanto de um hospedeiro para outro como entre estirpes de um mesmo agente. - Imunogenicidade: É a capacidade do agente de induzir uma resposta imune específica por parte do hospedeiro. Essa resposta imune resulta na formação de anticorpos circulantes, anticorpos locais e imunidade celular. Determinados agentes são capazes de induzir no hospedeiro uma resposta imunitária intensa e duradoura, enquanto outros determinam uma imunidade de curta duração. - Variabilidade: É a capacidade que tem o agente etiológico de adaptar-se às condições do hospedeiro e do ambiente. A variação antigênica é um exemplo do mecanismo seletivo de adaptação do agente a uma situação adversa, alterando suas características antigênicas para evitar os mecanismos de defesa do hospedeiro. CARACTERISTICAS DO HOSPEDEIRO: - Próprias: Idade; Raça; Sexo; Espécie; Susceptibilidade individual. - Variáveis: Estado fisiológico: gestação, lactação, subalimentação, estresse, pode modificar a susceptibilidade do hospedeiro ao agente etiológico. CARACTERISTICAS DO AMBIENTE: - Físicas: Clima; Hidrografia; Topografia; Solo. - Biológicas: Fauna; Flora. - Socioeconômicas: • Estrutura de produção; • Comercialização de animais; • Consciência da comunidade; • Vias de comunicação; • Manejo; • Higiene ambiental; • Hábitos alimentares, crenças religiosas, natureza do trabalho exercido pelas pessoas etc... - Endemicidade: A incidência característica ou a intensidade de caráter endêmico de determinada doença, em determinado lugar e intervalo cronológico. Expressa através do coeficiente médio anual de incidência. - Curva epidêmica: Componentes da curva: Incremento Inicial: Eventos que passam de processo endêmico preexistente para uma situação epidêmica; Egressão: Quando os coeficientes de incidência ultrapassam o limite endêmico estabelecido, permanecendo acima deste; Progressão: Evento inesperado e fora de controle (presente em todas as ocorrências epidêmicas); Incidência Máxima: É a exaustão da força progressiva (diminuição do número de suscetíveis, processos naturais ou intencionais de controle). Regressão: o processo de massa tende a retornar aos valores iniciais, estabilizar-se em patamar endêmico, abaixo ou acima do inicial; Decréscimo da Incidência: restrito aos processos que foi possível estabelecer o limiar epidêmico com marco referencial; AULA IV: - História natural da doença: conjunto de processos interativos que cria o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. * Se divide: Período pré-patogênico: Envolve as inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, o suscetível e outros fatores ambientais que estimulam o desenvolvimento da enfermidade e as condições sócio-econômicoculturais que permitem a existência destes fatores. OS FATORES GENÉTICOS E SOCIAIS SÃO IMPORTANTÍSSIMOS Período patogênico: Este período se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado: Período de patogênese precoce/incubação: é o período que houve o rompimento do equilíbrio da saúde, porém, não existe sinais clínicos de que isto ocorreu. Período de doença precoce discernível: quando foi possível diagnosticar clinicamente a doença ou alterações de condição de saúde do indivíduo - horizonte clínico. A partir deste momento o período se caracteriza pelos primeiros sintomas. Período da doença avançada: nessa fase a doença já se apresenta em sua forma clínica máxima causando alterações marcantes no organismo. Período de convalescência: neste período ocorre o desfecho da enfermidade, ou seja, pode ocorrer a recuperação, invalidez, tendência a cronificar e a morte. Multicausalidade: conjunto de processos interativos que cria o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte (a história natural da doença é multicausal). A prevenção se faz no período pré-patogênese: medidas que desenvolvam saúde ótima, pela proteção específica do homem contra agentes patológicos ou contra estes agentes. No início da patogênese, deve-se fazer a prevenção secundária, por meio do diagnóstico precoce, assim como tratamento imediato e adequado. Quando o processo de patogênese progredir e a doença avançar, a prevenção secundária deve ser continuada,através do tratamento adequado, para evitar sequelas e limitar a invalidez. Quando o “defeito” e a invalidez se tiverem fixado, pode-se conseguir a prevenção terciária, através da reabilitação. Prevenção quaternária: ação feita para identificar um paciente em risco de supermedicalização para protege-lo de uma nova invasão médica e sugerir a ele intervenções eticamente aceitáveis. AULA V: - INDICADORES: * Conceito: são frequências relativas compostas por um numerador e um denominador que fornecem informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões relacionados às condições de vida da população e ao desempenho do sistema de saúde (a qualidade dos indicadores de saúde vai depender da sua validade, confiabilidade, mensurabilidade, relevância e custo-efetividade). * Objetivos: avaliar a higidez (estado de saúde) de agregados humanos, fornecer subsídios ao planejamento de saúde. * Quais são: Incidência; Prevalência (pontual, período, vida); Global: coeficiente de mortalidade geral; Específicos: sexo, idade, causa (agravo à saúde, doença ou morte), ou qualquer outra variável. ◦ coeficiente de mortalidade infantil ◦ mortalidade materna ◦ mortalidade por doenças transmissíveis Geral: refere-se a toda população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Vantagens: capacidade de relacionar o nível de saúde de diferentes áreas no tempo. Erros: não inclusão de óbitos no numerador por subregistro, estimativa incorreta do tamanho da população no denominador. Coeficiente geral de mortalidade= X 1000 Mortalidade com 50 anos ou mais de idade: altos valores = regiões mais desenvolvidas Mortalidade com = X 1000 Mortalidade Infantil: Estimativa do risco que as crianças nascidas vivas tem de morrer antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador sensível das condições de vida e saúde de uma comunidade. Tx de Mortalidade Infantil= X 1000 Mortalidade Materna: Representa o risco de óbitos por causas ligadas à gestação, ao parto ou ao puerpério, sendo um indicador da qualidade de assistência à gestação e ao parto numa comunidade/região. Não incluem as acidentais. ◦ causas obstétricas diretas = próprias ou específicas da gravidez, parto e puerpério ◦ indiretas = não específicas da gravidez, parto ou puerpério, mas agravadas ou complicadas nesses períodos. M. Materna= X 1000 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO: “Informação-decisão-ação” sintetiza a dinâmica das atividades da vigilância epidemiológica. Objetivo: facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões. É constituído por vários subsistemas DATASUS: plataforma que expressa informações do SUS, sendo elas estratégicas, epidemiológicas, hospitalares, entre outras IBGE= auxilia a traçar o perfil epidemiológico, censitário. Funasa= fundação nacional de saúde. SIS= Sistema de Informação em Saúde= coleta, processa, analisa e transmite dados para organização e planejamento dos serviços de saúde. SisPreNatal é um software desenvolvido para acompanhamento adequado das gestantes inseridas no Programa de Humanização no Pré- Natal e Nascimento (PHPN), do Sistema Único de Saúde. HIPERDIA: Destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde – SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. SIM= Sistema de Informações sobre Mortalidade= utiliza-se das declarações de óbito, de competência do MS. Em 3 vias: branca para processamento, amarela para autorização familiar e rosa para o prontuário. SINASC= Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos= registra através da declaração de nascido vivo, que deve ser realizada na presença de duas testemunhas. SINAN= Sistema de Notificação de Agravos de Notificação= alimentado pela notificação de investigação de casos de doenças de notificação compulsória, contribui para identificar a identidade epidemiológica. AULA VI: - ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS: * Conceito: Descrever os agravos, apontar os determinantes e orientar as indicações de meio-controle-profilaxia; Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em observacionais e experimentais. De uma maneira geral, os estudos epidemiológicos observacionais podem ser classificados em descritivos e analíticos. DESCRITIVOS: • Determina a distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde, segundo o tempo, o lugar e/ou as características dos indivíduos. • Responde à pergunta: quando, onde e quem adoece? ANALITICOS: Volta-se a desvendar qual a causa de determinado fenômeno; • Estudos analíticos são aqueles delineados para examinar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou condição relacionada à saúde. • Os principais delineamentos de estudos analíticos são: a) ecológico; b) caso-controle (casoreferência); c) coorte (prospectivo) d) Transversais ou seccionais Coorte: é um grupo de indivíduos definido a partir de suas características pessoais (idade, sexo, etc.), nos quais se observa, mediante a exames repetidos, a aparição de uma enfermidade (ou outro desfecho) determinada. * TIPOS DE ABORDAGEM: QUANTITATIVA: coleta sistemática de informações que podem ser quantificadas, em condições de controle, além de análises por meio estatístico; tem como requisito o estabelecimento de hipóteses que se desdobram e variáveis e estas em indicadores; Enfatiza o raciocínio lógico; Utiliza procedimentos estruturados e instrumentos formais para coleta de informações; Objetividade na coleta e análise das informações; A análise se dá através de dados numéricos, por meio de procedimentos estatísticos; O pesquisador não interfere na pesquisa; Verifica teoria; VANTAGENS: • Possibilita a análise direta dos dados; • Tem força demonstrativa; • Permite generalização pela representatividade; DESVANTAGENS: • Prioriza-se o rigor e a precisão exigidos pela matemática; • Não permite análise das relações com a subjetividade; • Os resultados podem ser interpretados como verdade absoluta QUALITATIVA: coleta e análise sistemática de materiais narrativos. Tem caráter subjetivo; Destina-se à compreensão de alguns fenômenos de natureza mais subjetiva; Este desenho depende da natureza do problema ou fenômeno que se pretende analisar; Frequentemente utilizada em estudos que avaliam a experiência humana, que exploram a cultura, que relatam experiência de vida ou estudos de caso; VANTAGENS: • Interação; • Considera a subjetividade dos sujeitos envolvidos; • Permite compreender resultados individualizados; • Permite compreender a dinâmica interna de programas e atividades; • Permite compreender múltiplos aspectos da realidade; DESVANTAGENS: • Pode conduzir a uma excessiva coleta de dados; • Depende de uma capacidade maior de análise por parte do pesquisador; • Exige maior uso do tempo
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