Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso: Bacharel em Direito DIREITO PENAL II – Prof. Rudgen Rodrigues Caldas LISTA DE EXERCÍCIOS N°03 01.(CESPE / Administração – PM-DF / 2010) A violação do dever de cuidado é um componente normativo dos tipos penais culposos, sendo necessárias, para a caracterização desses tipos penais, a ocorrência do resultado danoso e a necessária relação entre o descumprimento e o dano. Certo - A violação do dever objetivo de cuidado nos crimes culposos advém da imprudência, negligência ou imperícia. Estas são as modalidades de culpa que causam a ocorrência do resultado naturalístico danoso. Como os crimes culposos são crimes materiais, é necessária a ocorrência do nexo causal entre a conduta do agente que viola o seu dever de cuidado e o resultado dela proveniente. 02.(CESPE / OAB / 2009) A conduta culposa poderá ser punida ainda que sem previsão expressa na lei. Errado - A punição a título de culpa exige previsão legal. Caso não haja esta previsão o delito somente será punido no caso de dolo e a conduta culposa será atípica. 03.(CESPE / OAB / 2009) Caracteriza-se a culpa consciente caso o agente preveja e aceite o resultado de delito, embora imagine que sua habilidade possa impedir a ocorrência do evento lesivo previsto. Errado - Na culpa consciente o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra. Acredita o agente que pode evitá-lo com suas habilidades (culpa com previsão). Na questão em tela o agente ACEITA o resultado o que caracteriza o dolo eventual e não a culpa consciente. 04.(CESPE / Procurador-BACEN / 2009) Caso um renomado e habilidoso médico, especializado em cirurgias abdominais, ao realizar uma intervenção, esqueça uma pinça no abdome do paciente, nesse caso, tal conduta representará culpa por imperícia, pois é relativa ao exercício da profissão. Errado - Essa questão é típica em provas e ainda consegue enganar muitos candidatos. Para responder corretamente, basta um questionamento simples: É preciso ser médico para saber que não se deve deixar uma pinça no abdome de alguém? A resposta é negativa, logo tal fato caracteriza NEGLIGÊNCIA e não IMPERÍCIA, pois a conduta não encontra relação direta com um “saber profissional”. 05.(CESPE / TJ-DFT / 2008) Se o sujeito ativo do delito, ao praticar o crime, não quer diretamente o resultado, mas assume o risco de produzi-lo, o crime será culposo, na modalidade culpa consciente. Errado - Se o agente assume o risco é caso de dolo eventual e não de culpa. 06.(CESPE / T-DFT / 2008) Excetuadas as exceções legais, o autor de fato previsto como crime só poderá ser punido se o praticar dolosamente. Certo - A regra é a punição somente na forma dolosa. Excepcionalmente, caso haja previsão legal, poderá o agente ser punido na modalidade culposa 07.(CESPE / MPE-AM / 2008) Com a teoria finalista de Welzel, o fato típico passou a contar com dois aspectos: o objetivo e o subjetivo. Assim, dolo e culpa passaram a integrar a tipicidade. Certo - Para a teoria finalista, será típico o fato praticado pelo agente se este atuou com dolo ou culpa na sua conduta. Se ausente tais elementos, teremos a atipicidade. Diante do exposto, podemos afirmar que está correta a alternativa pois segundo a teoria finalista, o dolo e a culpa integram a tipicidade, uma vez que estão presentes no elemento CONDUTA. 08.(CESPE / Analista – TJ-ES / 2011) Na tentativa perfeita, também denominada quase-crime, o agente realiza todos os atos executórios, mas não atinge a consumação por circunstâncias alheias à sua vontade. ERRADA - Pegadinha da banca! Na prova em que a questão foi exigida, muitos candidatos consideraram que a assertiva estava correta, pois traz a definição exata de tentativa perfeita. Ocorre, todavia, que a tentativa perfeita não é denominada “quase-crime”, mas “crime falho”. A denominação “quase crime” é atribuída ao crime impossível. 09.(CESPE / PC – PB / 2009) Um indivíduo, portador do vírus da AIDS, manteve regularmente relações sexuais com sua namorada, com a intenção de matá-la por meio do contágio da doença. A namorada não tinha conhecimento do estado patológico de seu parceiro. Dias após, foi constatado, por meio de exames médicos e laboratoriais, que houve efetivamente a transmissão do vírus, apesar de os efeitos da doença ainda não terem se manifestado, não impedindo, portanto, o desempenho das atividades cotidianas da pessoa infectada. Nessa situação hipotética, o indivíduo portador do vírus: A) não cometeu ilícito penal, uma vez que se trata de crime impossível. B) cometeu tentativa de homicídio. C) cometeu o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem. D) cometeu o crime de perigo de contágio venéreo. E) cometeu o crime de perigo de contágio de moléstia grave. “B” – A vontade do agente era MATAR A NAMORADA! Ele conseguiu? Não, por fatores alheios à sua vontade (não importa quais são esses fatores). Logo, responde por: TENTATIVA DE HOMICÍDIO! 10.(CESPE / OAB / 2009) O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza responderá pelo crime consumado com causa de redução de pena de um a dois terços. ERRADA - A questão exige do candidato o conhecimento do art. 15 do Código Penal que trata da desistência voluntária e do arrependimento eficaz. Segundo o dispositivo legal não ocorre redução de pena, mas sim responde o agente pelos atos já praticados. Observe: Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 11.(CESPE / OAB / 2009) A desistência voluntária e o arrependimento eficaz, espécies de tentativa abandonada ou qualificada, passam por três fases: o início da execução, a não consumação e a interferência da vontade do próprio agente. CERTA - O arrependimento eficaz e a desistência voluntária são espécies de tentativa abandonada ou qualificada. Nelas o resultado não se produz por força da vontade do agente, ao contrário da tentativa, em que atuam circunstâncias alheias e essa vontade. Pressupõe um resultado que o agente pretendia produzir, mas que, em um segundo momento, desistiu ou se arrependeu. Segundo a doutrina majoritária, passam pelas três fases descritas na questão: o início da execução, a não consumação e a interferência da vontade do próprio agente. 12.(CESPE / OAB / 2009) Crimes de mera conduta e formais comportam arrependimento eficaz, uma vez que, encerrada a execução, o resultado naturalístico pode ser evitado. ERRADA - Nos crimes de mera conduta e nos crimes formais a consumação INDEPENDE do resultado, logo não há que se falar em arrependimento eficaz. 13.(CESPE / OAB / 2009) A natureza jurídica do arrependimento posterior é a de causa geradora de atipicidade absoluta da conduta, que provoca a adequação típica indireta, de forma que o autor não responde pela tentativa, mas pelos atos até então praticados. ERRADA - Tenta confundir o candidato com os conceitos de arrependimento eficaz e arrependimento posterior. No arrependimento eficaz responde o agente pelos atos já praticados enquanto no arrependimento posterior, diferentemente do disposto na assertiva, é cabível uma redução de pena de um a dois terços. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 14.(CESPE / OAB / 2009) O crime de homicídio não admite tentativa branca. ERRADA - Tentativa branca é sinônima de tentativa acabada, perfeita ou crime falho. É aquela da qual não resulta nenhum dano ao bem jurídico visado pelo agente. Exemplo: Paulo saca de seu revólver e atira contra Tício, disparando todos os seis cartuchos do tambor, com o objetivo de matá-lo, contudo nenhum dos disparos acerta a vítima. No caso apresentado, responderá o agente pela tentativa de homicídio o que torna incorreta a questão. 15.(CESPE / Procurador-BACEN / 2009) Em crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa,a pena será reduzida de um a dois terços se, por ato voluntário do agente, for reparado o dano ou restituída a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa. CERTA - Enuncia perfeitamente o arrependimento posterior previsto no art. 16 do Código Penal: Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 16.(CESPE / Analista judiciário – TRE-MA / 2009) Tentativa imperfeita ocorre quando o agente pratica todos os atos de execução, mas não chega a atingir a vítima. ERRADA - A questão trata da tentativa branca e não da imperfeita. Nesta última o agente inicia a execução, mas não utiliza todos os meios de que dispõe. É o caso do indivíduo que começa a atirar e, no 3º disparo, é interrompido pela chegada de policiais que estavam passando pelo local. 17.(CESPE / MPU / 2010) No sistema penal brasileiro, o arrependimento posterior, a desistência voluntária e o arrependimento eficaz são causas obrigatórias de diminuição de pena, previstas na parte geral do Código Penal, exigindo-se, para sua incidência, que o fato delituoso tenha sido cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. ERRADA - A desistência voluntária e o arrependimento eficaz caracterizam-se, respectivamente, quando o agente, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza. Quando cabível a aplicação dos citados institutos, o agente só responde pelos atos já praticados e é indiferente que tenha havido violência ou grave ameaça. O arrependimento posterior tem sua definição no art. 16 do CP segundo o qual nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Do exposto, percebe-se que apenas o arrependimento posterior constitui causa de diminuição da pena. 18.(CESPE / Analista Judiciário – TRE-BA / 2010) O exaurimento de um crime pressupõe a ocorrência de sua consumação. Certo - O exaurimento acontece depois de percorrido todo o iter criminis ou “caminho do crime”, qual seja, cogitação, preparação, execução e consumação. Ele é uma fase do delito presente em apenas determinadas infrações penais como, por exemplo, na obtenção do resgate no crime de seqüestro (art. 148 do CP). O crime já havia se consumado com a privação de liberdade da pessoa. No entanto, seu exaurimento se dá com o recebimento do dinheiro, ou seja, após sua consumação. 19.(CESPE / Procurador-BACEN / 2009) Se, em um supermercado dotado de sistema eletrônico de vigilância, um cliente colocar diversos objetos do estabelecimento dentro de sua bolsa, com intenção de subtraí-los para si, a simples presença do sistema eletrônico de vigilância no supermercado tornará o crime impossível. ERRADA - Segundo entendimento jurisprudencial, a existência de um sistema eletrônico de vigilância não é suficiente para a caracterização do crime impossível. 20.(CESPE / Analista Judiciário – TRE-BA / 2010) Os atos de cogitação materialmente não concretizados são impuníveis em quaisquer hipóteses. Certo - A cogitação é uma das etapas do iter criminis ou fases do crime. Nela há uma idealização do crime, mas para que o agente seja punido pelo Estado, é necessário que ele execute os atos que caracterizem o tipo penal e não somente os imagine. 21.(CESPE/DPE-ES-DEFENSOR PÚBLICO – 2009) Considere a seguinte situação hipotética. Alberto, pretendendo matar Bruno, desferiu contra este um disparo de arma de fogo, atingindo-o em região letal. Bruno foi imediatamente socorrido e levado ao hospital. No segundo dia de internação, Bruno morreu queimado em decorrência de um incêndio que assolou o nosocômio. Nessa situação, ocorreu uma causa relativamente independente, de forma que Alberto deve responder somente pelos atos praticados antes do desastre ocorrido, ou seja, lesão corporal. ERRADA – Apesar de o incêndio no Hospital caracterizar causa superveniente relativamente independente que por si só produziu o resultado, Alberto responderá por homicídio na forma tentada em razão dele querer matar Bruno. 22.(CESPE – PC/ES – Escrivão – 2011) A tentativa e o crime omissivo impróprio são exemplos de tipicidade mediata. Certo – Tipicidade mediata ou normas de extensão da figura típica são sinônimos, e a tentativa! Assim, o crime omissivo impróprio e a tentativa são exemplos de tipicidade mediata. 23.(CESPE – DPF – Agente de Polícia Federal – 2009) São elementos do fato típico: conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e culpabilidade, de forma que, ausente qualquer dos elementos, a conduta será atípica para o direito penal, mas poderá ser valorada pelos outros ramos do direito, podendo configurar, por exemplo, ilícito administrativo. ERRADO. A culpabilidade não é um elemento do fato típico! 24.(CESPE – DPF – Agente de Polícia Federal – 2004) Marcelo, com intenção de matar, efetuou três tiros em direção a Rogério. No entanto, acertou apenas um deles. Logo em seguida, um policial que passava pelo local levou Rogério ao hospital, salvando-o da morte. Nessa situação, o crime praticado por Marcelo foi tentado, sendo correto afirmar que houve adequação típica mediata. Certo – no crime tentado a conduta não se amolda perfeitamente ao tipo, sendo necessário utilizar de uma outra norma penal para se alcançar a adequação típica, conhecida como Tipicidade mediata ou normas de extensão da figura típica. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO - SEJUS/ES - 2009 – CESPE). A tipicidade, elemento do fato típico, é a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora, de modo que, sem tipicidade, não há antijuridicidade penal, pois, comportadas as exclusões legais, todo fato típico é antijurídico. Certo – A tipicidade é um dos elementos que compõem o fato típico, traduzindo-se como a adequação entre a conduta do agente e a previsão legal da norma incriminadora. Assim, todo fato típico é um ato ilícito, salvo se estiver presente uma causa de exclusão da ilicitude. (CESPE / Polícia Federal / 2009) Para que se configure a legítima defesa, faz-se necessário que a agressão sofrida pelo agente seja antijurídica, contrária ao ordenamento jurídico, configurando, assim, um crime. ERRADA - A legítima defesa encontra previsão no art. 25 do Código Penal: Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. O que exige o dispositivo legal é que a agressão seja INJUSTA e não, necessariamente, ANTIJURÍDICA. (CESPE / OAB / 2009) Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. CERTA - Reproduz o art. 24 do Código Penal: Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (CESPE / OAB / 2009) Considera-se causa supralegal de exclusão de ilicitude a inexigibilidade de conduta diversa. ERRADA - O Código Penal, no artigo 23, elenca as causas de exclusão da ilicitude, quais sejam, estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. Existem outras causa que excluem a ilicitude, que não são encontradas na lei, são as chamadas causas supralegais de exclusão de ilicitude como o consentimento do ofendido e para alguns a inexigibilidade de conduta diversa. Grande parte da doutrina considera a inexigibilidade de conduta diversa como uma causa de exclusão da culpabilidade e este éo entendimento das bancas de prova. (CESPE / OAB / 2009) Um bombeiro em serviço não pode alegar estado de necessidade para eximir-se de seu ofício, visto que tem o dever legal de enfrentar o perigo. CERTA - Nos termos do art. 24 § 1º, não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (CESPE / OAB / 2009) Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. CERTA - Reproduz perfeitamente o art. 25 do código Penal: Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MT / 2010) Pode alegar estado de necessidade quem tem o dever legal de enfrentar o perigo, desde que demonstre que praticou o fato para salvar de perigo atual direito próprio cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. ERRADA - Conforme preceituado no § 1° do art. 24 do Código Penal, não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. Assim, bombeiros, salva-vidas e policiais, dentre outros, por força de mandamento legal, possuem o dever de enfrentar situações perigosas. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MT / 2010) Agindo o sujeito ativo em legítima defesa, havendo excesso em sua conduta, ele somente responderá pelo excesso se o praticar de forma dolosa, não havendo a previsão de responsabilidade pelo excesso culposo. ERRADA - Dispõe o art. 23, parágrafo único, que o agente, em qualquer das hipóteses do artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Essa regra é válida para as quatro excludentes de antijuridicidade, quais sejam, estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. (CESPE / Administração – PM-DF / 2010) Em relação ao estado de necessidade, que constitui uma das causas excludentes de antijuridicidade, o direito penal brasileiro adotou a teoria unitária. CERTA - O Código Penal brasileiro adotou a teoria unitária, na qual todo estado de necessidade é justificante, ou seja, afasta a ilicitude do fato típico praticado pelo agente. Já na teoria diferenciadora faz-se a distinção entre estado de necessidade justificante (excludente de ilicitude) e o exculpante (excludente de culpabilidade), através de ponderação de bens. (CESPE / Analista - STM / 2011) No ordenamento jurídico nacional, admitem-se, de forma expressa, as causas supralegais de exclusão de antijuridicidade. ERRADA - Não se pode falar em previsão legal de causa "supralegal", já que são causas, como o próprio nome diz, que não estão presentes no ordenamento jurídico. Um exemplo de causa supralegal é o consentimento do ofendido. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MT / 2010) A depender das circunstâncias pessoais do autor do crime, o desconhecimento da lei pode ser escusado. Errado - A primeira parte do art. 21 do Código Penal afirma, taxativamente, que o desconhecimento da lei é inescusável. Não faz qualquer exceção, ou seja, a lei tem validade para todos sem distinção ou particularidades. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES / 2011) Considere que, no âmbito penal, um agente, julgando ter obtido o resultado intentado, pratique uma segunda ação, com diverso propósito, e, só a partir desta ação, produza-se, efetivamente, o resultado pretendido. Nessa situação, configura-se o dolo geral, também denominado aberratio causae. Certo - Como vimos, ocorre dolo geral - "aberratio causae" - quando o agente, mediante conduta desenvolvida em dois ou mais atos, provoca o resultado pretendido, porém com nexo diverso do representado. Conforme o enunciado da questão, o agente praticou mais de uma ação/conduta, vindo a produzir efetivamente o resultado pretendido. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MT / 2010) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa, podendo o agente, no entanto, responder civilmente pelos danos eventualmente ocasionados. Errado - Prevê o Código Penal em seu art. 20 o erro sobre elemento do tipo, excluindo o dolo e permitindo a punição por crime culposo, se previsto em lei. Erra a questão ao afirmar peremptoriamente que o erro exclui o dolo e a culpa, diferindo do artigo. (CESPE / Administração – PM-DF / 2010) O erro de proibição é aquele que recai sobre a ilicitude do fato, excluindo a culpabilidade do agente, porque esse supõe que inexiste regra proibitiva da prática da conduta. O erro de proibição não exclui o dolo, mas afasta, por completo, a culpabilidade do agente quando escusável e reduz a pena de um sexto a um terço quando inescusável, atenuando a culpabilidade. Certo - No erro de proibição não há no agente a consciência de ilicitude de sua conduta. Ele faz um juízo errado sobre seu comportamento, pensando que é lícito, quando na verdade não é. Como o agente atua voluntariamente, permanece o dolo. Fica afastada, porém, sua culpabilidade quando escusável. Se inescusável, terá sua pena reduzida de um sexto a um terço, conforme art. 21 do CP. (CESPE / OAB / 2009) Caracteriza-se a culpa própria quando o agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma causa de justificação que lhe permite praticar, licitamente, o fato típico. Errado - A culpa própria é aquela em que o resultado não é previsto, embora seja previsível. Nesta, o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo. Na culpa imprópria (outras denominações: por extensão, por assimilação ou por equiparação), o resultado é previsto e querido pelo agente, que incorre em erro de tipo vencível. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MT / 2010) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena e, nesse caso, não se consideram, para fins de aplicação da pena e definição do tipo, as condições ou qualidades da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime, mas sim as da vítima real. Errado - A primeira parte da questão está correta, mas a segunda faz uma inversão do significado da norma penal. Exemplo: X atira contra um vulto achando que era X², seu irmão mais potente, e mata Z, o vizinho. Nesse caso, X responderá como se tivesse matado seu próprio irmão, pois considera-se as condições ou qualidades da vítima virtual, visada, e não da vítima real, como afirmou a questão. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MA / 2009) Ocorrendo erro de tipo essencial escusável que recaia sobre elementar do crime, exclui-se o dolo do agente, que responde, no entanto, pelo delito na modalidade culposa, se previsto em lei. Errado - O erro de tipo essencial escusável ou inevitável ou invencível ou desculpável é aquele erro que o agente não poderia evitar mesmo usando toda a cautela possível. Nesse caso, exclui-se o dolo e a culpa, deixando o fato de ser típico. Já no erro do tipo essencial inescusável ou evitável ou vencível ou indesculpável, o qual o agente poderia evitar caso empregasse a prudência necessária, exclui-se o dolo, mas poderá ser-lhe atribuído o resultado a título de culpa, caso haja previsão legal. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MT / 2010) Com relação à disciplina das descriminantes putativas, é isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima, mas essa isenção de pena não ocorre se o erro derivar de culpa e o fato for punível como crime culposo. Certo - A questão recorre à literalidade do §1° do art. 20 do CP, que aborda o instituto das descriminantes putativas, na qual o agente supõe estar acobertado por uma das excludentes de ilicitude, quando na verdade, não está. (CESPE / Analista Judiciário – TRE-MT / 2010) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, exclui o dolo; se evitável, constitui causa de isenção da pena. Errado - A questão contraria o dispositivo legal que preceitua que o erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-lade um sexto a um terço, art. 21 do CP. (CESPE / OAB / 2009) Considere que determinado agente, com intenção homicida, dispare tiros de pistola contra um desafeto e, acreditando ter atingido seu objetivo, jogue o suposto cadáver em um lago. Nessa situação hipotética, caso se constate posteriormente que a vítima estava viva ao ser atirada no lago, tendo a morte ocorrido por afogamento, fica caracterizado o dolo geral do agente, devendo este responder por homicídio consumado. Certo - A questão está perfeita e trata do dolo geral (Aberratio causae) que nada mais é do que o erro na causa que produz o delito. Ocorre quando o sujeito, pensando ter atingido o resultado que queria, pratica uma nova conduta com finalidade diversa e, posteriormente, constata-se que o resultado foi ocasionado pela segunda conduta. Neste caso, temos um erro na relação de causalidade, mas este erro, para o Direito Penal, é irrelevante, pois o que importa é se o agente queria um resultado e o alcançou. (CESPE / Procurador-BACEN / 2009) O desconhecimento da lei é inescusável. Desse modo, o erro sobre a ilicitude do fato, evitável ou inevitável, não elidirá a pena, podendo apenas atenuá-la. Errado - Nos termos do art. 21 do Código Penal o erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável ISENTA de pena. Veja: Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (CESPE / TRE-MA / 2009) Ocorrendo erro de tipo essencial escusável que recaia sobre elementar do crime, exclui-se o dolo do agente, que responde, no entanto, pelo delito na modalidade culposa, se previsto em lei. Errado - No erro essencial do tipo escusável o agente toma todas as precauções possíveis para evitá-lo e, portanto, afastado estão o dolo e a culpa. Neste caso estará isento de pena o agente. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES / 2011) Erro de pessoa é o mesmo que erro na execução ou aberratio ictus. Errado - Erro de pessoa NÃO é o mesmo que erro na execução! Erro sobre a pessoa - Em virtude do erro, a conduta delituosa do sujeito atinge pessoa diversa da pretendida. É de se observar que o agente pensa que está atingindo a vítima pretendida. Erro na execução (aberratio ictus) - Entende-se por aberratio ictus a aberração no ataque ou desvio do golpe. Faz-se presente quando o sujeito pretende atingir determinada pessoa e vem a ofender outra. Aqui o agente não se engana quanto à vítima, mas, por erro, atinge outra pessoa. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; e, se evitável, poderá diminuí-la, de um sexto a um terço. Tal modalidade de erro, segundo a doutrina penal brasileira, pode ser classificada adequadamente como erro de tipo e pode, em circunstâncias excepcionais, excluir a culpabilidade pela prática da conduta. Errado - O erro sobre a ilicitude do fato é conhecido como ERRO DE PROIBIÇÃO, e está previsto no artigo 21, do CP, que traz: "O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se INEVITÁVEL, isenta de pena, se EVITÁVEL, poderá diminuí-la de um sexto a um terço." Portanto temos: 1) Erro de Proibição Inevitável, Escusável ou Invencível - Isenta o agente de pena, pois este, nas condições do caso concreto, não poderia ter o conhecimento da ilicitude de sua conduta. 2) Erro de tipo Evitável, Inescusável ou Vencível - Causa de diminuição de pena de 1/6 a 1/3, pois, neste caso, o agente desconhece a ilicitude, mas, em razão das circustâncias do fato, poderia ter o conhecimento de tal proibição legal. Já o ERRO DE TIPO encontra-se previsto no artigo 20 do CP, que tem como redação: "O erro dobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei." (Juiz - TJ-SP / 2011 - Adaptada) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas não permite a punição por crime culposo, ainda que previsto em lei. Errado - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei, nos termos do art. 20 do CP. (Juiz - TJ-SP / 2011 - Adaptada) Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Certo - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro, nos termo do art. 20, parágrafo 2º, do CP. (Juiz - TJ-SP / 2011 - Adaptada) O desconhecimento da lei é inescusável, mas o erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço. Errado - O desconhecimento da lei é inescusável, mas o erro sobre a ilicitude do fato, “se evitável”, poderá diminuir a pena de 1/6 a 1/3. No caso de “ser inevitável” isenta de pena. (CESPE / Analista - STM / 2011) Por expressa disposição legal, não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito ou em estrito cumprimento de dever legal. CERTA - Questão simples e que exige o conhecimento do art. 23 do Código Penal: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito (CESPE / PC-DF / 2005) Entre as alternativas abaixo, é correto afirmar que os ofendículos excluem: a) o nexo causal; b) a culpabilidade; c) a imputabilidade; d) a ilicitude; e) a culpa. “D” - Ofendículos são artefatos utilizados para o resguardo do patrimônio, tais como cercas elétricas, cacos de vidro etc. Se um indivíduo tenta invadir uma casa e morre com a alta voltagem da cerca, os donos da propriedade estarão amparados e a ilicitude da conduta será excluída.
Compartilhar