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Melhoramento Genético de Eucalipto

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Ministério da Educação 
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica 
Instituto Federal Catarinense 
Campus Concórdia 
 
JAQUELINE CONTI 
LENISE WERMEIER DEUNER 
MATEUS LUCAS SCHUCK 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELHORAMENTO DE EUCALIPTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concórdia 
2017 
 
Conteúdo 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4 
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................. 6 
2.1. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA: .......................................................................................... 6 
2.2. IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA: ....................................................................................... 7 
2.3. PLOIDIAS: ............................................................................................................................. 9 
2.4. ORIGEM E DISSEMINAÇÃO DA ESPÉCIE: ................................................................. 10 
2.5. BANCOS DE GERMOPLASMA: ...................................................................................... 11 
2.6. REPRODUÇÃO DA ESPÉCIE: ........................................................................................ 13 
2.7. SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MUDAS: ..................................................................... 16 
2.7.1. Propagação via semente: ....................................................................................... 16 
2.7.2. Propagação via clonagem ou propagação vegetativa: .................................. 17 
2.8. PROBLEMAS E DEMANDAS DA PRODUÇÃO: ........................................................... 18 
2.8.1. Métodos de controle cultural: ............................................................................... 19 
2.8.2. Doenças que atacam a cultura: ............................................................................ 21 
2.8.3. Pragas que atacam a cultura: ................................................................................ 23 
2.9. CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DO PRODUTO COMERCIALIZADO .............. 24 
2.10. PROGRAMAS DE MELHORAMENTO NO BRASIL:................................................ 25 
2.11. PRINCIPAIS OBJETIVOS DO MELHORAMENTO: ................................................. 26 
2.12. CARACTERES AGRONÔMICOS: ............................................................................... 26 
2.13. CONTROLE GENÉTICO: .............................................................................................. 27 
2.14. MELHORAMENTO GENÉTICO ................................................................................... 29 
2.14.1. Utilização dos recursos genéticos .................................................................. 30 
2.14.2. Seleção clonal ....................................................................................................... 31 
2.15. CONSERVAÇÃO DA BASE GENÉTICA .................................................................... 35 
2.16. AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE GENÓTIPOS ............................................................. 36 
2.16.1. Seleção Precoce ................................................................................................... 36 
2.16.2. Delineamento de cruzamento ........................................................................... 36 
2.16.3. Experimentação e métodos de seleção ......................................................... 37 
2.17. TAMANHO EFETIVO POPULACIONAL (NE) ........................................................... 39 
2.18. MELHORAMENTO GENÉTICO MOLECULAR NO EUCALIPTO .......................... 39 
2.18.1. Gerenciamento de diversidade genética nas populações de 
melhoramento ........................................................................................................................... 39 
2.18.2. Determinação de identidade em registro e proteção de clones .............. 40 
2.18.3. Seleção assistida por marcadores para a obtenção de linhagens 
endogâmicas ............................................................................................................................. 40 
2.18.4. Método de seleção assistida por marcadores de QTLs (locos 
controladores de características quantitativas) .............................................................. 41 
2.18.5. Acompanhamento e posicionamento em transgenia do eucalipto ........ 41 
3. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A cultura do eucalipto é de importância econômica, ambiental e social 
para o Brasil. Há atualmente, cerca de sete milhões de hectares plantados, para 
suprir a demanda de madeira para celulose e carvão, principalmente, mas também 
para madeira serrada, postes, painéis, mourões para cercas, construção civil e 
dormente, entre outras. Além de constituir importante fonte de divisas para o país, 
contribui para a conservação ambiental e de espécies nativas via minimização da 
pressão extrativista sobre os recursos florestais. 
O plantio de eucalipto proporciona diversos benefícios diretos e indiretos 
às propriedades rurais diversificadas. Além dos benefícios econômicos, pode-se 
destacar a melhoria da qualidade do ar, conforto térmico, redução dos níveis de 
poluição sonora, redução da intensidade da erosão, melhoria da vazão de 
mananciais hídricos, recuperação de áreas degradadas, redução da pressão sobre 
as florestas nativas e aumento da biodiversidade, entre outros. 
No Brasil e no mundo, espécies de eucalipto têm sido utilizadas devido ao 
seu rápido crescimento, capacidade de adaptação às diversas regiões e pelo 
potencial econômico proporcionado pela utilização diversificada de sua madeira. A 
alta produtividade de madeira, baixo custo e maior taxa de retorno do investimento 
conferem grande atratividade ao cultivo do eucalipto, garantindo alta competitividade 
de produtos no mercado. 
O excelente desempenho do setor florestal brasileiro é decorrente não só 
das condições edafoclimáticas favoráveis, qualidade do material genético e manejo 
apropriado das plantações de eucalipto, mas também dos esforços integrados 
desenvolvidos pelas universidades, instituições de pesquisas e empresas privadas e 
públicas do setor. 
A relevância da cultura do eucalipto em nosso País é inquestionável e 
vem contribuindo de forma crescente para a geração de emprego e renda no meio 
rural e urbano, inclusive com participação expressiva em nossa balança comercial, 
destacando-se nesse contexto a celulose e o papel como principais produtos 
destinados ao mercado externo. 
Avanços nas técnicas silviculturais, melhoramento genético e nos 
processos tecnológicos colocaram o Brasil em posição de grande destaque frente 
aos demais países que cultivam o eucalipto para atender as necessidades 
energéticas, a fabricação de celulose e papel, a manufatura de painéis, a obtenção 
de produtos serrados e a produção de madeira roliça para os mais diversos fins. 
As florestas plantadas com eucalipto podem não abrigar uma grande 
biodiversidade, mas formam corredores para as áreas de preservação, criando 
habitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, alimentação e reprodução 
para várias espécies. Os plantios de eucalipto promovem inúmeras vantagens ao 
meio ambiente e à sociedade em geral, recuperando solos exauridos pelo cultivo e 
queimadas controlando a erosão, contribuindona regulação do fluxo e da qualidade 
dos recursos hídricos e na estabilização do solo e absorvendo da atmosfera 
significativa quantidade de carbono (9 toneladas/hectare/ano), diminuindo a poluição 
e o aquecimento global pelo efeito estufa. 
Hoje o eucalipto brasileiro tem uma produtividade cerca de 10 vezes 
maior que alguns dos países líderes de mercado. Enquanto no Brasil o rendimento 
médio de uma floresta de eucaliptos varia de 35 a 50 metros cúbicos por 
hectare/ano, e dependendo da região podem chegar a 60 e até 70 metros cúbicos 
por hectare ano, na Finlândia as florestas alcançam em média 5 metros cúbicos por 
hectare/ano, em Portugal 10 e na África do Sul 18 metros cúbicos por hectare/ano. 
A procura por novos clones, eucaliptos resistentes a geada, a seca, 
doenças e pragas, ao vento e principalmente mais produtivos é o que move as 
empresas a investirem cada vez mais em pesquisas e a promoverem constantes 
buscas de espécies que venham contribuir para esta melhoria genética. O eucalipto 
tem experimentado certo nível de melhoramento genético ao longo do tempo, com 
ganhos genéticos da ordem de 1% ao ano têm sido obtidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA: 
Segundo Fonseca et al. (2010), o eucalipto pertence à divisão 
Angiospermae, classe Dicotyledonea, ordem Myrtales, família Myrtaceae e o gênero 
Eucaliptus que reúne mais de 700 diferentes espécies. 
Seu tronco é alto e reto, com casca lisa, em cor cinzenta ou castanha. As 
folhas são persistentes e têm forma e aspecto variável, conforme a fase de 
crescimento da árvore.As folhas jovens são ovaladas e com coloração verde, já as 
adultas são alternadas, longas e mais brilhantes. Suas flores são brancas e grandes, 
enquanto os frutos são pequenas cápsulas lenhosas, que se abrem para liberar as 
sementes. 
Classificação mais detalhada das principais espécies utilizadas no Brasil e 
em outras partes do mundo é apresentada a seguir, com base em Eldridge et al. 
(1993) e Boland et al. (2006). 
a) Gênero Eucalyptus 
 Subgênero Symphyomyrthus 
 Secção Transversaria: E. grandis, E.pellita, E. saligna e E. urophylla. 
 Secção Maidenaria: E. benthamii, E. dunnii, E. globulus, E. nitens, E. 
smithii e E. viminalis. 
 Secção Exsertaria: E. brassiana, E. camaldulensis e E. tereticornis. 
 Subgênero Idiogenes: E. cloziana. 
 Subgênero Monocalyptus: E. pilularis, E. pyrocarpa. 
b) Gênero Corymbia: Classificado anteriormente como Eucalyptus: 
Corymbia citriodora, C. torelliana e C. maculata. 
Durante o ciclo de desenvolvimento, as árvores sofrem sucessivas 
mudanças morfológicas e fisiológicas. O desenvolvimento geralmente aparece como 
um acúmulo gradual e contínuo de pequenas alterações, ainda que algumas 
características pareçam passar por mudanças bruscas e/ou repentinas em um 
período particular no estágio de desenvolvimento (SUSSEX, 1976). 
Os processos que controlam o desenvolvimento são complexos e não são 
inteiramente conhecidos, mas parecem estar envolvidos com: reações dos 
meristemas à competição ou estímulo das diferentes partes da árvore; idade 
ontogenética dos meristemas (número de divisões celulares que estão sofrendo) e; 
reações dos meristemas aos fatores externos da árvore (HACKETT, 1976). 
 
2.2. IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA: 
Para qualquer início de programas de melhoramento genético de 
espécies, utiliza-se o melhor germoplasma disponível de espécies puras. Sendo que 
o primeiro crivo a ser realizado é no nível de espécies. O eucalipto, por exemplo, 
possui alelos interessantes para o melhoramento florestal no Brasil. 
Podemos citar características similares em termos de adaptação de 
algumas espécies de Eucalipto, das quais algumas são taxonomicamente similares, 
assim prestam-se aos mesmos objetivos. 
O Eucalyptus saligna é secundário em relação a E. grandis, devido ao 
fato de ser mais exigente no quesito de fertilidade do solo, por exemplo. Sendo que 
também o E. grandis tem apresentado um maior crescimento. A espécie E. saligna 
possui uma maior capacidade de tolerar a geada que o E. grandis, porém para 
produção de celulose a espécie se restringe a poucas ares de solos mais férteis nas 
regiões do RS e SP. 
O E. grandis é uma espécie que juntamente com algumas espécies como 
o E. uriphylla, E. camaldulensis produz híbridos com características excepcionais. A 
madeira do E. grandis caracteriza-se por ser leve, possuir facilidade de trabalho, 
consequentemente é muito empregada no setor de serrarias e no setor de 
construção civil. Também é uma das espécies com maior numero de plantio no 
Brasil-, sendo ela destinada para produção de celulose e madeira serrada. Porém, 
possui suscetibilidade ao cancro do eucalipto e a ferrugem do eucalipto (Puccinea 
psidii). 
Temos também o E. urophylla, o qual tem alta capacidade de adaptação, 
crescimento e resistência a seca, em comparação com o E. pellita. O E.Urophylla 
possui alta adaptabilidade nas diversas regiões e também se destaca por, em 
cruzamento com o E. grandis possibilitar a produção de híbridos que possuem 
resistência ao cancro do eucalipto. A sua madeira é largamente utilizada na 
construção civil, mourões de cerca, estruturas que demandam alta resistência, 
carvão e celulose. O E. pellita é uma espécie que sob fortes ventos possui alta 
suscetibilidade a tombamentos, também possui características de casca mais densa, 
porém destaca-se na resistência à ferrugem do eucalipto, murcha ceratocystis 
(Cerastocystis fimbriata) e a mancha de pteridis (Cylindrocladium pteridis). 
A madeira do E. camaldulensis é a que possui maior densidade e também 
maior resistência à seca, sento também suas procedências mais produtivas que a do 
E. tereticornis. Contudo ambas as espécies tem grande suscetibilidade ao psilídeo 
de concha (Glycaspis brimblecombei) a à vespa da galha (Leptocybe invasa). Pode-
se destacar ainda que onde o E. camaldulensis foi introduzido com sucesso, ele 
apresenta boas características quanto solos pobres, secas prolongadas, também 
moderada resistência a geadas, possui um rápido crescimento inicial, boa 
capacidade de enraizamento e rebrota, possui boa densidade em sua madeira, no 
Brasil se adapta bem ao cerrado. 
Apesar de a E. urophylla e a E. camaldulensis apresentarem 
características favoráveis em comum, o E. camaldulensis possui uma maior 
resistência a seca e madeira mais densa, além de alelos de importância para 
hibridação. Ambas as espécies possuem boa resistência à ferrugem do eucalipto. 
Para climas mais amenos, temperado e frio, destacam-se a E. globulus, 
E. smithii, E. dunnii, E. nitens, E. viminalis e E. benthamii, as quais não tem 
apresentado bom crescimento em regiões mais quentes. A E. globulus e a E. smithii 
demonstram características favoráveis para a produção de celulose. Apesar disso a 
E. smithii e a E. bethamii que apresentam boas características para celulose as 
mesmas não são utilizadas no processo industrial, ao oposto do E. globulus o qual é 
amplamente utilizados em países como Chile, Portugal e Espanha, onde tem-se 
programas de melhoramento já bem avançados. É uma espécie suscetível à 
ferrugem do eucalipto, também sendo muito suscetível à mancha foliar e desfolhas 
causadas por Teratosphaeria nubilosa, sendo esse um dos principais patógenos que 
limita o plantio dessa espécie. 
Eucalyptus dunnii é uma das espécies que apresenta um bom 
crescimento, uma boa densidade, um menor teor de lignina e sobre tudo um maior 
comprimento do sistema radicular que o E. grandis, e também é considerado mais 
resistente a seca. Porém em contra ponto apresenta dificuldade e problemas de 
propagação sendo ela por sementes oupor clonagem. 
O Eucalyptus viminalis, mesmo sendo pouco utilizado, é considerado uma 
das espécies com maior potencial para o plantio no sul do Brasil, isso por ter um 
crescimento rápido, uma boa resistência a geada e também ao excesso de umidade, 
além de possuir uma boa qualidade de madeira para a indústria de celulose. 
Eucalyptus nitens, caracterizado pela alta resistência a geada e também 
por seu extremo vigor nas regiões úmidas e frias. Porém a mesma tem seu plantio 
limitado pelo fato da falta de sementes, grande persistência de ramos basais e 
redução em seu crescimento, isso devido ao ataque de insetos. 
Demais espécies possuem características um tanto quanto mais 
específicas, como por exemplo, o E. benthami, o qual no sul do Brasil tem 
apresentado bom crescimento e uma boa resistência a geada, isso em plantios 
experimentais. O E. pilularis e o E. pyrocarpa apresentam bom potencial de madeira 
em diversos usos, enquanto isso o E. cloeziana possui a densidade da madeira 
superior a algumas outras variedades. 
Por fim, pode-se verificar que as características de interesse são 
encontradas em diversas espécies, em níveis favoráveis, as quais são 
particularmente adaptadas às determinadas em condições climáticas típicas. Sendo 
que, portanto, o melhorista encontra-se desafiado a desenvolver genótipos com 
todas as características desejáveis e adaptadas às condições do local de plantio 
desejado. O que por via, não se encontra naturalmente, sendo obtidas assim, 
apenas por hibridação interespecífica. 
 
2.3. PLOIDIAS: 
O gênero Eucalyptus possui dois conjuntos cromossômicos, ou seja, os 
cromossomos nessas células estão dispostos aos pares, sendo células diploides 
(2n). Cada par possui cromossomos iguais, no que diz respeito ao tamanho e 
formato e com os mesmos genes. Esses cromossomos iguais são chamados de 
homólogos. 
O gênero Eucalyptus compreende espécies de angiospermas lenhosas 
mais amplamente cultivadas no mundo. Para suprir novas demandas de plantas com 
valor a ser agregado dentro do setor da silvicultura, a poliploidia tem sido uma 
estratégia biotecnológica alternativa com grande potencial da geração de plantas 
mais robustas dentro de programas de melhoramento. Além do efeito “giga” 
característicos de poliploides, incrementos em biomassa, taxa de crescimento e 
tolerância a estresses bióticos e abióticos, são efeitos conhecidos advindos da 
poliploidia. 
Os poliploides são classificados em autopoliplóides originados pela 
duplicação de um mesmo genoma e alopoliploides originados após um evento de 
hibridação pela duplicação de genomas de espécies diferentes. Um terceiro tipo 
seria os poliploides segmentares, cuja origem se dá pela duplicação dos genomas 
de espécies próximas o suficiente para apresentarem uma certa homologia 
cromossômica. 
 A poliploidia induzida pode ser uma poderosa ferramenta para o 
melhoramento genético. A indução de poliplodia pode ser utilizada de três maneiras: 
 Poliploidização na espécie: como tentativa de conseguir plantas 
maiores e melhores; 
 Poliploidização de híbrido: restaurar a fertilidade do hibrido estéril, 
sintetizar uma nova espécie ou ressintetizar uma existente; 
 Ponte: transferir genes de interesse entre níveis de ploidia diferentes, 
intra ou interespecíficos. 
A poliploidização sexual pode ser feita pela seleção e cruzamentos de 
plantas com alta frequência de gametas não induzidos onde há tendência a 
homozigose. A poliploidização sexual permite manter a heterozigose e também pode 
ser utilizada como ponte para transferir genes de interesse entre níveis de ploidia 
diferentes. 
 
2.4. ORIGEM E DISSEMINAÇÃO DA ESPÉCIE: 
O gênero Eucalyptus tem a sua origem na Austrália, Tasmânia e outras 
ilhas da Oceania, da Família Mirtaceae e o Genero Eucaliptus. Existem cerca de 730 
espécies reconhecidas botanicamente, mas apenas vinte delas e algumas 
resultantes da hibridação interespecífica são efetivamente plantadas comercialmente 
em todo o mundo. As espécies de eucalipto são cultivadas em 100 países tropicais e 
subtropicais e estimasse que existe uma área de 20,6 milhões de hectares de 
florestas plantadas com eucaliptos, sendo na Ásia (40,8 %), nas Américas (36,4 %), 
África (11,6 %), Europa (6,3 %) e Oceania (4,8 %). 
Dessa grande variedade apenas 2 são originarias da Austrália: E. 
urophylla e E. deglupta. A disseminação de sementes de eucaliptos no mundo 
começou no século XIX. Na América do Sul o primeiro país a introduzir o eucalipto 
foi o Chile em 1823 e posteriormente a Argentina e Uruguai. Admite-se que no Brasil 
as primeiras mudas de eucalipto foram plantadas no RS em 1968 e no mesmo ano 
foram plantados alguns exemplares no RJ. 
As áreas de plantios florestais com eucalipto no Brasil estão distribuídas 
em todo território nacional, sendo a região Sudeste (54,2%), Nordeste (16,4%), 
Centro-Oeste (12,2%), Sul (11,8%) e Norte (5,5%). As maiores extensões de terra 
destinadas a silvicultura no Brasil, de acordo com o IBGE, se encontram em Minas 
Gerais (1,7 milhão de hectares), Paraná (1,6 milhão de hectares), Rio Grande do Sul 
(1,1 milhão de hectares), Santa Catarina (1 milhão de hectares), São Paulo (1 
milhão de hectares) e Mato Grosso do Sul (892 mil hectares). 
As espécies mais utilizadas no momento, em função das características 
de suas madeiras são Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus urophylla, 
Eucalyptus viminalis, híbridos de E. grandis, E. urophylla e Eucalyptus dunnii (região 
sul do Brasil). Para a região Sul, também se destaca o potencial de utilização do 
Eucalyptus benthamii, devido à sua tolerância a geadas. 
Sua família Mirtaceae tem parentes próximos de origem brasileira, como a 
pitangueira, a cerejeira, a uvaieira, a jaboticabeira, o guabijuzeiro e outras tantas 
frutíferas silvestres. Gêneros botânico de árvores similares, Angophora e Corymbia 
são considerados géneros mais próximo de algumas espécies que pertenciam 
género Eucalyptus. Ainda que em géneros separados, os três grupos estão 
intimamente relacionados a nível genético, pelo que é perfeitamente aceitável que 
sejam vulgarmente designados como eucaliptos. 
 
2.5. BANCOS DE GERMOPLASMA: 
A Embrapa Florestas vem mantendo vários Bancos Ativos de 
Germoplasma (BAGs) de eucaliptos estabelecidos em diversos locais brasileiros, 
representando uma medida estratégica que a Embrapa Florestas e vem 
implementando com vários parceiros do setor florestal, principalmente empresas 
privadas, instituições de pesquisa estaduais, universidades e pequenos proprietários 
rurais. Neste plano de Ação, propõe-se implementar ações de conservação, 
manutenção, avaliação e caracterização destes BAGs. O conhecimento da 
variabilidade genética desse material é de suma importância para sua conservação 
e a continuidade de trabalhos de melhoramento genético. 
O Brasil tem uma reserva estratégica de germoplasma (sementes ou 
mudas) das principais espécies de eucalipto de importância econômica para o setor 
florestal. Essa reserva instalada, mantida e administrada em parceria com empresas 
privadas e órgão de pesquisa, é constituída de 247 bancos de conservação e 
pomares de sementes, localizados em 64 municípios de 9 estados brasileiros. 
O fato de a Embrapa Florestas ter trazido sementes de mil árvores 
identificadas e selecionadas por características especiais em várias regiões da 
Austrália, onde está o material genético original, garante ao Brasil um Banco de 
Germoplasma de eucalipto que permitirá a seleção de espécies pela resistência a 
possíveis doenças, maior produtividade e melhor adaptação a uma região. 
 
Tabela 1: Indicação de espécies de acordo com as condições do 
ambientee finalidade de uso. 
Localização da 
propriedade 
agrícola 
Uso da madeira Eucalipto 
indicado 
Comportamento da espécie 
Em regiões 
sujeitas a geadas 
severas e 
frequentes 
Fins energéticos 
(fonte de energia ou 
carvão vegetal) e 
serraria 
E. dunnii Apresenta rápido crescimento e 
boa forma das arvores, com 
dificuldades na produção de 
sementes. 
Em regiões 
sujeitas a geadas 
severas e 
frequentes 
Fins energéticos 
(fonte de energia ou 
carvão vegetal) 
E. 
benthami
i 
Boa forma do fuste, intensa 
rebrota, fácil produção de 
sementes. Requer volume alto de 
precipitação pluviométrica anual. 
Em regiões livres 
de geadas 
severas 
Fins energéticos 
(fonte de energia ou 
carvão vegetal), 
celulose de fibra 
curta, construção 
civil e serraria 
E. 
grandis 
Maior crescimento e rendimento 
volumétrico das espécies. 
Aumenta a qualidade da madeira 
com a duração do ciclo. 
Em regiões livres 
de geadas 
severas 
Uso geral E. 
urophylla 
Crescimento menor que E. 
grandis, boa regeneração por 
brotação das cepas. 
Em regiões livres 
de geadas 
severas 
Fins energéticos, 
laminação, móveis, 
estruturas, caixotaria, 
postes, escoras, 
E. 
saligna 
Madeira mais densa quando 
comparada aoE. grandis; menos 
suscetível à deficiência de boro. 
mourões, celulose 
Em regiões livres 
de geadas 
severas 
Fins energéticos, 
serraria, postes, 
dormentes mourões 
estruturas, 
construção civil 
E. 
camaldul
ensis 
Árvores mais tortuosas; 
recomendada para regiões com 
deficiência hídrica anual elevada. 
Em regiões livres 
de geadas 
severas 
Fins energéticos, 
serraria, postes, 
dormentes, mourões, 
estruturas, 
construção civil 
E. 
tereticorn
is 
Tolerante à deficiências hídricas, 
boa regeneração por brotação 
das cepas. 
 
Em regiões livres 
de geadas 
severas 
Serraria, laminação, 
marcenaria, 
dormentes, postes, 
mourões 
Corymbi
a 
maculata 
(ex - E. 
maculata
) 
Apresenta crescimento inicial 
lento. Indicada para regiões com 
elevada deficiência hídrica. 
Em regiões livres 
de geadas 
severas 
Fins energéticos 
(fonte de energia ou 
carvão vegetal), 
construção civil, uso 
rural e sistemas 
agrossilvopastoris 
E. 
cloezian
a 
Excelente forma do fuste, 
durabilidade natural, alta 
resistência a insetos e fungos. 
 
2.6. REPRODUÇÃO DA ESPÉCIE: 
O eucalipto é uma árvore de crescimento precoce e se reproduz através 
de sementes (reprodução sexuada) e dos clones, uma matriz (broto) que origina 
outras árvores. Também há uma variação entre os cortes, pois o eucalipto de 
semente tem uma poda inicial de 10 a 12 anos, sendo que para obter uma madeira 
mais nobre espera-se de 20 a 24 anos. Já para o eucalipto clonado o corte pode 
variar entre 5 a 7 anos. 
As espécies de eucalipto se reproduzem predominantemente por 
alogamia, ou seja, por fecundação cruzada, mas apresentam sistema reprodutivo 
misto podendo ocorrer até 30% de autogamia. A alogamia é favorecida pela 
protandria, ou seja, o estigma alcança sua receptividade antes do período de 
viabilidade máxima dos grãos de pólen. Entretanto esse mecanismo não elimina a 
possibilidade de ocorrência de autopolinização, pois uma mesma planta apresenta 
flores com diferentes estágios de maturação. 
A hibridação entre espécies de diferentes subgêneros em geral não 
ocorre, mas é possível entre espécies dentro de subgênero, especialmente se 
pertencerem à mesma secção. A partir de 1990, programas intensivos de hibridação 
foram implementados e em 2000 iniciaram-se os programas de Seleção Recorrente 
Recíproca (SRR) para o melhoramento do híbrido entre espécies divergentes, 
especialmente entre E. urophulla e E. grandis. 
O desenvolvimento de híbridos inter e intraespecíficos de Eucalyptus têm 
assumido destacada importância nos programas de melhoramento genético de 
eucalipto, uma vez que as características de interesse encontram-se em diferentes 
espécies, as quais são particularmente adaptadas a condições climáticas peculiares. 
A viabilidade do aproveitamento comercial da heterose possibilitou a adoção da 
hibridação como ferramenta importante na produção de florestas de qualidade 
superior. 
A hibridação tem sido utilizada para transferir resistência ao cancro do 
eucalipto para E. grandis, mediante o seu cruzamento com E. urophylla, transferir 
tolerância à geada para E. globulus em cruzamento com espécies tolerantes e para 
associar maior produtividade florestal com maior densidade da madeira, envolvendo 
espécies como E. grandis, E. urophylla, E. pellita, E. tereticornis, E. robusta, E. 
Saligna, E. paniculata. 
A manifestação de heterose tem sido observada em vários cruzamentos. 
Observou-se existência para incremento volumétrico, adaptação e densidade da 
madeira em cruzamentos de E. platiphylla e E. urophylla, E. grandis e E. urophylla, 
E. citriodora e E. toleriana e em vários híbridos originados de cruzamento ao acaso 
por polinização livre, conseguidos mediante plantios intercalados de espécies 
compatíveis (florescem períodos iguais). A obtenção de híbridos de polinização 
controlado também ocorreu em grande número de espécies compatíveis, 
possibilitando cruzamento entre espécies com diferentes de floração. 
Um grande número de espécies de eucalyptus é compatível entre si 
quanto ao cruzamento genético, o que permite inúmeras combinações e 
atendimento as exigências dos mais diferentes ambientes de plantio e finalidades de 
uso, com ganho em produtividade e qualidade. 
As combinações desejáveis para lenha e carvão é com espécies que 
deem grande quantidade de lenha em prazo curto (E. grandis, E. urophylla, E. 
torilliana), para papel e celulose as espécies que apresentem cerne branco e macio 
(E grandis, E saligna, E urophylla), para postes, moirões, dormentes e estacas as 
espécies com cerne duro para resistir ao tempo (E citriodora, E robusta, E globulus) 
e para serrarias espécies de madeira firme em que não ocorram rachaduras (E 
dunnii, E viminalis, E grandis). 
Em programas de hibridação desenvolvidos no Brasil o aparecimento de 
plantas anormais tem comprometido o desempenho de vários cruzamentos, às 
vezes reduzindo a expressão da heterose, outras vezes contribuindo para que seja 
obtida heterose negativa plantas aparentemente saudáveis desenvolvem 
anormalidades quando plantadas no campo. Até o segundo ano após o plantio 
essas anormalidades ainda se manifestam, sendo considerada a idade mínima para 
realizar a seleção precoce segura em híbridos entre espécies de seções 
taxonômicas distantes. 
O aparecimento de plantas anormais em cruzamentos híbridos de 
Eucalyptus é um fenômeno comum quando se cruzam algumas espécies de seções 
taxonômicas distantes. Os problemas de anormalidades podem ocorrer em 
diferentes estádios no ciclo de vida da planta. Alguns desses problemas aparecem 
na fase de desenvolvimento das sementes, reduzindo o número de sementes por 
fruto, no estádio de germinação, na fase de mudas quando as plantas anormais 
podem ser descartadas antes do plantio, mas plantas com aparência normal podem 
se tornar anormais quando plantadas no campo. 
As anormalidades, provavelmente defeitos genéticos, manifestam-se na 
forma de uma deficiência nutricional generalizada e distúrbios fisiológicos como o 
endurecimento das folhas, a superbrotação de gemas e a perda de dominância 
apical. Aparentemente, ocorre uma falha na absorção ou no metabolismo de 
nutrientes essenciais, sendo essa condição anormal irreversível mesmo coma 
adição de doses elevadas de fertilizantes. A consequência é o reduzido crescimento 
e a morte da árvore em idades mais avançadas. 
Esse tipo de problema tem sido verificado com mais frequência quando 
há a participação de espécies da seção Maidenaria, tanto em cruzamentos dentro da 
seção quanto em cruzamentos com espécies de outras seções. Em cruzamentos de 
grande potencial em que participam E. globulus, E. dunnii e E. maidenii, a seleção 
de genitores com menos propensão a produzir plantas anormais pode ser uma 
estratégia adequada para eliminar ou minimizar os problemas de anormalidades. 
 
2.7. SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MUDAS: 
No Brasil os sistemas de produção de mudas mais utilizados são: Mudas 
a partir de sementes e através do enraizamento de estacas (plantios clonais). 
 
2.7.1. Propagação via semente: 
Processo que possibilita uma maior variabilidade entre os indivíduos, 
sendo que assim possibilita uma maior distribuição e adaptação do material em 
condições de solo e clima diferente. 
• Área de coleta de sementes (ACS): 
A área de coleta de sementes consiste na escolha de algumas árvores 
com características desejáveis. Cada árvore selecionada é chamada de planta-mãe, 
ou seja, cada semente terá 50 % do material genético de origem conhecida. A 
principal vantagem desse sistema é a grande disponibilidade de pólen que resulta 
em maior troca genética e maior nível de polinização, consequentemente grande 
quantidade de sementes viáveis e maior variabilidade genética. Os ganhos obtidos 
nessa área são relativamente baixos e é recomendada para o início do 
melhoramento do material introduzido. 
• Área produção de sementes (APS): Na área de produção de 
sementes ocorre a retirada das árvores sem as características desejáveis através do 
desbaste seletivo. Assim cada semente terá 100 % do material genético proveniente 
de árvores com as características desejáveis. As principais vantagens desse sistema 
são: produção de sementes com material genético superior; baixo custo e em curto 
período. Essa área deve ficar isolada de outras onde existam florestas que possam 
estar polinizando os indivíduos selecionados. 
• Pomar de semente por mudas (PSM): O pomar de sementes por 
mudas é implantado a partir da seleção de plantas de um teste de progênie. A área 
deve ficar devidamente isolada e corretamente manejada para produção de 
sementes. Esse sistema tem maiores ganhos genéticos, mas não pode ser obtido na 
introdução de material genético. 
• Pomar de semente clonal (PSC): O pomar de semente clonal 
consiste na pré-seleção de diferentes materiais com as características desejáveis 
que devem ser clonados e implantados, com o devido isolamento, de modo a 
direcionar o cruzamento entre diferentes clones superiores. Nesse sistema ocorrem 
grandes ganhos genéticos e também pode ocorrer a precocidade na produção de 
sementes, quando a propagação é realizada via enxertia. 
 
2.7.2. Propagação via clonagem ou propagação vegetativa: 
A propagação vegetativa é utilizada para obter ganhos genéticos de 
maneira mais rápida, a qual técnica conserva características da planta mãe. 
• Micropropagação: Esse método de propagação vegetativa é baseado 
nas técnicas de cultura de tecidos e é realizado a partir de calos, órgãos, células e 
protoplastos. A cultura de tecidos consiste em cultivar segmentos da planta em 
tubos de ensaio que contenham soluções nutritivas e hormônios na dosagem 
adequada para o desenvolvimento. Após o termino da fase de desenvolvimento em 
tubos de ensaio, as plantas passarão por aclimatização e posteriormente serão 
levadas ao campo. Nesse sistema é possível obter com rapidez a produção de um 
grande número de mudas idênticas. 
• Macropropagação: O método de macropropagação é baseado nos 
métodos convencionais de estaquia e enxertia. 
• Estaquia – É o processo de enraizamento de estacas obtidas de 
material selecionado. Essa é a metodologia mais utilizada nas grandes empresas 
florestais que obtêm as estacas nos minijardins clonais. 
• Enxertia – É o processo de inserção da parte superior de uma planta 
em outra, através da implantação do ramo, gema ou borbulha da planta a ser 
multiplicada sobre o porta-enxerto. Nesse procedimento pode ocorrer a rejeição do 
material, sendo que a melhor maneira de evitá-lo é utilizar plantas jovens. 
A maior dificuldade da propagação vegetativa de plantas adultas é o 
enraizamento, sendo necessário trabalhar com material fisiologicamente juvenil ou 
rejuvenescido. As técnicas de rejuvenescimento podem ser realizadas através da 
poda drástica, aplicações de citocininas, propagação seriada via enxertia, 
propagação seriada via estaquia e micropropagação. Outros fatores também são 
importantes para o enraizamento entre eles a nebulização, o estado nutricional, a 
utilização de hormônios e condições adequadas de desenvolvimento. 
 
 
2.8. PROBLEMAS E DEMANDAS DA PRODUÇÃO: 
Como qualquer atividade econômica, vários são os fatores que interferem 
na lucratividade de um plantio florestal. Os primeiros dizem respeito à receita da 
atividade, sendo a produtividade e o preço recebido pelo produtor os dois principais 
fatores que determinam a lucratividade. Dentre os custos que são desembolsados 
pelos produtores, uma categoria importante são os de colheita e transporte da 
produção até o consumidor final. Mesmo que o produtor rural tenha intenção de 
vender a madeira em pé, o comprador irá levar em consideração o preço no 
consumidor final e descontará os custos de colheita e transporte, impactando no 
preço pago ao produtor. 
Com a crise da construção civil e da siderúrgica no Brasil, nos últimos seis 
anos, a produção de árvores se voltou quase completamente para a celulose, que 
dá mais retorno a quem a planta. Hoje, 34% das áreas cultivadas no país são das 
industrias de celulose e papel de acordo com a Industria Brasileira de Árvores. 
Plantar florestas envolve longo prazo, possibilidade de obter vários produtos com 
preços variados (dependendo do diâmetro da tora). Ter conhecimento do mercado 
que se vai atender é fundamental para orientar as estratégias de manejo da floresta 
bem como da viabilidade do negócio. 
O sistema de cultivo é uma das operações mais importantes para o 
sucesso da implantação de florestas. A adoção do sistema adequado requer uma 
definição clara de objetivos e usos potenciais dos produtos e subprodutos que se 
espera da floresta. O sucesso de um plantio e a obtenção de povoamentos 
produtivos e com madeira de qualidade deve ser pautado por práticas silviculturais 
como a escolha e limpeza da área, controle de pragas e doenças, definição do 
método de plantio e tratos culturais. 
O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo, podendo ser 
mecanizado ou manual influenciada pela topografia, recursos financeiros e 
disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos. Na região Sul do Brasil, adotam o 
sistema manual, em função da rusticidade da espécie, da disponibilidade de mão-
de-obra e pelas condições de relevo. 
O espaçamento de plantio, as operações de manejo, os tratos culturais e 
a adubação das mudas, operações de proteção (controle de fogo) e as operações 
de retirada da madeira são fatores importantes que devem ser definidos antes do 
plantio. O espaçamento influenciará as taxas de crescimento, a qualidade da 
madeira produzida, a idade de corte, os desbastes, as práticas de manejo e 
consequentemente os custos de produção. Na limpeza da área recomenda-se retirar 
apenas o material lenhoso aproveitável, sendo que o restante do material deve 
permanecer no campo como uma importante reserva de nutrientes a ser reciclada. 
Considera-se a redução da competição porplantas daninhas, melhoria 
das condições físicas do solo (ausência de compactação) e a presença de resíduos 
da exploração (folhas e galhos) como condições adequadas de cultivo. A 
competição por água, luz e nutrientes prejudica o crescimento inicial das árvores, 
prejudicando o potencial de madeira. 
Além das perdas causadas pela competição, a vegetação indesejada nos 
plantios provoca problemas nos tratos silviculturais como desrama, desbaste, e 
também na colheita, aumentando o custo dessas operações. Embora as perdas 
sejam variáveis em função de fatores de clima e solo, em casos extremos de 
competição a redução no crescimento chega a 80% aos três anos, com redução na 
altura de 50%, e no diâmetro de 35%, em termos médios. 
 
2.8.1. Métodos de controle cultural: 
 Preventivo: Consiste em práticas simples que impedem a 
disseminação e estabelecimento de espécies daninhas para os plantios. A limpeza 
dos equipamentos que foram utilizados em áreas infestadas e aquisição de mudas 
livres de plantas daninhas no substrato. O método preventivo é indicado para áreas 
de plantio ou reforma que não contenham plantas daninhas altamente competitivas. 
 Consórcio com lavouras anuais: Consiste da prática de cultivar 
lavouras anuais na entrelinha do eucalipto em seus estágios iniciais de crescimento. 
O plantio consorciado de eucalipto com culturas como milho, feijão, espécies 
forrageiras ou adubos verdes (aveia, ervilhaca, guandu) apresenta bons resultados, 
é realizado normalmente até o segundo ano, dependendo das condições de 
sombreamento. No caso do cultivo de forrageiras nas entrelinhas, é importante 
manter uma faixa limpa nas linhas de plantio do eucalipto, para que não ocorra 
competição entre as espécies. 
 Pastejo: É considerado um dos métodos mais antigos de controle de 
plantas daninhas. Os sistemas silvipastoris são formas de aproveitar a vegetação 
que cresce sob as árvores e mantê-las em densidade satisfatória. 
 Arranquio manual: Pode ser utilizado em pequenos plantios, na linha 
das árvores ou como complemento do coroamento feito com capinas ou de 
aplicação de herbicidas, a fim de eliminar plantas escapes. Espécies que se 
reproduzem por partes vegetativas, como estolão e rizomas, não devem ser 
arrancadas, pois isso aumenta sua infestação. 
 Coroamento e capina: O coroamento é a principal forma de controle 
do mato em plantios florestais. Trata-se da eliminação das plantas existentes em 
torno do local onde a muda será plantada. As formas mais comuns de realizar o 
coroamento são a aplicação dirigida de herbicidas, capinas manuais e aplicação de 
mulching ou cobertura. 
Se o plantio for feito em covas, deve-se manter um círculo de 0,5 m de 
raio em torno da muda livre de plantas daninhas, devem estar livres de daninhas até 
mais ou menos um ano de vida. Assim, o coroamento deve ser realizado quando for 
necessário, até o final desse período. As capinas são realizadas antes de outras 
práticas de manejo, como podas e adubação, pois favorecem o combate às formigas 
e diminuem o risco de incêndios nos plantios. 
 Mulching: prática de depositar próximo às mudas uma camada de um 
material orgânico ou inorgânico, com as características de ser permeável e opaco 
sobre a superfície do solo. Este método controla as plantas daninhas por bloquear a 
passagem da luz até a superfície do solo, por isso, esta técnica pode ser utilizada 
após o coroamento, garantindo o controle da vegetação por mais tempo. A 
espessura da camada necessária para um controle efetivo das plantas daninhas 
deve ter entre 5 e 10 cm, se realizada com materiais orgânicos. 
 Roçada: As roçadas são utilizadas principalmente nas entrelinhas dos 
plantios florestais a cada 3 ou 4 meses no primeiro ano. Não é muito utilizada na 
linha de plantio devido ao risco de danos às mudas. Esta prática reduz a quantidade 
de plantas daninhas próximas às mudas e favorece o coroamento com capina 
manual ou com herbicidas. 
 Aração, gradagem e subsolagem: Aração e gradagem são práticas 
utilizadas no preparo do solo em área total, antes do plantio, e cortam as plantas 
daninhas. Essas operações são caras e não contribuem com a conservação do solo 
quando realizadas em área total, sendo substituídas por práticas de cultivo mínimo, 
como a subsolagem na linha de plantio. A subsolagem rompe as camadas 
subsuperficiais de solo compactadas, o que favorece o estabelecimento adequado 
das mudas. Para complementar o efeito de controle, pode-se realizar aplicação de 
herbicida na linha de plantio ou capina manual. 
O controle químico de plantas daninhas é realizado por meio do uso de 
herbicidas, que apresentam alta eficiência e são muito utilizados em grandes 
plantios. Os herbicidas utilizados nos plantios devem ser criteriosamente 
selecionados, baseado nas espécies de plantas daninhas presentes na área. Sua 
aplicação e dosagem devem seguir rigorosamente as informações constantes na 
bula dos produtos, a fim de evitar danos às plantas de eucalipto, ao meio ambiente e 
riscos ao aplicador. 
 
2.8.2. Doenças que atacam a cultura: 
Até a década de 1970, a área plantada com eucalipto no Brasil era 
relativamente pequena e concentrada em alguns estados, o que considerava as 
plantações praticamente livres de doenças. Com a expansão das áreas plantadas, o 
emprego de genótipos mais produtivos sem prévio conhecimento de sua resistência, 
a implementação de novas técnicas de implantação e manejo silvicultural e os ciclos 
sucessivos numa mesma área de plantio tem favorecido o surgimento de várias 
epidemias. 
O eucalipto pode ser atacado por várias doenças em várias fases de 
crescimento, desde estagio de mudas até plantas adultas. As principais doenças são 
causadas por fungos e podem ser classificadas em doenças em fases de viveiro, 
doenças em troncos e hastes, doenças foliares em plantações e complexos 
etiológicos. O controle das doenças do eucalipto é feito com base em resistência 
genética. A identificação e a clonagem de indivíduos resistentes têm sido efetivas no 
controle de várias doenças. As principais doenças que ocorrem em plantios de 
eucalipto no Brasil são: 
 Mancha de Mycosphaerella: A presença do fungo Mycosphaerella 
limita o desenvolvimento de plantas no primeiro ano de vida porque afeta 
essencialmente a folha juvenil, provocando a sua queda. Esta doença é mais 
comum no Litoral, em anos húmidos e de temperatura amena. Pode causar sérios 
danos em árvores pesadamente infectadas, pela desfolha e redução no crescimento 
de plantas. 
 Ferrugem do eucalipto: A doença é caracterizada pelo recobrimento 
de esporos de coloração amarelada sobre brotações e folhas jovens de eucalipto, 
causada pelo fungo Puccinia psidii. O patógeno coloniza os tecidos produzindo essa 
esporulação, causando deformação dos tecidos, necrose, hipertrofia e verrugoses 
em mudas e árvores jovens. Condições climáticas com temperaturas entre 18º C a 
25º C e umidade relativa acima 80% são as mais favoráveis à ocorrência da doença. 
 Oídio: A doença é caracterizada pelo recobrimento de um mofo 
esbranquiçado com a deformação, o enrugamento de folhas jovens e brotações e 
sintomas de envassouramento, reduzindo o crescimento. Essa doença é causada 
pelo fungo Oidium eucalypti, comum onde haja pouco ou nenhum molhamento foliar. 
 Cancro do eucalipto: a doença apresenta três tipos de sintomas: Em 
plantas com idade inferior a um ano, observa-se a morte de plantas em 
consequência do anelamento do caule que atinge o floema; em plantas com mais de 
dois anos são comuns sintomas de intumescimento do caule e estiramento de 
casca, causadas pela colonização do caule, mas sem atingir o câmbio. O cacro 
típico, definido comolesão localizada no caule margeada por calos, resulta de lesão 
profunda na casca e morte do câmbio de uma porção da circunferência do tronco. O 
agente causal é Chrysoporthe cubensis e ocorre em todas as regiões tropicais e 
subtropicais do mundo é plantado. 
 Murcha de ceratocystis: causada por Ceratocystis fimbriata, é 
atualmente uma das principais enfermidades em plantios comerciais de eucalipto no 
brasil. Os principais sintomas causados pela doença são murcha, escurecimento de 
lenho, secamento e morte da planta. 
 Mancha bacteriana: Xanthonas axonopodis é o principal agente 
etiológico da doença. Os sintomas caracterizam-se por lesões nas margens das 
folhas ou distribuídas sobre o limbo. A diminuição da área fotossintética da planta, 
ocasionado por manhas foliares e desfolha precoce, pode reduzir o crescimento, 
principalmente em viveiros, onde as mudas ficam debilitadas, tornando-se inaptas 
para o plantio no campo. 
 Mancha foliar e desfolha: as lesões foliares são de coloração 
marrom-clara pode ocupar todo o limbo foliar e induz intensa desfolha. Acredita-se 
que a desfolha provocada pelo fungo possa causar redução do incremento 
volumétrico da madeira, em virtude da redução da área fotossintética e propiciar o 
crescimento de plantas invasoras, submetendo as plantas aos efeitos de 
matocompetição. 
Um fato importante no controle das doenças é a desejável alta 
rotatividade de clones em plantios comerciais para reduzir a vulnerabilidade dos 
plantios aos ataques de novas doenças ou novas raças do mesmo patógeno. A 
seleção precoce e a realização de gerações curtas de melhoramento facilitam isso. 
 
2.8.3. Pragas que atacam a cultura: 
No Brasil, o registro de insetos associados aos cultivos florestais de 
eucalipto é vasto, inclui várias pragas e tem aumentado nos últimos anos. Sua 
proximidade taxonômica com diversas espécies brasileiras favoreceu a adaptação 
de muitos insetos, logo após o início dos plantios. Os extensos plantios homogêneos 
e contínuos, distribuídos por todo o Brasil forneceram grande quantidade de 
alimentos a estes insetos. Aliada a disponibilidade de alimento a baixa diversidade 
interferiu no equilíbrio ecológico destes insetos possibilitando seu aumento 
populacional descontrolado, tornando-os pragas. 
 Algumas pragas vêm causando prejuízos e aumento nos custos de 
produção. Além dos danos diretos às plantas, estas pragas causam sérios prejuízos 
devido às barreiras não tarifárias, prejudicando o comércio, principalmente a 
exportação de produtos in natura, tais como sementes e madeira. Dentre as pragas 
introduzidas no Brasil, destacam-se os pequenos insetos, que dispersam com 
facilidade, possuem ciclo de vida curto e muitas vezes são de difícil identificação, em 
função de seu pequeno tamanho (pulgões, psilídeos, cupins e microvespas). 
As formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns), lagartas desfolhadoras e 
besouros desfolhadores são considerados o principal problema para as florestas de 
eucalipto no Brasil. O desfolhamento causado pode reduzir a produção de madeira 
no ano seguinte em um terço e a perda total pode chegar a 13% no final do ciclo de 
colheita. As pragas introduzidas no Brasil mais importantes são: 
 Lagarta-parda (Thyrinteina arnobia): é considerada o principal 
lepidóptero desfolhador das florestas de eucalipto, acarretando prejuízos 
consideráveis a esta cultura, pois já ocasionou danos em áreas superiores a 
485.000 ha de floresta. O desfolhamento afeta o crescimento das árvores, pela 
diminuição da área fotossintetizante, o que implica na redução da produtividade 
primária das árvores, podendo em caso de ataques sucessivos paralisar o seu 
crescimento. 
 Microvespa do citriodora (Epichrysocharis burwelii): esta espécie é 
oriunda da Austrália e a primeira observação no Brasil foi feita em 2003, atacando 
plantações de Corymbia citriodora destinadas à produção de óleos essenciais. Hoje, 
o inseto se encontra espalhado por praticamente todas as áreas de eucalipto no 
Brasil. Ainda não existem dados oficiais, mas as informações da indústria indicam 
que a perda na produção de óleo pode variar de 30 a 80% nas folhas provenientes 
de plantações atacadas. 
 Percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus): nativo da 
Austrália, esta praga foi detectada pela primeira vez no Brasil em 2008. Trata-se de 
uma praga com alta capacidade de dano e de reprodução rápida, o que facilita a 
colonização de novas áreas. Causa prateamento de folhas, secamento e quedas 
dessas folhas, deixando as árvores com aspecto ressecado, com a copa seca. 
 Vespa da galha (Leptocybe invasa): Originária da Austrália, 
detectada no Brasil em 2008. A praga ataca as folhas, formando galhas nas 
nervuras centrais, pecíolos e ramos finos. Essas galhas causam deformação das 
folhas, desfolha e secamento de ponteiros, causam o bloqueio do fluxo normal de 
seiva, levando à queda das folhas. Esses danos podem levar a parada de 
crescimento de mudas e árvores, podendo comprometer a produtividade de clones 
suscetíveis. 
 
2.9. CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DO PRODUTO 
COMERCIALIZADO 
O eucalipto é bastante versátil e pode ser usado com múltiplos fins: 
energia, celulose e papel, laminação, serraria, além de algumas espécies produzem 
óleos essenciais que são utilizados em produtos de higiene e limpeza, vestuário 
(viscose), fármacos e alimentos e os produtos apícolas como mel, própolis e geleia 
real que são bastante apreciados no mercado. 
A madeira de melhor qualidade é aquela que apresenta menos defeitos, 
que podem ser considerados intrínsecos à madeira ou resultantes de processo de 
beneficiamento da madeira. As principais características desejadas das árvores e 
que provocam impacto direto na produtividade da unidade industrial são 
identificadas como diâmetro, retidão e circularidade das torras, ausência de nós, 
tensões internas de crescimento, aparência (cor), facilidade de serrar e laminar, 
facilidade de secar, colar e receber acabamentos (tintas e vernizes). 
A escolha de material genético adequado, a adoção de técnicas corretas 
e manejo correto de corte, transporte, desdobro, secagem e usinagem da madeira 
de eucalipto podem torna-la uma matéria prima muito próxima do ideal para a 
indústria. 
 
2.10. PROGRAMAS DE MELHORAMENTO NO BRASIL: 
Os programas de melhoramento genético de Eucalyptus desenvolvidos no 
Brasil envolvem sucessivos ciclos (gerações), compostos de um conjunto de 
atividades e tipos de populações, visando aumento da produtividade por unidade de 
área. A utilização de ciclos sucessivos de seleção recorrente é o processo mais 
recomendado, devido ao fato de que a maioria dos caracteres de importância 
econômica é controlado por um grande número de genes. 
O melhoramento do eucalipto no Brasil iniciou-se com o pesquisador Dr. 
Edmundo Navarro de Andrade, a partir de 1904, com o objetivo de identificar as 
melhores espécies adaptadas as condições climáticas brasileiras. Em 1941, o 
programa de melhoramento era baseado na seleção de mudas superiores, 
hibridação interespecífica, seleção de mudas nos viveiros. De 1960 a 1980 foram 
enfatizados testes de procedências ou de populações. Depois de 1980 foram 
intensificados testes de progênies e programas de seleção recorrente 
intrapopulacional. 
A partir de 1990, foram implementados programas intensivos de 
hibridação e em 2000 iniciaram os programas de seleção recorrente recíproca 
(SRR), para melhoramento do hibrido entre espécies divergentes. No decorrer do 
processo de melhoramento houve transição dos plantios por meio de mudas 
seminais para mudas obtidas via clonagem. 
No Brasil, o melhoramento de eucalipto é praticado por indústrias de 
celulosee usuárias de carvão vegetal. Também é feito o melhoramento para usos 
múltiplos por várias empresas como a Plantar de Curvelo – MG e a Embrapa 
Florestas em Colombo – PR. Outras instituições que contribuem para o 
melhoramento do eucalipto são a Universidade Federal de Viçosa (UFV/SIF), Escola 
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP/Ipef), Universidade Federal de 
Lavras (ufla) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), todas elas fornecem 
estudos referente ao tema e algumas também fornecem sementes melhoradas. 
 
2.11. PRINCIPAIS OBJETIVOS DO MELHORAMENTO: 
Os programas de melhoramento são desenvolvidos em ciclos repetidos 
de seleção e recombinação. As estratégias de melhoramento estabelecem como 
estes ciclos serão organizados para produzir materiais genéticos melhorados a 
serem utilizados nos plantios comerciais. 
A estrutura básica de uma estratégia de melhoramento é composta da 
população base, da população de melhoramento, dos métodos para avaliar e 
selecionar árvores geneticamente superiores, dos métodos a serem utilizados na 
recombinação destas árvores para regenerar populações que serão submetidas a 
novos ciclos de seleção, e multiplicação para prover material genético melhorado. 
Os principais desafios dos programas de melhoramento atualmente estão 
associados a aumento de produtividade (volume de madeira, celulose e biorredutor 
por unidade de área e tempo), adaptação a ambientes estressantes (bióticos e 
abióticos) e melhor qualidade da madeira para os diversos produtos florestais. 
Apesar de eficientes na geração de plantas superiores, espera-se avanços no 
melhoramento da qualidade da madeira para todos os segmentos industriais que 
utilizam do eucalipto como fonte de matéria-prima ou consumo energético. 
 
2.12. CARACTERES AGRONÔMICOS: 
No Brasil, diversas políticas governamentais têm como objetivo encorajar 
ações de desenvolvimento socioeconômico atreladas às questões de proteção e de 
sustentabilidade ambiental. A adoção de sistemas agroflorestais (SAFs) se justifica 
pela necessidade de associar a produção agropecuária com serviços ambientais, 
pois constituem-se em alternativas econômicas, ecológicas e sociais viáveis para o 
fortalecimento da agricultura. 
Nos SAFs, árvores e arbustos são cultivados de forma interativa com 
cultivos agrícolas, pastagens ou animais, constituindo-se numa opção viável para 
melhor utilização do solo, para reverter a degradação dos recursos naturais, 
aumentar a disponibilidade de madeira, alimentos e serviços ambientais. Os 
sistemas são classificados de acordo com a natureza e arranjo de seus 
componentes, podendo ser assim denominados: 
 Silviagrícolas: cultivo de árvores e arbustos com culturas agrícolas; 
 Silvipastoris, cultivos de árvores e arbustos com pastagens e animais; 
 Agrossilvipastoris, cultivo de árvores e arbustos com culturas agrícolas, 
pastagens e animais. 
Os plantios tradicionais de eucalipto são representados por densos 
maciços florestais, plantados em espaçamentos regulares e normalmente com uma 
única espécie. Além dessa possibilidade de plantio, as árvores também podem ser 
plantadas de forma integrada com as atividades agrícola e pecuária ou como 
quebra-ventos, cercas vivas, proteção de animais sem desconsiderar o seu potencial 
para gerar produtos econômicos. 
O plantio de árvores em áreas de pastagens e culturas agrícolas resulta 
em benefícios para o ecossistema (clima, solo, microrganismos, plantas e animais). 
Além de garantir condições ambientais mais propícias para suas pastagens e 
criações, garante um suprimento de madeira (para uso próprio ou comércio), sem 
que tenha que abandonar sua vocação agrícola ou pecuária. 
Os eucaliptos podem influenciar na quantidade e disponibilidade de 
nutrientes dentro da zona de atuação do sistema radicular das culturas 
consorciadas, pela possibilidade de recuperar nutrientes abaixo do sistema radicular 
das culturas agrícolas e pastagens, reduzindo as perdas por lixiviação e erosão. 
Dessa maneira, a ciclagem de nutrientes minerais, em termos de sustentabilidade, é 
maior nos sistemas agroflorestais. 
Os caracteres de importância agronômica podem ser divididos em 
caracteres qualitativos como resistência mecânica, teor de lignina, coloração da 
madeira, conicidade do tronco, porcentagem de casca, e quantitativos como volume 
(m3/ha/ano), densidade básica (kg/m3), rendimento de celulose (RC%). 
 
2.13. CONTROLE GENÉTICO: 
A estimativa de parâmetros genéticos permite obter informações sobre a 
natureza da ação gênica da herança dos caracteres fornecendo base para avaliação 
requerida pelo melhoramento, além de fornecer informações essenciais à seleção e 
definição do programa de melhoramento de uma população. 
A seleção deve se basear de componentes de médias, variâncias e 
materiais genéticos com elevada média e ampla variabilidade genética, pois deverão 
propiciar ganhos contínuos com seleção ao longo de várias gerações. Os 
parâmetros genéticos de maior interesse ao melhorista e que estão envolvidos nos 
estudos de progênies referem-se às variâncias genéticas e seus componentes 
aditivos, ao coeficiente de herdabilidade, as correlações genéticas e fenotípicas 
entre caracteres e a acurácia seletiva (RESENDE; HIGA, 2006). 
O desdobramento da variação total e a estimativa dos seus componentes, 
obtidos em um teste de progênie, possibilitam ao melhorista o conhecimento da 
estrutura genética do material em estudo, a contribuição da variação genética na 
variação total de cada característica, bem como o progresso na seleção em 
determinado método de melhoramento (AZEVEDO, 2013). 
A variância fenotípica pode ser dividida em três partes principais: 
a) Devido às variações produzidas pelo ambiente; 
b) Como resultado dos efeitos genotípicos; 
c) Devido a uma interação do genótipo com o ambiente; 
A variância genotípica pode ser desdobrada em variância genética aditiva, 
variância de dominância e variância epistáticas. A variância genética aditiva é 
componente mais importante, pois é a principal causa de semelhança entre parentes 
e determinantes das propriedades genéticas da população e da resposta da 
população a seleção. O efeito aditivo dos genes que controlam a maioria dos 
caracteres de importância econômica das arvores tem possibilitado grandes avanços 
no aumento da produtividade das florestas implantadas. (RESENDE; HIGA, 2006) 
Em relação à herdabilidade, trata-se de um dos parâmetros mais 
importante e largamente usados na genética quantitativa. A herdabilidade expressa 
o valor da proporção da variação na população que é atribuída às diferenças 
genéticas entre indivíduos. A herdabilidade é a chave das estimativas dos ganhos 
que podem ser obtidos a partir de programas de seleção e indica o grau de controle 
genético que é exercido sobre um determinado caráter (AZEVEDO, 2013). 
A herdabilidade pode ser estimada em sentido amplo ou em sentido 
restrito. No sentido amplo, expressa a proporção de variância genética total em 
relação à variância fenotípica determinada e o coeficiente só tem significado no 
melhoramento quando se está testando material propagado vegetativamente. A 
herdabilidade no sentido restrito é determinado pela relação entre variância genética 
aditiva e a variância fenotípica e tem a finalidade de orientar sobre a quantidade 
relativa da variância genética que é utilizável no melhoramento, em descendência 
propagadas sexualmente (AZEVEDO, 2013) 
Valores elevados de herdabilidade indicam que o controle genético é alto 
e que mudanças no ambiente influem pouco no genótipo. Alto valor de herdabilidade 
indica boa possibilidade de ganho, já que o progresso esperado da seleção depende 
daherdabilidade da característica, da intensidade da seleção (AZEVEDO, 2013). 
 
2.14. MELHORAMENTO GENÉTICO 
Tecnologias de modificação genética via transgenia prometem se tornar 
ferramenta complementar importante para o melhoramento genético de Eucalyptus. 
O fato de as florestas industriais atuais de Eucalyptus serem quase exclusivamente 
formadas por clones, altamente adaptados e produtivos, fornece uma plataforma 
ideal para a adoção de tecnologia de transgenia visando modificações pontuas 
especificas e capitalizando sobre a superioridade dos clones operacionais. 
Com a transgenia espera-se que os clones de Eucalyptus geneticamente 
modificados tenham um papel gradativamente maior nas próximas décadas, visando 
não apenas propriedades físicas e químicas da madeira, mas também na solução de 
problemas relacionados com estresses bióticos (ataques de pragas e patógenos) e 
abióticos (seca e frio), que podem vir a limitar a expansão ou sustentabilidade de 
florestas existentes. 
Em um programa de melhoramento genético de eucalipto a ênfase deve 
ser dada à hibridação interespecífica e à clonagem dos melhores híbridos 
resultantes, isso para a utilização em plantações de escala comercial. Sendo que 
sempre a estratégia do melhoramento deve ter enfoque na geração de híbridos que 
sejam superiores, cuja, média sempre supere a média de seus genitores. 
Uma boa integração entre floresta e indústria sempre é necessária para a 
escolha dos genitores visando o uso final da espécie melhorada. Buscando sempre 
uma visão em longo prazo quanto a tendências do mercado madeireiro, atendendo 
assim as suas expectativas. 
Em um planejamento da composição dos híbridos busca-se sempre um 
bom grau de complementaridade em relação aos objetivos e metas a serem 
atingidos, buscando também ter genótipos adaptados aos locais de plantio 
desejados, com clones de alto potencial de crescimento e adaptação. Devido o 
processo ser obrigatoriamente de clonagem nesse tipo de estratégia, busca-se 
presença de espécies de fácil enraizamento. Não se esquecendo da ocorrência dos 
fatores bióticos e abióticos dos locais de plantio, assim requerendo a inclusão de 
espécies tolerantes ou resistentes a esses fatores. 
Lista se então alguns dos exemplos de complementariedade dentre as 
espécies de grande importância econômica: 
 Fontes de Crescimento: E. grandis, E. urophylla e E. saligna possuem 
boa combinação de forma superior na produção de híbridos, além de apresentarem 
alto potencial de crescimento. Sendo que, por exemplo, híbridos entre E. grandis e 
E. urophylla representam 80% dos plantios clonais no Brasil. 
 Fontes de resistência à seca: E. camaldulensis, E. tereticornis, E. 
brassiana, e também, porém em nível inferior, E. pellita e E. resnifera. 
 Fontes de resistência ao frio: E. viminalis, E. nitens, E. benthamii, 
E.dunnii, E. bandjensis, E. dorrigoensis e E. smithii. Apesar do E. dunni ser mais 
tolerante que resistente possui ampla utilização no sul do Brasil. 
 Fontes de resistência ao cancro do eucalipto: Corymbia citriodora, 
C. torelliana, E. cloeziana, E. pilularis, E. paniculata, E. pellita, E. urophylla, E 
robusta, E. resinífera e E. microcorys. 
 Fontes de resistência a ferrugem do eucalipto: Corymbia citriodora, 
C. torelliana, E. camaldulensis, E. microcorys, E pellita, E. pilularis, E. propinqua, E. 
resinífera, E. robusta, E. saligna, E. tereticornis e E urophylla. 
 Fontes de qualidade de madeira para celulose: E. globulus, E. 
smithii e E. dunnii, demonstram um alto rendimentos em celulose, alta densidade de 
madeira e um baixo teor de lignina. Assim, os seus híbridos vêm mostrando a 
mesma tendência. 
 Fontes de qualidade da madeira para carvão: E. camaldulensis e E. 
tereticornis, E. paniculata, E. pellita, e E. resinífera. Sua altíssima densidade da 
madeira e alto teor de lignina os tornam muito atrativos. 
 
2.14.1. Utilização dos recursos genéticos 
Em um programa de melhoramento genético de eucalipto, tem-se um tripé 
de sustentação, onde se tem três objetivos básicos: 
Produtividade: buscando uma melhor seleção, a produtividade deve ser 
expressa sempre que possível em função do produto final da madeira. Como, por 
exemplo, celulose, tSA/ha ou tSA/ha/ano; carvão vegetal, tdc ou tdc/há/ano; serraria, 
m³/ha ou m³/ha/ano, isso de madeira serrada; 
Qualidade: destaque para as propriedades da madeira ou à qualidade 
intrínseca da massa produzida a qual impacta no produto final ou no seu processo 
industrial. Como, por exemplo, celulose, rendimento do cozimento, consumo 
específico em volume/peso; carvão vegetal, densidade básica, densidade aparente. 
Diversidade genética: a manutenção do nível de diversidade genética 
adequada que proporcione uma estabilidade ou até mesmo uma segurança para as 
florestas plantadas. 
 
2.14.2. Seleção clonal 
Instalação de testes clonais, feitos a partir da seleção e clonagem de 
árvores híbridas ou espécies puras disponíveis. Sendo que esses se constituem de: 
plantios comerciais e/ou experimentais, por sementes; clones comerciais e/ou 
árvores superiores de outros programas de melhoramento, obtidos assim de compra 
e/ou permuta. 
 
 
Essa linha de ação sempre será possível, desde que o programa de 
melhoramento mantenha-se aberto para permuta da materias genéticos com outros 
programas. 
 
2.14.2.1. Estratégia global de melhoramento 
Envolve cruzamentos entre genitores selecionados para a geração de 
novos híbridos, com a finalidade de garantir a manutenção de ganhos genéticos 
visando as características de interesse, no médio e longo prazo. 
 
2.14.2.2. Populações e estratégia envolvidas 
São considerados três tipos de populações na condução do programa: 
Populações puras, as quais são constituídas por duas espécies principais; 
Populações híbridas ou sintéticas, constituídas por outras espécies puras e híbridos 
comerciais existentes e a serem gerados; Populações restritas, constituídas por 
pares de indivíduos, com alta capacidade específica de hibridação quando 
intercruzados, identificados durante a condução do programa. 
 
2.14.2.3. Seleção Recorrente Recíproca de Genitores e a Formação 
de Híbridos Intermediários (SRR-G-HI) 
Entre os vários esquemas possíveis de SRR o mais indicado para o 
melhoramento da mediados híbridos, é o SRR-G-HI, isso por possibilitar um maior 
ganho genético por unidade de tempo e uma geração de clones superiores 
intermediários antes que o ciclo da SRR esteja completo. 
A SRR-G-HI tem-se baseado na seleção de genitores de ambas as 
espécie, e ou, populações, com base nos testes de progênies híbridas e 
recombinação dos próprios genitores para gerar uma nova população híbrida. Os 
híbridos superiores intermediários são obtidos via intercruzamento dos genitores 
com alta capacidade geral de hibridação e que tenham sido intercruzados 
anteriormente por ocasião de progênies híbridas. Essa nova população de híbridos é 
obtida concomitantemente com a recombinação dos genitores, ou seja, um processo 
de obtenção de novos híbridos antes que se inicie um novo ciclo da SRR. 
As distinções entre as seleções nos experimentos de progênies puras e 
híbridas têm implicações práticas importantes. Como, por exemplo, na avaliação das 
propriedades tecnológicas da madeira e resistência a doenças na seleção de 
genitores. 
 
 
 
2.14.2.4. Multiespécies ou Seleção Recorrente Intrapopulacional em 
Populações Sintéticas (SRIPS) 
Linha de ação que permite o melhoramento contínuo de híbridos 
multiespécies. As espécies basicamente usadas são as E. gandis, E. urophylla, E. 
globulus, E. dunnii, E. smithii, E. benthamii, E. camaldulensis, E. tereticornis, E. 
pellitae E. brassiana. Esse híbrido poderá ser simples (cruzamento de duas árvores 
puras ou duas espécies), triplo (cruzamento de uma árvore pura de uma espécie 
com um híbrido simples de duas espécies diferentes), ou composto (cruzamentos 
entre dois híbridos simples diferentes e, ou, entre uma árvore de uma espécie pura 
com um híbrido triplo). 
Tem se destaque para vantagens e riscos, sendo as vantagens: i) 
conhecimento prévio dos genitores para vários caracteres associados à qualidade 
da madeira e de resistência a algumas doenças; ii) maior probabilidade de obtenção 
de indivíduos superiores; iii) maior probabilidade de obtenção de recombinantes 
superiores explorando novos padrões heteróticos; e iv) possibilidade de uso de 
maior gama de recursos genéticos, originando híbridos superiores em fases 
intermediárias ao ciclo de SRR-G-HI. Já como riscos apontam-se: i) perda de 
heterose pelas realizações sucessivas de cruzamentos entre clones híbridos de 
apenas duas espécies, implicando na redução da variabilidade genética; e ii) perda 
do padrão heterótico envolvendo várias espécies. 
 
2.14.2.5. Seleção Recorrente Recíproca Individual (SRRI) 
A SRRI é recomendada quando se identifica que um cruzamento é bem 
superior a todos os demais. Essa linha de ação visa explorar o limite máximo da 
capacidade específica de hibridação do cruzamento em questão. Esse cruzamento 
deve apresentar uma média alta das características desejáveis e alta capacidade 
específica de hibridação. 
 
 
2.14.2.6. Seleção Recorrente Recíproca entre Populações Sintéticas 
Multiespécies (SRR-PSME) 
Visa congregar e melhorar simultaneamente todos os caracteres de 
importância adaptativa, quantitativa e qualitativa para a produção, principalmente, de 
celulose e carvão vegetal. Os caracteres de resistência à seca e doenças, 
densidade de madeira, rendimento de celulose e teor de lignina apresentam herança 
aditiva e devem estar adequadamente contemplados em uma das populações-base 
para a SRR. 
 
2.15. CONSERVAÇÃO DA BASE GENÉTICA 
Esta é a linha de ação que visa conservar a variabilidade genética das 
populações puras das espécies principais, envolvidas na SRR-G-HI. A estratégia de 
melhoramento a ser utilizada baseia-se na seleção dentro dos testes de progênies 
puras visando à sua transformação em pomares de sementes por mudas. Esse 
método de recombinação e Seleção Recorrente Intrapopulacional (SRI), dentro de 
cada espécie pura, difere daquele de recombinação da Seleção Recorrente 
Recíproca (SRR), quanto aos objetivos e pressão de seleção. 
Embora, à primeira vista, haja certo antagonismo entre as duas linhas 
SRR e SRI, estas, na realidade, se complementam para o atendimento das três 
premissas básicas do programa, a produtividade, a qualidade e a diversidade 
genética em longo prazo. 
 
2.16. AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE GENÓTIPOS 
A avaliação do potencial genético de um indivíduo e de uma população 
requer a aplicação de delineamentos e modelos que proporcionem a obtenção de 
máxima acurácia seletiva, pela minimização dos efeitos ambientais. Sendo que a 
idade de seleção, a herança e o grau de herdabilidade do caráter, o grau de 
parentesco familiar e a forma de obtenção das famílias devem ser considerados. 
 
2.16.1. Seleção Precoce 
De inicio os programas de melhoramento genético baseiam-se na 
avaliação e seleção de genótipos superiores de espécies puras, visando, após, 
utiliza-los para recombinação e, ou, para hibridação. Ulteriormente, testes de 
progênies de espécies puras e, ou, híbridas são instalados para dar continuidade ao 
melhoramento e a obtenção de híbridos superiores. 
A seleção precoce visa reduzir o tempo decorrido entre o cruzamento até 
a obtenção de clones híbridos para plantio. Ela tem-se mostrado eficiente para 
características silviculturas na seleção em teste de progênies de famílias de meios-
irmãos. 
 
2.16.2. Delineamento de cruzamento 
Outro ponto crucial para a implementação de um programa é a escolha do 
delineamento de cruzamento para a implementação do mesmo, sendo que esse visa 
atender: i) às exigências para uma avaliação genética adequada das populações 
sob seleção e melhoramento; ii) ás implicações práticas e operacionais de 
cruzamento; e iii) à necessidade de geração de maior número possível de clones 
híbridos não aparentados para o plantio comercial. Para a escolha de um 
delineamento de cruzamento adequado, analisa-se quatro aspectos: i) eficiência na 
avaliação da capacidade geral de hibridação dos genitores; ii) possibilidade de 
identificação de cruzamentos superiores; iii) eficiência da seleção de clones na 
população híbrida, e iv) capacidade de avaliação de grande número de genitores, o 
que é favorável em termos de intensidade de seleção e tamanho efetivo 
populacional e, assim, em termos de ganho genético acumulado com as gerações 
de seleção. 
 
2.16.3. Experimentação e métodos de seleção 
Atualmente a seleção se baseia no valor genético predito, o qual é obtido 
após rigorosa correção para todos os efetivos ambientais. A acurácia do processo 
de seleção é afetada tanto pelo tamanho da parcela quanto pelo número de 
repetições utilizadas em um experimento. O número de repetições e, ou, indivíduos 
a serem utilizados é função de herdabilidade do caráter sob seleção e da natureza 
do material genético em teste, se é clone, progênies de meios-irmãos (MI), irmãos 
germanos (IG) ou autofecundação (S1). 
Um programa de melhoramento bem estruturado deve levar em 
consideração os seguintes aspectos: i) definição dos critérios de seleção de acordo 
com os objetivos do melhoramento; ii) escolha do germoplasma adequado em 
termos desses caracteres e do ambiente de plantio; iii) adoção de estratégia 
adequada de melhoramento, considerando o controle genético dos caracteres e o 
germoplasma escolhidos; iv) escolha dos delineamentos de cruzamento para 
implementação da estratégia escolhida; v) adoção de experimentação adequada 
para avaliação dos candidatos à seleção; e vi) uso de método ótimo de seleção para 
identificação dos indivíduos superiores e maximização da eficiência seletiva por 
unidade de tempo. 
No melhoramento do eucalipto a seleção pode ser praticada com os 
seguintes objetivos: i) seleção de genitores para cruzamento e recombinação em 
programas de SRI e SRR; ii) seleção de clones para recomendação, visando a 
plantios comerciais; iii) seleção de clones potenciais nas progênies híbridas; iv) 
seleção de genitores potenciais nas progênies em programas se SRI e SRR, e v) 
seleção de famílias para direcionar pares a SRRI ou para plantio comerciais via 
sementes ou via clonagem. 
Observa-se também uma maior eficiência dos delineamentos com uma 
única planta por parcela, independentemente da natureza do material genético em 
teste. 
 
2.16.3.1. Tipos de Seleção: 
 Seleção de clones em testes clonais: os materias a serem avaliados 
em testes clonais geralmente procedem dos testes de progênies híbridas. 
Dependendo da quantidade de material disponível, os testes clonais poderão ser 
realizados em dois estágios; i) estágio inicial, visando à eliminação de clones com 
menor potencial produtivo; e ii) estágio final ou de recomendação de materiais para 
plantios comerciais. 
 Seleção de genitores (potenciais genitores) com base em suas 
progênies de meios-irmãos. 
 Seleção de genitores (para recombinação) com base em suas 
progênies obtidas sob cruzamentos dialélicos ou fatoriais. 
 Seleção de indivíduos (potenciais genitores) para formação do pomar 
de cruzamentos em vaso (PCV), com progênies de meios-irmãos. 
 Seleção de indivíduos (potenciais genitores) para formação do pomar 
de cruzamentos em

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