Buscar

Resenha: Três modelos normativas de democracia de Jurgen Habermas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resenha: Três modelos normativas de democracia 
O capítulo a ser resenhado foi retirado da obra “A inclusão do outro: estudos de teoria política” do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas. Neste capítulo o autor compara duas concepções de política (liberal e republicana) e as diferencia a partir dos conceitos de cidadão, direito e pela forma que o processo político se desenvolve em cada uma dessas concepções. Em diante, o autor evidencia as vantagens e desvantagens de cada modelo e propõe um terceiro modelo, a política deliberativa. 
O texto se inicia demonstrando as principais diferenças entre republicanismo e liberalismo, e que estas se centram no papel do processo democrático (o próprio exercício político do povo que se traduz em eleições e decisões parlamentares). De acordo com a concepção liberal, o processo democrático tem como objetivo a programação do poder público no interesse da sociedade. Nesta concepção a sociedade civil é entendida como mercado, isto é, um espaço onde os indivíduos trocam bens e serviços em busca de seu interesse pessoal, “A política (no sentido da formação política da vontade dos cidadãos) tem a função de agregar e impor os interesses sociais privados perante um aparato estatal especializado no emprego administrativo do poder político para garantir fins coletivos.” (HABERMAS 1995:39)
Isto é, o elemento central dessa concepção é o interesse individual, cada pessoa possui projeto particular de vida, e a programação do estado serviria para conciliar esses diferentes projetos individuais, há uma separação entre entre estado e sociedade civil. Essa concepção é atrelada também a liberdade negativa, onde o indivíduo é livre a medida em que tem seu espaço privado garantido e protegido, não necessitando se curvar a coletividade.
Já no republicanismo, não há uma diferença entre sociedade civil e poder público, há uma ligação, uma interação. “Segundo a concepção republicana a política não se esgota nessa função de mediação. Ela é um elemento constitutivo do processo de formação da sociedade como um todo.” (HABERMAS 1995:40)
Ou seja, aqui, a sociedade civil não é entendida apenas como mercado (na realidade este elemento na concepção republicana tem menor importância), é entendida como um complexo de valores compartilhados, e o Estado é uma pessoa jurídica que corresponde a sociedade. A concepção republicana possui muitas semelhanças com a visão política aristotélica, como a orientação para o bem comum e a ideia de que o indivíduo é livre e se realiza em sociedade enquanto participa ativamente da mesma. Ideia atrelada ao conceito de liberdade positiva, a liberdade como auto governo. Logo, ao contrário do pensamento liberal, a tônica da concepção republicana é a coletividade e não a individualidade. Cabe aqui uma citação do texto “Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos” de Benjamin Constant que exemplifica visões tão antagônicas:
“O objetivo dos antigos era a partilha do poder social entre todos os cidadãos de uma mesma pátria. Era isso o que eles denominavam liberdade. O objetivo dos modernos é a segurança dos privilégios privados; e eles chamam liberdade as garantias concedidas pelas instituições a esses privilégios”
Os antigos (gregos) representavam o ideal republicano e coletivista, onde o indivíduo se submete a coletividade “uma vez que o todo é necessariamente anterior à parte” (ARISTOTELES; A Politica; pag 57) e os modernos representam um ideal liberal (individualista), onde as instituições serviriam para assegurar-lhe das intromissões arbitrárias da coletividade. 
Após essa discorrer sobre essas diferenças o autor as elabora a partir do conceito de cidadão,na concepção liberal, este conceito elucida-se pelos direitos subjetivos (relativos ao próprio sujeito) que o indivíduo tem diante do Estado e dos outros cidadãos. Retoma-se aqui a questão da liberdade negativa relativa ao liberalismo (nesse caso direito negativo), que garante ao cidadão a liberdade como ausência de restrições. “Os direitos políticos têm a mesma estrutura. Eles dão aos cidadãos a possibilidade de fazer valer seus interesses privados, ao permitir que esses interesses possam agregar-se (por meio de eleições e da composição do parlamento e do governo) com outros interesses privados até que se forme uma vontade política capaz de exercer uma efetiva influência sobre a administração.” (HABERMAS; pág 41) 
A concepção republicana tendo como base o entendimento do processo democrático como uma liberdade positiva, concebe que o status de cidadão e cidadania se dá de forma mais ativa e atuante, pois é na participação da prática comum de comunicação que o indivíduo se converte em autor político. E essa é a principal distinção da concepção liberal, não se dá a possibilidade de fazer valer apenas seus interesses privados pois aqui se visa o consenso e uma comunicação política voltada ao entendimento, o bem comum, e não apenas projetos individuais. E o Estado não é uma entidade que existe fora da sociedade civil, ele na verdade, existe em função dela e é por ela diretamente influenciado “Esse poder na realidade provém do poder comunicativamente gerado na prática da autodeterminação dos cidadãos e se legitima na medida em que protege essa prática por meio da institucionalização da liberdade pública.”
Em diante, no conceito de direito, a concepção liberal entende que a ordem jurídica se constrói com base em direitos subjetivos, onde, a partir da análise de cada caso em particular, se decide que direitos cabem aos indivíduos, abrindo precedentes para uma justiça desigual que conceda privilégios. Já a concepção republicana, dedica maior importância ao conteúdo objetivo da ordem jurídica, o autor destaca: “Mas é a concepção republicana que revela afinidade com um conceito de direito que outorga à integridade do indivíduo a às suas liberdades subjetivas o mesmo peso atribuído à integridade da comunidade”. Na concepção republicana a legitimidade da lei está diretamente ligado ao processo democrático.
Evidencia-se que, na natureza do processo político essas concepções se contrastam de forma ainda mais profunda, a partir dos preceitos da teoria do agir comunicativo de Habermas (ou teoria do discurso). Essa é uma teoria intersubjetiva (relativa a relação entre vários sujeitos humanos)
- Elementos Normativos: é exatamente o oposto do elemento objetivo. É aquele que depende de interpretação para se extrair o significado, ou seja, é necessário um juízo de valor sobre o elemento. São elementos que trazem possibilidade de interpretações equívocas, divergentes, oferecendo um certo grau de insegurança. 
Existem 2 especies de elementos normativos: 
a) Elemento Normativo Juridico: aquele que depende de interpretação jurídica. Ex.: funcionário público, documento, etc (a interpretação deve ser feita dentro da lei, de dispositivos legais). 
b) Elemento Normativo Extrajuridico ou Moral: aquele que depende de interpretação não jurídica. Ex.: mulher “honesta”.
contexto histórico da época
entrevista de habermas
trazer a visão de constant e comparar as liberdades ao final das comparações inicias citar a semelhança com a filosofia aristotelica e os gregos no republicanismo e no liberalismo as liberdades modernas
“A ação comunicativa geraria razoabilidade, racionalidade e criticidade, representado uma alternativa à ação estratégica, que seria voltada apenas para os interesses de um grupo ou indivíduo específico. Habermas propõe a ação comunicativa como forma de fazer com que todos os envolvidos em uma deliberação passem a buscar o consenso em torno de uma solução que beneficie a todos igualmente.”

Continue navegando