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ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 1 OS: 0225/9/17-Gil CONCURSO: DETRAN – CEARÁ – SEMANA 0800 ASSUNTO: 1. Conceitos: ética, moral, valores, virtudes e liberdades. 2. Código de Ética e Conduta da Administração Pública do Estado do Ceará, instituído pelo Decreto Nº 31.198, de 30/04/2013, publicado no DOE de 02/05/2013. POR QUE FALAR SOBRE ÉTICA? “Como querem que eu faça tudo direito se a justiça é morosa, os impostos são um absurdo, todo dia vemos escândalos com os políticos em quem votamos, o mundo cheio de gente esperta [...] por que eu tenho que ser ético?” Querido aluno, estas e outras situações não podem servir como parâmetros para nossa conduta. Vamos saber mais? Decisões éticas e antiéticas na história da humanidade A história da humanidade revela situações baseadas em decisões antiéticas que ao longo do tempo foram corrigidas. Ao declarar que a Terra se move em torno do Sol e não o inverso, Galileu Galilei desafiou a Igreja Católica que o convocou para julgamento diante do Santo Ofício, em Roma. Condenado a se retratar publicamente, diz-se que ele teria sussurrado Eppur si muove ou seja “mas ela se move” referindo-se ao movimento da Terra em torno do Sol. Imagine que somente no Século XX, a Igreja Católica por meio do Papa João Paulo II se retratou publicamente, assumindo o erro por esta condenação. Pesquisas científicas Em 1996, pesquisadores escoceses surpreenderam o mundo com o resultado da primeira experiência de clonagem de animais: nascia a ovelha batizada como “Dolly” a partir de uma célula da glândula mamária de uma ovelha adulta. Na sequência, foram também clonados bois, cavalos, ratos e porcos. Produzir artificialmente um ser vivo tornou-se objeto de polêmicas entre religiosos, políticos e movimentos sociais em diversos países. A discussão retomou sua força quando Dolly precisou ser sacrificada, em 2003, devido à uma doença pulmonar progressiva. Pesquisas com células tronco nos levam a crer na esperança de cura para doenças como diabetes, esclerose, Alzheimer, distrofia muscular e Parkinson. As células embrionárias usadas nestas pesquisas são as únicas com capacidade de diferenciação nos 216 tecidos que formam o corpo humano. Por outro lado, despertam discussões calorosas sobre o acesso do homem a células embrionárias. A discussão gira em torno da vida de um indivíduo que deixa de se formar para curar outro ser humano. Também os resultados de pesquisas são objeto de preocupação dos órgãos públicos. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgou ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 2 OS: 0225/9/17-Gil diretrizes que promovem a ética na divulgação dos resultados das pesquisas que são realizadas em nosso país. Esta iniciativa se deu devido a fraudes ocorridas na comunicação de resultados obtidos por pesquisadores brasileiros. Não se pode realizar procedimentos médicos sem a anuência do paciente. A ética se faz presente na condução de situações como esta já que há grupos de pessoas incapazes de decisão como crianças e pacientes de hospitais psiquiátricos cuja concordância com pesquisas científicas deve se dar por seus representantes legais. Entram em cena a consciência ética do ser humano e do profissional fundamentada nos valores do indivíduo que toma a decisão e nos deveres profissionais éticos esclarecidos no código da categoria. Internet com ética Você faz parte de redes sociais como Orkut, Facebook ou Linkedin? Se a resposta for afirmativa, você sabe quantas mudanças ocorreram nestes espaços virtuais buscando oferecer alguma privacidade aos seus participantes. Então você também sabe o quanto esta privacidade é cada vez mais difícil de se obter. Os usuários da internet consomem a informação quando quiserem e a utilizam da maneira que desejarem. Quantos processos já foram movidos por pessoas que se sentiram prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes, comprometendo a imagem pessoal e profissional! Ainda que seja possível descobrir a fonte de observações equivocadas feitas na internet, somente com o apoio da Justiça pode-se consultar os provedores e então fazer movimentos para tentar restabelecer a imagem de quem se sentiu prejudicado. O fato é que não é possível haver um controle 100% efetivo sobre o que acontece no ambiente virtual. Dependemos da consciência ética das pessoas que nele navegam para que seu uso seja feito para o bem comum. É isso que você vê no seu dia a dia?A pirataria na internet ocorre quando se obtém có- pias não autorizadas de bens para uso pessoal (Srour, 2011), da mesma maneira que estas cópias são vendidas no mercado, nas ruas ou nas casas, sem autorização legal. A moral do oportunismo se instala e a conduta antiética é justificada pela necessidade do suprimento de necessidades básicas do ser humano. Esta conduta se justifica? Srour (2011, p. 38), indica que “racionalização antiética” está na base desta conduta orientando práticas racionais fundamentadas no que Sá (2010, p. 263), chama de “ética da mentira”. As pessoas estabelecem um conjunto articulado de justificativas para seus atos imorais e ilícitos, condenados pela sociedade. Afinal, o que é a ÉTICA? Há uma confusão na compreensão dos termos ética e moral, inclusive levando a crer que ambos têm o mesmo significado. Deixo claro que isto não está correto. Vamos compreender o conceito de ética para depois diferenciá-lo de moral. Quando falamos sobre ética, parece que as coisas estão indo mal. Parece que há uma crise e logo nos reportamos a escândalos envolvendo a administração pública. "Ora, cada um de nós tem sua própria ética baseada nas regras impostas pelo grupo do qual fazemos parte cujas ações se fundamentam na cultura transmitida de geração a geração e que nos diz o que é certo ou errado". “A ética, como ciência do ethos, é um saber elaborado segundo regras ou segundo uma lógica peculiar” segundo o ensinamento de Patrus-Penas e Castro (2010, p. 32). É a ética, conforme Srour (2011, p.21), que esclarece o motivo que leva os agentes sociais a tomarem esta ou aquela decisão, orientados por este ou aquele valor, condicionados por estes ou aqueles interesses. Portanto, ser ético, significa ser um agente social cujas decisões são fundamentadas na moral do grupo ao qual pertence e são tomadas com base em valores e interesses que busquem o bem comum. Colombo et. al (2011, p.11) recorre a Vázquez (2005) para ensinar que ética “pode ser compreendida como ‘teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens’ e possui como função fundamental estudar a essência do comportamento moral”. O termo ética foi trazido pelos trabalhos de Pitágoras em VI a.C. e por Aristóteles, em IV a.C. em sua obra “Ética a Nicômaco”. Cada sociedade tem sua ética própria, assim, não podemos dizer que há certo ou errado quando se compara o papel que se atribui à mulher no ocidente com aquele preconizado no Oriente Médio ou na cultura muçulmana. Veja o exemplo da Figura 1.1, em que a mulher muçulmana está usando uma burka, vestimenta que não é adotada pela mulher ocidental. MORAL Colombo et. al (2011 p. 25) indica que, para Vásquez (2005) o comportamento moralé legislado pela ética. Os autores reforçam ainda que “a ética vai definir o ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 3 OS: 0225/9/17-Gil que é bom e investigar princípios da moralidade de uma sociedade. Ela fundamenta e justifica certos comportamentos, mas não cria a moral”. A moral de um povo é o conjunto de normas vigentes consideradas como critérios que orientam o modo de agir dos indivíduos daquela sociedade. “Quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se um critério que é definido no espaço da moralidade” ensina Rios (2011, p. 29) e isso interessa à ética no sentido de procurar o fundamento dos valores que oferecem sustentação para este comportamento bom ou mau. A origem da palavra “ética”, conforme Srour (2011, p. 18), está no “caráter distintivo, os costumes, hábitos e valores de determinada coletividade ou pessoa”. Daí surge a confusão entre ética e moral, pois a palavra “costume” foi traduzida em latim por mos ou mores no plural, derivando a palavra moral, no português. Vamos nos reportar a Srour (2011, p. 21) para a definição de ética como sendo “o estudo dos fatos sociais, ou seja, relações entre agentes historicamente definidos. A Ética é o conhecimento científico dos fatos morais”. As escolhas que estes agentes fazem considerando suas avaliações sobre o bem e o mal; o mal e o bem (quando se admite que há um mal necessário para que um bem maior seja atingido); o bem e o bem (quando só é possível beneficiar uma das partes como exemplificado na Figura 1.3); e o mal e o mal (quando se admite que “entre os males, o menor”) é o que diferencia fatos morais (estudados pela ética) de fatos sociais (do cotidiano). Temos então que moral, para Rios (2011, p. 32) é “um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma comunidade social dada”. Estas normas e regras, para Rios (2011, p. 32) “se sustentam nos valores criados pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza”. VALORES E VIRTUDES Valores são princípios dos quais não se abre mão. Eles estão na base de nossa conduta individual assim como são os fundamentos da tomada de decisão das organizações. Você conhece os valores declarados pela empresa onde você trabalha? Observe que na Figura 2.1, os valores estão na base do planejamento estratégico das organizações. Os níveis estratégico, tático e operacional executam suas tarefas e tomam decisões com base nas crenças da organização. Sá (2010, p. 79), recorre a Aristóteles para ensinar que “aos hábitos dignos de louvor chamamos virtudes”. Vale aqui ressaltar que os virtuosos são dignos de louvor ainda que o meio em que vivam ou trabalhem não proporcione a prática da conduta virtuosa. A conduta virtuosa (respeitar todos os seres, por exemplo) é uma qualidade fundamental no campo da ética e somente é possível para pessoas com valores (respeito, por exemplo) fortes. Consciência ética O que fazer se o Código Civil protege o sigilo e a lei fiscal obriga sua quebra? A consciência, como bem lembra Sá (2009, p. 73) “tem como mais forte o dever de não trair e de não insurgir-se contra aquele que se tem o dever de proteger”. Contudo, quando prevalece o bem público, age a lei no sentido de revelar aquilo que a consciência leva a omitir. Deveria ser necessária a ação da lei já que se sabe que a omissão prejudica o bem estar público? Uma imagem que me vem à mente quando falo sobre consciência ética é a ocupação, em novembro de 2010, do Morro do Alemão e um ano depois, em novembro de 2011 a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Estas duas comunidades mantinham seu próprio código de ética respeitado não somente pelos próprios traficantes, mas também pelos moradores independente de sua opinião a respeito. A intervenção dos policiais, com apoio do Governo Federal brasileiro se deu e foi legítima, pois a ética ali predominante entrava em conflito com a ética da sociedade, prejudicando os moradores daquele local e oferecendo um exemplo de conduta para outros indivíduos que não condiz com a convivência saudável que se espera para os seres humanos. A consciência ética daqueles que dominavam estas comunidades não condiz com aquela que é aceita em nossa sociedade. É deste choque de percepções sobre o que é certo e errado que se origina confrontos com estes aos quais assistimos. Sá (2011, p. 74) apresenta alguns estados especiais de manifestação da consciência ética ao indicar que sentimentos morais, religiosos, partidários e econômicos assim como as expressões do ego voltadas para o interesse e a emoção podem tentar a consciência ética a ceder. A qualidade destas manifestações é que determina o quanto as circunstâncias ambientais influenciarão na firmeza do caráter de quem toma a decisão. Ao compreendermos que o estudo da ética passa pela normatização das condutas dos indivíduos, precisamos também conhecer as razões que levam os indivíduos a aceitarem as normas impostas pelo grupo ao qual pertencem. A conduta ética Você já observou que há situações em que se faz necessária a orientação quanto às roupas adequadas para situações especiais no cotidiano, no ambiente de trabalho e no culto religioso. Veja que, no nosso país, não há penalidades legais implícitas, mas existem punições sociais expressas pela rejeição do grupo. Já em outros países, o desrespeito às normas de conduta simples como o uso de vestimentas específicas ferem os princípios religiosos e, neste caso existe a punição pela lei. Veremos este tema ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 4 OS: 0225/9/17-Gil mais adiante quando tratarmos da ética presente na interculturalidade. Neste sentido, vale ressaltar que a conduta humana deve respeitar normas implícitas no convívio ou explícitas em manuais, códigos ou na lei, por exemplo. A palavra “etiqueta” traz este conceito, pois trata-se do respeito à ética em situações específicas do convívio, como por exemplo à mesa, durante as refeições; numa cerimônia religiosa; num evento político. O cerimonial segue uma etiqueta prevista que por sua vez contempla os princípios éticos fundamentados na moral, nos costumes e valores daquele grupo. Os dilemas pessoais e profissionais que enfrentamos No exercício de nossa profissão, nos deparamos frequentemente com dilemas éticos que exigem reflexão. Por exemplo, o que dizer de um advogado que deve defender um criminoso? Ou de um contador que, mesmo sabendo das atividades ilícitas de seu cliente, tenha que lhe prestar serviço? Ou de um da obrigatoriedade de se reportar um acidente ocorrido no trabalho ainda que isto cause impactos negativos para a empresa junto à sociedade? Os interesses pessoais Para Srour (2011, p. 41), interesses são “fatores tão valiosos para os agentes sociais que eles se mobilizam para satisfazê-los e defendê-los”. O problema começa quando os interesses pessoais encontram-se no limite do egoísmo e da ganância. Você se lembra da fraude de 65 bilhões de dólares conduzida por Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq? A pirâmide de investimentos que ele criou consistia em usar o dinheiro de novos aplicadores para remunerar os antigos. Quando houve uma brusca queda nos novos investimentos em 2008 face à recessão mundial, o esquema desmoronou. Em junho de 2009, Madoff foi condenado a 150anos de prisão. Muitos perderam suas economias neste investimento que contava com a boa fé das pessoas e que acabou prejudicando suas vidas. Por outro lado, há uma situação interessante a ser observada. Os trabalhadores muitas vezes se queixam da pressão sofrida no ambiente de trabalho, mas quando são chamados a revelar a causa do estresse, não apontam suas verdadeiras causas acreditando que colocarão em risco sua competência profissional. Veja o resultado da pesquisa feita pela ONG britânica Mind. À medida que cada um olha somente para seus interesses pessoais, cria-se um círculo vicioso e todos perdem. Veja como a conduta ética permeia vários aspectos do nosso cotidiano exigindo reflexões constantes! A CONDUTA CIDADÃ Ao abordar o tema da conduta ética, é fundamental tratar a questão da relação entre o indivíduo e o Estado, ou seja, a cidadania. Já na Roma Antiga – um período que durou 12 séculos e se iniciou em VIII a.C. com a fundação de Roma - se estabeleceu os direitos e deveres que cada indivíduo tem para com o Estado. Evolução do conceito de cidadania Originado na Grécia antiga (1100 a.C. até 146 a.C.) o termo cidadania indica aquele que habita uma cidade (civitas) e dizia respeito à sua atuação efetiva o que significava dizer que nem todos eram cidadãos, mas somente aqueles que usufruíam de privilégios em determinadas classes sociais. O conceito, naquela época excluía mulheres, crianças e escravos e incluía somente os homens totalmente livres, ou seja, aqueles que não precisavam trabalhar para viver. Imagine que o número de cidadãos era bem reduzido. Na Roma Antiga, cidadania estava relacionada ao exercício de direitos polí- ticos, civis e religiosos atribuída somente aos patrícios (homens livres, descendentes dos fundadores da cidade); negada aos plebeus (descendentes de estrangeiros) assim como aos escravos (todos aqueles que não saldavam suas dívidas, os traidores e os prisioneiros de guerra). Com a expansão militar romana, o advento da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) assegurou aos plebeus o acesso ao exercício da cidadania. Com a queda do Império Romano e o início da Idade Média, as relações entre o cidadão e o Estado passaram a ser controladas pela Igreja Católica e com o Feudalismo, a vassalagem estabeleceu uma relação intensa de dependência do camponês. O homem medieval nunca foi cidadão. De alguma maneira, foram “suspensos” os princípios de cidadania. ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 5 OS: 0225/9/17-Gil A Revolução Francesa, que iniciou em Paris em 14 de julho de 1789, com a Queda da Bastilha, alterou o quadro político daquele país e foi um marco na instauração de um Estado democrático voltado para os interesses de todos os cidadãos e um exemplo seguido por outros países. Com o início da Idade Moderna foram introduzidos os princípios de liberdade e igualdade na busca pela justiça e contra os privilégios. O conceito de cidadania no Estado Democrático de Direito, conforme explica Luiz Flávio Borges d’Urso está relacionado a “um status jurídico e político mediante o qual o cidadão adquire direitos civis, políticos e sociais; e deveres (pagar impostos, votar, cumprir as leis) relativos a uma coletividade política, além da possibilidade de participar na vida coletiva do Estado. Esta possibilidade surge do princípio democrático da soberania popular.” Disponível em: Acesso em: 04 dez. 2011. Assim, participar ativamente da condução da gestão pública faz parte do exercício pleno da cidadania importando não somente em apontar as melhorias a serem realizadas, mas também em atuar na direção de sua realização. A inclusão política se faz por meio do exercício pleno da cidadania o que é reforçado pela colocação de Dalmo de Abreu Dallari (1998, p. 14), “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. Observe que as palavras de Dallari (1998) indicam que “participar ativamente da vida e do governo” é um direito do povo. Você tem exercido este direito, em seu município? No Brasil, a Constituição de 1988 foi um marco na conquista do povo pelo seu direito a participar da tomada de decisões no país. No dia 27 de julho de 88, em que foi promulgada a nova Constituição, Ulysses Guimarães disse: “essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”. “Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da perseguição social” EXERCÍCIOS 01. Aristóteles distingue vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação. Um vício é um sentimento ou uma conduta excessivos, ou, ao contrário, deficientes. Uma virtude é um sentimento ou uma conduta moderados. A partir do trecho anterior, assinale a alternativa que apresenta, nesta ordem: uma virtude, um vício por excesso e um vício por deficiência. (IDECAN | SEJUS-RN | 2017) a) Prudência, moleza e ambição. b) Coragem, temeridade e covardia. c) Vileza, magnificência e vulgaridade. d) Condescendência, amizade e enfado. “Toda cultura e cada sociedade institui uma moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido, e à conduta correta. No entanto, a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.” (CHAUI, Marilena – Convite à filosofia) 02. A partir do trecho anterior, pode-se concluir que: (IDECAN | SEJUS-RN | 2017) a) Ética é o estudo dos valores morais. b) Ética e moral são conceitos sinônimos. c) Tanto a moral quanto a ética são universais. d) Moral é uma ciência, enquanto ética é a conduta humana. 03. Com relação aos conceitos de ética, assinale a alternativa incorreta. (IBFC | EMBASA | 2017) a) Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da natureza humana b) As obrigações éticas da convivência humana devem pautar-se não apenas por aquilo que já temos, realizamos, somos, mas também por tudo aquilo que poderemos vir a ter, a realizar, a ser c) Códigos de ética são símbolos ou signos de atitudes que preservam apenas valores pessoais d) A função principal de um código de ética é começar pela definição dos princípios que o fundamentam e ele, se articula em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 6 OS: 0225/9/17-Gil 04. A Moral: (FUNCAB | SEGEP-MA | 2016) a) no sentido prático, tem finalidade divergente da ética, mas ambas são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem. b) determina o caráter da sociedade e valores como altruísmo e virtudes, ensina a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade, e capacita o ser humano a competir com os antiéticos, utilizando os mesmos meios destes. c) diferencia-se da ética no sentido de que esta tende a julgar o comportamento moral de cadaindivíduo no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar social. d) é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano, usadas eventualmente por cada cidadão, que orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. 05. Em relação à ética, é correto afirmar, EXCETO que: (FUNCAB | SEGEP-MA | 2016) a) é construída por uma sociedade com base nos valores econômicos, financeiros e históricos. b) serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. c) embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. d) é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A Moral e a ética, são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. 06. Nesse sentido, é correto afirmar que: (INTEGRI | Pref. de Mogi Mirim-SP | 2016) a) A ética é erroneamente aplicada ao referir-se a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional (por exemplo, os códigos de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, etc.). b) A ética é erroneamente aplicada ao referir-se a um conjunto de valores que um grupo estabelece para seu exercício de vida. c) A ética pode referir-se a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). d) A ética não pode referir-se a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). 07. A ética pode ser definida como: (FUNCAB | MPOG | 2015) a) um conjunto de valores genéticos que são passados de geração em geração. b) um princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família. c) a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano em sociedade. d) um comportamento profissional a ser observado apenas no ambiente de trabalho. 08. A Ética é utilizada para conceituar deveres e estabelecer regras de conduta do indivíduo. Qual é o significado da palavra grega ethos = ética? (AOCP | CASAN | 2016) a) Significa costume. b) Significa moral. c) Significa respeito. d) Significa valores. 08. No que diz respeito à moral e à ética, julgue os itens subsequentes. (FUNIVERSA | IFAP | 2016) I Moral e ética são termos diferentes, portanto com sentidos análogos. II A “moral” precede a ética na aplicação social. III Ética quer dizer “costume”. IV A moral é o ato individual. V A moral é o julgamento dos costumes. A quantidade de itens certos é igual a a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. 09. Sobre moral e ética é INCORRETO afirmar: a) A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural etc. b) Uma moral é um fenômeno social particular, que tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se se dizendo universal, supostamente válida para todos. c) A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. d) A moral é um conjunto de regras de conduta adotadas pelos indivíduos de um grupo social e tem a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal. ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 7 OS: 0225/9/17-Gil Muitos são os autores que discutem e conceituam ética. Uma das possíveis definições é de que ela seria uma parte da filosofia que lida com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Em outras palavras, trata‐se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo quanto no âmbito individual. 10. Analise as afirmativas a seguir, marque V para as verdadeiras e F para as falsas. (IDECAN | SEARH-RN | 2016) ( ) Sócrates, Platão e Aristóteles foram responsáveis por propor uma espécie de “estudo" sobre o que de fato poderia ser compreendido como valores universais a todos os homens, buscando, dessa forma, ser correto, virtuoso, ético. ( ) Os sociólogos clássicos foram os primeiros a discutir sobre ética, num esforço pelo exercício de um pensamento crítico e reflexivo quanto aos valores e costumes dos seres humanos. ( ) A ética seria uma reflexão acerca da influência que o código moral estabelecido exerce sobre a nossa subjetividade, nossa forma de conduta. ( ) Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis à vida ética ou moralmente correta. A sequência está correta em a) F, F, V, F. b) V, V, F, F. c) V, F, V, V. d) F, V, F, V. Prof. Pedro Israel prof.pedroisrael@gmail.com www.facebook.com/profpedroisrael 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 B A C C A C B D D C CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL DECRETO Nº 31.198, DE 30 DE ABRIL DE 2013 INSTITUI O CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso da atribuição que lhe confere o art. 88, inciso IV, da Constituição Estadual, CONSIDERANDO o Decreto nº 29.887, de 31 de agosto de 2009, que institui o Sistema de Ética e Transparência do Poder Executivo Estadual e dá outras providências, e CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar as regras de conduta dos agentes públicos civis no âmbito da Administração Pública Estadual, DECRETA: TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS DA CONDUTA ÉTICA Art. 1º Fica instituído o Código de Ética e Conduta da Administração Publica Estadual, na forma disposta neste Decreto, cujas normas aplicam-se aos agentes públicos civis e às seguintes autoridades da Administração Pública Estadual: I - Secretários de Estado, Secretários Adjuntos, Secretários Executivos e quaisquer ocupantes de cargos equiparados a esses, segundo a legislação vigente; II - Superintendente da Polícia Civil, Delegado Superintendente Adjunto da Polícia Civil, Perito Geral do Estado, Perito Geral Adjunto do Estado e quaisquer ocupantes de cargos equiparados a esses, segundo a legislação vigente; III - Dirigentes de Autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de economia mista. Parágrafo Único. Está também sujeito ao Código de Ética e Conduta da Administração Pública Estadual todo aquele que exerça atividade, ainda que transitoriamente e sem remuneração, por nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo em órgão ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85)3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 8 OS: 0225/9/17-Gil ou entidade da Administração Pública Direta e Indireta do Estado. Art. 2º A conduta ética dos agentes públicos submetidos a este Decreto reger-se-á, especialmente, pelos seguintes princípios: I – boa-fé - agir em conformidade com o direito, com lealdade, ciente de conduta correta; II – honestidade – agir com franqueza, realizando suas atividades sem uso de mentiras ou fraudes; III – fidelidade ao interesse público – realizar ações com o intuito de promover o bem público, em respeito ao cidadão; IV – impessoalidade – atuar com senso de justiça, sem perseguição ou proteção de pessoas, grupos ou setores; V – moralidade – evidenciar perante o público retidão e compostura, em respeito aos costumes sociais; VI – dignidade e decoro no exercício de suas funções – manifestar decência em suas ações, preservando a honra e o direito de todos; VII – lealdade às instituições – defender interesse da instituição a qual se vincula; VIII – cortesia – manifestar bons tratos a outros; IX – transparência – dar a conhecer a atuação de forma acessível ao cidadão; X – eficiência – exercer atividades da melhor maneira possível, zelando pelo patrimônio público; XI – presteza e tempestividade – realizar atividades com agilidade; XII – Compromisso – comprometer-se com a missão e com os resultados organizacionais. Art. 3º É vedado às pessoas abrangidas por este Código auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial ou financeira, salvo nesse último caso a contraprestação mensal, em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nos Órgãos e Entidades do Poder Executivo Estadual, devendo eventuais ocorrências serem apuradas e punidas nos termos da legislação disciplinar, se também configurar ilícito administrativo. Art. 4º Considera-se conduta ética a reflexão acerca da ação humana e de seus valores universais, não se confundindo com as normas disciplinares impostas pelo ordenamento jurídico. TÍTULO II DA CONDUTA ÉTICA DAS AUTORIDADES ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL CAPÍTULO I DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS Art. 5º As normas fundamentais de conduta ética das Autoridades da Administração Estadual visam, especialmente, às seguintes finalidades: I – possibilitar à sociedade aferir a lisura do processo decisório governamental; II – contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da Administração Pública Estadual, a partir do exemplo dado pelas autoridades de nível hierárquico superior; III – preservar a imagem e a reputação do administrador público cuja conduta esteja de acordo com as normas éticas estabelecidas neste Código; IV – estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses públicos e privados e limitações às atividades profissionais posteriores ao exercício de cargo público; V – reduzir a possibilidade de conflito entre o interesse privado e o dever funcional das autoridades públicas da Administração Pública Estadual; VI – criar mecanismo de consulta destinado a possibilitar o prévio e pronto esclarecimento de dúvidas quanto à conduta ética do administrador. Art. 6º No exercício de suas funções, as pessoas abrangidas por este código deverão pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral. Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este artigo são exigidos no exercício e na relação entre suas atividades públicas e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses. CAPÍTULO II DOS CONFLITOS DE INTERESSES Art. 7º Configura conflito de interesse e conduta aética o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função. Art. 8º Configura conflito de interesse e conduta aética aceitar custeio de despesas por particulares de forma a permitir configuração de situação que venha influenciar nas decisões administrativas. Art. 9º No relacionamento com outros Órgãos e Entidades da Administração Pública, a autoridade pública deverá esclarecer a existência de eventual conflito de interesses, bem como comunicar qualquer circunstância ou fato impeditivo de sua participação em decisão coletiva ou em órgão e entidade colegiados. Art. 10. As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor privado, bem como qualquer negociação que envolva conflito de interesses, deverão ser imediatamente informadas pela autoridade pública à Comissão de Ética ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 9 OS: 0225/9/17-Gil Pública - CEP, independentemente da sua aceitação ou rejeição. Art. 11. As autoridades regidas por este Código de Ética, ao assumir cargo, emprego ou função pública, deverão firmar termo de compromisso de que, ao deixar o cargo, nos 6 meses seguintes, não poderão: I - atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato ou associação de classe, em processo ou negócio do qual tenha participado, em razão do cargo, nos seis meses anteriores ao término do exercício de função pública; II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato ou associação de classe, valendo-se de informações não divulgadas publicamente a respeito de programas ou políticas do Órgão ou da Entidade da Administração Pública Estadual a que esteve vinculado ou com que tenha tido relacionamento direto e relevante. Art. 12. A autoridade pública, ou aquele que tenha sido, poderá consultar previamente a CEP a respeito de ato específico ou situação concreta, nos termos do Art. 7º, Inciso I, do Decreto nº 29.887, de 31 de agosto de 2009, que instituiu o Sistema de Ética e Transparência do Poder Executivo Estadual. CAPÍTULO III DO RELACIONAMENTO ENTRE AS AUTORIDADES PÚBLICAS Art. 13. Eventuais divergências, oriundas do exercício do cargo, entre as autoridades públicas referidas no Art. 1º, devem ser resolvidas na área administrativa, não lhes cabendo manifestar-se publicamente sobre matéria que não seja afeta a sua área de competência. Art. 14. É vedado à autoridade pública, referida no Art. 1º, opinar publicamente a respeito: I - da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade pública; e II - do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão individual ou em órgão e entidade colegiados, sem prejuízo do disposto no Art. 13. TÍTULO III DA CONDUTA ÉTICA DOS AGENTES PÚBLICOS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E GARANTIAS DO AGENTE PÚBLICO Art. 15. Como resultantes da conduta ética que deve imperar no ambiente de trabalho e em suas relações interpessoais, são direitos do agente público: I - liberdade de manifestação, observado o respeito à imagem da instituição e dos demais agentes públicos; II - manifestação sobre fatos que possam prejudicar seu desempenho ou sua reputação; III - representação contra atos ilegais ou imorais; IV - sigilo da informação de ordem não funcional; V - atuação em defesa de interesse ou direito legítimo; VI - ter ciência do teor da acusação e vista dos autos, quando estiver sendo apurada eventual conduta aética. Art. 16. Ao autor de representação ou denúncia, que tenha se identificado quando do seu oferecimento, é assegurado o direito de obter cópiada decisão da Comissão de Ética e, às suas expensas, cópia dos autos, resguardados os documentos sob sigilo legal, e manter preservada em sigilo a sua identidade durante e após a tramitação do processo. CAPÍTULO II DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES AO AGENTE PÚBLICO Seção I Dos Deveres Éticos Fundamentais do Agente Público Art. 17. São deveres éticos do agente público: I – agir com lealdade e boa-fé; II – ser justo e honesto no desempenho de suas funções e em suas relações com demais agentes públicos, superiores hierárquicos e com os usuários do serviço público; III – atender prontamente às questões que lhe forem encaminhadas; IV – aperfeiçoar o processo de comunicação e o contato com o público; V – praticar a cortesia e a urbanidade nas relações do serviço público e respeitar a capacidade e as limitações individuais dos usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, orientação sexual, nacionalidade, cor, idade, religião, preferência política, posição social e quaisquer outras formas de discriminação; VI – respeitar a hierarquia administrativa; VII – Não ceder às pressões que visem a obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas; VIII – comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público. Seção II Das Vedações ao Agente Público Art. 18. É vedado ao Agente Público: I – utilizar-se de cargo, emprego ou função, de facilidades, amizades, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem em qualquer órgão público; II – imputar a outrem fato desabonador da moral e da ética que sabe não ser verdade; III – ser conivente com erro ou infração a este Código de Ética e Conduta da Administração Estadual; ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 10 OS: 0225/9/17-Gil IV – usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa; V – permitir que interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público ou com colegas; VI – Faltar com a verdade com qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; VII – dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; VIII – exercer atividade profissional antiética ou ligar o seu nome a empreendimentos que atentem contra a moral pública. TÍTULO IV DAS SANÇÕES ÉTICAS Art. 19. A violação das normas estipuladas neste Código acarretará as seguintes sanções éticas, sem prejuízo das demais sanções administrativas, civis e criminais aplicadas pelo poder competente em procedimento próprio, observado o disposto no Art. 26 do Decreto Estadual nº 29.887, de 31 de agosto de 2009: I - advertência ética, aplicável às autoridades e agentes públicos no exercício do cargo, que deverá ser considerada quando da progressão ou promoção desses, caso o infrator ocupe cargo em quadro de carreira no serviço público estadual; II - censura ética, aplicável às autoridades e agentes públicos que já tiverem deixado o cargo. Parágrafo Único. As sanções éticas previstas neste artigo serão aplicadas pela Comissão de Ética Pública - CEP e pelas Comissões Setoriais de Ética Publica - CSEPs, que poderão formalizar Termo de Ajustamento de Conduta, para os casos não previstos no Estatuto dos servidores públicos civis, encaminhar sugestão de exoneração do cargo em comissão à autoridade hierarquicamente superior ou rescindir contrato, quando aplicável. Art. 20. Os preceitos relacionados neste Código não substituem os deveres, proibições e sanções constantes dos Estatutos dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará. Art. 21. As infrações às normas deste Código, quando cometidas por terceirizados, poderão acarretar na substituição destes pela empresa prestadora de serviços. TÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 22. Os códigos de ética profissional existentes em Órgãos e Entidades específicos mantêm a vigência no que não conflitem com o presente Decreto. Art. 23. A Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará deverá divulgar as normas contidas neste decreto, de modo a que tenham amplo conhecimento no ambiente de trabalho de todos os Órgãos e Entidades Estaduais. Art. 24. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário. PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, aos 30 dias do mês de abril de de 2013. Cid Ferreira Gomes GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ João Alves de Melo CONTROLADOR E OUVIDOR GERAL DO ESTADO * Publicado no Diário Oficial do Estado de 02/05/2013. EXERCÍCIOS 01. De acordo com os princípios e valores fundamentais da conduta ética estabelecidos no Código de Ética e Conduta da Administração Publica do Estado do Ceará, é correto afirmar que o princípio: (Pedro Israel | Prime | 2017) a) da Impessoalidade associa-se a agir com franqueza, realizando suas atividades sem uso de mentiras ou fraudes. b) da Honestidade vincula-se a evidenciar perante o público retidão e compostura, em respeito aos costumes sociais. c) da Boa-fé refere-se a agir em conformidade com o direito, com lealdade e ciente da conduta correta. d) da Moralidade relaciona-se à atuação com senso de justiça, sem perseguição ou proteção de pessoas, grupos ou setores. 02. Segundo o Código de Ética e Conduta da Administração Publica do Estado do Ceará, a conduta ética dos agentes públicos deve ser regida pelos seguintes princípios: (Pedro Israel | Prime | 2017) I - dignidade e decoro no exercício de suas funções. II - fidelidade ao interesse público. III - presteza e tempestividade. IV - possibilitar à sociedade aferir a lisura do processo decisório governamental. É correto o que se afirma em a) I, II e III. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) em todos os itens. ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 11 OS: 0225/9/17-Gil 03. De acordo com o Código de Ética e Conduta da Administração Publica do Estado do Ceará, é correto afirmar que: (Pedro Israel | Prime | 2017) a) dentre as autoridades da Administração Pública Estadual, apenas os Secretários de Estado estão sujeitos à aplicação das normas previstas no Código de Ética. b) as normas presentes no Código aplicam-se a todos os agentes públicos civis e militares do Estado. c) aqueles que exercem atividades transitórias e sem remuneração não estão sujeitos ao Código de Ética e Conduta da Administração Pública Estadual. d) Dirigentes de Autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de economia mista, estão sujeitos à aplicação das normas previstas no Código de Ética. 04. Dentre as normas fundamentais de conduta ética das Autoridades da Administração Pública Estadual, é INCORRETO afirmar que: (Pedro Israel | Prime | 2017) a) estabelecem regras básicas sobre conflitos de interesses públicos e privados e limitações às atividades profissionais posteriores ao exercício de cargo público. b) possibilitam à sociedade o direito de aferir a lisura do processo decisório governamental. c) preservam a imagem e a reputação do administradorpúblico, mesmo que a conduta não esteja de acordo com as normas éticas estabelecidas pelo Código. d) contribuem para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da Administração Pública Estadual. 05. Dentre os Conflitos de Interesses previstos no Código de Ética e Conduta da Administração Publica do Estado do Ceará, analise as assertivas a seguir: I – aceitar custeio de despesas por particulares, evitando, assim, a configuração de situação que venha influenciar nas decisões administrativas. II – investir em bens cujo valor ou cotação possam ser afetados por decisão ou política governamental, em virtude da possiblidade da autoridade pública possuir informações privilegiadas. III – Comunicar à Comissão de Ética Pública – CEP toda e qualquer proposta de trabalho ou negócio futuro no setor privado. Configura como Conflito de Interesses o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) III, apenas. d) I, II e III. 06. Sobre o relacionamento entre as autoridades públicas previsto no Código de Ética e Conduta da Administração Publica do Estado do Ceará, analise as afirmativas: I – É permitida a emissão de opinião pública acerca do desempenho funcional de outra autoridade pública. II - Eventuais divergências entre as autoridades públicas podem ser resolvidas na área administrativa, cabendo- lhes também o direito à manifestação pública sobre o ocorrido. III - É vedado à autoridade pública opinar publicamente a respeito da honorabilidade de outra autoridade pública. É INCORRETO o que se afirma somente em a) I, apenas. b) I e II. b) III, apenas. c) II e III. 07. Como resultantes da conduta ética que deve imperar no ambiente de trabalho e em suas relações interpessoais, é correto afirmar sobre os direitos do agente público que a) a manifestação sobre fatos que possam prejudicar seu desempenho ou sua reputação não configura um direito do agente público. b) a liberdade de manifestação é categoricamente vedada, dado o respeito à imagem da instituição e dos demais agentes públicos. c) a representação contra atos ilegais ou imorais está entre os principais direitos concedidos ao agente público. d) está vedado o direito à atuação em defesa de interesse ou direito legítimo. 08. Sobre os Deveres Éticos Fundamentais do Agente Público, analise as assertivas: I – agir com lealdade e boa-fé. II – ser justo e honesto no desempenho de suas funções e em suas relações com demais agentes públicos. III – atender quando possível às questões que lhe forem encaminhadas. IV – aperfeiçoar o processo de comunicação e o contato com o público. É INCORRETO o que ser afirma em a) I, II e IV. b) III, apenas. c) II e IV. d) III e IV. ÉTICA PARA CONCURSOS | Módulo 2 | Prof. Pedro Israel CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 12 OS: 0225/9/17-Gil 09. De acordo com o Código de Ética e Conduta da Administração Pública do Estado do Ceará, é vedado ao agente público, EXCETO: a) utilizar-se de cargo, emprego ou função, de facilidades, amizades, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem em qualquer órgão público. b) imputar a outrem fato desabonador da moral e da ética que sabe não ser verdade. c) ser conivente com erro ou infração a este Código de Ética e Conduta da Administração Estadual. d) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público. 10. Acerca das sanções aplicadas em virtude da violação das normas estipuladas no Código de Ética e Conduta da Administração Pública do Estado do Ceará, analise as afirmativas a seguir: I – As advertências aplicáveis às autoridades e agentes públicos no exercício do cargo não interferem na progressão ou promoção destes em sua carreira. II - As sanções éticas previstas neste artigo serão aplicadas pela Comissão de Ética Pública - CEP e pelas Comissões Setoriais de Ética Publica - CSEPs, que poderão formalizar Termo de Ajustamento de Conduta aos infratores. III - As infrações às normas deste Código, quando cometidas por terceirizados, poderão acarretar na substituição destes pela empresa prestadora de serviços. É correto o que se afirma em a) I, II e III. b) II, apenas. c) I e III. d) II e III. Prof. Pedro Israel prof.pedroisrael@gmail.com www.facebook.com/profpedroisrael 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C A D C B B C B D D _______________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
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