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História da Educação Karen Fernanda Bortoloti Aula 1 * Nesta aula História e História da Educação * * História História, termo de origem grega, cujo significado é buscar, investigar. Para o importante historiador francês Jacques Le Goff, não existe um entendimento único quanto ao termo história, porém há uma aceitação de que a História é a “ciência da mutação e da explicação dessa mudança”. (LE GOFF, 1996, p. 15) * * História Desde a Antiguidade, o homem vem organizando narrativas que buscam descrever o aparecimento dos homens e suas principais realizações. Narrativas influenciadas pelo pensamento mítico, com destaque para os feitos heróicos. * * História O domínio da escrita representou muito para a sistematização da memória, facilitando a preservação das realizações do passado. Grécia (século IX a.C) - Homero Ilíada Guerra de Troia que ocorreu no século XII a.C. e conta na Odisséia o retorno do herói Ulisses a Ítaca. * * História Heródoto de Halicarnasso - Histórias, abordou a mudança ao longo do tempo descrevendo os fatos a partir do testemunho de alguém ou o relato oral de outras pessoas, de modo que os grandes acontecimentos não fossem esquecidos. Tucídedes defendia a noção de que era imperativo resgatar e preservar o passado como uma maneira de aprender com erros cometidos pelos homens de outrora. * * História Obras de cunho histórico igualmente foram elaboradas pelos romanos. Período Medieval: a narrativa histórica incorporou uma forte participação divina nos eventos, conduzindo a História a adotar um caráter teológico. Iluminismo: a narrativa histórica passou a analisar as ações humanas pela perspectiva racional. * * História Século XIX: História atingia o status de ciência. Concepções positivistas de August Comte: os acontecimentos fossem narrados por meio de fontes escritas ou documentos oficiais, organizados numa ordem cronológica e descritos numa sequência linear, detinham uma verdade inquestionável. * * História Defensores dessa concepção: historicistas e positivistas - fato histórico deveria ser reconstruído por meio de técnicas cientificamente objetivas que permitam a crítica rigorosa dos documentos, sem a formulação de nenhum questionamento sobre as informações registradas nos escritos. * * História Hegel: a história não deve ser compreendida como a simples acumulação e aproximação de fatos acontecidos no tempo, mas como o resultado de um processo cujo principal motor é a contradição dialética. * * História Movimento da história: tese (afirmação), antítese (negação da tese) e síntese (superação da contradição entre tese e antítese). A maneira dialética de abordar a realidade considera as coisas (fatos) na sua dependência recíproca e não linear. * * História Apropriando-se da dialética hegeliana, Karl Marx contrapôs ao idealismo uma concepção materialista de história. A História deveria ser analisada a partir da infraestrutura, ou seja, fatores materiais, econômicos e sociais deveriam ser abordados com mais ênfase pelos historiadores. * * História Primeira Guerra (1914-1918): mudança na maneira de escrever e pensar a História – os resultados do conflito geraram incertezas quanto às teorias científicas e paradigmas vigentes. Lucien Febvre e March Bloch: renovação da historiografia com a criação da Escola dos Annales. * * Annales Primeira fase (1929 a 1945) : “guerra” radical contra a denominada história tradicional, a história política e a história dos eventos. * * Annales Segunda fase (1945 a 1968): presença de Fernand Braudel; outra noção de tempo histórico, que ficou conhecida como três tempos históricos. Pequena duração (os eventos), média duração (as conjunturas) e longa duração (as estruturas), coexistindo, esses tempos históricos espelhavam diferentes características da vida dos homens em sociedade. * * Annales Neste momento, o movimento aproxima-se mais de uma verdadeira “escola”, com conceitos (estrutura e conjuntura) e novos métodos (história serial das mudanças na longa duração). Além da mudança no conceito de tempo histórico, a noção de fonte histórica foi alterada. * * Annales Terceira fase (a partir de 1968): Georges Duby e Jacques Le Goff, foi marcada pela fragmentação e também por exercer grande influência sobre a historiografia e sobre o público em geral ao fornecer abordagens que, comumente, chamamos de Nova História ou História Cultural. (BURKE, 1997) * * História Tradicional Ideia de um conhecimento absoluto, definitivo, comprovado pelos fatos. Transformações que ocorrem de maneira mecânica, num encadeamento de causas e consequências. História como um conjunto pronto e acabado de conhecimentos sobre o passado. * * A História aparece como o resultado exclusivo da ação heroica de príncipes, generais, banqueiros, presidentes… Ao resto da humanidade foi destinado um papel secundário na trama da História. * * O ensino dessa história é marcado pela transmissão de informações sobre grandes acontecimentos, simplificando a compreensão dos processos históricos pelos alunos. * * O aluno que se destaca dentro dessa História tradicional é aquele que tem melhor memória, que decora nomes e datas e apenas reproduz os conteúdos dados pelos professores. * * História Tradicional Não percebia a complexidade do processo histórico. Ignorava a ação da maioria. Não permitia a reflexão. Culto ao heroísmo. * * Nova História Interessa-se praticamente por toda a atividade humana, está preocupada com as pessoas comuns e com as mentalidades coletivas. Annales: criadores das bases para a configuração de um novo paradigma historiográfico. * * O objetivo atual da disciplina é preparar cidadãos para uma sociedade democrática. O “novo” ensino de História deve assumir a responsabilidade de formar o “novo” cidadão, capaz de intervir e transformar a sua realidade. A história é fundamentalmente realizada pelo homem comum, por seu trabalho, por suas criações, por seus sonhos, por suas lutas. * * Para que História da Educação? “A ignorância do passado não se limita a prejudicar a compreensão do presente; compromete, no presente, a própria ação.” (Marc Bloch) Pela atitude crítica diante das “modas pedagógicas” da atualidade. * * Para que História da Educação? Auxilia a dar um sentido ao trabalho educativo. Criação de novos valores. Atitude crítica diante das “modas pedagógicas” da atualidade. * * Referências BORGES, V. P. O que é História. 2. Ed. São Paulo: Brasiliense, 2007. BURKE, P. (Org.). A escrita da História. Novas Perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1992. ____________. A Escola dos Annales (1929 1989): a Revolução Francesa da historiografia. São Paulo: Editora UNESP, 1997. CARDOSO, C. F.; BRIGNOLLI, H. P. Os métodos da História. 2. Ed. Rio de Janeiro: Graal, 1983. * * Referências DOSSE, F. A história em migalhas: dos Annales à Nova História. São Paulo: Ensaio; Campinas: Editora UNICAMP, 1992. HOBSBAWN, E. Era dos extremos. O breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. ____________. Sobre a história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. * * Referências LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas – São Paulo: Unicamp, 1996. LOPES, E. M.; GALVÃO, A. M. O. História da educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. * História da Educação Karen Fernanda Bortoloti Atividade 1 * Justifique a frase do historiador da educação René Hubert: “Não há doutrina pedagógica concebível, grande reforma exequível, sem conhecimento geral dos fatos e das teorias do passado”. *
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