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direito e garantias constitucionais

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direitos e garantias fundamentais 
_ são instrumentos de proteção do indívuo frente á atuação estatal 
- direito que garanta minimo necessário para a existencia da vida humana (conforme os preceitos do principio da dignidade da pessoa humana)
- os direitos e garantias expresso na constituição não excluem outros direitos 
_ as garantias defendem os direitos (algo reconhecido e deve ser respeitado por quem está no poder) ex: de garantia é remedio constitucional 
dimensoes dos direitos fundamentais
1 dimensão= liberdade, consagradora de direitos civis e políticos 9 estado negativo-estado que não faz nada), estado liberal
2 = igualdade ( atuação ativa do estado ), direitos economicos , estado social 
3=fraternidade, direitos de fundos , transindividuais ,qualidade de vida etc...
Características:
Imprescritibilidade: Não sofre limitação do tempo, Eles são permanentes.
Inalienabilidade: Não se transferem de uma para outra pessoa, seja gratuitamente, seja mediante pagamento.
Universalidade: Aplicam-se a todos os indivíduos, independentemente de sua nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção político-filosófica.
Irrenunciabilidade: Não são renunciáveis. Não se pode exigir de ninguém que renuncie à vida (não se pode pedir a um doente terminal que aceite a eutanásia, por exemplo) ou à liberdade (não se pode pedir a alguém que vá para a prisão no lugar de outro) em favor de outra pessoa.
Interdependência: Um precisa do outro.
Inviolabilidade: Nenhuma lei infraconstitucional nem nenhuma autoridade podem desrespeitar.
Relatividade:
Historicidade: Muda com o passar dos anos, das gerações.
Obs: Os direitos fundamentais não podem ser totalmente inalienáveis ou irrenunciáveis. Tem que haver um mínimo existencial. Pode ser alienável ou renunciável ate certo ponto, não pode ser totalmente.
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais
É a ideia de que os direitos fundamentais se aplicam também às relações entre os particulares, e não somente às relações com o Estado.
O caso mais importante julgado pelo STF sobre a eficácia horizontal dos direitos fundamentais foi o caso UBC. A empresa previa em seu estatuto um procedimento sumário para a exclusão de associados, sem a observância do devido processo legal, e defendeu-se alegando a própria liberdade de associação. O autor da ação pediu a aplicação dos direitos fundamentais nessa relação, e o voto que prevaleceu foi o voto do ministro Gilmar Mendes, pela aplicabilidade do direito ao devido processo legal no seio das associações.
Relações especiais de sujeição:
Há determinadas situações em que uma pessoa, voluntariamente ou não, se submete a um regime jurídico peculiar.
Ex: alguém que faz concurso pra uma carreira militar -> a pessoa voluntariamente se submete a um regime jurídico caracterizado pela hierarquia e disciplina => isso tem um impacto na fruição de determinados direitos fundamentais.
Já se entendeu que a submissão a uma relação especial de sujeição implica na renúncia a determinados direitos fundamentais -> Ex: o indivíduo que ingressa na carreira militar não pode opor o seu direito à liberdade de expressão ao seu superior.
Essa posição hoje não é mais aceitável. Hoje entende-se que não há a renúncia em bloco de direitos fundamentais. Mesmo nesse regime jurídico a pessoa mantém os DF.
Nesses regimes jurídicos, no entanto, haverá uma tolerância maior a restrições a direitos fundamentais. Isso é um parâmetro importante na aplicação do principio da proporcionalidade, para saber se a restrição é abusiva ou não. O próprio constituinte se utilizou desse parâmetro, ao criar uma exceção à regra da reserva de jurisdição para a decretação de prisão.
Portanto, essas relações especiais de sujeição não implicam na renuncia em bloco dos DF, mas sim em uma tolerância maior quanto à restrição de determinados DF, desde que se tenha um vínculo de pertinência lógica com os princípios aplicáveis àquele regime.
Ex: a orientação sexual contraria os princípios da hierarquia e disciplina do regime militar? Não há nenhum vinculo de co-relação lógica, então nesse particular a fruição dos DF é igual a dos outros regime. A exoneração do homossexual seria puramente discriminatória. 
Pessoas jurídicas podem titularizar direitos fundamentais?
Hoje há uma tendência a se reconhecer que sim, desde que o direito fundamental em questão seja compatível com a condição de pessoa jurídica.
A própria CF estabeleceu direitos titularizados por pessoas jurídicas.
Ex: incisos 18, 19 e 21 do artigo 5º (Ex: vedação à dissolução compulsória).
Existem também direitos que podem ser titularizados tanto por PJ quanto por PF (Ex: devido processo legal, propriedade etc).
Em relação às pessoas jurídicas de direito público, também precisa analisar se o DF é compatível com a condição de PJ de direito público, pois os DF normalmente são direitos do individuo em face do Estado.
Nesse caso, teríamos uma situação em que o Estado sai da posição de devedor pra credor.
Mas ainda que não usual, ela é possível, desde que o DF seja compatível com a condição de PJ de direito público (Ex: devido processo legal -> a Uniao não pode desapropriar um bem do município sem o devido processo legal).
Mas alguns DF são incompatíveis com essa condição (Ex: sigilo bancário -> não faz sentido restringir as contas públicas, o principio que se aplica aqui é o da publicidade).
Aplica-se a proteção dos direitos fundamentais aos estrangeiros de passagem?
O caput do artigo 5º só fala em estrangeiros residentes no país.
No entanto, tal dispositivo deve comportar uma interpretação extensiva, pois os DF são corolários do principio da dignidade da pessoa humana. Dessa forma, direitos básicos inerentes à condição humana tambem devem ser reconhecidos a estrangeiros não residentes.
Direitos X Garantias:
As garantias são instrumentais. Elas não tem um valor intrínseco. O valor delas não se baseia nelas próprias, mas sim em seu potencial em proteger os direitos fundamentais.
Ex: habeas corpus -> é um instrumento processual idôneo à proteção do direito à liberdade.
As garantias fundamentais se dividem em:
- Processuais: são os instrumentos processuais que visam a tutela de direitos fundamentais. É o caso dos chamados remédios constitucionais.
- Institucionais: são os institutos ou instituições de direito publico ou privado que visam à proteção de direitos fundamentais (Ex: judiciário e MP independente, como uma garantia necessária ao Estado de Direito; o papel das ONGs na fruição dos direitos fundamentais).
Os direitos, ao contrário das garantias, tem um valor intrínseco. O direito incorpora e tutela um bem jurídico jusfundamental (Ex: direito à liberdade).
Direitos fundamentais na constituição brasileira:
Estão previstos, basicamente, no titulo II.
O constituinte criou um título só para os direitos fundamentais, o que revela a sua importância.
Nunca houve um catálogo de direitos fundamentais tão amplo na história do constitucionalismo brasileiro. O constituinte previu direitos de 1ª, 2ª e 3ª geração, sem qualquer hierarquia entre eles.
Houve também uma eficácia reforçada na tutela dos direitos fundamentais, que se revela nos parágrafos do artigo 5º e no artigo 60, §4º.
Art 5º, §1º - “Os direitos fundamentais são norma de aplicabilidade imediata”
Art 5ª, §3º - Trata da questão da hierarquia dos tratados internacionais sobre direitos humanos.
Art 60, §4 – Trata da proteção dos direitos e garantias individuais como cláusulas pétreas.
Art 5º, §2º - Trata da chamada “cláusula materialmente aberta”, porque diz que os direitos previstos na constituição não excluem outros previstos ao longo da própria CRFB ou previstos em tratados internacionais, e até mesmo os direitos implícitos. Essa dispositivo abre para o reconhecimento de 2 tipos de direitos fundamentais na constituição:
- Direitos formalmente fundamentais: são direitos incluídos pelo constituinte no catálogo constitucional de direitos fundamentais. São, segundo Ingo Sarlet, os direitos que estão no título II da CRFB, entre os artigos 5ºe 19. São direitos que o próprio constituinte qualificou como direitos fundamentais.
- Direitos materialmente fundamentais: são direitos fundamentais não pelo local de sua positivação, mas sim pelo seu conteúdo. São direitos que podem estar previstos em qualquer lugar (ao longo da constituição, em leis ordinárias, em medidas provisórias, em decretos) ou não estarem previstos em lugar nenhum (direitos implícitos). O critério para determinar que são direitos fundamentais não é a sua topografia, mas sim o seu conteúdo.
A posição majoritária hoje é a de que o critério material fonte para a identificação de direitos fundamentais é o princípio da dignidade da pessoa humana.

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