Prévia do material em texto
ATIVIDADE AVALIATIVA N2 A presente ação trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, tendo como legitimada temática a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), além de ter como parte interessada a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, e objeto de controle a Lei n° 7.800, de 5 de maio de 2016, do Estado de Alagoas, requerendo a sua impugnação. Em síntese fática, no dia 9 de maio de 2016, houve a publicação da Lei de n° 7.800, que realizou a instituição do âmbito do Sistema de Ensino do Estado de Alagoas, em meio a efetivação do Programa Escola Livre. Percebe-se que o programa se preocupou em adotar as bases diretivas que tem como intuito transformar a liberdade de didática de docentes da rede pública de ensino. Percebe-se que o supramencionado projeto de lei, impôs o ônus ao Executivo e a iniciativa privada de reformular o sistema de ensino do estado, com a criação de novas diretrizes para atuação dos professores, criando obrigações que não encontravam-se dispostas em lei. Neste sentido, existe uma ausência de gerencia em meio a base politica educacional do Estado de Alagoas, resulta em um dispêndio ao poder público, já que existem custos imprescindíveis para a concretização da política outrora mencionada. Neste sentido, nota-se que a Lei nº 7.800/2016, ao se dispor a tratar da matéria que tem como competência o início do processo legislativo, ela possui iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, e ao interferir indevidamente no ensino, padece de vícios formais e materiais, revelando-se desconforme a ordem constitucional. Não foi por outra razão que a proposta legislativa – Projeto de Lei nº 69/2015 - foi vetada através da Mensagem de Veto nº 14/2016. Contudo, em sessão realizada em 26/04/2016, a Assembleia Legislativa Estadual rejeitou o veto total à proposta legislativa, promulgando o inconstitucional diploma estadual, como se verifica da análise do Processo Administrativo nº 1101- 4974/2015. Dessa forma, a disciplina jurídica do processo de elaboração de leis tem matriz essencialmente constitucional, pois residem no texto da Constituição os princípios que regem o procedimento de formação legislativa, inclusive aqueles que concernem ao exercício do poder de iniciativa. Desse modo, nota-se que as hipóteses de limitação da iniciativa parlamentar estão previstas em numerus clausus no art. 61 da Constituição, temas em geral relacionados a funcionamento e organização da administração pública, notadamente no que se refere a servidores e órgãos do Executivo. Neste ponto, denota-se, que de maneira precisa, se pauta no artigo 2° e artigo 7° da supramencionada lei, o e os anexos da Lei 7.800/2016, de iniciativa do Legislativo, são formalmente inconstitucionais, por ofenderem o art. 61, § 1 o , inciso II, alíneas c e e, da Constituição da República, que apresentam a previsão de normas de organização administrativa e de serviços públicos do Estado de Alagoas e dispõem sobre servidores públicos estaduais e seu regime jurídico. Ao instituir no sistema estadual de ensino de Alagoas o programa “Escola Livre”, estabeleceu a Lei 7.800/2016, no artigo 1°, princípios não coincidentes com os previstos na norma geral editada pela União. Há equívocos conceituais graves na norma, como o de considerar que o alunado seria composto de indivíduos prontos a absorver de forma total, passiva e acrítica de quaisquer concepções ideológicas, religiosas, éticas e de outra natureza que os professores desejassem. Despreza a capacidade reflexiva dos alunos, como se eles fossem apenas sujeitos passivos do processo de aprendizagem, e a interação de pais e responsáveis, como se não influenciassem a formação de consciência dos estudantes. A atividade de ensino não é via de mão única. Prevendo a lei que o aluno seria a “parte vulnerável” da relação de ensino, toma o processo de aprendizagem a partir da posição de autoridade exercida pelo professor em sala de aula e nos demais espaços pedagógicos e o compreende equivocadamente como atividade monológica e hierarquizada. Desconsidera que, em termos pedagógicos, a rotina em sala de aula é essencialmente dialógica, e há espaço para que os alunos suscitem dúvidas e inquietudes e promovam debates, muitas vezes até no nível pessoal ou envolvendo temáticas como religião e política, para as quais não há respostas necessariamente fechadas ou definitivas. Tomar o estudante como tabula rasa a ser preenchida unilateralmente com o conteúdo exposto pelo docente é rejeitar a dinâmica própria do processo de aprendizagem Desse modo, tal dispositivo normativo deve ser declarado como inconstitucional!!!