Tempo e Lugar dos Atos Processuais

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TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS 
TEMPO (art. 212 a 216)
Dois ângulos diferentes: 
de momento adequado ou útil a atividade processual.
de prazo fixado para a prática do ato.
Devem ser realizados em dias úteis (NCPC), aqueles em que há expediente forense. Assim, durante férias forenses, feriados e fins de semana não se praticarão atos processuais. 
Nenhum efeito têm os atos praticados fora dos dias úteis ou do horário legal, apesar de os mesmos poderem ser prolongados além do horário, em caso de prejuízo da parte. 
Processo não eletrônico: manifestação da parte apenas no horário de funcionamento do fórum ou tribunal. O prazo final é o término do expediente.
Processo eletrônico: o prazo final para que a manifestação seja tempestiva é até às 00:00 (ou 24 horas) do último dia do mesmo, observando-se horário local. 
o controle da tempestividade é feito eletronicamente, não pelo escrivão.
(a) FERIADOS E FÉRIAS FORENSES 
Feriados: dias não úteis (festa nacional ou local, fins de semana). 
Férias forenses: paralisações que afetam todo o funcionamento do judiciário, por determinação da lei de organização judiciária. 
suspensão dos serviços forenses por período prolongado.
 
Exceção → atos de notória urgência podem ser praticados durante este período.
citação, intimação, penhora 		(b) tutela de urgência 
Entretanto, apesar de poderem ser praticados, a resposta do réu se dará no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou férias forenses. 
*O juiz tem discricionariedade para decidir a respeito da urgência do caso concreto.
(b) PROCESSOS QUE CORREM NAS FÉRIAS
De acordo com o ART. 215 não se suspendem e tem curso normal: 
procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, se estes forem prejudicados pelo adiamento
 ação de alimentos e processos de nomeação ou remoção de tutor ou curador 
processos que a lei determinar ↓ 
O legislador estadual pode legislar sobre andamento dos procedimentos judiciais, levando em conta interesses locais do serviço judiciário. 
(c) FÉRIAS E RECESSO FORENSE 
Vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, sendo necessário o plantão de juízes nos dias em que não houver expediente forense. 
Permitidas férias coletivas nos Tribunais Superiores. 
Independente de férias, os prazos processuais serão suspensos entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro. 
LUGAR (Art. 217)
Os atos processuais serão realizados na sede do juízo (edifício do fórum ou tribunal competente p/ a causa).
Exceções
(a) deferência → tratamento diferente dado a certas pessoas (Presidente, Governadores, Deputados), que são inquiridas em casa ou no local de exercício da função. 
(b) interesse da justiça → inspeção judicial in loco.
(c) natureza do ato → a perícia, a comunicação processual, etc.
(d) obstáculo arguido e acatado pelo juiz → cumprimento de mandado de arrombamento no caso de resistência do executado à realização da sentença. 
Quando o ato tiver de ser praticado em outra circunscrição judiciária, será utilizada a carta precatória para que o mesmo se realize sob a jurisdição local adequada (Ex: citação de réu domiciliado em outra comarca). 
Citação via postal = não prevalecem limites territoriais, podendo alcançar qualquer comarca nacional.
PRAZOS (art. 218 232)
Conceito: “São os lapsos de tempo outorgados para a realização dos atos processuais, ou seja, período de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado”. 
- Delimitado pelo termo inicial (nasce a faculdade de a parte promover o ato) e termo final (extingue-se a faculdade, tendo o ato sido praticado ou não) → Geralmente documentados pelo escrivão. 
- Todos os sujeitos do processo trabalham em cima de prazos.
- O prazo das partes será comum (corre para ambos litigantes - recorrer) ou particular ( interessa ou pertence apenas a uma das partes - contestação). 
- O NCPC permitiu a manifestação antes da intimação propriamente dita, passando esta a ser válida a partir da disponibilização dos autos no sistema. 
- Os atos processuais serão praticados nos prazos previstos em lei, sob pena de preclusão. 
CLASSIFICAÇÃO 
legais: fixados pela própria lei
judiciais: marcados pelo juiz (designação da data de audiência)
convencionais: ajustados de comum acordo entre as partes
NATUREZA 
São dilatórios (embora fixado em lei, admite a ampliação ou redução pelo juiz ou convenção das partes, de acordo com a conveniência dos interessados) ou peremptórios (nenhum dos sujeitos pode alterá-lo). 
Os prazos podem ser dilatados nos casos de autocomposição, pelas partes, dependendo de aprovação judicial; pelo juiz, de acordo com as necessidades do conflito p/ haver melhor resolução. 
O calendário deve se dar de comum acordo entre os sujeitos da relação processual. 
Contestação, reconvenção e recursos são prazos peremptórios. 
Junta de documentos, arrolamento de testemunhas e realização de diligências são prazos dilatórios.
CURSO DOS PRAZOS 
Contagem se dá por dias úteis, em regra, quando os prazos forem contados em dias. 
Nas férias coletivas ou recesso, serão suspensos, continuando a contá-lo a partir do primeiro dia útil ao término da suspensão. 
 Suspensão vs. Interrupção
			↓ ↓
 recomeça a contar de onde parou o prazo para e volta de forma integral
 (trata-se do restante do prazo) (recomeça a contagem do início)
(a) Termo Inicial 
Geralmente, exclui-se o dia do início do prazo e inclui o de vencimento. 
Dia do início e do vencimento serão jogados para o primeiro dia útil seguinte se coincidirem com dias não úteis; ou se o expediente tiver sido encerrado antes ou iniciado depois do horário normal. 
Processo eletrônico: início da contagem no primeiro útil após a publicação (o dia seguinte ao da disponibilização) no Diário de Justiça.
Realizada intimação no dia que o intimado efetivar a consulta eletrônica ao seu teor. Se a consulta não for feita em 10 dias corridos contados da data do envio, será considerado intimado ao término deste prazo. 
Por problemas operacionais do sistema, o prazo da intimação será prorrogado para o primeiro dia útil após a resolução do problema. 
Intimação feita pela imprensa
Data de intimação será a de distribuição do periódico. 
Quando não há expediente forense: data da intimação é o primeiro dia útil em que tiver atividade forense e a contagem do prazo é o dia seguinte a esta.
Intimação durante o recesso natalino ou férias forenses 
 
Primeiro dia do prazo é o seguinte à volta das atividades forenses. 
(b) Termo Final
Nunca cairá em dia não útil ou em que não houver expediente normal do juízo 
REGRA GERAL ↑ 
Será prorrogado, se: 
o expediente forense for encerrado antes. 
o expediente forense for iniciado depois da hora normal.
houver indisponibilidade de comunicação eletrônica.
PRECLUSÃO 
Todos os prazos processuais, mesmo os dilatórios, são preclusivos.
Conceito: a perda da faculdade ou direito processual que se extinguiu por não exercício em tempo útil.
Pode ser temporal (em razão do decurso do prazo); consumativa (o direito é perdido porque o ato já foi praticado, consumado, ainda que haja prazo restante); lógica (incompatibilidade entre o ato praticado e o que deveria ter sido praticado). 
“decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial” (art. 223) 
Exceção → a parte pode provar que não praticou o ato por justa causa. 
“considera-se justa causa evento alheio à vontade da parte que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário” (art. 223, §1º) = caso fortuito ou força maior (morte de uma das partes, do advogado,etc).
PRAZOS PARA AS PARTES
Conceito: quando a parte toma ciência de umato que lhe abre oportunidade para manifestação de conformidade ou inconformidade. Contado da citação, intimação ou notificação. 
Prazo geral → Em caso de omissão da lei, o juiz determinará o prazo para prática do ato. Se este não se manifestar, será de 5 dias.
Renúncia → pela parte, de maneira expressa, de prazo estabelecido em seu favor. 
Litisconsortes → se forem diversos os seus advogados, de escritórios distintos, os prazos para suas manifestações serão contados em dobro, independente de requerimento da outra parte. Exceto: nos processos eletrônicos. 
 
Intimações somente obrigarão comparecimento depois de 48 horas. Não pode haver surpresa para o intimado, como se pudesse largar de imediato suas ocupações.
PRAZOS PARA O JUIZ (Art. 226)
5 dias para despachos
10 dias para decisões interlocutórias
30 dias para sentenças
PRAZOS PARA OS AUXILIARES (art. 226)
1 dia para remeter autos conclusos após cumprimento do ato anterior
5 dias para executar demais atos, a contar da ordem do juiz