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Unidade IV Direitos Humanos e Cidadania

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O que são Direitos Humanos?
Direitos Humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos. O conceito também está relacionado à ideia de liberdade de pensamento, de expressão e de igualdade perante a lei. 
Ao longo dos séculos, as lutas e as reivindicações em prol das liberdades contribuiram para a discussão sobre os Direitos Humanos. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada na França em 1789, demonstra a importância da definição dos Direitos Humanos, incluindo os direitos econômicos e sociais.
Outro momento importante na história dos Direitos do Homem ocorreu a partir de 1945. O mundo toma consciência das tragédias e atrocidades vividas durante a segunda Guerra Mundial. Este fato histórico motivou a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de estabelecer e manter a paz no mundo.
Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada em 20 de junho de 1945, que os povos expressaram a sua determinação em preservar as gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas; em promover o progresso social e instaurar melhores condições de vida na mais ampla liberdade.
Os principais objetivos das Nações Unidas estão embasados no compromisso de manter a paz, a segurança internacional, desenvolver relações amigáveis entre as nações, realizar a cooperação internacional resolvendo problemas internacionais no campo econômico, social, intelectual e humanitário, desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção.
No entanto, o evento de maior repercussão da Assembleia Geral das Nações Unidas, foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro de 1948. É a afirmação que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. (Leia o documento - arquivo).
No Brasil, os Direitos Humanos ganharam destaque a partir da Constituição Federal de 1988.
No artigo 6º da Constituição, sob o título: Direitos e Garantias Fundamentais, o capítulo dos Direitos Sociais, apresenta esta redação: 
Art.6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
No título VIII, que trata da Ordem Social, o artigo 227 expressa o dever e a responsabilidade da Família e do Estado. 
Art. 227º - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
A garantia constitucional dos direitos estimulou a elaboração de leis específicas para diversos setores sociais. Podemos citar o Código de Defesa do Consumidor (1990); o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990); Estatuto do Desarmamento (2003); Estatuto do Idoso (2003) e Lei Maria da Penha (2006).
Observamos que existem concepções divergentes sobre os Direitos Humanos. É um tema que suscita muita discussão. Mas o importante é compreender que os direitos do Ser Humano não podem ser reconhecidos pela sua riqueza, pelo seu jeito de se vestir, pela condição social, raça ou religião e sim, pelo fato de pertencer ao universo humano.
No entanto, a ideia de que todos são iguais, numa sociedade em que o Ter está acima do Ser, está longe de ser concretizada. Diante do mundo capitalista, direcionado para os interesses de grandes grupos econômicos, onde os mais ricos possuem o poder de controle e de exploração sobre os mais pobres, existe um longo caminho a ser trilhado na construção dos Direitos Humanos.
A vontade de consumir cada vez mais, a tentação de querer ser melhor que os outros, são padrões de comportamento impostos pela nossa sociedade que atrapalham o olhar humano e transformam as relações em interesses que se sobrepõem a valores universais como a solidariedade, o senso de justiça, o respeito às diferenças e à diversidade.
A educação em Direitos Humanos é o maior desafio para superar o preconceito, a discriminação e as desigualdades sociais. Não se trata apenas em conhecer os Direitos Humanos. É preciso estudar, aprender, participar e incorporar esta visão humana na família, na escola, no trabalho, na comunidade e em todas as dimensões de nossa vida. 
A Formação da Cidadania
A base da formação do ser humano inicia-se na família. É o começo de um processo de humanização e libertação. No ambiente familiar cria-se a perspectiva de fazer da criança um ser civilizado. Na sequência, a escola participa desse processo.
Com as orientações da família e o conhecimento adquirido na escola, o indivíduo se prepara para a vida. Ele passa a ter as condições de se transformar e de modificar o mundo onde vive.
Por isso, o processo de educação para a cidadania envolve a convivência social e a tomada de consciência da responsabilidade dos atos praticados. A escola, além de ensinar o conhecimento científico, assume o papel de preparar as pessoas para o exercício da cidadania. A cidadania compreende o exercício pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituição Federal.
A sociedade que pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação, não pode desperdiçar o espaço e a formação escolar. A escola pode exercer o papel de transformação social ou de reprodução das condições sociais já existentes. O desempenho da escola na construção da cidadania requer uma reflexão sobre as raízes históricas que mantem a estrutura de organização de nosso país. A formação política, filosófica e sociológica, além do conhecimento das leis relacionadas aos direitos e deveres sociais, merece um lugar privilegiado no universo escolar. 
Os problemas sociais, abordados na Unidade II, com destaque para a concentração de renda a falta de acesso à educação de qualidade, a desigualdade social e a corrupção que permeia os órgãos públicos e privados, o descaso histórico dos governantes com os direitos fundamentais de seus cidadãos são questões que dificultam o aperfeiçoamento do exercício da democracia e da cidadania.
 Segundo Lakatos (1999): Democracia é a filosofia ou sistema social que sustenta que o indivíduo, apenas pela sua qualidade de pessoa humana, e sem consideração às qualidades, posição, status, raça, religião, ideologia ou patrimônio, deve participar dos assuntos da comunidade e exercer nela a direção que proporcionalmente lhe corresponde.
A cultura de participação é o primeiro passo para se consolidar uma democracia capaz de garantir os direitos sociais de todos os cidadãos. O exercício da cidadania, que ocorre somente em base democrática, permitirá o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno e cidadão no meio social em que vive.
Para demonstrar a relação entre a democracia e cidadania, segue a concepção de Bobbio (2002). Ele afirma que “a democracia não se refere só à ordem do poder público do Estado, mas deve existir em todas as relações sociais, econômicas, políticas e culturais. Começa na relação interindividual, passa pela família, a escola e culmina no Estado. Uma sociedade democrática e cidadã é aquela que vai conseguindo democratizar todas as suas instituições e práticas”. 
Projetos de Cidadania
Robótica Cidadã é o melhor projeto social do ES 
 EDUCAÇÃO / Amigos da Justiça – Cristina Sarcinelli
O estaleiro Jurong selecionou o projeto “Robótica Cidadã”, da Associação Amigos da Justiça Educação Cidadania e Arte, como o melhor projeto social do Estado do Espirito Santo. O projeto atende 36 crianças em situação de vulnerabilidade social que moram na comunidade de Barra doRiacho, município de Aracruz.
 
O projeto ficou em primeiro lugar dentre os outros nove patrocinados pela empresa, pois foi o que melhor desenvolveu a tecnologia de automação industrial. “Os meninos desenvolvem bem a questão tecnológica e eles estão sendo preparados para serem futuros profissionais para atuar em sistemas de integração e automação”, afirmou a presidente da Associação Amigos da Justiça, Polliana Siqueira.
 
Através da plataforma de robótica Lego são ministradas aulas de robótica e lançados desafios a serem superados pelas crianças, fortalecendo a liderança, trabalho em equipe e socialização. As aulas ocorrem semanalmente e, além disso, uma vez por mês é ministrada oficina de cidadania, meio ambiente, prevenção a drogas, etc.
 
A presidente da Associação afirma que o trabalho em equipe e a socialização são as respostas ao trabalho realizado com as crianças e adolescentes. “No último sábado de cada mês palestrantes falam sobre conscientização cidadã e, a cada três meses, é feita avaliação com os pais. O resultado tem sido a melhoria no comportamento e nas notas dos alunos”, finalizou. A Associação Amigos da Justiça executa o projeto por intermédio da multinacional Lego Education, que é totalmente custeado pela Imetame Metalmecânica e o estaleiro Jurong, não havendo custos para o Estado.
 
A Associação foi criada em 2008, idealizada pelo juiz Gedeon Rocha Lima Junior, titular da Comarca de Ibiraçu. O objetivo era atuar preventivamente por meio do exercício de atividades de inclusão social com crianças e adolescentes. Na época havia 12 crianças e adolescentes incluídas no programa. Atualmente, a Associação atende direta e indiretamente 586 crianças e adolescentes na região, com cursos de música (violino, violão e flauta), artes, robótica educacional e palestras de cidadania. É utilizada uma área física do Fórum de Ibiraçu.
 
Durante a fase de implementação, foi formada uma equipe de voluntários que tem por objetivo oferecer estratégias preventivas e atuantes para reforçar os fatores de proteção em especial ao jovem e à família, fortalecendo a autoestima, despertando a capacidade de criação através de atividades lúdicas e pedagógicas. As crianças e os adolescentes são selecionados através de triagem feita pela assistente social do Projeto e os selecionados participam das atividades de acordo com as aptidões neles identificadas.
Cidadania Fundamental estimula consciência em alunos da rede municipal Vitória – ES - Elizabeth Nader
Proporcionar conhecimentos das temáticas de direitos humanos e estimular o exercício da cidadania, facilitando o acesso à documentação civil básica de todos os estudantes matriculados na 8ª série (9º ano) da rede pública municipal de ensino de Vitória. Esses são os objetivos do Projeto Cidadania Fundamental, antigo Oitava Cidadã, que teve início em 2010.
Seguindo o cronograma de cada região, as escolas públicas da capital levam seus alunos até a Casa do Cidadão, onde eles participam de oficinas de educação em direitos humanos, educação ambiental, educação para o trânsito e para o consumo consciente e sustentável, violência doméstica e contra a mulher, sexualidade e diversidade sexual.
Com relação à documentação civil básica, são emitidos documentos de identidade e CPF, independente da idade do estudante, e carteira de trabalho para maiores de 14 anos. As atividades são realizadas sempre das 8 às 17 horas. A participação no Cidadania Fundamental é contada como atividade extracurricular e os documentos emitidos são entregues posteriormente, durante solenidade realizada na própria comunidade
O projeto é a uma realização da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos de Vitória, em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Assistência Social, Meio Ambiente, Transportes, Saúde e Segurança Urbana.

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