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Estudo dirigido questão social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA E QUESTÃO SOCIAL
PROFª MARICELLY COSTA SANTOS DATA: 12/05/2016 1ª PERÍODO -NOTURNO
ALUNOS/AS: 	Amanda Rafaela Lima da Silva de Assis
 	Eduarda Vieira Rodrigues dos Santos
 	 Elida Kelly Martins Teixeira 
 	 Raquel Gama da Silva
ESTUDO DIRIGIDO –ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Em seu texto “ Cinco notas a propósito da questão social”, Netto (2009) apresenta os aspectos sociais, políticas e econômicos que perpassam a constituição da questão social, entendida como objeto de intervenção do Serviço Social. Dessa forma, desenvolvam um resumo de cada nota apresentada em seu texto.
AS CINCO NOTAS DA QUESTAO SOCIAL
José Paulo neto em seu texto sobre as cinco notas a propósito da questão social afirma que na agenda do serviço social brasileiro a “questão social” é ponto saliente, incontornável e praticamente consensual, é objeto de interesse e pesquisa de docentes e pesquisadores da área do serviço social.
Assim a questão social está presente tanto para os assistentes sociais que exercem essa profissão tanto para os que se ocupam em formar novos profissionais na área. A questão social surge através do processo de industrialização iniciado na Inglaterra no ultimo quartel do século XVIII, trata-se do fenômeno, pauperismo. Este fenômeno nunca foi visto antes, significa dizer que a desigualdade tomou conta deste processo, onde os trabalhadores são obrigados a vender sua força de trabalho a preço cada vez mais baixo, isso se faz necessário para que o mesmo possa ter o mínimo para sua subsistência. 
A polarização entre ricos e pobres era antiga, mas a apropriação dos bens sociais e a generalização da pobreza não eram conhecidas nos sistemas que antecederam o capitalismo, se nas sociedades anteriores pobreza estava ligada a escassez, agora ela seria atrelada a produção de riqueza, daí a lei geral da acumulação capitalista – quanto mais se produz riqueza mais se gera pobreza.
Na segunda nota NETTO diz que a partir da revolução de 1848 com o surgimento de uma consciência de classe por parte dos trabalhadores a burguesia impede que os intelectuais a ela vinculados compreendam a ligação entre economia e sociedade, desenvolvimento capitalista e questão social. O que se coloca em primeiro lugar é a manutenção e a defesa da classe burguesa. A burguesia precisa manter a ordem, deste modo não se faz necessário que todos venham a entender a Questão Social e o que a mesma proporciona de forma negativa para a sociedade. No pensamento laico as expressões da questão social são vistas como desdobramento da sociedade moderna, já no pensamento religioso reconhece a gravidade da “questão social” e afirma que somente o fato de não tentar amenizar estas expressões contraria a vontade divina. Em ambos os casos o enfrentamento desses males deve ser um programa que preserve antes e acima de tudo a propriedade privada dos meios de produção, neste caso a intenção é amenizar as expressões, mas não na sua totalidade. A burguesia visa apenas diminuir os efeitos da Questão Social através de sócio-políticas, pois o individuo passa a enxergar que o problema esta em si, e não na sociedade, que os males vividos são algo natural. Partindo desse pressuposto, a burguesia cria estratégias para minimizar os efeitos esses efeitos, porém faz apenas o que não venha prejudicar, mas sim conservar e preservar a propriedade privada dos meios de produção. Desse modo conclui-se que a questão social só existe porque há a divisão de classe, e que a dissolução de uma também excluiria a outra.
Mas consciência política não é o mesmo que compreensão teórica, e o movimento dos trabalhadores tardariam a alguns anos. Na terceira nota NETTO comenta a análise teórica marxiana ele afirma que somente com o conhecimento rigoroso do “processo de produção do capital” Marx pôde esclarecer a dinâmica da “questão social”, e faz uma citação de Marx onde ele afirma que sem acabar com a exploração da força de trabalho pelo capital, toda luta contra suas manifestações sócio-políticas e humanas está condenada a enfrentar consequências sintomas e efeitos. E não podemos esperar de braços cruzados que dê repente o regime capitalista acabe e com ele a exploração, pois isso não interessa ao capital. Mesmo Marx afirmando que a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora não alteraria o modo de vida da burguesia. Somente em 1867 no primeiro volume de O Capital foi que a razão teórica acendeu a compreensão das causas da Questão Social.Somente depois deste período que as pessoas passam a entender que a Questão Social e fruto do desenvolvimento capitalista, que este modo de produção é quem produz a Questão Social. Vale ressaltar que para que este modo de produção se mantenha faz-se necessário que exista exploração. 
Na quarta nota neto fala sobre os anos que sucederam a segunda guerra mundial, o que os economistas franceses denominaram “as três décadas gloriosas” onde o capital viveu um largo crescimento econômico ignorando sua “periferia” o chamado terceiro mundo. Houve também a criação do Welfarestate (estado de bem-estar social). Após a segunda Guerra Mundial o capitalismo pôde usufruir de um crescimento econômico ate então nunca visto.
Neste período parecia que Questão Social não existia mais em alguns países. Mas na entrada dos anos 70 esgotou-se a onda longa expansiva da dinâmica capitalista, a Questão Social que estava adormecida desperta. Marx revela que a Questão Social nunca desapareceu apenas estava adormecida e que qualquer a momento o proletariado podia sentir seus efeitos. O capital sempre visa seus lucros, isso esta acima dos interesses as sociedade e mesmo que traga a uma ideia ilusória que esta favorecendo a classe trabalhadora, caso seja preciso o capital retrocede os benefícios que foram oferecidos à classe trabalhadora para que possa manter o poder do capital.
Analisando isso chegamos à conclusão de que não existe garantia de igualdade no presente nem no futuro, a garantia que temos é que independente da época, sociedade ou país teremos sempre problemáticas da questão social, pode até variar as formas de expressão, mas a “questão social” estará sempre lá. E assim enquanto houver Questão Social sempre haverá um largo campo para o serviço social.
Desse modo pode-se concluir que existe uma possibilidade de uma possível derrota do capital, que em condições tais suprima a escassez, onde isso determinará a superação da denominada Questão Social. Isto não implica dizer que não existirão problemas a serem resolvidos, pelo contrario, homens e mulheres continuaram a enfrentar problemas e indagaram porque vivem e morrem empenhados em encontrar sentido para as suas vidas limitadas, onde alguns ou muitos se encontrarão vulnerabilizados.

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