Buscar

INSULFICIENCIA RESPIRATORIA

Prévia do material em texto

VENTILAÇÃO MECANICA
A ventilação mecânica ao envolver uma técnica invasiva está associada a complicações mais preocupantes, que podem condicionar significativamente a evolução clínica favorável do doente em estado grave (Rahal, Garrido & Cruz, 2005). A presença do tubo endotraqueal pode provocar lesão directa do pavimento respiratório, acompanhada de inflamação, ulceração, hemorragia, isquémia ou estenose da via aérea, em casos extremos (Jvirjevic et al., 2009). A presença de uma via aérea artificial modifica os mecanismos naturais de defesa e protecção, que aumenta drasticamente a possibilidade de infecções nosocomiais, como a pneumonia, sinusite e otite (Fagon et al., 2000; Burns, Adhikarin & Meade, 2006; Agarwal et al., 2009; Jvirjevic et al., 2009). Assim, como aumenta o desconforto, a dor, o stress psicológico, a possibilidade de barotrauma, impede a alimentação por via oral, da mesma forma que impossibilita a comunicação verbal, sendo necessário recorrer a outras formas de comunicação, nem sempre bem sucedidas, que exacerbam estados de ansiedade (Burns, Adhikarin & Meade, 2006; Agarwal et al., 2009).
A VNI pode providenciar um suporte ventilatório parcial a pessoas com insuficiência respiratória (Agarwal et al., 2009), em estádios precoces, que tenham capacidade para respirar espontaneamente e que preencham critérios para extubação ou desmame ventilatório, actuando, deste modo, na diminuição do período de necessidade de VM e/ou re-entubação e, consequentemente, de sedação e das suas complicações associadas (Rahal, Garrido & Cruz, 2005). Ao salvaguardar a capacidade de clearence brônquica previne o enfraquecimento dos músculos respiratórios (Burns, Adhikarin & Meade, 2006), positivamente relacionados com a taxa de sobrevida e redução do tempo de permanência em Unidade de Cuidados Intensivos (Gehlbach, et al., 2002; Giacomini et al., 2003).
A VNI tem demonstrado resultados superiores diferenciais em relação aos cuidados convencionais, em que a sua utilização em doentes com insuficiência respiratória hipoxémica traduziu-se na ocorrência de 3% de pneumonia e/ou sinusite, em oposição à VM, utilizada em situações idênticas, que teve uma incidência de 38% (p = 0,02) (Antonelli et al., 1998). O recurso à VNI diminui a necessidade de utilização de oxigenoterapia a alto débito e realização de traqueostomia, com evidência de eficácia em pessoas com doença pulmonar crónica obstrutiva, asma, submetidos a transplante, em estado de neutopénia, doenças neuromusculares, bronquiectasias e fibrose quística (Ferreira et al., 2009). Este fenómeno é comprovado pelo facto de, a análise multivariada ter demonstrado que a VNI é um factor independente associado à redução do risco de entubação e mortalidade (Rahal, Garrido & Cruz, 2005). Adicionalmente, uma meta-análise recente enfatizou a VNI como uma medida de redução da entubação orotraqueal em 65%, diminuição da taxa de mortalidade em 55% e do tempo de internamento hospitalar
em 1,9 dias (Quon, Gan & Sin, 2008). Tendo em conta que, os doentes que mais vantagens podem retirar desta técnica são aqueles com falência respiratória ligeira a moderada e com repercussão pouco acentuada no pH (pH=7,30 a 7,35) (Ferreira et al., 2009).
Face ao exposto, a presente revisão de literatura pretende discriminar quais os ganhos em saúde associados à VNI comparativamente à VM, nos últimos 10 anos, com base em evidências científicas.
Fonte : http://journalofagingandinnovation.org/tag/insuficiencia-respiratoria/
Os perigos da pneumonia aspirativa no idoso
Diferentemente de outras formas de pneumonia, a aspirativa ocorre quando há aspiração de secreções orais ou conteúdo gástrico para o pulmão. A presença de material estranho nos pulmões pode ter origem em distúrbios que afetam o esôfago ou a deglutição normal, como o refluxo gastroesofágico ou o megaesôfago chagásico, bastante comuns no Brasil; ou, então, devido a doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer, além de apresentar alto índice de frequência em idosos, que não raro têm reflexo de tosse pouco ativa, fraqueza da musculatura da faringe, pouca sensibilidade da laringe e mecanismos de defesa do pulmão mais comprometidos (principalmente se em algum momento da vida o idoso tenha sido fumante).
Por isso, a doença acomete especialmente os pacientes com idade mais avançada, nos quais são mais comuns as falhas no mecanismo de defesa que protege os pulmões. O reflexo da glote ou da tosse, por exemplo, impossibilitam que sejam expulsos os líquidos ou substâncias que estão indo na direção dos pulmões. Tais disfunções fazem parte, também, do processo de envelhecimento por si só contribui para o enfraquecimento muscular, conduzindo às mudanças fisiológicas que interferem no processo de deglutição.
“Depois dos 70 anos, começa a haver um déficit da musculatura da faringe, canal por onde passa o alimento, entre a garganta e a árvore respiratória. Ali, o idoso passa a manifestar disfagia (dificuldade para engolir) e, nesse caso, os familiares precisam estar atentos para possíveis engasgos, principalmente após a alimentação. Esse é sempre um sinal de alerta para a doença e para a necessidade de visitar o médico”, diz o dr. Igor Bastos Polonio, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
Doenças neurológicas (AVC, Parkinson, Alzheimer) também podem levar às alterações na deglutição, uma vez que o comando da deglutição passa pelo cérebro. Essa dificuldade para mastigar e engolir, no caso do Parkinson e do Alzheimer, é atribuída à perda progressiva da função muscular, que tem como consequência o maior risco de infecções respiratórias. Portanto, para pacientes portadores de doenças neurodegenerativas, é recomendável procurar o médico a fim de realizar uma avaliação de deglutição preventiva.
Fonte: http://portalamigodoidoso.com.br/2013/05/03/os-perigos-da-pneumonia-aspirativa-no-idoso/
TRAQUEOSTOMIA
	
O que é traqueostomia?
A traqueostomia é um dos recursos que podem ser usados para facilitar a chegada de ar aos pulmões quando existe alguma obstrução no trajeto natural. 
Traqueostomia é uma pequena abertura feita na traquéia, que fica na parte anterior do pescoço, próxima ao "pomo de Adão". Neste local, é introduzido um tubo de metal (chamado cânula traqueal) para facilitar a entrada de ar.
Quando acontece a obstrução à passagem de ar?
Quando há a presença de um tumor obstruindo a garganta (laringe) que dificulta a chegada de ar aos pulmões.
Também pode acontecer depois de alguns tipos de cirurgia, quando a garganta fica inchada, o que pode dificultar a respiração. Nestes casos, é necessário fazer um abertura temporária para a passagem de ar, até que a garganta volte ao normal.
Quais são os sinais de obstrução?
Há vários sinais que podem ser sentidos. Caso apareça algum deles, procure a equipe de profissionais do seu hospital. Esclareça todas as suas dúvidas conosco.
- Acessos freqüentes de tosse;
- Sensação de asfixia, ou de "estar se afogando no seco", falta de ar; 
- Respiração ruidosa (barulhenta) e com esforço ;
- Dificuldade para respirar ao deitar (dificuldade para dormir deitado); 
- Falta de ar após pequenos esforços. A pele pode ficar muito pálida ou azulada;
- Engasgos freqüentes.
O paciente que faz a traqueostomia se tornará dependente dos outros?
Não. A pessoa traqueostomizada pode se cuidar sozinha, pois a traqueostomia e a cânula não interferem no dia-a-dia. Para aprender a mexer na traqueostomia e na cânula, basta um treinamento simples com a equipe de enfermagem no hospital.
No momento da alta hospitalar, na enfermaria, você receberá orientações apenas quanto ao manuseio e limpeza da subcânula.
Posteriormente, no Ambulatório de Curativos da cabeça e pescoço (localizado na Rua do Rezende, 128), o paciente e seu familiar receberão instruções sobre como colocar a cânula, como limpar sua traqueostomia e o que fazer em quaisquer situações de dificuldade. Este treinamento demora apenas alguns minutos.
	Estaremos sempre à sua disposição para esclarecerdúvidas 
ou solucionar problemas a qualquer momento.
O que você pode fazer caso haja alguma dificuldade com a traqueostomia?
Sempre que houver qualquer problema procure o hospital. Lembre-se de que estamos aqui 24 horas por dia. Lembre-se que, embora não pareça, alguns problemas são fáceis de resolver, como por exemplo:
• Entupimento da cânula por crostas de secreção acumulada (evite o acúmulo de secreções mantendo sempre a cânula limpa - leia adiante);
• Saída acidental da cânula;
• Expectoração de secreção com vestígios de sangue.
Nestes casos, basta procurar nossa equipe no Ambulatório de Curativos ou no Setor de Emergência. É importante manter a calma, pois o pânico aumentará a dificuldade de respirar.
O que você pode fazer para evitar problemas
O que você pode fazer para evitar problemas 
Aprenda a trocar sua cânula sozinho, assim que possível. Procure não depender de outras pessoas para manter a sua saúde, principalmente quando se trata da sua traqueostomia. Lembre-se de que ela é fundamental à sua "boa respiração".
Troque o conjunto completo da cânula todos os dias ou quantas vezes forem necessárias, de preferência com horários fixos (Ex.: às 7 horas e às 21 horas). Sempre que for fazer a troca tenha à mão todo o material necessário:
• conjunto completo de cânula esterilizada (já com o cadarço); 
• lubrificante para a cânula; 
• uma gaze para acolchoar e outra para limpar ao redor do traqueostoma.
Como esterilizar o conjunto
Seu conjunto de cânula deve ser esterilizado sempre que for trocado. Para isto, faça o seguinte:
1. Retire o cadarço antigo. Lave-o ou jogue-o fora se estiver muito desfiado.
2. Coloque o conjunto de cânula de molho em água e sabão por alguns minutos. Use um recipiente somente para isso. 
3. Depois que a crosta de secreções estiver amolecida, esfregue bem a cânula e a subcânula, por dentro e por fora, usando uma esponja ou uma tira de tecido com sabão. 
4. Enxagüe com água corrente para tirar todo o resíduo do sabão. 
5. Esterilize o conjunto completo em água fervente por 10 minutos, no mínimo. 
6. Após a esterilização, guardar em recipiente com tampa (também esterilizado ou bem desinfetado com álcool). Este recipiente deve ser utilizado apenas para a cânula. 
Outras sugestões importantes
Limpe a subcânula três vezes ao dia, no mínimo, e a mantenha sempre no lugar. Ela é a sua segurança em casos de entupimento, por exemplo, pois você poderá trocá-la rapidamente, sem ficar sufocado.
Mantenha uma boa higiene na área ao redor da traqueostomia, limpando-a cuidadosamente com sabonete neutro (sabonete de bebê ou de glicerina) e água limpa, pelo menos duas vezes ao dia.
Conserve a região ao redor da traqueostomia com a pele bem hidratada com um creme suave, sem perfume.
Utilize um acolchoado (com duas gazes dobradas) entre a cânula e a pele do pescoço, mantendo-o sempre limpo e seco. Isso evitará que a cânula incomode ou irrite a pele ao redor do traqueostoma.
Mantenha a traqueostomia protegida por um avental pequeno (rede de crochê) para evitar a entrada de poeira ou ciscos e principalmente o ressecamento da traquéia e dos brônquios. Lembre-se de que agora o ar que entra em seus pulmões não passa mais através do nariz, onde era filtrado, aquecido e umidificado naturalmente. Isso significa que você deverá tomar mais cuidado com a qualidade do ar que respira.
Use material macio para o cadarço e não o coloque muito apertado, de forma que não machuque seu pescoço.
Tosse e nebulizações
Faça nebulizações sempre que sentir muito ressecamento nas vias aéreas ou estiver com dificuldade para expelir a secreção dos pulmões. É comum isto ocorrer pela manhã, logo após acordar. Neste caso, faça uma nebulização com soro fisiológico (5ml).
É comum ter tosse após a traqueostomia. Não se preocupe! Isto se deve à maior quantidade de partículas de poeira que entram (antes filtradas pelas mucosas da boca e narinas) e que serão eliminadas pela tosse.
Não deixe que a secreção expectorada fique acumulada ao redor da cânula. Isso favorece a infecção pulmonar e atrai insetos devido ao mau cheiro que produz.
Também é comum que a subcânula saia durante os acessos de tosse. Se isto acontecer, coloque outra subcânula limpa no lugar. Lave e esterilize novamente aquela que caiu. Se você não conseguir encontrá-la, traga o conjunto que ficou incompleto para trocar por outro novo no ambulatório de curativos, assim que puder.
Quando seu conjunto de cânula estiver amassado ou perdendo o cromado, troque por outro novo no ambulatório. 
Ao sentir "falta de ar", faça o seguinte:
1. Retire a subcânula e faça a limpeza das crostas aderidas, recolocando-a depois.
2. Se você já sabe trocar sua cânula, troque o conjunto completo por outro limpo e esterilizado.
3. Se mesmo assim você está sentindo que o ar que entra por sua traqueostomia não é suficiente, procure o Setor de Emergência do hospital. Esta é a maneira correta de avaliar o que está acontecendo. Não perca tempo procurando outras instituições ou "esperando melhorar sozinho".
Procure os profissionais do ambulatório de curativos da Cabeça e Pescoço sempre que tiver dúvidas ou qualquer dificuldade com sua traqueostomia. Não perca tempo com "curiosos" que não conhecem bem o seu caso. Nosso ambulatório funciona de 8h às 16h, de segunda a sexta-feira. Fora deste horário ou nos finais de semana e feriados, procure o Setor de Emergência de seu hospital.
	Texto: Maria Teresa dos Santos Guedes / Enfermeira do Hospital do Câncer I
Vera Lúcia da Costa Dias / Auxiliar de Enfermagem do Hospital do Câncer I
Fonte: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=116

Continue navegando