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Capitulo III do livro Pedagogia e Pedagogos

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Capitulo III do livro Pedagogia e Pedagogos, para quê? do autor Jose Carlos Libaneo
Os significados da educação, modalidades de prática educativa e a organização do sistema educacional
“ a intenção do artigo era, pois, tentar dissolver os mal-entendidos, os eventuais vieses de pedagogismo,as distorçoes de leitura, e , ao mesmo tempo, defender o espaço da Pedagogia como campo especifico da pratica escolar concreta, em conjunção com as outras ciencias sociais(...)o texto investiu ,assim na explicação dos objetivos e conteudos da educação, aprtindo de uma noção ampliada do termo e ressaltando a inserção das praticas educativas na dinâmica das relações sociais”(página:92)
Alguns autores se ocupam em esclarecer o conceito do termo “educação”, na origem etimológica em latim educare(alimentar, cuidar, criar, referido tanto às plantas, aos animais, como às crianças) e educere(tirar para fora de, conduzir para, modificar um estado)
Mialaret, faz uma interessante observação sobre o significado destes dois termos:
“Alimentar e educar, não serão estas as duas tendencias seculares e frequentemente em conflito de uma educação ora preocupada antes de tudo em alimentar a criança de conhecimento, ora em educá-la para tirar dela todas as possiblidades?”(1976:11)
Planchard, afirma que educar em seu sentido etimologico é conduzido de um estado para outro, é agir de maneira sistematica sobre o ser humano, tendo em vista prepará-lo para a vida num determinado meio.
Conceito de educação:Diversas expressões para designar o acontecer educativo.Exemplos: educação nacional,educação ambiental, educação rural, educação sexual, educação para o trânsito, educação escolar, etc.
Existe um linguajar um tanto quanto presente:
“os pais educam os filhos”;
“fulano não tem educação”;
“a escola educa para a vida”;
“ a educação é a mola do progresso”.
Tem-se ai o sentido mais corrente de educação em diversos espaços e de maneiras(contexto) diferentes.
A educação tem, de fato, uma função adapatadora, e é também uma prática ligada à produção e reprodução da vida social, condição para que os individuos se formem para a continuidade da vida social.
Alguns autores consideram a educação como um processo de desenvolvimento.
Em dois aspectos:
1) Se esse processo depende de diposições internas ou da influencia do ambinte circundante ou da ação recíproca entre ambo;
2) Qual a finalidade ou ideal que se busca.
Pestalozzi, a ideia da educaçã elementar nada mais é que o propósito de conformar-se com a natureza para desenvolver e cultivar as disposições e as faculdades da raça humana(…) A educação verdadeira, a verdadeira segundo a natureza, conduz por sua essência a aspirar à perfeição, a tender à realçização das faculdades Humanas(…).(in chateau,1978:217)
Dewey(1979:45) diz que “ a criança é o ponto de partida, o centro e o fim; seu desenvolvimento e seu crescimento, o ideal”
Para as concepções culturalista, a educação é uma atividade cultural dirigida à formação dos individuos, mediante a transmissão de bens culturais que se transformam em forças espirituais internas no educando .O processo educativo realiza o encontro de duas realidades:a liberdade individual(cuja fonte é a vida interior) e as condições externas da vida real( o mundo objetivo da cultura).
Segundo Dukheim, é a sociedade que propicia valores; idéias, regras, às quais o espírito do educando deve submeter-se.
A aprendizagem é um processo interativo em que os sujeitos constroem seus conhecimento atraves da sua interação com o meio, numa inter-relaçao constante entre internos e externos.
O processo educativo, por consequencia, é um fenômeno social, enraizado nas contradiçoes, nas lutas sociais, de modo que é nos embates da práxis social que vai se configurando o ideal de formação humana.Isso significa que a tarefa da reflexição pedagogica é a de superar a antinomia entre fins individuais e fins sociais da educaçã.Esta é a idéia-chave de outra das concepçoes classicas de educação, a concepção historico-social, desenvida dentro da tradição socialista-marxista.
Marx e Engels escrevem a esse respeito o seguinte:
As idéias da classe dominante são, em cada época, as idéias dominates;isto é , a classe que é a força material dominante da sociedade é , ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante.A classe que tem à sua disposiçao os meios de produção material, dipõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual, o que faz com que a ela sejam submetidas, ao mesmo tempo e em geral, as ideias daqueles aos quais faltam os meios de produção esperitual(1984:72)
A educação nunca pode ser a mesma em todas as epocas e lugares devido a seu caráter socialmente determinado.
Severino, afirma qye todo discurso pedagógico expresso na teoria, na legislação e na prática educacional é necessariamente um discurso auto-reprodutivo e reprodutor das relações sociais que estruturam determindada sociedade
O conjunto dos processos sociais, pelo que se constitui como uma das influencias do meio social que compõe o processo de socialização.Em sentido estrito, a educação diz processo de socialização.Em sentido estrito, a educação diz respeito a formas intencionais de promoção social dos indivíduos.
Caratér de mediação da educação na atividade prática, operando a ligação teorica-pratica.
O movimento de objetivação-apropriação da cultura está a gênese dos processos educativos intencionais que ocorrem na familia, na escola, nas instituições e grupos sociais, nos movimentos sociais.
Constituem-se assim, os conteúdos da educação(conhecimentos, habilidades, procedimentos e valores conforme contextos definidos de espaço, cultura e relações sociais.
A educação-processo corresponde á ação educadora, ás condiçoes e modos pelos quais os sujeitos incorporam meios de se educar.Esse processo educativo opera, sujeito, pois ao mesmo com três elementos:um agente, que está na origem da ação na origem da ação educativa, um modo de atução(conteúdos/métotodo)e um destinatario(indivíduo, grupo, geração)
“aluno educado” é o sujeito que se comporta e se conduz de acordo com estas expectativas.Importa muito, para os educadores, a clareza de objetivos e os efeitos do processo educativo.
As dimensões ou âmbitos da educação, uma vez que elas antecedem a formulação dos objetivos e conteúdos.O tema é recorrente na teoria e na filosofia da educação , e é quaseunânime entre os autores a crença de que a formação humana abarca um conjunto de dimensões visando ao ser humano integral(ou onilateral, como preferem outros).
As dimensões da educação corresponde a funções da atividade humana consideradas prioritárias no processo educativo humano consideradas prioritárias no processo educativo.
Dimensões Intelectual(ou cognitiva) à à à social, afetiva,física, estética, ética.
Informal, não-formal e formal.
A educação não-intecional,também chamada de educação informal, ou ainda educação paralela, ela se desdobra em educação não-formal e formal.
(explicação na pagina 87 do livro)
▪ educação formal, não pode eximir-se da interação como outras modalidades de educação (informal e não-formal)
A Pedagogia não é o único campo do conhecimento que tem a educação como objeto de estudo.Outras ciencias como:Sociologia, a Psicologia, a Economia, a Linguística ocupam-se de problemas educativos.O fato de a educação ser analisada sob varios enfoques, ciencias da educação que substituiriam a Pedagogia.
Constitui-se, assim, a Pedagogia escolar, destinada a investigar fatos , processos, estruturas, contextos, problemas, referentes à educação escolar, isto é, à instituição e ao ensino.A formulação das três modalidades de praticas educativa –informal, não formal, formal-abordadas aqui na sua inter-relação, ganha hoje novas configurações com o impacto mais decisivo de processos informais e não-formais nos processos formais. No texto, está antecipada a preocupação pela “necessidade de investigação dos efeitos dos elementos informais da educação nos processos cognitivos e, principalmente, como tais elementos impregnam a própria naturezados conteudos e metodos de ensino”.Informal e o formal, certamente pelo impacto na sociedade das tecnologias da informação e da comunicação, da novas tecnologias e da comunicação, da urbanização, da mudanças no trabalho, pela acentuação da idéia de ensino como trabalho interativo etc.É um alargamento do conceito de educação informal, envolvendo praticas conduzidas por conversação, em torno de oportunidades e situações do cotidiano, visando explorar e alargar a experiencia das pessoas e podendo ocorrer em qualquer lugar.
PEDAGOGIA E PEDAGOGOS, PARA QUÊ? José Carlos Libâneo São Paulo: Cortez, 2005. 200p. (8. ed.) O livro reúne textos escritos ao longo da década de 1990 por José Carlos Libâneo com a intenção de responder à pergunta que dá tí- tulo à obra. Como se trata de um autor cujo pensamento é amplamente conhecido nos meios educacionais, as respostas são familiares àqueles que têm se interessado pelos destinos da pedagogia no Brasil, constituindo-se em autêntico manifesto em favor da pedagogia e, conseqüentemente, da profissão de pedagogo. Em um manifesto são declaradas, publicamente, as razões que justificam certos atos e opções. É isso que faz o autor ao longo dos cinco capítulos do livro, expondo as razões que justificam a existência da pedagogia como “ciência da educação”, posicionando-se em favor da especificidade da atuação profissional do pedagogo e formulando uma clara proposta para a sua formação. Para Libâneo, o que justifica a existência da pedagogia é o fato de esse campo ocuparse do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. A pedagogia, segundo o autor, serve para investigar a natureza, as finalidades e os processos necessários às práticas educativas com o objetivo de propor a realização desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Ela se constitui, sob esse entendimento, em um campo de conhecimento que possui objeto, problemáticas e métodos pró- prios de investigação, configurando-se como “ciência da educação”. Essa visão da pedagogia fundamenta-se em um conceito ampliado de educação. Para Libâneo, as práticas educativas não se restringem à escola ou à família. Elas ocorrem em todos os contextos e âmbitos da existência individual e social humana, de modo institucionalizado ou não, sob várias modalidades. Entre essas práticas, há as que acontecem de forma difusa e dispersa, são as que ocorrem nos processos de aquisição de saberes e modos de ação de moda não intencional e não institucionalizado, configurando a educação informal. Há, também, as práticas educativas realizadas em instituições não convencionais de educação, mas com certo nível de intencionalidade e sistematização, tais como as que se verificam nas organizações profissionais, nos meios de comunicação, nas agências formativas para grupos sociais específicos, caracterizando a educação não formal. Existem, ainda, as práticas educativas com elevados graus de intencionalidade, sistematização e institucionalização, como as que se realizam nas escolas ou em outras institui- ções de ensino, compreendendo o que o autor denomina educação formal. Para Libâneo, são esses processos que constituem o objeto de estudo da pedagogia, demarcando-lhe um campo próprio de investigação. Ela estuda as práticas educativas tendo em vista explicitar finalidades, objetivos sociopolíticos e formas de intervenção pedagógica para a educação. O pedagógico da ação educativa se expressa, justamente, na intencionalidade e no direcionamento dessa ação. Esse posicionamento é necessário, defende o autor, porque as práticas educativas não se dão de forma isolada das relações sociais, políticas, culturais e econômicas da sociedade. Vivemos em uma sociedade desigual, baseada em rela- ções sociais de antagonismo e de exploração. Por isso a pedagogia não se pode eximir de se posicionar claramente sobre qual direção a ação educativa deve tomar, sobre que tipo de homem pretende formar. Do ponto de vista do 514 Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 131, maio/ago. 2007 Resenhas autor isso é o que justifica a existência da pedagogia como área do conhecimento, cuja especificidade é realizar uma reflexão global e unificadora da realidade da educação. Nessa concepção, pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, indireta ou diretamente vinculadas à organização e aos processos de aquisição de saberes e modos de ação, com base em objetivos de formação humana definidos em uma determinada perspectiva. Dentre essas instâncias, o pedagogo pode atuar nos sistemas macro, intermediário ou micro de ensino (gestores, supervisores, administradores, planejadores de políticas educacionais, pesquisadores ou outros); nas escolas (professores, gestores, coordenadores pedagógicos, pesquisadores, formadores etc.); nas instâncias educativas não escolares (formadores, consultores, técnicos, orientadores que ocupam de atividades pedagógicas em empresas, órgãos públicos, movimentos sociais, meios de comunicação; na produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na formação profissional etc.). Essa formulação distingue claramente a atividade profissional do professor, que realiza uma forma específica de trabalho pedagó- gico (ensino) e a atividade profissional do pedagogo, que se desenvolve em um amplo leque de práticas educativas (informais, não formais e formais). Por isso Libâneo entende que a formação do professor e a do pedagogo não podem ser realizadas em um único curso, tal como defendem os movimentos de reformulação dos cursos de formação de educadores, atualmente representados pela Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – Anfope. A proposta do autor é a de que haja dois cursos, um de pedagogia para formar o pedagogo stricto sensu e um de licenciatura para formar professores para os níveis fundamental e médio de ensino. Em síntese, ela consiste dos seguintes pontos: a. as faculdades de educação ofereceriam dois cursos distintos, um de pedagogia e um de licenciatura para a docência no ensino fundamental e médio; b. o pedagogo receberia formação especializada através de habilitações, entre elas a pedagogia escolar; c. o licenciado obteria habilitações para a docência no curso de magistério, nas disciplinas de 5ª a 8ª série e ensino médio ou nas séries iniciais do ensino fundamental; e d. a estrutura curricular teria uma base comum, englobando conhecimentos referentes aos fundamentos da educação, da escola e do ensino e de uma parte específica de conhecimentos profissionais, definidos conforme o contexto de atuação profissional (pedagogo, docente ou outra habilitação). Trata-se de uma proposta coerente com uma visão de educação como prática social que, por não restringir o educativo ao âmbito do escolar, abre o campo de exercício profissional do pedagogo. Desde quando foi apresentada pela primeira vez, no 6º Encontro Nacional da Anfope, realizado em 1992, em Belo Horizonte, a proposta tem sido objeto de polêmicas e discordâncias com esse movimento, que defende a docência como base da identidade profissional do pedagogo, subsumindo o trabalho pedagógico ao trabalho docente. No entanto, tem sido coerentemente defendida pelo autor em congressos, simpó- sios, encontros e debates da área, nos quais a posição da Anfope foi sempre hegemônica. Assim como faz nestes eventos, com esta publicação o autor apresenta seus argumentos em favor da especificidade da pedagogia, dos estudos pedagógicos e do exercício profissional do pedagogo, conclamando os pedagogos a influírem nos rumos de sua profissão, tal como o faz em um dos capítulos, intitulado “Que destinos os educadores darão à pedago- Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 131, maio/ago. 2007 515 Resenhas gia?” Com a palavra os pedagogos. A leitura do livro pode ser uma boa fonte de argumentos para a construção desses destinos.

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