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Slide sobre acessibilidade para deficientes fisicos

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Direito à Acessibilidade: deficientes físicos e visuais
Introdução - Antiguidade: mal, castigo 
Punições: abandono, sacrifício
Sociedade/ Clero/ Estado
Declaração de Direitos do Homem e do cidadão – França – 1789 – texto escrito – primeiras aspirações
IBGE: último censo : quase 24% da população = 45 milhões, mulheres são maioria
História do deficiente no mundo
 Esparta: Os bebês e as pessoas que adquiriam alguma deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios. A partir de Aristóteles, os deficientes ( confrontos militares) passaram a receber algum amparo.
Roma Antiga: Tanto os nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência, ou alternativamente, deixar as crianças nas margens dos rios ou locais sagrados.
Advento do Cristianismo: Sob a influência cristã e seus princípios de caridade e amor ao próximo, a partir do século IV, foram criados hospitais para o atendimento aos marginalizados, dentre os quais, os deficientes. Em 451, O Concílio da Calcedônia aprovou como diretriz para os bispos e párocos a responsabilidade de organizar e prestar assistência aos pobres e enfermos das suas comunidades.
Idade Média (Sécs.V-XV): Continuaram a existir, locais para o atendimento de doentes e deficientes, na maioria das vezes controlados por senhores feudais. Porém, sob o predomínio de concepções místicas e misteriosas, as incapacidades físicas eram consideradas como sinais da ira divina, taxados como “castigo de Deus”. A própria Igreja Católica passou a adotar comportamentos discriminatórios e de perseguição, substituindo a caridade pela rejeição àqueles que fugiam de um “padrão de normalidade”, em especial no período da Inquisição nos séculos XI e XII.
Renascimento (Sécs XV a XVII) : Esse período marca uma fase mais esclarecida da humanidade, a partir de uma filosofia humanista e com o avanço da ciência, foi fortalecida a ideia de que o grupo de pessoas com deficiência deveria ter uma atenção própria.
História do deficiente no mundo
Avanços (Sécs. XIX-XX): Nos EUA, já em 1811, foram garantidas moradia e alimentação a marinheiros ou fuzileiros navais com limitações físicas, em especial, para os “veteranos” de guerras ou outros conflitos militares. Na Inglaterra, em 1919, foi criada a Comissão Central da Grã-Bretanha para o Cuidado do Deficiente. Dado o elevado contingente de amputados, cegos e outras deficiências físicas e mentais, o tema ganha relevância política no interior dos países e também internacionalmente, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).
História do deficiente no Brasil
População indígena: Há relatos históricos que atestam condutas, práticas e costumes indígenas que significavam a eliminação sumária de crianças com deficiência ou a exclusão daquelas que viessem a adquirir algum tipo de limitação física ou sensorial.
 Escravos: Observa-se que muitas das deficiências dos negros decorriam das condições e castigos a que eram submetidos. O rei D. João V, em alvará de 03 de março de 1741, definiu a amputação de membros como castigo aos negros fugitivos que fossem capturados. Uma variedade de punições, do açoite à mutilação, eram previstas em leis e contavam com a permissão da Igreja.
No século XIX, a questão da deficiência aparece de maneira mais recorrente em função do aumento dos conflitos militares (Canudos, outras revoltas regionais e a guerra contra o Paraguai). Em 1868 foi aberto o Asilo Inválidos da Pátria que permaneceu funcionando até 1976.
No século XX, o avanço da medicina trouxe consigo uma maior atenção em relação aos deficientes. Houve a criação de diversas instituições, como: Hospital das Clínicas de São Paulo, na década de 40; Instituto dos Meninos Cegos (1854), e assim ficava explícita uma relação entre doença e deficiência.
Ressalta-se que a especialização dos médicos nesse assunto, passou a influenciar os professores e diretores, ampliando a discussão para o âmbito educacional, surgindo assim, Entidades especializadas, como a Sociedade Pestallozzi de São Paulo (1952) e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE do Rio de Janeiro (1954). Como marco foi fixado o ano de 1981, que foi declarado pela ONU como Ano Internacional da Pessoa Deficiente (AIPD). Iniciou-se um processo de conscientização, e várias manifestações foram realizadas, amparadas por uma divulgação intensificada, o que culminou com ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) pelo Brasil, conferindo-lhe status de emenda constitucional.
Conceito de deficiência Física
O Decreto 3.298/99, que regulamentou a Lei 7.853/99, que dispõe sobre a Política Nacional para a integração da Pessoa portadora de deficiência, considerou:
 I-deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;
De acordo, com a Convenção dos direitos da Pessoa com Deficiência, temos:
“Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.”(Art.1º Convenção da ONU – 2008)
Avanço do conceito de deficiência:
o Decreto explora o ponto de vista médico
 o conceito da Convenção é ampliado e inclui o ponto de vista social.
Conceito de Acessibilidade
Art.9º, a Convenção da ONU explica o que vem a ser Acessibilidade, destacando:
A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Secretaria de Direitos Humanos os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural.
Constituição Federal
 Antes da Constituição Federal de 1988 a matéria Acessibilidade havia sido tratada apenas na Emenda Constitucional nº 12 de 1978, falando apenas sobre acesso aos edifícios e logradouros;
Princípios e direitos consagrados
Um dos Fundamentos da República: a dignidade da pessoa humana (art. 1º,III);
O princípio da igualdade, consagrado no caput do art.5o.
O direito de ir e vir, constante no inciso XV do art. 5º.
Abordando o tema Acessibilidade
Parágrafo 2º do art. 227: §2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
Aspecto Legal
Lei 10.048/2000: prioriza o atendimento aos deficientes entre outros, Logradouros, edifícios públicos deverão ter normas de construção que facilitem a Acessibilidade;
Lei 10.098/2000: Normas gerais de acessibilidade: vias, espaços públicos, construção e reforma de edifícios, transporte e comunicação;
Decreto 5296/2004, que regulamenta as Leis 10048 e 10098
Isabel Maior esclarece que “esse Decreto é o mais conhecido entre as pessoas com deficiência porque disciplina as condições que impactam sua vida cotidiana. O decreto trata da acessibilidade amplamente: acesso aos espaços públicos e edificações, moradias, bens culturais imóveis, todos os modais de transportes coletivos e terminais de embarque e desembarque”
CDPD – UMA CONQUISTA!
Intenso movimento foi necessário para convencer a ONU a ter uma Convenção direcionada a essa parcela populacional. Países como Suécia e Itália, por exemplo, já haviam tomado tal iniciativa, mas não obtiveram êxito. A justificativa era de que as pessoas com deficiência não estavam excluídas dos outros instrumentos de direitos humanos,
por isso não era necessário, para eles um documento próprio (DHANDA, 2008)
Fruto de lutais sociais, cujo lema era “nothing about us, without us” – em uma tradução livre, “nada sobre nós, sem nós”. O processo de elaboração do texto foi fortemente caracterizado pela participação da sociedade civil, ou seja, das pessoas com deficiência e de seus organismos e entidades de defesa, diferentemente de outros que são acordos entre os Estados-parte, com pequena concessão de espaço para ecoar a voz dos diretamente interessados. A Convenção estabeleceu, com isso, um novo paradigma no direito internacional, que não deve ser negligenciado (DHANDA, 2008).
Para a elaboração do texto, criado o Comitê “Ad Hoc” através de uma resolução da ONU, que exigiu expressamente que os Estados-parte deveriam consultar as pessoas com deficiência, suas organizações, instituições de direitos humanos, dentre outras associações ligadas à sociedade civil.
 As pessoas com deficiência começaram a transmitir suas opiniões ao Comitê “Ad Hoc”, por meio da “International Disability Caucus”, uma reunião internacional, composta por mais de setenta organizações(...)(DHANDA, 2008).
 Foi criado um grupo de trabalho, de que as organizações da pessoa com deficiência eram membros plenos junto com as instituições de direitos humanos, para a produção de um texto preliminar, que, com manifestação dos Estados, serviria como base para o texto definitivo.
CDPD – UMA CONQUISTA!
Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência - CDPD
Significativos avanços à proteção e garantia dos direitos das pessoas com deficiências foram conquistados
O artigo 1 permite o entendimento do modelo social da deficiência adotado. O conceito de deficiência é ampliado, além do aspecto médico, passa-se a observar também o aspecto social.
O artigo 2 define “discriminação por motivo de deficiência”, o que foi essencial para o enquadramento de casos de denúncia do cotidiano.
O artigo 12 – igualdade perante a lei - estabelece que todas as pessoas com deficiência gozem de capacidade legal, a ser exercida de forma independente ou com os apoios sociais necessários para a expressão da sua vontade.
O artigo 13 – acesso à Justiça - determina adaptações processuais para facilitar o efetivo papel das pessoas com deficiência como participantes, inclusive como testemunhas, em todos os procedimentos jurídicos, tais como investigações e outras etapas preliminares.
O artigo 23 – respeito pelo lar e pela família – aborda os direitos relativos a casamento, família, paternidade e relacionamentos.
No artigo 14 - liberdade e segurança da pessoa – assegura-se que, se pessoas com deficiência forem privadas de liberdade mediante algum processo, receberão apoios e adaptações razoáveis de acordo com sua deficiência.
O artigo 15 - prevenção contra tortura ou tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes – impede experimentos médicos ou científicos sem seu livre consentimento.
Ressalta-se o artigo 16 - prevenção contra a exploração, a violência e o abuso apresentado de forma didática. 
O artigo 17 - proteção da integridade da pessoa – o artigo reflete o ranço histórico a ser vencido; reafirma que toda pessoa com deficiência tem o direito de sua integridade física e mental ser respeitado, em igualdade de condições com as demais pessoas.
Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência - CDPD
Rito de Internalização da CDPD
Em 2008, o Decreto Legislativo 186/08 conferiu eficácia à CDPD em âmbito nacional, ratificada em 25 de agosto de 2009, através do Decreto Executivo 6949/09. Foi nesse período, entre maio de 2007 e agosto de 2009, que ocorreram as quatro fases da internalização da CDPD, quais sejam: negociação; assinatura; referendum; ratificação e promulgação.
Fases de negociação e assinatura: os representantes dos Estados Membros deliberaram sobre a matéria que seria convencionada. No Brasil, compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratado, convenções e atos internacionais, conforme art. 84, VII da Constituição Federal de 1988 (CF/88)
Fase de referendum: com a aprovação da convenção internacional, materializada na edição do Dec. Leg. 186/08.
Competência exclusiva do Congresso Nacional deliberar em definitivo sobre tratados, acordos ou atos internacionais dos quais o Brasil seja signatário, conforme art.49, I da CF.
Art. 5º da CF, parágrafo 3º
§ 3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Rito de Internalização da CDPD
Ratificação e promulgação – simultâneas
Se consubstanciaram na promulgação do Decreto Executivo n° 6949/09. Neste momento se deu o exaurimento da internalização, e também ocorreu a integração do diploma internacional ao nosso ordenamento jurídico, com o status de norma constitucional.
Leis do município de Salvador
Lei 8139/2011 – Dispõe sobre os passeios públicos;
Lei 8260/2012 – Acessibilidade a estabelecimentos de hospedagem
Lei 9148/2016 – Sobre o ordenamento do uso e da ocupação do solo – art. 61,75,97,121,122,123,136,142,144
Leis do município de Salvador
Acessibilidade - Salvador Shopping
Conclusão
 A história das Pessoas com Deficiência se mistura com a história da busca pelo direito de igualdade, pois sem este não se poderia entender a formalidade do seu caráter, e, consequentemente, não se viabilizaria os meios legais para a proteção e o amparo das desigualdades materiais.
O direito das Pessoas com Deficiência vem, embora lentamente, adquirindo cada vez mais conteúdo, à proporção que a sociedade hodierna passa a entender que é ela que precisa eliminar as barreiras que são impostas aos deficientes, garantindo-lhes igualdades de condições e oportunidades, para assim ter seus direitos preservados e exercerem na sua totalidade, o papel de cidadãos.

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