Buscar

MACROECONOMIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MACROECONOMIA
Aula 1 – MEDIÇÃO DE VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS: PRODUTO, RENDA E DESPESA, NO AGREGADO
Medição das variáveis macroeconômicas
A Ciência Econômica divide-se em dois ramos: a Microeconomia e a Macroeconomia.
A Microeconomia estuda como as famílias e empresas tomam decisões e como interagem nos mercados. Basicamente estuda a relação entre vendedores e compradores, ou seja, entre a oferta e a demanda.
O encontro entre os ofertantes e os demandantes acaba por determinar o preço do produto comercializado. A determinação dos preços é a essência da Microeconomia.
Já a Macroeconomia parte da relação entre a oferta e a demanda na determinação dos preços, mas consiste no estudo da Economia como um todo e tem por objetivo explicar as mudanças que afetam o seu funcionamento.
Assim, procura explicar, por exemplo, por que a renda média é elevada em alguns países e baixa em outros, por que os preços sobem rapidamente em algumas épocas e permanecem estáveis em outras e por que a produção e o emprego aumentam em alguns anos e se contraem em outros.
Produto Interno Bruto (PIB)
Para monitorar o desempenho da economia em sua totalidade, os órgãos estatísticos calculam o Produto Interno Bruto (PIB), que vem a ser a produção total de um país ou de regiões.
Uma vez que a produção que está sendo calculada é a produção vendida, o PIB de um país pode também ser mensurado através da despesa total dos compradores na aquisição dos bens e serviços produzidos na sua economia.
O dinheiro gerado nas vendas totais no país vem a ser o total dos recursos financeiros que todos têm para viver.
É a renda total de um país e indica se uma economia vai bem ou vai mal; se a população conta com mais ou menos recursos financeiros para viver. O PIB pode ser então mensurado ainda através da renda total.
O PIB é o indicador mais utilizado na avaliação do desempenho de uma economia. Por ser a medição de estatísticas sobre a produção total do país, é acompanhado por responsáveis pela política econômica, por homens de negócio e pela comunidade financeira.
Mais precisamente, o PIB pode ser definido como o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em um país, em um dado período de tempo, geralmente o ano civil.
O PIB soma vários tipos de produtos em uma economia em um valor total. É preciso atentar para o termo “valor”. Isto porque surge sempre uma dúvida inicial quando se diz que o PIB é a soma de tudo que é produzido no país.
Sendo o PIB uma medida de produto, não se pode chegar ao seu valor simplesmente somando todas as receitas registradas no país. Assim, todos os bens e serviços produzidos no ano devem apenas ser contados uma vez.
Muitos bens passam por vários estágios de produção, antes de chegar às mãos do cliente final.
Para se evitar a dupla contagem, é preciso que se retirem os bens que são usados em estágios intermediários da produção — bens intermediários — dos cálculos dos bens finais e serviços, que são aqueles comprados pelo usuário final, e não por quem vai revendê-los ou promover uma transformação produtiva neles.
As transações financeiras e as transferências de renda não estão incluídas no PIB porque não envolvem produção.
Por exemplo: compra e venda de ações, debêntures, títulos da dívida pública, pois consistem em transferências de renda entre particulares ou agentes públicos.
Só a produção elaborada dentro do país é contada. Quando um estrangeiro ganha renda no Brasil, ela é contada no PIB brasileiro, mas não a renda recebida por brasileiros no exterior.
Só os produtos produzidos no período corrente são contados. Produtos produzidos no passado não são contados.
O PIB mede duas coisas ao mesmo tempo: a renda total de todas as pessoas da economia e a despesa total com os bens e serviços produzidos na economia.
O PIB consegue medir tanto a renda total como a despesa total porque, na verdade, para a economia como em seu todo, a renda deve ser igual à despesa.
Renda (Y) = consumo + investimento (I) + compras do governo (G) + exportações líquidas (EL)
O consumo é a despesa das famílias em bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos, por exemplo) e não duráveis (alimentos e vestuário, por exemplo) e serviços, com exceção da compra de novas moradias.
O investimento é a compra de bens que serão usados no futuro para produzir mais bens e serviços. É a soma das compras de capital (máquinas e equipamentos), estoques de produtos não utilizados e edificações.
As compras do governo incluem os gastos em bens e serviços dos governos municipais, estaduais e federais, os salários dos funcionários do governo e as despesas em obras públicas.
As exportações líquidas são iguais às compras, por parte dos estrangeiros, de bens e produtos produzidos internamente (exportações) menos as compras internas de bens estrangeiros (importações). Por exemplo, uma venda feita por uma empresa nacional a um comprador de outro país aumenta as exportações líquidas.
Como falamos o PIB pode ser expresso por três óticas, já vimos duas. A terceira ótica e não menos importante é a da renda.
PIB pela ótica da renda
Pela ótica da renda, o PIB pode ser calculado pela soma da remuneração dos fatores de produção utilizados na obtenção de todos os bens e serviços, durante o ano.
 A produção de bens e serviços tem custo porque os recursos devem ser alocados para a produção desses bens e serviços. Estes custos geram as rendas dos proprietários dos fatores de produção.
Renda (Y) = componentes da renda (salários, renda de autônomos, juros, lucros e aluguéis) + impostos indiretos, depreciação e renda líquida enviada ao exterior.
Como já vimos, o PIB mede a despesa total em bens e serviços em todos os mercados de uma economia.
Se a despesa total aumenta de um ano para o outro, pelo menos uma das duas situações pode ter ocorrido:
1) A economia está produzindo uma quantidade maior de bens e serviços e/ou
2) Os bens e serviços estão sendo vendidos a preços mais elevados.
Quando os economistas estudam mudanças ao longo do tempo, esses dois efeitos devem ser separados. Ou seja, eles desejam estabelecer uma medida da quantidade de bens e serviços produzidos na economia que não sejam afetados pelas variações nos preços desses bens e serviços.
Para isso, os economistas usam uma medida chamada de PIB real, que responde à seguinte questão hipotética:
Qual seria o valor dos bens e serviços produzidos este ano se os avaliássemos aos preços vigentes em algum outro ano específico?
Avaliando a produção a preços fixos em níveis passados, por exemplo, o PIB real mostra como a produção geral de bens e serviços da economia muda com o passar do tempo.
Vale ressaltar que o crescimento econômico corresponde ao aumento do PIB. Como o cálculo do PIB é realizado pela multiplicação do preço pela quantidade, seu crescimento pode se dar tanto pelo aumento dos preços como pelo aumento das quantidades.
Como no PIB real o que interessa é verificar se houve aumento das quantidades produzidas, a solução é imaginar que não houve aumento dos preços, ou seja, a ocorrência de inflação, pois desta forma, se houver variação do PIB, o aumento decorre de variação nas quantidades.
PIB real e nominal
Para se calcular o PIB real (a preços constantes) e nominal (a preços correntes), veremos, a seguir, o exemplo de uma economia que produz apenas dois bens: carne e frango.
No caso do PIB nominal, usam-se os preços correntes (que vigoram em cada ano) para atribuir um valor à produção de bens e serviços.
CÁLCULO DO PIB NOMINAL
2008 R$ 10 por kg de frango x 100 kg frango + R$ 20 por kg carne x 80 kg de carne = R$ 2.600
2009 R$ 20 por kg de frango x 200 kg frango + R$ 30 por kg carne x 100 kg de carne = R$ 7.000
2010 R$ 30 por de kg frango x 300 kg frango + R$ 40 por kg carne x 200 kg de carne = R$ 17.000
Os dados do exemplo apresentado mostram que houve aumento contínuo do PIB real nos anos apresentados. O cálculo foi feito tomando-se o ano de 2008 como base e em todos os anos os cálculos foram feitos com preços constantes, com no ano base.
Cálculodo PIB real (ano base 2008)
2008 R$ 10 por kg de frango x 100 kg de frango + R$ 20 por kg de carne x 80 kg de carne = R$ 2.600
2009 R$ 10 por kg de frango x 200 kg de frango + R$ 20 por kg de carne x 100 kg de carne = R$ 4.000
2010 R$ 10 por kg de frango x 300 kg de frangos + R$ 20 por kg de carne x 200 kg de carne = R$ 7.000
Deflator do PIB
Até este ponto, vimos a avaliação da evolução do valor do PIB (PIB nominal), e a evolução da quantidade produzida (PIB real). Podemos agora ver também como as variações dos níveis de preços podem ser aferidas, através do cálculo do chamado deflator.
 O deflator do PIB é calculado de forma a refletir apenas os aumentos dos preços dos bens e serviços. É uma medida do nível de preços calculada como a razão entre o PIB nominal e o PIB real multiplicada por cem.
O que você entende de PIB como medida do bem estar?
Para considerarmos o PIB como medida do bem-estar, precisamos, inicialmente, entender este conceito.
Considerando-se o conceito de bem-estar econômico, pode-se afirmar que o crescimento econômico aumenta o bem-estar, na medida em que o aumento e a diversificação da produção permitem à população contar com mais produtos à sua disposição, bem como contar com a introdução de novos produtos (o celular e a internet são exemplos)..
Todavia, o PIB pode não captar alterações do bem-estar social, que apresenta um conceito mais amplo, envolvendo aspectos qualitativos como condições de saúde, educação, não violência urbana, distribuição de renda etc.
O PIB per capita, que é o PIB total dividido pelo número de habitantes, pode ser considerado uma medida natural do bem-estar econômico do indivíduo médio.
Todavia, existem críticas quanto à validade do PIB per capita como medida perfeita do bem-estar, por não levar em consideração aspectos qualitativos da educação, saúde, lazer, qualidade do meio ambiente e distribuição de renda.
Em síntese, podemos afirmar que o PIB per capita é uma boa medida do bem-estar econômico para a maioria dos propósitos, mas não para todos os propósitos.
Uma maneira de avaliar a utilidade do PIB como medida do bem-estar econômico é examinar dados internacionais do PIB. Países pobres e ricos têm níveis muito diferentes de PIB per capita. Se um PIB elevado se traduz em melhor padrão de vida, deve-se observar que o PIB está fortemente correlacionado com medidas de qualidade de vida.
Nos países ricos, como os EUA, Japão, Canadá, Suécia, Noruega, Alemanha, Inglaterra, Suíça e França, as pessoas têm expectativa de vida de 80 anos, quase toda a população sabe ler, grande parte usa internet regularmente, a taxa de mortalidade infantil e desnutrição é baixa e há acesso à água tratada.
Já em países pobres como o Haiti, Paquistão, Somália, Nigéria e Bangladesch, a expectativa de vida é de 60 anos, grande parte da população é analfabeta, o uso da internet é raro, as taxas de mortalidade infantil e desnutrição são altas e não há acesso à água tratada, dentre outros aspectos que denotam baixa qualidade de vida ou sua ausência.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
Um indicador utilizado para avaliar o bem-estar do ponto de vista social é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado periodicamente pelas Nações Unidas.
Trata-se de um índice calculado a partir de uma média de indicadores sociais (taxa de alfabetização, nível de escolaridade e expectativa de vida) e econômicos (PIB real per capita). São considerados no cálculo do IDH os seguintes indicadores:
- Índice de esperança de vida, esperança de vida ao nascer em anos;
- Índice de educação;
- Taxa de alfabetização de adultos (2/3 do índice);
- Taxa de escolaridade bruta conjunta do 1º, 2º e 3º graus (1/3 do índice);
- Índice do PIB: PIB real per capita, em dólares ajustados pelo poder de compra dos países.
Para a maioria dos países, a classificação a partir do IDH apresenta alto grau de correlação com o PIB per capita.
Os maiores contrastes são registrados nos países árabes produtores de petróleo, que apresentam IDH baixo e estão entre os países mais ricos do mundo. Já os países que integram a União Soviética apresentam IDH proporcionalmente mais elevado que o PIB per capita.
Aula 2 – O CÁLCULO DA INFLAÇÃO ATRAVÉS DOS ÍNDICES DE PREÇO
ÍNDICE DE PREÇOS E INFLAÇÃO
Índices de preços
São estatísticas que visam monitorar mudanças no custo de vida dos consumidores ao longo do tempo.
O aumento do índice de preços significa que um consumidor gasta mais dinheiro para manter o mesmo padrão de vida.
Inflação
Ocorre quando há elevação do nível geral de preços e a equivalente desvalorização do valor da moeda (valor do dinheiro).
O PROCESSO INFLACIONÁRIO
Falar em inflação é falar do aumento geral dos preços.
Embora a variação dos preços possa ser diferente para cada produto, a variação do índice geral reflete a média dessas variações.
A inflação não se limita a um grupo específico de bens ou de serviços.
Quando se instala efetivamente  ela alcança, praticamente, todos os produtos, ainda que com intensidades variadas.
Trata-se de um processo dinâmico de preços em alta, e não de uma situação estática de preços altos.
No processo inflacionário, os índices de preços mudam de patamar, reproduzindo-se em níveis cada vez mais altos.
É um processo de alta dos preços em geral, persistente e continuada.
A cada período de tempo, deteriora-se o valor da moeda, ou seja, as pessoas compram menos produtos com o mesmo valor de dinheiro.
Em suma, a inflação é o aumento contínuo e generalizado de preços.
Como a inflação é calculada
A mensuração da inflação é feita através de índices, calculados a partir de preços coletados em intervalos de tempo regulares, ponderados por suas relativas importâncias nos gastos do consumidor.
Os índices atendem a diferentes objetivos e têm diferentes níveis de abrangência setorial ou espacial.
Os principais índices calculados no Brasil são apurados pelas instituições relacionadas a seguir:
As diferenças detectadas nos índices de preços decorrem:
- Da cesta de produtos considerada, que define se o índice de preços é de varejo ou atacado;
- Da abrangência nacional ou regional
- Das faixas de renda cobertas expressas em termos de salários mínimos;
- Do período de coleta
- Do período de divulgação
O Índice de Preços ao Consumidor, que se refere aos preços no varejo, reflete o nível dos preços dos produtos ou serviços no ato da venda final.
São cinco as etapas consideradas para a elaboração do índice de preços ao consumidor, como veremos no seguinte exemplo:
1 - A primeira etapa no cálculo deste índice é a escolha dos itens que compõem a cesta de produtos adquiridos por um consumidor típico, que tem determinada faixa de renda.
Suponha que os produtos adquiridos por ele sejam apenas arroz e feijão. Se o consumidor compra mais arroz do que feijão, o preço do arroz deve ter um peso maior no cálculo do custo de vida, pois ele é mais importante para o consumidor do que o feijão, por exemplo.
Suponha ainda, para finalizar esta etapa, que a cesta do consumidor seja composta por 4 kg de arroz e 2 kg de feijão.
2 - A segunda etapa é a coleta de preços de cada um dos bens e serviços escolhidos em cada instante do tempo.
3 - A terceira etapa corresponde ao cálculo do custo da cesta de bens e serviços, utilizando os preços coletados em diferentes momentos.
Em 2010: O valor da cesta era de R$ 80,00. Sendo, R$ 40,00 de arroz (4kg X 10,00 cada kg) + R$ 40,00 de feijão (2kg X 20,00 cada kg).
Em 2011: O valor da cesta era de R$ 140,00. Sendo, R$ 80,00 de arroz (4kg X 20,00 cada kg) + R$ 60,00 de feijão (2kg X 30,00 cada kg).
Em 2012: O valor da cesta era de R$ 200,00. Sendo, R$ 40,00 de arroz (4kg X 30,00 cada kg) + R$ 40,00 de feijão (2kg X 40,00 cada kg).
Ao manter constante a cesta de bens (4 kg de arroz e 2 kg de feijão), pode-se apurar que o aumento da despesa do consumidor ocorrerá somente em decorrência do aumento do nível de preços, como se pode ver no cálculo a seguir:
4. A quarta etapa consiste na escolha de um anobase (no caso, 2010) e cálculo do índice.
FATORES QUE PODEM INFLUNCIAR NO NÍVEL DE INFLAÇÃO
Em resumo, o Índice de Preços ao Consumidor mostra o custo de uma cesta de bens e serviços em relação ao custo da mesma cesta no ano base. O IPC é usado para medir o nível geral de preços da economia. A variação percentual desse índice mede a taxa de inflação.
São três as razões que podem superestimar a inflação detectada:
O índice não leva em consideração a capacidade que os consumidores têm de substituir, com o passar do tempo, os bens que se tornam mais caros por outros que se tornam relativamente mais baratos;
O índice não leva em consideração aumentos do poder aquisitivo da moeda causado pela introdução de novos bens. Isso porque se, quando existe maior quantia de dinheiro para a mesma quantidade de bens significa que a moeda perdeu valor, uma vez que os preços sobem, então quando há mais bens para a mesma quantia, os preços teriam que descer, e a moeda teria mais valor, mas a cesta fixa de bens impede o registro deste fato;
O índice pode ser distorcido por variações não medidas na qualidade dos bens (produtos) e serviços, que fazem com que os produtos não sejam mais os mesmos na realidade. O índice de preços ao consumidor, que estamos estudando agora, e o deflator do PIB, que vimos no capítulo anterior, medem a inflação.
ATENÇÃO! Um ponto importante a se destacar é que o índice de preços ao consumidor é uma medida imperfeita do custo de vida.
AULA 3 – OS FATORES DE PRODUÇÃO, O PIB POTENCIAL E O PIB EFETIVO
Os fatores de produção
Conforme já vimos na aula 1, o mercado de recursos produtivos ou dos fatores de produção que são utilizados na produção de produtos e serviços é composto por:
Reservas naturais ou terra
Trabalho ou mão de obra
Capital físico
Capital humano
Capacidade tecnológica
Capacidade empresarial
Os fatores de produção que acabamos de ver são utilizados e remunerados pelas empresas que produzem os produtos. Observe no esquema abaixo:
Se compararmos a economia de hoje com a do passado, veremos que:
- Os automóveis produzidos são mais econômicos em combustível.
- As novas residências precisam de menos energia para aquecimento ou refrigeração.
- Combustíveis alternativos estão sendo desenvolvidos, como o álcool que substitui a gasolina.
- Existe o processo de reciclagem, que permite a reutilização de recursos não renováveis, como o alumínio.
Além disso, alguns materiais substituíram outros, como:
A fibra ótica, que substituiu o cobre em alguns usos;
O plástico, que substituiu o estanho na fabricação de embalagens para alimentos etc.
Podemos, então, descrever a relação entre os insumos utilizados na produção e a quantidade de produtos obtida utilizando a função de produção.
Suponha que:
Y = quantidade produzida
L = quantidade de trabalho
K = quantidade de capital físico
H = quantidade de capital humano
N = quantidade de recursos naturais
F = função que mostra como os insumos são combinados para gerar o produto
A = variável que representa a tecnologia produtiva disponível, sendo que, à medida que A aumenta 
quando a tecnologia é aperfeiçoada, a economia produz mais a partir de qualquer combinação de fatores
Dessa forma, temos:
Y = A F (L, K, H, N)
PIB real
No Brasil, assim como em outros países, o PIB real tem crescido, observando-se, porém, uma instabilidade em sua taxa de crescimento.
Ocorrem períodos de expansão econômica, com elevadas taxas de crescimento do PIB, seguidas de períodos de redução no crescimento econômico.
Tais flutuações nas taxas de crescimento do PIB real são chamadas de ciclos econômicos, que alteram fases de crescimento e fases de redução de crescimento.
Ciclos Econômicos
Quando o PIB real está em fase de crescimento, diz-se que uma economia está em período de boom ou aquecida.
Na situação oposta, diz-se que a economia inicia um processo de recessão ou contração.
Quando uma recessão se prolonga e ocorre forte redução da atividade econômica, identifica-se uma fase de depressão.
Para melhor entender as flutuações econômicas ou ciclos de negócios observados no PIB real, observe, a seguir, três características importantes:
- As flutuações econômicas são irregulares e imprevisíveis
- A maior parte das variáveis macroeconômicas flutua conjuntamente.
Com a queda da produção, o desemprego cresce.
Ofertantes x demandantes
As flutuações no nível do PIB influenciam a demanda e a oferta de trabalho. Entenda que, os trabalhadores são os ofertantes de trabalho (mão de obra) e as empresas são os demandantes de trabalho. Dessa forma:
Para medir as condições do emprego, os economistas usam o conceito de população em idade ativa (PIA), ou seja, que tem mais de 16 anos de idade.
Entretanto, no Brasil, existem crianças com dez anos que já participam de atividades de trabalho na área rural, sendo este o limite inferior considerado.
A população em idade ativa (PIA) pode se dividir em duas categorias:
- População economicamente ativa (PEA), que participa da força de trabalho. Inclui, além das pessoas empregadas, as pessoas desempregadas que estão procurando emprego;
- População economicamente não ativa.
Taxa de desemprego
A taxa de desemprego é o principal instrumento de medida das condições do mercado de trabalho e é calculada da seguinte forma:
É importante destacar que o termo “desempregado” pode suscitar dúvidas. Estar desempregado é diferente de não estar trabalhando.
Existem muitas situações nas quais as pessoas não são contadas como desempregadas, tais como: aposentadoria, invalidez ou doença, trabalho feito em domicílio, estar frequentando a escola etc.
Alguns economistas preferem outro indicador — relação emprego / população —, que é considerado mais objetivo e com maior conteúdo de informação que a taxa de desemprego. Veja:
Existem três tipos de desemprego:
- Desemprego Friccional;
- Desemprego Estrutural;
- Desemprego Cíclico.
Política macroeconômica
Os resultados da política macroeconômica podem ser aferidos através de diferentes indicadores de desempenho como as taxas de crescimento do PIB, as taxas de desemprego e os índices gerais de preço.
Muitas vezes, a economia como um todo pode apresentar resultados satisfatórios em alguns indicadores e menos satisfatórios em outros. Da mesma forma, as taxas de crescimento podem variar bastante conforme o grau de desenvolvimento dos países.
Se compararmos economias de países desenvolvidos com as de países emergentes, veremos que:
PIB atual x PIB potencial
A política macroeconômica também sofre influencias do PIB atual e do PIB potencial. Veja:
PIB atual ou efetivo
É o PIB realmente observado, ou seja, o que resulta do emprego corrente dos fatores de produção.
PIB potencial
É atingido quando os fatores de produção estão plenamente empregados. Quando o PIB efetivo se iguala ao PIB potencial, define-se uma situação típica de pleno emprego dos fatores de produção.
O PIB potencial pode aumentar por duas razões:
-Aumento da quantidade utilizada de cada fator de produção;
- Aumento da produtividade dos fatores de produção.
A variação no PIB efetivo depende dos seguintes fatores:
-Objetivos definidos pelos gestores das políticas macroeconômica — tais como a estabilização da economia —, contraindo ou expandindo a demanda total e o emprego, o que aumenta a produção;
- Políticas econômicas para alcançar os objetivos supracitados: cortes ou expansão das despesas, consumo e investimento do governo, expansão ou redução da carga tributária (cobrança de impostos), restrição ou liberação do crédito, abertura ou proteção das importações, restrição ou liberação dos capitais de risco externos e contenção ou aumento dos salários;
- Clima dos negócios realizados na economia e da confiança na política econômica adotada e das expectativas dos consumidores e empresários na evolução geral da economia;
- Desempenho econômico do resto do mundo, que pode afetar a economia de um país.
A variação do PIB potencial depende dos seguintes fatores:
- Disponibilidadedos fatores de produção (terra, recursos naturais, trabalho, capital), que definem o potencial de produção de uma economia em um dado momento;
- Qualificação dos fatores de produção, notadamente do fator de produção trabalho, que melhora a produção de uma economia;
- Relação entre os fatores de produção, ou seja, o crescimento do fator de produção do capital em relação aos demais fatores define os padrões de produtividade, o que pode fazer variar o potencial de produção de uma economia;
- Alterações de ordem tecnológica e na eficiência do processo produtivo das economias, na medida em que inovações e melhorias tecnológicas influem positivamente no potencial de produção de uma economia.
Hiato do PIB
O hiato do PIB é um indicador-síntese do desempenho macroeconômico, que mede a distância entre o PIB potencial e o PIB efetivo. Ele é expresso pela relação a seguir, evidenciando a ocorrência de desemprego e ociosidade da economia:
Veja, a seguir, um exemplo de como o Hiato do PIB é estabelecido:
Relação entre o PIB
A relação entre o PIB potencial e o efetivo reflete os ciclos econômicos.
Por exemplo:
Nas fases de boom ou expansão econômica, o PIB efetivo se expande e pode exceder o PIB potencial de longo prazo, enquanto que nas recessões o PIB efetivo é sempre inferior ao potencial.
Dessa forma, quando o hiato do PIB aumenta, a ociosidade da economia eleva-se, ou seja, a economia não está produzindo a totalidade do que poderia.
Qual seria a diferença entre o PIB potencial e o efetivo?
O PIB potencial refere-se à capacidade total de produção da economia, enquanto que o PIB efetivo mede o que efetivamente está sendo produzido. Assim, podemos afirmar que:
PIB efetivo ( menor ou igual q P ) < P
	 Havendo igualdade (PIB efetivo = PIB potencial), significa que a economia está em uma situação de pleno emprego dos fatores produtivos.
PIB potencial
Falando um pouco sobre o PIB potencial, ele apresenta como principal problema o fato de que o seu cálculo parte da hipótese de que se pode prever o comportamento futuro da economia a partir de seu desempenho no passado.
Se, no passado recente, a economia registrou uma lenta expansão, projeta-se um crescimento pequeno para o PIB potencial. À medida que a política monetária se orienta por tal estimativa, ela pode acabar produzindo o baixo crescimento projetado inicialmente.
Sintetizando:
O PIB potencial é igual ao maior produto sustentável pela economia, consistente com a sua base de recursos produtivos, com a atual tecnologia e estrutura institucional.
Crescimento econômico
Em termos gerais, pode-se dizer que o PIB potencial indica a capacidade de crescimento da economia no longo prazo, enquanto que o PIB efetivo mostra as oscilações do PIB no curto prazo.
Dessa forma, o crescimento econômico refere-se não aos aumentos e diminuições das taxas de crescimento no curto prazo, mas ao crescimento do PIB potencial ou produto de pleno emprego mensurado em períodos mais longos de tempo.
O crescimento econômico depende dos aumentos na quantidade e qualidade dos dois insumos básicos no processo de produção — capital e trabalho — e da melhoria do modo como esses insumos são combinados. Veja, a seguir, os fatores determinantes para o crescimento do PIB:
- Aumento no tamanho da força de trabalho;
- Aumento na qualidade da força de trabalho;
- Aumento no tamanho do estoque de capital físico (instalações produtivas, equipamentos etc.);
- Aumento na qualidade do estoque de capital físico (instalações produtivas, equipamentos etc.);
- Melhorias na forma pela qual o capital e o trabalho são combinados para a produção. Como exemplos, podemos citar: a melhora no relacionamento entre patrões e empregados, maior grau de especialização, migração de trabalhadores de áreas de baixa produtividade para áreas de mais elevada produtividade, dentre outras.
Um conceito associado ao crescimento econômico é o aumento do padrão de vida da população determinado pela produtividade da economia, geralmente medida como produção por hora de trabalho.
O aumento da produtividade resulta de:
- Aumentos no capital físico;
- Melhorias na qualidade do trabalho;
- Capital;
- Aperfeiçoamento na maneira como o capital e o trabalho são combinados.
O papel de cada um dos fatores de aumento da produtividade, pode ser afetado pelas características institucionais da economia, como:
- Cultura da ética nas relações de trabalho;
-Iniciativa empresarial;
- Habilidade da população em se ajustar às mudanças etc.
AULA 4 –MERCADO MONETÁRIO, DETERMINAÇÃO DE TAXA DE JUROS E O MULTIPLICADOR BANCÁRIO
O MERCADO MONETÁRIO
O INÍCIO DO DINHEIRO
As sociedades primitivas utilizavam como prática comercial o escambo, que é a troca direta de uma mercadoria por outra.
MOEDAS MERCADORIA
Em vista das dificuldades encontradas na dupla coincidência de desejos, surgiram então itens de aceitação mais generalizada entre as pessoas, que passaram a ser usadas como meios de troca pelo seu valor, raridade ou utilidade, tais como o sal, o boi, as conchas, os metais, dentre outros. 
Sistema financeiro monetário e não monetário
O sistema financeiro subdivide-se em monetário e não monetário. Vamos ver cada um deles mais detalhadamente:
OFERTA MONETÁRIA
A oferta monetária é o total de moeda que o público tem à sua disposição para o pagamento de seus gastos no momento presente ou futuro. É constituída pelo total dos meios de pagamento. Assim:
Oferta Monetária: Oferta de moeda = meios de pagamento
Meios de pagamento (MP): papel-moeda em poder do público (PMPP) + moeda escritural
A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo. Existem duas abordagens principais para a determinação da taxa de juros: 
DE FUNDOS EMPRESTÁVEIS:
A taxa de juros expressa o prêmio de espera que um indivíduo aufere por renunciar ao consumo presente em favor do consumo futuro.
A taxa de juros é determinada pela igualdade entre a oferta (poupança) e a demanda (investimento) dos fundos disponíveis para empréstimo.
A teoria de fundos emprestáveis baseia-se na Lei de Say, ou seja, todo investimento não financiado por poupança prévia do próprio investidor é financiado por bancos comerciais, com o uso de parte das poupanças dos outros agentes econômicos depositadas em bancos comerciais.
Os bancos cumprem apenas o papel de repassadores das poupanças dos outros agentes depositadas nos bancos. A poupança é claramente uma condição necessária para o investimento;
PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ
A taxa de juros é estritamente monetária e determinada pela preferência pela liquidez (demanda de moeda) e pela oferta de moeda.
É o preço que equilibra o desejo de reter moeda com a quantidade de moeda existente.
Ela não guarda relação com a poupança e o investimento, nesta teoria, mas é a recompensa que os agentes econômicos recebem por abrir mão da posse da moeda, ou seja, da liquidez.
DETERMINAÇÃO DA TAXA DE JUROS
A taxa de juros é uma taxa de rentabilidade para os aplicadores e é o custo do empréstimo para os tomadores. Normalmente, é expressa por uma porcentagem por um período de tempo. Por exemplo: taxa de 10% ao ano.
A taxa depende da oferta e demanda de moeda na economia. O Banco Central tem o monopólio de emissão de moeda, influenciando, portanto, de maneira decisiva a taxa de juros.
Uma alta da taxa de juros influencia toda a economia da seguinte forma:
- Aumenta o custo de oportunidade de estocar mercadorias, dado que o mercado financeiro é mais atrativo;
- Incentiva o ingresso financeiro de outros países (entrada de moeda estrangeira no país);
- É um instrumento anti-inflacionário, controlando o consumo agregado, pelo encarecimento do custo do crédito e estímulo às aplicações financeiras (estimula as pessoas a pouparem mais e a diminuírem o consumo);
- Desestimula o investimento produtivo, pois encarece os empréstimos para os empresários;
- Aumenta o custo da dívida pública interna, pois o dinheiro tomado emprestado pelo governo tem que ser devolvido com juros maiores. 
OMULTIPLICADOR BANCÁRIO
AULA 5 – O BALANÇO DE PAGAMENTOS E O MERCADO DE CÂMBIO
O balanço de pagamentos
O balanço de pagamentos é um instrumento da contabilidade onde se registra todas as transações efetuadas entre as pessoas residentes e não residentes em um determinado país.
Sabemos que as transações com o exterior têm uma importância vital para as atividades econômicas de um país. Os países buscam, cada vez mais, ampliar sua participação nos fluxos de comércio internacional. Por isso, é importante manter um registro contábil de todas as transações de um país com o resto do mundo, e o balanço de pagamentos é o instrumento fundamental para esse registro.	
Composição do balanço de pagamentos
O balanço de pagamentos envolve:
Os serviços (pagamentos de juros, royalties, remessa de lucros, turismo, pagamento de fretes).
O comércio de mercadorias (exportações e importações).
As transações com capitais físicos e financeiros (investimentos diretos estrangeiros, empréstimos e financiamentos, capitais especulativos etc.).
Lançamento contábil
O registro no balanço de pagamentos é feito por meio do lançamento contábil. Este, segue a lógica das partidas dobradas, veja:
A cada lançamento de débito em uma conta, com sinal negativo...
...ocorre um lançamento de crédito em outra conta, isto é, com sinal positivo.
Os lançamentos provenientes de recebimentos do resto do mundo são lançados a crédito, isto é, com sinal positivo, enquanto que todos os pagamentos feitos ao resto do mundo são lançados a débito, isto é, com sinal negativo.
Em cada item do balanço de pagamentos é lançado o saldo da saída e a entrada da moeda estrangeira.
Apesar de as transações com o exterior serem efetuadas em diversos países com divisas ou moedas diversas, normalmente o balanço de pagamentos é expresso em apenas uma divisa ou moeda para fins de homogeneização.
Por ser uma moeda de aceitação internacional, o dólar americano é a divisa normalmente utilizada para a apresentação dos dados.
A seguir, vamos apresentar a estrutura do balanço de pagamentos.
Estrutura do balanço de pagamentos
O balanço de pagamentos divide-se nas seguintes contas:
A - Balança de transações correntes
Reflete todas as transações comerciais que envolvem a movimentação de bens (balança comercial) e serviços (balança de serviços)
B - Balança de movimento de capitais ou de capitais autônomos
Reflete os deslocamentos de moeda, créditos e títulos que constituem formas de investimento.
C - Erros e omissões
Este item existe porque nem tudo que entra e sai do país é corretamente contabilizado. Dentre os motivos, por exemplo, há o comércio clandestino, que não é contabilizado pelo governo.
D - Transações compensatórias ou balança de capitais compensatórios
Envolve operações que permitem zerar o saldo do balanço de pagamentos, que significa manter o balanço de pagamentos em equilíbrio.
A TAXA DE CÂMBIO
Taxa de câmbio real
O que seria a taxa de câmbio real efetiva?
É um indicador que mede o preço dos bens estrangeiros em termos dos bens domésticos. Esse é o indicador mais amplo da competitividade das exportações.
Se a moeda estrangeira considerada for o dólar, teremos:
Exemplo:
Suponha que a taxa de câmbio seja de R$2,10 por dólar norte-americano. Imagine, ainda, que um automóvel simples americano custe US$10.000 e um automóvel similar, no Brasil, custe R$30.000,00. Qual é a relação de preços entre os dois produtos?
A relação será dada pela taxa real de câmbio, ou seja:
No exemplo que vimos, o preço do automóvel americano (US$10.000), quando transformado em moeda nacional, torna-se R$21.000,00, ou seja, se o proprietário vendesse o automóvel nos Estados Unidos e comprasse reais com este dinheiro, obteria R$21.000,00.
Quando esse preço é comparado com o do carro similar nacional (R$21.000,00 / R$30.000,00), vemos que a comparação é igual a 0,7. Esta taxa real de câmbio mostra que o automóvel americano vale 70% do carro nacional.
Como não existem somente automóveis no comércio entre os dois países, e sim diversos produtos, o melhor é considerar os preços de diversos produtos.
O que se faz, na prática, é utilizar os índices de preços de cada um dos países que pode ser o IPC de cada um deles. Se chamarmos o IPC americano de IPC’, então a fórmula geral será:
Regime cambial
O mercado de câmbio é regido por um conjunto de regras denominadas regime cambial.
Existem dois regimes cambiais: câmbio flutuante e fixo.
As diferenças entre os dois regimes são dadas pela forma de determinação da taxa de câmbio e pelo grau de liberdade de compra e venda da moeda estrangeira, isto é, pelo grau de conversibilidade da moeda nacional.
Observe as características de cada regime cambial:
TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE
Ocorre quando seu valor é determinado livremente no mercado de divisas (moeda estrangeira), através da interação entre os processos de procura e oferta.
A procura por divisas é constituída pelos importadores ou pessoas que necessitem enviar dinheiro estrangeiro para o exterior. Já a oferta de divisas é constituída pelos exportadores ou pessoas que trazem dinheiro estrangeiro do exterior.
Atenção!
Nesse regime cambial, não há interferência do Banco Central na fixação da taxa de câmbio.
TAXA DE CÂMBIO FIXA
A taxa de câmbio é fixa quando, no lugar de ser determinada pelo mercado, tem o valor fixado pelo Banco Central do país, que se compromete a comprar e vender qualquer quantidade de dividas a esta taxa.
Podemos, então, afirmar que a taxa de câmbio fixa é uma taxa tabelada pelo Banco Central.
Vamos estabelecer uma comparação entre os regimes de taxa de câmbio flutuante e fixa. Observe:
Quando a taxa de câmbio é flutuante e seu valor aumenta, diz-se que houve uma depreciação da moeda nacional, ou seja, ela perde valor em relação à moeda estrangeira. Muitos chamam este processo de DESVALORIZAÇÃO.
No caso inverso, quando a taxa de câmbio flutuante diminui de valor, diz-se que houve apreciação da moeda nacional, ou seja, ela ganha valor em relação à moeda estrangeira. Esse processo é chamado de VALORIZAÇÃO.
Até agora conhecemos como é estabelecida a taxa cambial e sua influência para a valorização e desvalorização da moeda nacional.
Diante disto, podemos pensar sobre a relação existente entre esses fatores e a Relação de troca.
A relação de troca mede o poder aquisitivo das exportações de um país. Ela pode ser representada pela seguinte equação:
O aumento das relações de trocas significa, em termos práticos, que um mesmo volume físico de exportações de um país gera uma receita de divisas que permite a aquisição de um maior volume físico de importações.
Se os preços das importações sobem ou diminuem menos que os das exportações, há uma deterioração nas relações de troca
No caso inverso, se os preços das exportações sobem mais rapidamente ou caem mais devagar que os das importações, diz-se que há uma melhora nas relações de troca.

Outros materiais